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CARTA AO EDITOR

Aos Editores,

Parabenizando os editores pelas últimas medidas tomadas, está em andamento mais uma batalha, a tentativa de indexar a revista Radiologia Brasileira (RB) no PubMed (banco de dados da National Library of Medicine, disponível na internet e que permite obter orientação bibliográfica das melhores revistas médicas indexadas, correspondendo ao Index Medicus on line e que pode ser encontrado no site www.pubmed.gov). Batalha que depende de vários fatores, alguns difíceis. Mas pelo menos um deles nós podemos combater.

Buscando no site da SciELO (Scientific Electronic Library Online, banco de dados das revistas científicas brasileiras e da América Latina, que tem critérios rigorosos de inclusão em sua indexação e que tem no momento 165 periódicos listados), pude verificar os índices de impacto e fiquei muito preocupado com alguns detalhes. O número de citações da própria revista é pequeno, assustadoramente baixo. Os autores brasileiros praticamente ignoram as revistas nacionais, só citam as "grandes" internacionais e, com isso, depreciam a produção nacional, que tem gabarito para ser indexada em qualquer nível. Se nós mesmos não nos citamos, não nos valorizamos, como podemos querer ser citados, valorizados, e ter um fator de impacto elevado?

O fator de impacto, que é o critério mais usado atualmente para avaliar o peso de uma revista na comunidade científica, é um indicador criado pela Thomson Scientific, também conhecida como Thomson ISI ou simplesmente ISI, que originou o JCR – Journal Citation Reports – que calcula, a partir do número de citações e artigos publicados, seu impacto na comunidade científica.

O "fator de impacto" da nossa RB na SciELO – para o ano de 2005 e seguindo os mesmos critérios do JCR – foi calculado em 0,0738. Pelos dados da SciELO, publicamos 149 artigos e fomos citados apenas 11 vezes, mas concedemos 1.250 citações em 2004 e 1.178 em 2003. Neste ano de 2006 já foram publicados 41 artigos, com 834 referências concedidas, sendo 17 da RB. A Radiology, com fator de impacto internacional, no JCR, de 5,377, teve 862 artigos e 4.635 citações no mesmo período.

Mas o problema não é apenas nosso. As revistas da SciELO com maior fator de impacto (impacto medido na SciELO) têm 0,2500 e 0,2494. Ou seja, o problema é generalizado. A revista brasileira de maior fator de impacto internacional não é de Medicina, obtendo 305 citações para 278 artigos publicados, ou seja, um fator de impacto no JCR de 1,097. Não custa lembrar que são apenas 17 as revistas científicas brasileiras neste indexador, o ISI.

Outro fator que me parece importante é lembrar que, para a avaliação dos programas de pós-graduação da CAPES, foram definidos critérios e qualificações de avaliação das revistas onde os trabalhos são publicados. Publicações nacionais ou internacionais, divididas em três categorias: Qualis nacional A, B ou C e internacional A, B ou C. Qualis A nacional é a revista indexada na SciELO. Qualis B nacional é a revista indexada em outros indexadores, sendo o mais conhecido o LILACS. Nacional C é a revista não indexada. As revistas internacionais indexadas no ISI são consideradas A ou B, as revistas indexadas no PubMed e não listadas no ISI são consideradas Qualis C internacional e têm o mesmo peso científico que uma publicação nacional A.

Para consideração da avaliação da CAPES, pelo menos na área de Medicina II, na qual a Radiologia está incluída, só são consideradas revista Qualis A ou B nacional, ou internacionais. Programas com publicações internacionais têm maior conceito, podendo chegar ao 7, pois existem critérios definidos para isso. Por exemplo, para um programa de pós-graduação obter o conceito 5, além de outros critérios técnicos e educacionais, 80% dos professores devem ter pelo menos três artigos publicados no triênio, sendo pelo menos um em periódico indexado no ISI e os outros dois em A nacional ou internacional C. E quem publica sabe da dificuldade de se publicar em revistas internacionais, começando pela barreira do idioma, quase sempre o inglês, que em sua norma culta não é tão simples.

Na minha opinião, e por isso estou redigindo este texto de opinião, a grande meta que a RB tem que alcançar é a indexação no ISI, pois qualquer revista ali indexada é Qualis A ou B internacional. Este sim será o grande pulo a ser dado e que colocará os programas de pós-graduação em Radiologia nos níveis mais altos. Nossos artigos terão peso maior e, com a medida tomada pela RB de traduzir integralmente a versão on-line para o inglês (já disponível desde o segundo fascículo deste ano), e agora com o sistema de submissão on-line, creio que passaremos a ter até fluxo internacional de artigos para nossa revista. Desde que esteja no JCR-ISI.

Certamente a indexação no PubMed/Index Medicus dará visibilidade aos artigos e aos autores brasileiros, por ser o maior meio de divulgação da arte médica, mas para a CAPES e seus critérios de avaliação, isso não importa. A RB, onde publicamos a maioria dos nossos trabalhos, indexada no PubMed ou na SciELO, terá o mesmo peso na hora da avaliação trienal que está por terminar (triênio 2004-2006). O que importa é o Qualis por ela definido. Na nossa área, Medicina II, o peso maior é dos artigos publicados em revista indexadas no JCR-ISI.

Um programa de pós-graduação de conceito 6 deve ter, entre outras exigências, 80% dos professores com pelo menos quatro artigos em periódicos Qualis A ou B internacional, sendo pelo menos um Qualis A. Creio ser essa a meta de momento dos nossos três programas de pós-graduação em Radiologia.

É preciso incentivar os autores de artigos nacionais a buscarem a inserção de referências das nossas revistas. E aqueles que publicam em revistas internacionais devem também inserir nossas referências para que, quando formos indexados no JCR-ISI, entremos com o pé direito e com fator de impacto elevado. E isso não é difícil. Muitos dos nossos especialistas já conseguem publicar em revistas internacionais com relativa facilidade. Esses devem abrir a porteira. Imagino que, se uma revista começa a ser citada com freqüência nos artigos listados nos indexadores internacionais, deve ser mais fácil conseguir entrar nesse mesmo indexador.

Portanto, autores brasileiros, citemo-nos. Não custará tanto tempo checar a RB, seus últimos cinco anos estão integralmente disponíveis online, na SciELO, e referir artigos correlatos ao tema.

Vamos juntar forças e fazer da nossa RB a mais importante, a mais citada revista médica da SciELO. Só depende de nós.

Antonio Carlos Pires Carvalho

Professor Adjunto do Departamento de Radiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Caros amigos,

Permitam-me sugerir a possível incorreção a respeito do artigo "Biópsia pulmonar percutânea guiada por tomografia computadorizada: dados de um hospital" (vol. 39, nº 4, pág. 277–282).

No segundo parágrafo da página 279, acredito que poderia ser incluído: "o número de lesões neoplásicas malignas...". Outro dado é que a soma dos percentuais não chega a 100%. Acredito que os percentuais deveriam ser: malignas, 76,19%; benignas, 8,33%; inespecíficas/inconclusivas, 15,48%.

Atenciosamente,

Dr. Gilberto Luiz Carvalho Ferraz

Radiologista, Membro Titular do CBR

Prezado Dr. Gilberto Luiz Carvalho Ferraz,

Considero adequadas as sugestões a respeito do trabalho "Biópsia pulmonar percutânea guiada por tomografia computadorizada: dados de um hospital", publicado no número anterior desta revista [Radiol Bras 2006;39(4): 277-282].

Acredito que houve erro no cálculo final das porcentagens dos achados histopatológicos, devendo ser modificadas para: malignas, 76,19%; benignas, 8,33%; inespecíficas/inconclusivas, 15,48%. Também concordo que o número total de neoplasias malignas deveria ter sido citado na página 279, segundo parágrafo, o qual é de 128.

Grato pelas sugestões e colaboração, as quais valorizam o nosso trabalho e possibilitam novas reflexões.

Atenciosamente,

Dr. Olger de Souza Tornin

Autor

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    21 Nov 2006
  • Data do Fascículo
    Out 2006
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