RESUMO DE TESE
Avaliação do tratamento de depressão em pacientes com doença de Parkinson através de ressonância magnética funcional
Autor: Ellison Fernando Cardoso.
Orientador: Edson Amaro Júnior.
[Tese de Doutorado]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2008.
O circuito neuronal relacionado à depressão na doença de Parkinson, assim como os efeitos da terapia antidepressiva nestes pacientes, não são bem estabelecidos. Os métodos de neuroimagem podem levar ao melhor conhecimento da patogênese e também dos mecanismos de ação relacionados a um tipo específico de tratamento.
Para avaliar as diferenças da atividade neuronal, foram comparados 21 pacientes com doença de Parkinson e diagnóstico de depressão e 16 sem depressão, por meio de ressonância magnética funcional (RMf), em uma tarefa cognitiva que incluiu percepção emocional e escolha forçada com duas opções. Estes 21 pacientes deprimidos foram aleatorizados em dois grupos de tratamento por quatro semanas: estimulação magnética transcraniana (EMT) ativa sobre o córtex pré-frontal dorso-lateral esquerdo (5 Hz EMT - 120% do limiar motor) com pílula placebo e EMT placebo com 20 mg de fluoxetina, diária. Os pacientes foram submetidos a um experimento de RMf cujo paradigma foi relacionado a eventos de apresentação visual de faces de conteúdo emocional. Os pacientes sem depressão realizaram RMf duas vezes (teste e reteste) e os deprimidos, quatro vezes (duas vezes antes e duas depois do tratamento).
As imagens dos pacientes com doença de Parkinson e depressão demonstraram menor atividade no córtex pré-frontal medial quando comparados aos pacientes com doença de Parkinson sem depressão. Ambos os subgrupos de pacientes com doença de Parkinson e depressão apresentaram melhora significativa e similar dos sintomas da depressão. Após o tratamento com EMT ativa observou-se menor atividade do giro fusiforme esquerdo, do cerebelo e do córtex pré-frontal dorso-lateral direito, e maior atividade do córtex pré-frontal dorso-lateral esquerdo e do cíngulo anterior nas imagens de RMf quando comparadas àquelas antes do tratamento. Por outro lado, a fluoxetina determinou aumento da atividade do córtex pré-motor direito e do córtex pré-frontal medial direito em imagens de RMf realizadas após o tratamento. Observou-se efeito de interação entre os grupos (tempo [pré × pós] versus tipo de tratamento [fluoxetina × EMT]) no córtex pré-frontal medial esquerdo, sendo maior o aumento no grupo tratado com EMT.
Os nossos achados mostraram: 1) padrão diferente de atividade cerebral em pacientes com doença de Parkinson com e sem depressão; 2) os efeitos antidepressivos da EMT e da fluoxetina foram semelhantes e significativos; 3) em pacientes com doença de Parkinson e depressão os efeitos da EMT e da fluoxetina são associados a diferentes mudanças da atividade cerebral, e em ambos as áreas encontradas são parte da rede neural relacionada à depressão.
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
12 Maio 2009 -
Data do Fascículo
Abr 2009