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Cloreto isocianúrico e cloreto cianúrico: aspectos gerais e aplicações em síntese orgânica

Isocyanuric chloride acid and cyanuric chloride: general aspects and applications in organic synthesis

Resumo

The aromatic six-membered heterocycles having three nitrogen atoms are denominated triazines. Among these heterocycles, isocyanuric chloride and cyanuric chloride are inexpensive and readily available 1,3,5-triazine derivatives, which have been attracting significant attention of organic chemists due to their different kinds of applications, which vary from pharmaceuticals to explosives. This short overview explores their uses in synthetic methods, as chlorinating and oxidating agents and some procedures for their preparation.

1,3,5-triazine; isocyanuric chloride; cyanuric chloride


1,3,5-triazine; isocyanuric chloride; cyanuric chloride

REVISÃO

Cloreto isocianúrico e cloreto cianúrico: aspectos gerais e aplicações em síntese orgânica

Isocyanuric chloride acid and cyanuric chloride: general aspects and applications in organic synthesis

Anna Claudia Cunha** e-mail: annac@vm.uff.br; Fernanda Menezes da Paixão; Maria Cecília B. V. de Souza; Vitor Francisco Ferreira

Departamento de Química Orgânica, Instituto de Química, Universidade Federal Fluminense, Outeiro de S. João Batista, s/n, 24020-150 Niterói - RJ, Brasil

ABSTRACT

The aromatic six-membered heterocycles having three nitrogen atoms are denominated triazines. Among these heterocycles, isocyanuric chloride and cyanuric chloride are inexpensive and readily available 1,3,5-triazine derivatives, which have been attracting significant attention of organic chemists due to their different kinds of applications, which vary from pharmaceuticals to explosives. This short overview explores their uses in synthetic methods, as chlorinating and oxidating agents and some procedures for their preparation.

Keywords: 1,3,5-triazine; isocyanuric chloride; cyanuric chloride.

INTRODUÇÃO

Os anéis heterocíclicos aromáticos de 6 membros, contendo três átomos de nitrogênio pertencem à classe de substâncias denominadas triazinas. Das três formas isoméricas do sistema triazínico, sobressai-se a forma simétrica, 1,3,5-triazina, que possui aplicações em diferentes áreas da química1. Destacam-se como representantes deste sistema a 1,3,5-tricloro-1,3,5-triazina-2,4,6-(1H,3H ,5H)-triona (1) e a 2,4,6-tricloro[1,3,5]triazina (cloreto cianúrico, 2), ilustradas na Figura 1. Na literatura2, a substância 1 é conhecida como ácido tricloroisocianúrico. Neste texto usaremos a sigla ATCI para designá-la.


A importância sintética, de modo geral, das substâncias 1 e 2 é aqui apresentada, em duas partes separadamente.

CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O ÁCIDO TRICLOROISOCIANÚRICO (ATCI, 1)

O ATCI (1) é comercialmente denominado Simclosene, cloreal ou ACL-85. Os métodos3-6 para sua preparação estão apresentados no Esquema 1 e envolvem, basicamente, a cloração do sal sódico do ácido cianúrico, formado in situ, via reação ácido-base entre o ácido cianúrico (3) e bicarbonato de sódio3 ou hidróxido de sódio4 (Rota 1) e, a reação entre imidas triazínicas, 4 ou 5, e ácido hipocloroso5 (HClO) ou óxido hipocloroso6 (Cl2O) (Rotas 2a e 2b). Neste caso, o Cl2O utilizado como matéria-prima e o tricloreto de nitrogênio, um subproduto gerado no meio reacional, são espécies altamente reativas e, por este motivo, a reação deve ser conduzida na presença de gases inertes, como dióxido de carbono e nitrogênio, com o intuito de minimizar o risco de explosão.


O ácido tricloroisocianúrico (1), assim como a 1,3-dicloro-1,3,5-triazina-6-oxo-2,4-diona (6, NADCC), são N-cloroaminas orgânicas7 utilizadas no processo de desinfecção de água de piscinas e de água para abastecimento público, ou na indústria de alimentos, nos processos de desinfecção das águas de resfriamento, de superfícies de alimentos, de tubulações e equipamentos, e de ambientes, pisos e paredes8.

O NADCC (6) também é conhecido pelos nomes de dicloroisocianurato de sódio, dicloro-s-triazinetriona de sódio, sal de sódio 1,3,5-triazina-2,4,6-(1H,3H,5H )-triona e trocloseno sódico8.

O processo de desinfecção da água tem por finalidade reduzir a níveis considerados seguros, a presença de microrganismos patogênicos. A ação oxidante de materiais orgânicos como microorganismos e insetos e a ação sanificante das N-cloroaminas, de hipocloritos e do cloro, são controladas pelo ácido hipocloroso (HOCl), que é um produto da hidrólise destas substâncias cloradas. A formação deste agente bactericida, ácido hipocloroso, pode ser vista no exemplo a seguir, que mostra a reação de hidrólise do dicloroisocianurato de sódio (6)9,10 (Esquema 2).


Neste processo de desinfecção de água, dentre as várias vantagens comerciais em relação aos compostos clorados inorgânicos10, como por ex. o hipoclorito de sódio, estão associadas ao ácido tricloroisocianúrico (1) e ao NADCC (6) a possibilidade de sua utilização na forma de pó e sua maior estabilidade no processo de armazenamento. O ATCI (1) também é comercializado nas formas de bastão e tabletes. As N-cloroaminas possuem ainda maior estabilidade em solução aquosa, liberando lentamente o ácido hipocloroso e, conseqüentemente, permanecendo efetivas por períodos longos, mesmo na presença de matéria orgânica10.

O baixo preço do ATCI (1) e sua disponibilidade comercial levaram ao desenvolvimento de diversas aplicações desta substância em síntese orgânica como agentes de cloração e/ou oxidação de compostos orgânicos7. Além do ATCI (1), as N-cloroaminas orgânicas como as N-closuccinimida (7, NCS) e a 1,3-dicloro-5,5-dimetildantoina (8) (Figura 2), também são exemplos de reagentes que podem ser utilizados em síntese orgânica como agentes de cloração ou de oxidação7.


Na Tabela 1 estão relacionados temperatura de decomposição, teor de cloro ativo e as solubilidades em diversos solventes orgânicos7 das N-cloroaminas orgânicas 1, 7 e 8. Dentre estas cloroaminas orgânicas, a solubilidade do ATCI (1) é maior em solventes como acetona (350 g/L) e acetato de etila (385 g/L). O ATCI (1) leva às maiores concentrações de cloro ativo, 4,56 e 5,02 mol/L, nos solventes mencionados, respectivamente, o que o torna portanto um reagente superior para cloração de moléculas orgânicas7 (Tabela 1).

Obtenção de haletos de alquila a partir de álcoois

As diferentes rotas sintéticas descritas na literatura11 visando a obtenção de haletos de alquila envolvem as reações de álcoois primários com reagentes tais como POCl3, HCl, SOCl2, PCl3 e PCl5. Os custos destes reagentes e suas toxicidades, aliados à dificuldade de importação de alguns destes, como é o caso do POCl3, dificultam seu uso na síntese orgânica. A conversão de álcoois em haletos de alquila que pode ser realizada usando-se o ácido tricloroisocianúrico (1) tem como vantagens a estabilidade e o baixo custo do reagente, e a ausência de toxicidade dos subprodutos gerados na reação. Neste sentido, uma metodologia foi desenvolvida por Hiegel e colaboradores12, baseada na reação entre trifenilfosfina e o ácido tricloroisocianúrico (1) fornecendo um complexo do tipo Ph3P+ClZ- (Z- é a base conjugada de 1) (Esquema 3). Subsequentemente, este complexo reage com álcoois primários ou secundários produzindo os haletos de alquila correspondentes, em rendimentos de médios a razoáveis. Entretanto, nos casos de álcoois primários e secundários a,b-insaturados seus respectivos haletos de alquila são obtidos em baixos rendimentos.


Cloração via SEAr

O uso do ácido tricloroisocianúrico (1) em reações de substituição eletrofílica aromática (SEAr) pode ser feito em soluções polares, na presença de um agente iniciador de radicais livres13 (Esquema 4). Elas podem ser realizadas em solução aquosa de ácido sulfúrico 50% (v/v) ou na presença de um ácido de Lewis, como cloreto férrico. Por ex., a cloração do benzeno na presença de H2SO4 50% (v/v) produz o clorobenzeno em 62% de rendimento. Quando se usa o cloreto férrico como catalisador, o produto é obtido em 80% de rendimento. A presença de grupos fortemente ativantes da SEAr no anel aromático (ex. R = OH e NH2) aumenta a velocidade da reação, formando-se a mistura dos isômeros orto e para. Já a reação de cloração do anel benzênico pelo ATCI (1) não funciona quando o anel aromático se encontra substituído por grupos retiradores de elétrons, como por ex. o grupo nitro13.


Oxidação de álcoois

Giacomelli e colaboradores14 desenvolveram um método de oxidação de álcoois primários 16a-c e secundário 16d aos seus respectivos aldeídos 18a-c e cetona 18d, utilizando o ATCI (1) como agente de reoxidação da N-oxil-2,2,6,6-tetrametilpiperidina (TEMPO, 14)15. Outros agentes reoxidantes16, como por ex. ácido meta-cloroperbenzóico (MCPBA), hipoclorito de sódio (NaClO), clorito de sódio (NaClO2), oxone (2KHSO5.KHSO4.K2SO4) e N-clorosuccinimida, também podem ser empregados na regeneração do íon oxoamônio 15, espécie responsável pela oxidação de álcoois primários e secundários nestes casos (Esquema 5).


Esta metodologia é mais um processo seletivo de oxidação de álcoois primários a aldeídos, dentre os já existentes como os que, por ex., utilizam PDC17, PCC17 (C5H5NHCrO3Cl) ou reagente de Swern18. Além disso, ela não faz uso de metais19, constituindo-se então em uma área atrativa para pesquisas acadêmicas e industriais, pois está em conformidade com as demandas ambientais atuais.

Quando esta reação é realizada na presença de brometo de potássio em solução aquosa de bicarbonato de sódio, álcoois primários 16a-b são convertidos aos respectivos ácidos carboxílicos 22a-b em altos rendimentos20 (Esquema 6). No mecanismo proposto por Giacomelli e colaboradores20, o intermediário N-oxoamônio 15 oxida o álcool primário até o aldeído 18, o qual se transforma no ácido carboxílico 22 através de reação com o ácido hipocloroso. Este último resulta da hidrólise do ATCI (1) ou do seu derivado 20.


A oxidação de álcoois secundários 23a-b21 com ácido tricloisocianúrico 1 também foi investigada na ausência do catalisador TEMPO (14) (Esquema 7). Este método se mostrou seletivo na oxidação de álcoois secundários. Por ex., o 2-etil-1,3-hexanodiol (23c) pode ser oxidado seletivamente tranformando-se na 1-etil-1-hidroxi-3-hexanona (24c).


Uma outra aplicação do ATCI (1) pode ser vista no Esquema 8, no qual aldeídos são convertidos diretamente aos seus ésteres metílicos2227a-b. O mecanismo envolve a formação do intermediário hemiacetálico 26 que, posteriormente, é oxidado ao éster.


Aldeídos protegidos sob a forma de cetais não resistem à oxidação na presença de ATCI (1). Por ex., a-acetoxiacetais 28 (Esquema 9) são convertidos nos seus correspondentes ésteres metílicos (30a-b) na presença de 1. O mecanismo proposto23 ocorre com transferência de um hidreto do carbono cetálico para o reagente 1, que libera íon cloreto e gera o íon oxicarbênico 29. Este sofre desalquilação, transformando-se então no éster 30a-b. De forma similar, acetais ciclícos do tipo dioxolano 31 na presença de 1 produzem os a,a-dicloroésteres 34a-b via clivagem oxidativa do grupo protetor, seguida de cloração da posição a-carbonílica24.


Epoxidação de olefinas

Epóxidos, intermediários sintéticos versáteis em síntese orgânica, podem ser obtidos por diferentes métodos, como via oxidação de olefinas por peróxidos e perácidos25. Mattos e colaboradores2 desenvolveram um método bastante eficiente de epoxidação de alcenos por ação do ATCI (1) (Esquema 10). O mecanismo desta epoxidação ocorre inicialmente com a oxidação dos alcenos até os intermediários haloidrinas 36, seguindo-se de substituição nucleofílica intramolecular, gerando os epóxidos 37. Na etapa de oxidação dos alcenos, o uso da acetona como solvente fornece as haloidrinas 36 em ótimos rendimentos.


a-cloração de cetonas

O método mais comum descrito na literatura para a-cloração de cetonas utiliza N-clorosuccinimida (NCS 7, Figura 2) como agente de halogenação26. Aqui o ATCI (1) pode ser usado com grande vantagem sobre a N-clorosuccinimida, tanto em termos de custo do reagente, como também de eficiência no sentido da formação do produto monoclorado7, exemplificado no Esquema 11 para obtenção das cetonas 39 e 41.


CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O CLORETO ISOCIANÚRICO (2)

As aplicações descritas na literatura27-29 para os derivados do sistema 1,3,5-triazínico são muito amplas, por ex.: o emprego na área medicinal28 destacando-se o derivado triazínico 42, que exibe atividade antitumoral28in vitro; seu uso como defensivos agrícolas29, como os casos das substâncias 43a e 43b, empregadas em culturas de cana-de-açúcar e milho; sua aplicação na indústria de novos materiais destacando-se aqui a melamina29 (44), usada na manufatura de polímeros do tipo melamina-formaldeído com excelentes propriedades elétrica e térmica (Figura 3).


Com aplicação na área têxtil, destaca-se o derivado monocloro-1,3,5-triazínico30 (45), que pode ser utilizado como corante reativo para fibras e tecidos (Figura 4).


Corantes reativos, como o derivado triazínico 47, também são empregados na purificação de proteínas que podem ser separadas de misturas estruturalmente complexas através da técnica de cromatografia de afinidade31. Neste método se usam colunas contendo suportes, tais como agarose, celulose, poliacrilamida, sephadex, sílica e vidro, derivatizados com os corantes reativos (Figura 4).

Métodos de preparação 1,3,5-triazinas

O método mais comum de preparação do sistema 1,3,5-triazínico envolve a trimerização de nitrilas, geralmente sob catálise ácida32,33. O mecanismo resumido, proposto na literatura32 para esta trimerização, está mostrado no Esquema 12 .


O cloreto cianúrico (2) é produzido industrialmente através do cianeto de hidrogênio aquoso ou cianureto de sódio e gás clorídrico34. Cabe destacar que o abastecimento do mercado nacional com cloreto cianúrico (2) é feito através de importações realizadas pelas empresas SKW Biosystems do Brasil Ltda. (Viag) e Degussa-Hülls Ltda. (Veba). A sua produção ocorre na Alemanha, Suíça, Estados Unidos, China e Japão34.

Aplicações da 1,2,3-triclorotriazina em síntese orgânica

Preparação de derivados clorados

De forma similar ao ATCI 1, o cloreto cianúrico (2) também pode ser utilizado na preparação de haletos de alquila a partir de álcoois. Um método eficiente para esta transformação química foi descrito por Giacomelli e colaboradores35 , que empregaram a reação entre álcoois primários ou secundários e um complexo do tipo Vilsmeier-Haack (56), levando à formação das espécies catiônicas 59a-c as quais, subseqüentemente, são transformadas nos cloretos de alquila 60a-c correspondentes, através de reação com íon cloreto (Esquema 13).


Oxidação de álcoois com dimetissulfóxido ativado

A oxidação de Swern (DMSO/cloreto de oxalila) é um método clássico de transformação de álcoois primários e secundários em aldeídos e cetonas, respectivamente. Outros reagentes eletrofílicos também são usados alternativamente para ativação do DMSO, como anidrido acético, anidrido trifluoroacético, cloreto de tionila, anidrido metanossulfônico36.

Geralmente, a etapa de ativação do DMSO é uma reação vigorosa e exotérmica. Portanto, um dos pré-requisitos para o sucesso desta reação é a manutenção do controle da temperatura, em torno de -60 °C. O cloreto de oxalila leva ao produto carbonilado em alto rendimento com formação mínima de subprodutos. Entretanto, o cloreto de oxalila é extremamente tóxico e caro. Recentemente, foi descrito na literatura37 um método sintético alternativo à oxidação de Swern utilizando-se o cloreto cianúrico (2). Este método modificado de Swern leva à preparação de aldeídos e cetonas a partir dos respectivos álcoois via o complexo ativado 61, como visto no Esquema 14.


Preparação de derivados carbonílicos

Em substituição aos métodos clássicos de acilação de ácidos carboxílicos, Rayle e Fellmeth38 propuseram a síntese da amida 71, pela reação entre o éster triazínico 69 e a amina 70 (Esquema 15). A substância 67 é comercialmente disponível e pode ser preparada com facilidade por metanólise do cloreto cianúrico (2). Outros autores também utilizam esta metodologia39.


O rearranjo clássico de Beckman40 é um método de obtenção de amidas a partir de oximas. O rearranjo ocorre quando a oxima é aquecida na presença de ácidos, como H2SO4, ácido fórmico, HCl/HOAc/Ac2O e H3PO4, ou de outras substâncias, tais como HMPA, SOCl2, P2O5/ácido metanossulfônico. Além de ser um método de ampla aplicação sintética, é muito útil para determinação da configuração de oximas40, uma vez que o grupo migrante, alquila ou arila, em 73, está localizado em posição anti ao grupamento hidroxila, conforme mostrado no Esquema 16.


Recentemente, Giacomelli e colaboradores41 relataram uma modificação da reação de Beckman substituindo as espécies ativadoras de oximas, como por ex. PCl5 e H2SO4, pelo cloreto cianúrico (2). No mecanismo proposto, inicialmente tem-se a ativação da oxima 76 através de sua reação com o complexo eletrofílico de Vilsmeier-Haack (ClCH=N+Me2), levando ao intermediário 77, que então se rearranja até a amida 80. É importante ressaltar que quando se utiliza uma aldoxima (76, R = C6H5 ou p-OH C6H5 e R'= H) como matéria-prima, obtém-se nitrila (81) como produto, em rendimentos quantitativos (Esquema 17).


As amidas de Weinreb42 (82) são reagentes bastante versáteis em síntese orgânica para preparação de cetonas e também são susceptíveis a reduções seletivas, produzindo aldeídos. No Esquema 18 podem ser visualizadas diversas possibilidades de suas transformações em sistemas carbonílicos43.


O derivado 1,3,5-triazínico 67 tem sido utilizado para preparação das amidas de Weinreb44, conforme ilustrado no Esquema 19 para as substâncias 90a-b. Este método é importante na medida em que os procedimentos descritos na literatura44 para conversão de ácidos carboxílicos em amidas de Weinreb utilizam reagentes como N,N'-dicloexilcarbodiimida (DCC), que são caros e cuja remoção de seus excessos, ou de subprodutos, ao fim da reação, é de difícil realização.


Os ácidos carboxílicos 91 também podem ser facilmente transformados em cetonas não simétricas empregando-se a adição de Grignard45 modificada. No Esquema 20, o derivado 1,3,5-triazínico 92 funciona como um composto carbonílico moderadamente reativo frente ao reagente de Grignard.


Compostos a-diazo carbonílicos são importantes intermediários sintéticos para síntese de diferentes classes de substâncias46. Devido à grande versatilidade sintética destes compostos, encontra-se citada na literatura uma variedade de metodologias47.

Recentemente, foi desenvolvido por Forbes e colaboradores48 uma metodologia sintética visando a preparação de diazocetonas 97, envolvendo a reação entre o éster 1,3,5-triazínico 96 e o diazometano (Esquema 21). Este método fornece a-diazocetonas 97, em rendimentos moderados, e possui a vantagem da reação ser efetuada em um único recipiente reacional. A baixa reatividade do nucleófilo 95 frente ao cloreto cianúrico (2) e o meio reacional heterogêneo provavelmente contribuem para diminuição do percentual de conversão de 95 ao éster ativado 96. Este fato favorece a reação competitiva de esterificação do ácido carboxílico 95 pelo diazometano.


Acilazidas 102 podem ser obtidas por reação do éster triazínico 101 com azida de sódio, sendo esta uma importante reação uma vez que são poucos os métodos descritos na literatura para preparação deste tipo de derivado carbonílico a partir de ácidos carboxílicos49 (Esquema 22).


A reação de formilação de álcoois pode ser realizada em diferentes condições reacionais, como por ex. ácido fórmico/DCC e ácido fórmico/anidrido fórmico. As desvantagens na preparação de formatos por estes métodos são as condições reacionais drásticas, a formação de subprodutos indesejáveis e a baixa seletividade entre álcoois primários e secundários. Uma alternativa para esta reação envolve o uso do cloreto cianúrico (2) via sua reação com DMF que leva ao sal triazínico 103, o qual reage então com o álcool 10450, formando o intermediário do tipo 105 cuja hidrólise leva ao formato (107) (Esquema 23). A reação é específica para álcoois primários e não pode ser aplicada à formilação de fenóis e álcoois alílicos.


Cloretos de sulfonila (110) são intermediários importantes em síntese orgânica, sendo amplamente usados na preparação de sulfonamidas biologicamente ativas51, dentre outras aplicações. Alguns métodos de preparação de cloretos de sulfonila (110) são reação do ácido sulfônico com cloreto de tionila em meio a DMF52; reação do ácido sulfônico com PCl553; reação do ácido sulfônico com POCl354 e, clivagem oxidativa de dissulfetos simétricos55. Estes métodos têm desvantagens uma vez que é necessário utilizar d excesso de reagente de cloração e que ocorre formação de subprodutos altamente tóxicos e corrosivos.

Recentemente, Blotny relatou um método56 de preparação de cloretos de sulfonila 110 reagindo-se ácidos sulfônicos (108) com cloreto cianúrico (2) (Esquema 24).


Reações de reduções

Alguns dos métodos sintéticos encontrados na literatura para preparação de aldeídos são oxidação de haletos de alquila57; oxidação de álcoois primários (ver oxidação de álcoois empregando ATCI) e redução de ácidos carboxílicos e seus derivados58. Este último emprega como agentes redutores hidretos de metais, que são espécies altamente reativas e, normalmente, são reagentes de alto custo. A hidrogenação catalítica de cloretos de ácidos na presença de paládio/sulfato de bário, conhecida como redução Rosenmund59 é um exemplo dos poucos métodos descritos na literatura para redução direta de ácidos carboxílicos e seus derivados usando-se hidrogenação catalítica. Um método alternativo à reação de Rosenmund, para preparação de aldeídos é a redução catalítica de ésteres triazínicos de ácidos carboxílicos60. Inicialmente forma-se o sal quaternário 111, reagindo-se a 2-cloro-4,6-dimetoxi[1,3,5]-triazina 67 com N-metil-morfolina 6861. A reação entre este sal e o ácido carboxílico 112 leva ao éster triazínico 113 o qual é susceptível à hidrogenação catalítica, produzindo os respectivos aldeídos 114 em bons rendimentos (Esquema 25).


Quando a metodologia descrita anteriormente é utilizada à temperatura baixa e sob pressão de 5 atm obtém-se redução direta até os álcoois 117, em bons rendimentos (Esquema 26).


Outra alternativa para obtenção dos álcoois 120 é a redução de ésteres derivados do cloreto cinaúrico62 (119) com NaBH4 (Esquema 27).


CONCLUSÕES

Neste trabalho elegeu-se dois derivados triazínicos, a 1,3,5-tricloro-1,3,5-triazina-2,4,6-(1H, 3H, 5H)-triona (ATCI, 1) e a 2,4,6-tricloro[1,3,5]triazina (cloreto cianúrico, 2), e descreveu-se sua importância como reagentes em síntese orgânica, bem como foram apresentadas algumas de suas utilizações, de modo geral. O destaque destas substâncias no campo da síntese orgânica pôde ser visualizado através das diversas transformações químicas aqui discriminadas. Por ex., foram apresentadas reações em que os reagentes em questão são usados na oxidação de álcoois, sem que seja necessário o uso de metais que são extremamente tóxicos ao meio ambiente, constituindo-se estas triazinas em uma área atrativa para as pesquisas acadêmicas e industriais. Em especial, destacou-se a versatilidade das transformações químicas envolvendo o ácido tricloisocianúrico (1), substância inclusive de uso doméstico, comumente empregada no processo de desinfecção de piscinas e de água para abastecimento público. Em termos de química ambientalmente responsável, deve-se ressaltar que a utilização do reagente 1 gera o ácido cianúrico (3) (Esquemas 6-8), que pode ser facilmente convertido ao ácido tricloisocianúrico (1), conforme mostrado na Rota 1 do Esquema 1.


Assim, o uso de substâncias contendo o núcleo triazínico como reagentes em síntese orgânica, quer seja por sua aplicação direta ou por sua transformação em intermediários sintéticos reativos, vem despertando o interesse crescente dos pesquisadores nos últimos anos.

AGRADECIMENTOS

À FAPERJ e ao CNPq pela bolsas e auxílios financeiros concedidos.

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Recebido em 10/2/05; aceito em 13/7/05; publicado na web em 8/2/06

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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      25 Maio 2006
    • Data do Fascículo
      Jun 2006
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