Acessibilidade / Reportar erro

Síntese de complexo ferro(II)-nitrogênio: abordagem dos conceitos de reatividade e retro-doação para alunos de graduação em química

Synthesis of the iron(II)-nitrogen complex: concepts of reactivity and back-bonding for undergraduate chemistry students

Resumo

There has been a considerable interest in coordination complexes of molecular nitrogen (N2), partly due to a possible relationship between such complexes and the nitrogen activation process in nature. The present paper describes the synthesis and infrared spectroscopic characterization of an iron-nitrogen derivative with ethylenediamine-N,N,N',N'-tetraacetate (edta) as an experiment for an undergraduate course. The topics covered here include synthesis, reactivity and spectroscopy.

iron; edta; dinitrogen


iron; edta; dinitrogen

EDUCAÇÃO

Síntese de complexo ferro(II)-nitrogênio: abordagem dos conceitos de reatividade e retro-doação para alunos de graduação em química

Synthesis of the iron(II)-nitrogen complex : concepts of reactivity and back-bonding for undergraduate chemistry students

Fábio L. Pissetti; Rogério S. Nonô; Yoshitaka Gushikem; Gilson H. M. Dias* * e-mail: dias@iqm.unicamp.br

Instituto de Química, Universidade Estadual de Campinas, CP 6154, 13084-971 Campinas – SP, Brasil

ABSTRACT

There has been a considerable interest in coordination complexes of molecular nitrogen (N2), partly due to a possible relationship between such complexes and the nitrogen activation process in nature. The present paper describes the synthesis and infrared spectroscopic characterization of an iron-nitrogen derivative with ethylenediamine-N,N,N',N'-tetraacetate (edta) as an experiment for an undergraduate course. The topics covered here include synthesis, reactivity and spectroscopy.

Keywords: iron; edta; dinitrogen.

INTRODUÇÃO

O dinitrogênio é a molécula mais abundante na atmosfera terrestre e apesar disso não é aproveitada no metabolismo do nosso organismo. Contudo, a ativação do dinitrogênio atmosférico por sistemas biológicos é uma etapa fundamental no processo nutricional de muitos seres vivos e do nosso ecossistema. Enzimas em organismos vivos, como as da família da nitrogenase1 e complexos de alguns metais de transição2, apresentam as condições necessárias para ativar o dinitrogênio a temperatura e pressão amenas.

Tendo em vista o interesse por este fenômeno natural desde a caracterização do primeiro complexo com N2, pentamina (dinitrogênio)rutênio(II) [(NH3)5Ru(N2)]2+ em 19653,4, vários outros complexos contendo o nitrogênio molecular têm sido sintetizados e estudados devido, principalmente, à possibilidade de um melhor entendimento do mecanismo de fixação do dinitrogênio atmosférico realizado pela natureza. Este mecanismo é complexo e não completamente estabelecido, mas pode ser descrito de forma simplificada. Inicialmente ocorre a ligação do dinitrogênio ao metal no complexo/enzima com a conseqüente diminuição da força da ligação tripla entre os átomos de nitrogênio; usualmente, este processo é denominado de ativação do dinitrogênio. Em seguida procedem-se simultaneamente a redução e protonação do nitrogênio, fornecendo amônia em temperatura e pressão baixas5. Atualmente, têm-se estudado o mecanismo da ativação do dinitrogênio em complexos6,7, tendo como objetivo desenvolver um catalisador mais efetivo com metais de transição, que promova a ruptura das ligações NºN em condições mais favoráveis, possibilitando um processo catalítico mais eficiente que o oneroso processo Haber-Bosch, usado ainda hoje na produção industrial da amônia e que utiliza pressão e temperatura altas8.

O dinitrogênio é relativamente inerte devido à sua ordem de ligação alta, a não polaridade da molécula e a uma alta energia de ionização. Além disso, apresenta também uma labilidade alta quando coordenado ao centro metálico, por causa do seu baixo caráter doador de densidade eletrônica pela ligação s e receptor de densidade eletrônica pela ligação p. Sabe-se que o grau de interação do nitrogênio na formação da ligação química é altamente dependente do centro metálico, do modo de ligação, assim como do ambiente reacional5,9.

A ativação da ligação tripla do dinitrogênio coordenado pelo modo terminal em complexo mononuclear acontece de duas formas diferentes, como mostrado na Figura 1. Quando a interação é fraca (estrutura A) somente se observa uma pequena retro-doação do metal para o N2, predominando o deslocamento da densidade eletrônica da ligação s, enquanto que em uma interação forte (estrutura B) a retro-doação do metal para o N2 é dominante, então o deslocamento de densidade eletrônica para o orbital p* do dinitrogênio tem uma contribuição maior na coordenação do ligante5.


Uma ativação fraca praticamente não provoca mudança na ordem de ligação do N2, enquanto na ativação forte há uma diminuição da força de ligação, que passa a apresentar uma ordem de ligação menor que 3 (ligação tripla). Quando a molécula de nitrogênio passa a ter característica de ligação dupla (ordem 2) entre os átomos de nitrogênio, tanto a redução quanto a protonação são facilitadas, podendo assim promover a formação posterior de amônia em condições amenas5.

Além disso, a literatura descreve outros compostos mais complexos em que o dinitrogênio está coordenado ao metal. Por ex., as estruturas C e D na Figura 1 ilustram a ligação do dinitrogênio a dois metais, formando uma "ponte" entre os centros metálicos. Uma outra maneira de ligação do dinitrogênio descrita é a ligação lateral com o metal pela formação de duas ligações, como nas estruturas E, F e G. Em todos os casos, a ativação do nitrogênio depende das propriedades dos metais no complexo5.

Por essas razões, a preparação de um complexo ferro-nitrogênio é um experimento de ensino para alunos de graduação com um significante valor de aprendizado teórico e prático. Abordam-se conceitos de reatividade, labilidade e retro-doação. Além disso, o complexo é separado através de uma recristalização atípica, onde o produto final é solidificado a partir de sua forma oleosa.

Em acréscimo, os reagentes e materiais usados na experiência apresentam baixo custo e são de fácil obtenção, facilitando a preparação e implementação do experimento em um laboratório de ensino de graduação. O experimento, como descrito, foi realizado na disciplina de Química Inorgânica Experimental II (QI-542) ministrada para estudantes do penúltimo semestre do curso de Bacharelado/Tecnológica em Química da UNICAMP nos últimos 3 anos.

PARTE EXPERIMENTAL

O procedimento utilizado neste experimento teve como base o descrito por Basallote et al10, que pode ser concluído em um período máximo de 16 h. O Esquema 1 mostra um fluxograma indicando o tempo total utilizado nas aulas do curso onde o experimento foi realizado. Possivelmente, o experimento como descrito possa ser realizado em 3 aulas de 4 h cada. São necessárias quatro etapas para a preparação do produto final. Se no laboratório onde será feito o experimento tiver o ácido etilenodiaminatetrácetico, a primeira etapa não é necessária.


Preparação do ácido etilenodiaminatetrácetico (H4edta)

Dissolva 5,0 g (0,013 mol) de Na2H2edta comercial em 300 mL de água destilada. Em seguida, adicione lentamente HCl concentrado sob agitação para que ocorra a precipitação do H4edta. Evite um pH < 3 pelo controle da acidez com um papel indicador, porque o produto é solúvel em um meio muito ácido. Filtre o precipitado branco a vácuo e lave-o com porções de água até eliminar traços de acidez. Por fim, lave o precipitado com etanol e seque-o por 20 min em estufa a 100 °C. Pese o produto e calcule o número de moles de H4edta obtido, porque este deve estar em excesso de 20% em relação ao Fe(OH)3.

Preparação do Fe(OH)3

Dissolva um sal de Fe(III) (foi usado FeCl3.6H2O), em uma quantidade molar 20% menor que a obtida para H4edta, em 100 mL de água destilada. Adicione lentamente hidróxido de amônio concentrado com agitação até que a solução apresente um pH básico. O produto é filtrado a vácuo e lavado sucessivamente com porções de água, até que a água de lavagem esteja neutra. Não é necessário secar completamente este produto vermelho escuro para seu uso na próxima etapa.

Preparação do complexo precursor de Fe(III) - [Fe(Hedta)(H2O)].H2O

Toda a quantidade de H4edta e Fe(OH)3 preparada é colocada em um béquer de 250 mL com 100 mL de água destilada. Essa mistura é agitada por 2 h à temperatura de 70 °C em banho-maria. Depois desse período, a mistura reacional é resfriada e o H4edta sólido em excesso, que não reagiu com o Fe(OH)3, é eliminado por filtração.

Diminua o volume total do filtrado até 50 mL com o auxílio de um evaporador rotativo, não deixando a temperatura do banho ultrapassar 70 °C. Transfira a solução resultante para um erlenmeyer. Adicione, com agitação, porções de acetona (50 a 100 mL) para a precipitação do produto. Inicialmente, a solução é límpida, depois turva, para finalmente ocorrer a precipitação completa do produto amarelo-esverdeado. O produto é separado através de uma filtração a vácuo e seco à temperatura ambiente.

Neste primeiro período de 8 h de aula prática foi sintetizado o material de partida, restando apenas a última etapa de síntese e a caracterização do produto final.

Preparação do complexo Na2[Fe(edta)(N2)].2H2 O

Uma amostra de 0,5 g (0,0012 mol) do complexo [Fe(Hedta)(H2O)].H2O é dissolvida em 20 mL de água previamente deaerada com fluxo de nitrogênio gasoso em um erlenmeyer de 125 mL. É aconselhável não adicionar um excesso de água, pois dificulta a precipitação do produto. Mantenha o fluxo do gás nitrogênio na solução e a agitação constante durante todo o procedimento. Em seguida, é adicionado a esta solução 0,5 g de azida de sódio (NaN3 - 0,0077 mol). A solução imediatamente muda de amarela para laranja escura. Agite a solução reacional por 1 h e 30 min à 70 °C em banho-maria. Não ultrapasse o período de 2 h de reação, pois o produto com dinitrogênio coordenado lábil pode não ser obtido. A solução resultante é resfriada à temperatura ambiente, e adiciona-se 40-50 mL de etanol para se obter um óleo marrom, que fica aderido às paredes do recipiente. O sobrenadante é eliminado e adicionado mais 20 mL de etanol com agitação vigorosa. O produto aderido nas paredes do recipiente é raspado com uma espátula, resultando em um pó marrom. O etanol é descartado e o produto seco apenas com o fluxo de N2. O rendimento médio obtido pelos alunos foi de 70%.

Caracterização dos complexos

Ambos os produtos obtidos com os ligantes H2O e N2 foram analisados através de espectroscopia vibracional na região de infravermelho em pastilhas de KBr, usando um aparelho Nicolet Impact 410. O intuito desta comparação entre os produtos é evidenciar a ligação Fe-N2. Estas medidas devem ser feitas logo depois da preparação do complexo ferro(II)-nitrogênio, porque a intensidade da banda referente ao estiramento do dinitrogênio diminui com o decorrer do tempo. Isto ocorre devido a labilidade do dinitrogênio coordenado, que vai sendo deslocado pela água presente na atmosfera. Além da diminuição da banda no espectro de infravermelho, se o produto for mantido em contato com o ar por um período mais prolongado vai deliqüescer, ficando com um aspecto oleoso.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O uso de edta em excesso de 20% na sua forma tetrácida (H4edta) em vez do edta dissódio (Na2H2edta) comercial é para que ocorra a formação única do complexo precursor [Fe(Hedta)(H2O)].H2O na reação do edta com Fe(OH)3, com um dos grupos carboxilatos do edta livre. Este reage prontamente com N3- gerando o complexo de dinitrogênio pela substituição da água na sexta posição de coordenação do centro metálico. Por outro lado, o uso do Na2H2edta levaria à formação de complexo com o edta hexacoordenado com o bloqueio de todas as coordenações do ferro, o que inviabilizaria a síntese posterior do complexo ferro-dinitrogênio.

A reação observada na síntese do complexo Fe-N2 é análoga àquela que ocorre com a azida de sódio na bolsa de ar de veículos, onde o cátion Na é reduzido ao seu estado metálico, enquanto a azida é oxidada a dinitrogênio. Acredita-se que a reação de [Fe(Hedta)(H2O)].H2O seja iniciada pela adição do pseudo-haleto N3- ao centro metálico Fe(III), seguida de uma reação de oxi-redução:

[Fe(Hedta)(H2O)].H2O + 2NaN3® Na2[Fe(edta)(N2)].2H2 O + 2N2

Na reação acima a H2O é substituída pelo N3-. O Fe(III) é reduzido a Fe(II), diamagnético, e oxida o íon N3- a N2. Uma outra molécula de N3- retira o H+ do grupo carboxílico livre no edta coordenado.

No produto [Fe(II)(edta)(N2)]2- (Figura 2), o dinitrogênio coordenado é lábil. Por esta razão é imprescindível manter a concentração do gás N2 alta pelo borbulhamento no meio durante toda a reação, para evitar que a H2O substitua o N2 coordenado. Neste ponto do experimento, pode-se abordar o conceito de labilidade, comparando os estados de oxidação do ferro, a presença de ligantes diferentes e a necessidade do uso do fluxo de nitrogênio.


O produto Na2[Fe(edta)N2].2H2 O é facilmente caracterizado por espectroscopia na região do infravermelho. A Figura 3 apresenta uma superposição dos espectros dos complexos de Fe(III) com a água e de Fe(II) com o dinitrogênio coordenado. A banda mais característica do complexo de Fe-N2 corresponde ao modo de estiramento da ligação NºN do dinitrogênio ligado ao ferro. A posição desta banda é uma medida do caráter covalente da ligação metal-nitrogênio, a banda do dinitrogênio livre é observada em 2331 cm-111. Uma diminuição do número de onda deste modo vibracional de estiramento sugere uma interação mais forte entre o Fe-N2, evidenciando-se uma polarização pequena na molécula de dinitrogênio5 por causa da retro-doação do Fe(II) d6, como ilustrado na Figura 4.



Os espectros no infravermelho mostrados na Figura 3 apresentam na região de 1620 cm-1 os estiramentos assimétrico e simétrico dos carboxilatos do edta. A banda que identifica o complexo Fe-N2 (Fe(II) d6) aparece por volta de 2047 cm-1 no espectro b, como descrito na literatura10,12. Neste ponto, uma comparação entre as energias da banda de estiramento do N2 em outros complexos de metal de transição permitiria verificar o grau de retro-doação em diferentes complexos. No complexo preparado há um sinergismo entre a ligação s e a retro-doação p, gerando um pequeno decréscimo no número de onda do estiramento do dinitrogênio. Isto acontece devido a um pequeno deslocamento de densidade eletrônica do metal para o orbital p* do dinitrogênio. Já o complexo {[(Me3SiNCH2CH2)3N] Mo}2(N2)Mg(THF)2 apresenta a banda de estiramento do dinitrogênio em 1719 cm-1, o que evidencia maior retro-doação. Isto ocorre porque o deslocamento de densidade eletrônica do metal para o orbital p* é mais intensa e, por conseqüência a diminuição da ordem da ligação do dinitrogênio é maior. Outro complexo em que a retro-doação predomina fortemente é o {[iPr2PCH2 SiMe2)2N]Zr(OAr)}2 (m-h2:h2-N2) com o estiramento do dinitrogênio em 751 cm-1. O número de onda da banda de estiramento da ligação NºN diminui com o acréscimo da densidade eletrônica no átomo central. Isto explica a razão da inexistência de complexos Fe-N2 para Fe(III) d5, onde o sinergismo da retro-doação é quase nula13.

Além da espectroscopia na região do infravermelho, o complexo pode também ser caracterizado através de análise elementar e pelo espectro eletrônico na região ultravioleta/visível12. Com este dado pode-se estender o experimento e fazer uma introdução à teoria do campo cristalino14.

CONCLUSÃO

O método para a síntese do complexo ferro-dinitrogênio é relativamente simples e não há necessidade de nenhuma vidraria e de equipamentos diferenciados daqueles normalmente encontrados em um laboratório de ensino. Além disso, o experimento ilustra a obtenção não usual de um produto final, que na forma inicial de um óleo é posteriormente solidificado e seco apenas com um fluxo de nitrogênio.

A identificação do produto com o N2 coordenado ao átomo central de ferro é simples. Em princípio, é necessário apenas o espectro na região de infravermelho.

No decorrer do experimento alguns conceitos de química inorgânica, reatividade e retro-doação podem ser abordados utilizando-se aspectos práticos que surgiram na síntese dos complexos, auxiliando os alunos de graduação no aprofundamento dos conceitos abordados.

Recebido em 7/12/05; aceito em 28/7/06; publicado na web em 26/3/07

  • 1. Yandulov, D. M.; Schrock, R. R.; Science 2003, 301, 76.
  • 2. Hidai, M.; Coord. Chem. Rev. 1999, 186, 99.
  • 3. Allen, A. D.; Senoff, C. V.; J. Chem. Soc., Chem. Commun. 1965, 621.
  • 4. Senoff, C. V.; J. Chem. Educ. 1990, 67, 368.
  • 5. Fryzuk, M. D.; Johnson, S. A.; Coord. Chem. Rev. 2000, 200, 379.
  • 6. Pool, J. A.; Lobkovsky, E.; Chirik, P. J.; Nature 2004, 427, 527.
  • 7. MacLachlan, E. A.; Fryzuk, M. D.; Organometallics 2006, 25, 1550.
  • 8. Shriver, D. F.; Atkins, P. W.; Langford, C. H.; Inorganic Chemistry, Oxford University Press: Oxford, 1990.
  • 9. Tuczek, F.; Lehnert, N.; Angew. Chem., Int. Ed. 1998, 37, 2636.
  • 10. Bassalote, M. G.; Lopez-Alcala, J. M.; Vizcaino, M. C. P.; Gonzalez-Vilchez, F.; Inorg. Synth. 1986, 24, 207.
  • 11. Nakamoto, K.; Infrared and Raman Spectra of Inorganic and Coordination Compounds, 5th ed., John Wiley & Sons: New York, 1997.
  • 12. Lopez-Alcala, J. M.; Puerta, M. C.; Gonzalez-Vilchez, F.; Polyhedron 1984, 3, 623.
  • 13. Chatt, J.; Dilworth, R.; Richards, R. L.; Chem. Rev. 1978, 78, 6.
  • 14. Gushikem, Y.; Quim. Nova 2005, 28, 153.
  • *
    e-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      28 Maio 2007
    • Data do Fascículo
      Jun 2007
    Sociedade Brasileira de Química Secretaria Executiva, Av. Prof. Lineu Prestes, 748 - bloco 3 - Superior, 05508-000 São Paulo SP - Brazil, C.P. 26.037 - 05599-970, Tel.: +55 11 3032.2299, Fax: +55 11 3814.3602 - São Paulo - SP - Brazil
    E-mail: quimicanova@sbq.org.br