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RESUMOS DE TESES

Estudo da anatomia superficial do cérebro pela ressonância magnética tridimensional

Autor: André Petean Trindade.

Orientadora: Claudia da Costa Leite.

Tese de Doutorado. São Paulo: FMUSP, 2006.

A ressonância magnética tridimensional é a melhor opção para estudos anatômicos do cérebro in vivo. Este estudo teve por finalidade desenvolver uma metodologia para reconstruir e analisar modelos tridimensionais do cérebro por intermédio de um programa de computador disponível comercialmente a partir de imagens volumétricas de ressonância magnética (RM). A análise da superfície do telencéfalo baseou-se na identificação e descrição dos principais sulcos cerebrais e de suas variantes anatômicas.

A casuística foi composta por 25 voluntários assintomáticos e com exames de RM normais. A idade dos voluntários variou entre 13 e 32 anos. Destes, 13 eram do sexo feminino e 12, do sexo masculino. Todos os casos foram avaliados por dois observadores independentes e seus resultados sofreram análise estatística para determinar a concordância entre os observadores. O estudo baseado em revisão da literatura anatômica analisou praticamente a maioria dos sulcos cerebrais das três faces do telencéfalo. Obteve-se alta concordância entre os observadores para a maioria dos sulcos cerebrais, com resultados semelhantes aos trabalhos encontrados na literatura, que foram realizados em peças anatômicas.

Como destaque dos resultados, identificaram-se variantes anatômicas em padrão duplo paralelo, raramente descritas na literatura, que ocorreram no sulco pós-central em 5/25 casos (20%) à direita e em 6/25 (24%) à esquerda. O sulco intraparietal em padrão duplo paralelo foi encontrado em 1/25 casos (4%) à direita e em nenhum caso à esquerda. O sulco temporal superior em padrão duplo paralelo foi encontrado em 5/25 casos (20%) à direita e 2/25 casos (8%) à esquerda. Entre os sulcos cerebrais que são pouco citados nos livros tradicionais de anatomia, foram identificados os sulcos: frontomarginal, frontoorbital, angular, occipital anterior, parietal superior e o occipital transverso. Todos eles foram encontrados em alta incidência na nossa casuística, principalmente o sulco frontomarginal, que foi identificado em 100% dos casos (25/25) bilateralmente.

Concluiu-se que a metodologia empregada para a reconstrução de um modelo tridimensional do cérebro mostrou-se exeqüível. A metodologia para analisar e classificar os sulcos do telencéfalo no modelo tridimensional do cérebro permitiu o mapeamento dos sulcos cerebrais, com boa concordância entre os dois observadores. Foi possível identificar e descrever os principais sulcos cerebrais e suas variantes anatômicas.

Distinção entre os tipos 1 e 2 de tireotoxicose associada à amiodarona por meio de dúplex-Doppler colorido

Autor: Túlio Augusto Alves Macedo.

Orientadora: Maria Cristina Chammas.

Tese de Doutorado. São Paulo: FMUSP, 2006.

INTRODUÇÃO: A amiodarona pode causar tireotoxicose, principalmente em áreas geográficas onde a ingestão de iodo é insuficiente. Dois tipos distintos de tireotoxicose associada à amiodarona (TAA) podem ser encontrados: A) o tipo 1 – a doença é secundária à sobrecarga de iodo (fenômeno Jod-Basedow), geralmente encontrada em indivíduos com doença tireóidea preexistente; B) o tipo 2 – quando a tireotoxicose deve-se a uma tireoidite destrutiva, com ruptura folicular e liberação do conteúdo folicular. A distinção entre os dois tipos é fundamental para a conduta terapêutica. Este estudo transversal, realizado no Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, entre janeiro de 2004 e março de 2006, objetivou: A) demonstrar a utilidade da densidade de pixels coloridos (DPC), parâmetro objetivo obtido por meio de programa de computador, na distinção entre os dois tipos de TAA; B) determinar os melhores critérios objetivos de distinção entre os dois tipos de TAA por meio da ultra-sonografia dúplex-Doppler colorido da tireóide; C) conhecer o grau de concordância intra-observadores e interobservadores dos padrões subjetivos de vascularização do parênquima tireóideo.

MÉTODOS: Foram examinadas 158 glândulas tireóideas por meio de dúplex-Doppler colorido. Após passagem pelos critérios de seleção, 134 indivíduos foram divididos em quatro grupos: grupo N (n = 84), grupo A (n = 30), grupo I (n = 14) e grupo II (n = 9), compostos por indivíduos normais, eutireóideos em uso de amiodarona, pacientes com tireotoxicose tipos 1 e 2, respectivamente. Todos os indivíduos foram submetidos ao estudo dúplex-Doppler colorido da tireóide e testes laboratoriais. Os pacientes em tireotoxicose também realizaram captação de iodo radioativo em 24 horas.

RESULTADOS: No grupo I, tanto a densidade de pixels coloridos (DPC = 17,22 ± 18,62 cm/s) e inferiores (VSTI = 35,35 ± 18,08 cm/s) foram maiores do que nos demais grupos (p < 0,05). As análises de concordância do padrão subjetivo de vascularização do parênquima tireóideo mostraram coeficientes kappa ponderado (kw) variando de 0,78 a 0,79 para intra-observadores e de 0,83 a 0,86 para interobservadores.

CONCLUSÕES: A) A DPC tem, isoladamente, boa capacidade para distinguir os dois tipos de TAA. B) Os melhores critérios objetivos na distinção entre TAA tipos 1 e 2 são a DPC e as velocidades de pico sistólico nas artérias tireóideas. C) As análises subjetivas dos padrões de vascularização apresentam boa concordância, tanto intra-observadores quanto interobservadores.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    07 Fev 2007
  • Data do Fascículo
    Dez 2006
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