RESUMO DE TESE THESIS ABSTRACT
Estudo do metabolismo lipídico através da espectroscopia de prótons por ressonância magnética em seres humanos obesos pré e pós-gastroplastia correlacionando com dados antropométricos, exames laboratoriais e biópsia hepática
Autora: Ana Karina Nascimento Borges.
Orientador: Cláudio Campi de Castro.
[Tese de Doutorado]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2008.
A influência da obesidade sobre o fígado e a função hepática é tema ainda pouco estudado e discutido, principalmente no Brasil. O crescente aumento da população obesa, de maneira global, alerta sobre esse grave problema, que hoje em dia se torna de saúde pública. Amplia-se, cada vez mais, o número de pessoas e a faixa etária atingida. A doença hepática não-alcoólica é uma condição clínico-patológica comum caracterizada por depósitos de lipídios em hepatócitos no parênquima hepático. Um espectro de danos ocorre no parênquima, desde simples esteatose macrogoticular, podendo evoluir para esteato-hepatite, fibrose e até cirrose.
Os casos de esteatose hepática não-alcoólica que progridem para cirrose têm sido reconhecidos como a maior causa de morbidade e mortalidade com potencial para progredir para falência hepática. Apesar de haver um aumento na prevalência da doença hepática não-alcoólica, os critérios para seu diagnóstico continuam pobremente definidos. A utilização da espectroscopia de prótons na ressonância magnética auxilia na quantificação do conteúdo lipídico hepático e na musculatura da perna (tibial anterior e sóleo), embora venha sendo utilizada apenas em pesquisas. Tivemos como objetivos o estudo do metabolismo lipídico de humanos obesos por espectroscopia através da ressonância magnética, correlacionando com dados antropométricos, laboratoriais e de biópsias hepáticas.
Neste estudo observacional transversal e prospectivo realizado em obesos, que foram submetidos a cirurgia redutora gástrica pela técnica de Capella no Hospital Professor Edmundo Vasconcelos em São Paulo, foram incluídos 27 pacientes analisados no pré- e pós-operatório para descrição dos dados.
Foram constatadas razão masculino/feminino geral de 8:19 e faixa etária entre 24 e 55 anos. Os índices de massa corpórea (IMC) eram sempre superiores a 40 kg/m² para inclusão cirúrgica. Os pacientes obesos que no pré-operatório apresentavam esteatose hepática observada na ressonância magnética e esteatose e/ou esteato-hepatite na biópsia hepática evoluíram com melhora ou resolução no pós-operatório
Em conclusão, em pacientes obesos o grau de esteatose hepática pode ser analisado qualitativamente e quantitativamente por meio da ressonância magnética com espectroscopia de prótons, assim como o controle pós-tratamento cirúrgico.
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
20 Jan 2009 -
Data do Fascículo
Dez 2008