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Constituintes químicos e avaliação da atividade antibacteriana de Macroptilium lathyroides (L.) Urb. (Fabaceae)

Chemical constituents and evaluation of antibacterial activity of Macroptilium lathyroides (L.) Urb. (Fabaceae).

Resumo

The chemical investigation of the stems and branches of Macroptilium lathyroides led to the isolation of a mixture of β-sitosterol and stigmasterol. The extracts from the roots allowed the isolation of lasiodiplodin, a mixture of stigmast-4-en-6β-ol-3-one and stigmast-4,22-dien-6β-ol-3-one, de-O-methyllasiodiplodin, genistein and lupinalbin A. The structures of the isolated compounds were assigned on the basis of their NMR data, including comparison of their spectral data with values described in the literature. The antibacterial activity of crude extracts from stems, branches and roots was evaluated. This is the first report involving the chemical investigation of this species.

Macroptilium lathyroides; lasiodiplodin derivatives; coumaronochromone


Macroptilium lathyroides; lasiodiplodin derivatives; coumaronochromone

ARTIGO

Constituintes químicos e avaliação da atividade antibacteriana de Macroptilium lathyroides (L.) Urb. (Fabaceae)

Chemical constituents and evaluation of antibacterial activity of Macroptilium lathyroides (L.) Urb. (Fabaceae).

Leôncio M. de SousaI; Roberto W. da S. GoisI; Telma L. G. LemosI; Ângela M. C. ArriagaI; Manoel Andrade-NetoI; Gilvandete M. P. SantiagoII,* * e-mail: gil@ufc.br # Departamento de Química, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiroa ; Raimundo Braz-FilhoIII,# * e-mail: gil@ufc.br # Departamento de Química, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiroa ; José G. M. da CostaIV; Fabiola F. G. RodriguesIV

IDepartamento de Química Orgânica e Inorgânica, Universidade Federal do Ceará, 60451-970 Fortaleza – CE, Brasil

IIDepartamento de Farmácia, Universidade Federal do Ceará, Rua Capitão Francisco Pedro, 1210, 60430-370 Fortaleza – CE, Brasil

IIICentro de Ciências e Tecnologias, Universidade Estadual do Norte Fluminense, 28013-602 Campos dos Goytacazes – RJ, Brasil

IVDepartamento de Química Biológica, Universidade Regional do Cariri, 63105-000 Crato – CE, Brasil

ABSTRACT

The chemical investigation of the stems and branches of Macroptilium lathyroides led to the isolation of a mixture of β-sitosterol and stigmasterol. The extracts from the roots allowed the isolation of lasiodiplodin, a mixture of stigmast-4-en-6β-ol-3-one and stigmast-4,22-dien-6β-ol-3-one, de-O-methyllasiodiplodin, genistein and lupinalbin A. The structures of the isolated compounds were assigned on the basis of their NMR data, including comparison of their spectral data with values described in the literature. The antibacterial activity of crude extracts from stems, branches and roots was evaluated. This is the first report involving the chemical investigation of this species.

Keywords:Macroptilium lathyroides; lasiodiplodin derivatives; coumaronochromone.

INTRODUÇÃO

O gênero Macroptilium, pertencente à família Fabaceae, compreende cerca de 20 espécies distribuídas nas Américas. Algumas espécies deste gênero são usadas como forrageiras, como adubo verde e na medicina popular.1

Macroptilium lathyroides (L.) Urb., conhecida popularmente como "Feijão-de-Pombinha" ou "Feijão-do-Campo",2 é originária da parte tropical da América do Sul e foi introduzida na Índia tropical e subtropical, Austrália, África e Sudeste da América do Norte.3

A ausência de relatos sobre a composição química desta espécie serviu como estímulo adicional para a investigação fitoquímica da mesma.

O presente trabalho descreve os resultados obtidos do estudo fitoquímico dos galhos, talos e raízes de M. lathyroides e, ainda, os resultados da avaliação da atividade antibacteriana dos seus extratos brutos.

PARTE EXPERIMENTAL

Procedimentos experimentais gerais

Os pontos de fusão foram determinados em aparelho Mettler Toledo, com placa aquecedora modelo FP82HT e central de processamento FP90, acoplado a um microscópio óptico monocular. As determinações foram realizadas a uma velocidade de aquecimento de 5 ºC/min e os valores obtidos não foram corrigidos.

Os espectros de absorção na região do infravermelho (IV) foram obtidos em espectrômetro ABB, modelo FTLA 2000-102, utilizando-se pastilhas de KBr.

Os espectros 1D e 2D de ressonância magnética nuclear (RMN) foram registrados em espectrômetro Bruker DRX-500, operando a 500,13 MHz para 1H e 125,75 MHz para 13C. Os deslocamentos químicos (δH e δC) são dados em δ (ppm), tendo como referência interna o sinal residual do solvente usado. CDCl3, metanol-d4 e acetona-d6 foram utilizados como solventes.

Os espectros de massas de baixa resolução foram obtidos por impacto eletrônico a 70 eV em espectrômetro Shimadzu, modelo QP 5000, DI-50.

A determinação de rotação óptica foi realizada em um Polarímetro 341 da Perkin-Elmer, à temperatura de 20 ºC.

Para as cromatografias de adsorção em coluna (CC) utilizou-se gel de sílica 60 (0,063-0,200 mm, Vetec) ou gel de sílica 60 (0,04-0,063 mm, Merck) como fase estacionária. Utilizou-se na eluição cromatográfica os solventes hexano, diclorometano, acetato de etila e metanol, puros ou em misturas binárias em gradiente de polaridade crescente. As análises cromatográficas em camada delgada (CCD) foram efetuadas em gel de sílica 60 G (Vetec) sobre suporte de vidro e em gel de sílica 60 F254 sobre poliéster (Merck). A visualização dos compostos em CCD foi realizada por irradiação com luz ultravioleta em λmax 254 e 365 nm, utilizando lâmpada Vilber Lourmat modelo VL-4LC, e/ou pela aspersão com solução de vanilina, seguida de aquecimento com soprador térmico.

Material vegetal

Talos, galhos, folhas e raízes de Macroptilium lathyroides foram coletados em agosto de 2009 no município de Pentecoste – CE. A identificação botânica desta espécie foi realizada pelo Professor Edson Pereira Nunes, do Departamento de Biologia da Universidade Federal do Ceará. A exsicata do material vegetal encontra-se depositada no Herbário Prisco Bezerra, da Universidade Federal do Ceará, sob o número 45047.

Extração e isolamento dos constituintes químicos

Os galhos e talos de M. lathyroides (1531,0 g), após secagem e trituração, foram submetidos a extrações sucessivas, à temperatura ambiente, com hexano (Hex), acetato de etila (AcOEt) e etanol (EtOH), resultando na obtenção de 14,4 g, 15,6 g e 56,0 g de extratos, respectivamente. Uma alíquota do extrato hexânico (9,3 g) foi fracionada em gel de sílica, utilizando Hex, diclorometano (CH2Cl2), AcOEt e metanol (MeOH), puros ou em misturas binárias, como eluentes. A fração Hex/CH2Cl2 50% (6,2925 g) foi submetida a novo tratamento cromatográfico em gel de sílica com misturas de Hex/ CH2Cl2 em ordem crescente de polaridade. A subfração Hex/CH2Cl2 70% (0,1171 g) forneceu a mistura contendo os esteroides β-sitosterol (1) e estigmasterol (2).4

As raízes de M. lathyroides (1226,0 g), após secagem e trituração, foram submetidas a extrações sucessivas, à temperatura ambiente, com Hex, AcOEt e EtOH, resultando na obtenção de 5,4 g, 10,0 g e 19,0 g de extratos, respectivamente. O extrato hexânico (5,4 g) foi adsorvido em gel de sílica e submetido a coluna cromatográfica, utilizando-se Hex, CH2Cl2, AcOEt e MeOH puros ou em misturas binárias como eluentes. A fração Hex/CH2Cl2 50% (0,3791 g) foi fracionada em gel de sílica utilizando Hex, CH2Cl2, AcOEt e MeOH como eluentes. A subfração Hex/CH2Cl2 50% (0,2386 g) foi submetida a uma cromatografia flash em gel de sílica (0,04-0,063 mm), utilizando como eluentes CH2Cl2 e AcOEt em gradiente crescente de polaridade, obtendo-se na subfração 16-20 (CH2Cl2/AcOEt 10%), um sólido cristalino incolor (0,828 g), identificado como sendo o macrolidio conhecido (R)-lasiodiplodina (3).5-7 A subfração 39-112 (CH2Cl2/AcOEt 10%, 0,577 g), obtida do primeiro fracionamento por cromatografia flash, foi submetida a cromatografia flash, utilizando como eluentes CH2Cl2 e AcOEt em gradiente crescente de polaridade. A fração CH2Cl2/AcOEt 10% (0,0123 g) forneceu a mistura dos esteroides estigmast-4-en-6β-ol-3-ona (4)8 e estigmast-4,22-dien-6β-ol-3-ona (5).9

Parte do extrato AcOEt das raízes de M. lathyroides (9,2 g) foi cromatografada em coluna de gel de sílica eluída com Hex, CH2Cl2, AcOEt e MeOH puros ou em misturas binárias. A fração 11-14 (CH2Cl2, 0,5630 g) foi submetida a uma cromatografia flash, utilizando gradiente de eluição composto por Hex e AcOEt. A subfração 17-48 (Hex/AcOEt 20%, 0,464 g) foi novamente submetida a cromatografia flash, utilizando Hex/AcOEt 70% como eluente, resultando no isolamento de um sólido cristalino incolor (0,0071 g), identificado como sendo o macrolidio conhecido (R)-des-O-metil-lasiodiplodina (6).10

A fração 15-16 (CH2Cl2/AcOEt 50%, 1,1876 g), obtida a partir do primeiro tratamento cromatográfico do extrato AcOEt das raízes de M. lathyroides, também foi submetida à cromatografia flash, utilizando Hex/AcOEt em gradiente crescente de polaridade. A subfração 150-170 (Hex/AcOEt 30%) forneceu um sólido incolor (0,0454 g), identificado como sendo a cumaronocromona lupinalbina A (7).11,12 A subfração 183-213 (Hex/AcOEt 30%, 0,1138 g) foi purificada por cromatografia flash, obtendo-se na fração Hex/AcOEt 25% um sólido incolor (0,0177 g), identificado como sendo a isoflavona genisteína (8).13

Avaliação da atividade antibacteriana e determinação da concentração inibitória mínima (CIM)

A atividade antibacteriana dos extratos brutos foi avaliada através do método de microdiluição, com base no documento M7-A6 do NCCLS.14 No ensaio foram utilizadas duas linhagens de bactérias Gram (-) e três Gram (+), sendo estas linhagens padrão e isolados clínicos multirresistentes: Escherichia coli (27), isolada de escarro e Staphylococcus aureus (358), isolada de ferida cirúrgica. Todas as linhagens foram fornecidas gentilmente pela Dra. Edeltrudes de Oliveira Lima, chefe do Laboratório de Micologia Clínica da Universidade Federal da Paraíba - UFPB.

Previamente aos testes, as cepas bacterianas foram ativadas em meio Brain Hear Infusion Broth (BHI 3,8%) para o crescimento bacteriano, a 35 ± 2 ºC por 24 h. Após esse subcultivo, o inóculo foi padronizado a partir de uma suspensão bacteriana a uma concentração final de aproximadamente 1 × 108 UFC/mL (0,5 unidades de turbidez nefelométrica- escala McFarland). Em seguida, essa suspensão foi diluída a 1 × 106 UFC/mL em caldo BHI a 10%, e volumes de 100 µL foram adicionados e então homogeneizados nos poços de uma placa de microdiluição acrescido de diferentes concentrações das amostras, resultando num inóculo final de 5 × 105 UFC/mL.14

10 mg dos extratos foram diluídas em 1 mL de dimetilsulfóxido (concentração final = 10 mg/mL). Após isso, as soluções foram novamente diluídas, antes dos testes, para 1024 µg/mL em água destilada. Outras diluições seriadas foram realizadas através da adição de caldo BHI para alcançar uma concentração final no intervalo de 512 a 8 µg/mL. Todos os experimentos foram realizados em triplicata e as placas de microdiluição foram incubadas a 35 ± 2 ºC por 24 h. A atividade antibacteriana foi detectada através do método colorimétrico pela adição de 25 µL de solução de resazurina (0,01%) após o período de incubação.15 A concentração inibitória mínima (CIM) foi definida como a menor concentração das amostras capaz de inibir o crescimento de bactérias, como indicado pela coloração da resazurina.

Dados físicos dos metabólitos secundários isolados

(R)-Lasiodiplodina (3)

Cristais incolores; Pf.: 182,4-183,9 ºC (lit.7 182 ºC); [α]D25 + 10º (c 0,05, CH2Cl2) (lit.7,10 [α]D20 + 7,3º (c 0,86, MeOH); IV νmáx (KBr) cm-1: 3392, 3100, 2930, 1693,1608, 1165, 1094; RMN 1H (500 MHz, CDCl3) - δH (multiplicidade, J em Hz): 1,23 (H-6a); 1,26 (H-8a); 1,33 (d, J = 6,4 Hz, H-17); 1,40 (H-8b); 1,41 (H-5a); 1,42 (H-7); 1,63 (H-6b); 1,64 (H-9); 1,64 (m, H-4a); 1,66 (H-5b); 1,91 (m, H-4b); 2,47 (m, H-10a); 2,64 (m, H-10b); 3,70 (s, OCH3); 5,29 (m, H-3); 6,21 (sl, H-11 e H-13); RMN 13C (125 MHz, CDCl3) – δC: 19,72 (CH3-17); 21,58 (CH2-5); 24,40 (CH2-6); 25,69 (CH2-8); 26,61 (CH2-7); 30,26 (CH2-9); 30,63 (CH2-10); 32,58 (CH2-4); 56,01 (12-OCH3); 72,65 (CH-3); 97,22 (CH-13); 108,58 (CH-11); 117,56 (C-15); 143,21 (C-16); 157,92 (C-14); 158,18 (C-12); 169,39 (C-1).

(R)-Des-O-metil-lasiodiplodina (6)

Cristais incolores; Pf.: 128,2-129,1 ºC (lit.10 127-128 ºC); [α]D25 + 18º (c 0,33, CH2Cl2) (lit.9 [α]D25 + 13,2º (c 0,265, CHCl3); IV νmáx (KBr) cm-1: 3435, 2925, 2854, 1637,1585, 1465, 1263; RMN 1H (500 MHz, CDCl3) - δH (multiplicidade, J em Hz): 1,37 (d, 6,2, H-17); 1,42 (m, H-7a); 1,43 (m, H-6a, H-6b); 1,52 (m, H-8a, H-8b); 1,52-1,68 (m, H-9a, H-9b); 1,57-169 (m, H-5a, H-5b) 1,63 (H-7b); 1,79 (m, H-4a); 1,93 (m, H-4b); 2,51 (m, H-10a); 3,29 (m, H-10b); 5,18 (H-3); 6,23 (d, 2,5, H-11); 6,28 (d, 2,5, H-13); 11,95 (s, OH) RMN 13C (125 MHz, CDCl3) – δC: 20,31 (CH3-17); 21,37 (CH2-7); 24,35 (CH2-6); 24,87 (CH2-5); 27,44 (CH2-8); 30,99 (CH2-9); 31,30 (CH2-4); 33,74 (CH2-10); 75,32 (CH-3); 101,58 (CH-13); 105,79 (C-15); 110,92 (CH-11); 149,65 (C-16); 160,25 (C-12); 165,65 (C-14); 172,06 (C-1).

Lupinalbina A (7)

Cristais incolores; IV νmáx (KBr) cm-1: 3340, 2913, 1612, 1585, 1439, 1239; RMN 1H (500 MHz, CD3OD, (CD3)2CO) - δH (multiplicidade, J em Hz): 6,29 (d, 2,3, H-6); 6,47 (d, 2,3, H-8); 6,90 (dd, 8,9, 3,0, H-5'); 7,00 (d, 3,0, H-3'); 7,74 (d, 8,9, H-6'); RMN 13C (125 MHz, CD3OD, (CD3)2CO) – δC: 95,96 (CH-8); 99,58 (CH-6); 99,75 (C-3); 100,95 (CH-3'); 104,61 (C-10); 114,83 (CH-5'); 115,30 (C-1'); 122,84 (CH-6'); 151,93 (C-2'); 156,59 (C-9); 157,87 (C-4'); 164,07 (C-5); 165,17 (C-7); 166,16 (C-2); 180,01 (C-4).

Genisteína (8)

Cristais incolores; Pf.: 295,6 – 296,7 ºC (lit.13 296 - 297 ºC); IV νmáx (KBr) cm-1: 3413, 2532, 2341, 2256, 1639, 1571, 1519; RMN 1H (500 MHz, CD3OD) - δH (multiplicidade, J em Hz): 6,21 (d, 2,2, H-6); 6,32 (d, 2,2, H-8); 6,84 (dd, 8,7, H-3'/H-5'); 7,36 (dd, 8,7, H-2'/H-6'); 8,03 (s, H-2); RMN 13C (125 MHz, CD3OD) – δC: 94,96 (CH-8); 100,30 (CH-6); 106,45 (C-10); 116,42 (CH-3'/CH-5'); 123,49 (C-1'); 124,90 (C-3); 131,53 (CH-2'/CH-6'); 154,91 (CH-2); 158,96 (C-4'); 159,87 (C-9); 164,00 (C-5); 166,13 (C-7); 182,40 (C-4).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O estudo químico do extrato hexânico dos talos e galhos de M. lathyroides resultou no isolamento e identificação da mistura de esteroides β-sitosterol (1) e estigmasterol (2).4 Do extrato hexânico das raízes de M. lathyroides foram isolados e identificados o macrolidio (R)-lasiodiplodina (3)5-7 e a mistura de esteroides estigmast-4-en-6β-ol-3-ona (4)8 e estigmast-4,22-dien-6β-ol-3-ona (5)9 e do extrato acetato de etila das raízes foram isoladas e identificados (R)-des-O-metil-lasiodiplodina (6),10 lupinalbina A (7)11,12 e genisteína (8)13 (Figura 1). As estruturas destes metabólitos secundários isolados foram elucidadas através da análise dos dados espectrais 1D de RMN 1H, RMN13C ({1H} e DEPT) e 2D de correlações homonuclear (1H-1H-COSY) e heteronuclear, HSQC (1H-13C-1JCH), HMBC (1H-13C-nJCH, n≥2), envolvendo comparação com os valores registrados na literatura. A análise comparativa dos espectros de RMN13C-{1H} e RMN13C-DEPT de cada substância foi utilizada para identificar os átomos de carbono metílicos, metilênicos, metínicos e quaternários.


A utilização extensiva de dados espectrais de RMN 1D e 2D permitiram a completa e inequívoca atribuição dos deslocamentos químicos dos átomos de hidrogênio (δH) e carbono (δC) das substâncias naturais descritas na parte experimental.

As percentagens dos esteroides (1) e (2) presentes na mistura isolada a partir do extrato hexânico dos talos e galhos de M. lathyroides foram deduzidas através da análise das integrações dos sinais do H-6 (1 e 2) e H-22 (2) reveladas pelo espectro de RMN 1H,16 obtendo-se percentuais aproximados de 65,75 % e 34,25 % para β-sitosterol (1) e estigmasterol (2), respectivamente.

A análise dos dados de RMN da substância (3) sugeriu a presença de um anel aromático tetrassubstituído, com átomos de hidrogênio representados pelo sinal em δH 6,21 (sl, 2H), observado no espectro de RMN 1H, correlacionado no HSQC com os sinais de átomos de carbono em δC 108,58 (CH-11) e 97,22 (CH-13) nos espectros de RMN 13C ({1H} e DEPT). Observou-se também a presença de um dupleto em δH 1,33 (J = 6,2 Hz, 3H-17) no espectro de RMN 1H, representando pela integração três hidrogênios, atribuído aos hidrogênios de um grupo metila ligado a carbono metínico e de um simpleto em δH 3,70, integrado para três hidrogênios, atribuído aos hidrogênios de uma metoxila. O multipleto em δH 5,29 (1H) foi atribuído a um hidrogênio oximetínico (H-3). Os sinais em δC 19,72, 56,01 e 72,65 confirmaram a presença do grupo metila, da metoxila ligada a carbono aromático e do carbono oximetínico, respectivamente. O sinal em δC 169,39 no espectro de RMN13C foi atribuído à presença de carbono de carbonila lactônica conjugada, que foi confirmada pela presença da banda de absorção centrada em 1693 cm-1 no seu espectro na região do infravermelho. Estas deduções, juntamente com a análise dos espectros 2D HSQC e HMBC e a comparação com dados descritos na literatura5,6 permitiram identificar a substância (3) como o macrolidio lasiodiplodina, substância que foi isolada de Lasiodiplodia theobromae,17Euphorbia splendens5 (Euphorbiaceae), Euphorbia fidijiana18 (Euphorbiaceae), Annona dioica19 (Annonaceae), Ercybe expansa20 (Convolvulaceae), Ficus nervosa21 (Moraceae) e Cyphostemma greveana22 (Vitaceae).

A configuração do átomo de carbono C-3 da lasiodiplodina (3) foi deduzida através da comparação de seu respectivo valor de rotação óptica específica com os valores descritos na literatura para ambos os enantiômeros da lasiodiplodina (3).7 Assim, concluiu-se que o átomo de carbono C-3 da substância 3 possui configuração R.

O espectro na região do infravermelho da mistura das substâncias (4) e (5) apresentou bandas características de deformação axial de grupo hidroxila e de grupo carbonila em sistema α,β-insaturado. O espectro de RMN 1H apresentou sinais múltiplos na região entre δH 0,75-2,55, que foram atribuídos a átomos de hidrogênio metílicos, metilênicos e metínicos compatíveis com a estrutura de esteroides. Esse espectro mostrou ainda sinais em δH 5,82, 5,15 e 5,03 característicos de hidrogênios ligados a carbonos olefínicos. Os sinais em δC 200,68 (C-3, 4/5), 168,72/168,69 (C-5, 4/5), 138,34 (CH-22, 5), 129,71 (CH-23, 5) e 126,55 (CH-4, 4/5) observados nos espectros de RMN13C ({1H} e DEPT), confirmaram a presença de uma carbonila α,β-insaturada e sugeriram, em combinação com o sinal em δC 73,51 (CH-6), a estrutura de um ceto-esteroide. A comparação desses dados com valores de RMN 1H e 13C registrados na literatura permitiram identificar a mistura de esteroides estigmast-4-en-6β-ol-3-ona (4)8 e estigmast-4,22-dien-6β-ol-3-ona (5).9

O espectro de RMN 1H da substância (6) apresentou-se bastante semelhante ao da (R)-lasiodiplodina (3). A principal diferença observada restringiu-se à ausência do sinal correspondente aos átomos de hidrogênio da metoxila. A comparação dos dados espectroscópicos com os da literatura10 permitiu identificar a substância (6) como sendo o macrolidio (R)-des-O-metil-lasiodiplodina (6). Esta substância (6) foi anteriormente isolada de Durio zibethinus10 (Bombacaceae), Euphorbia fidijiana18 (Euphorbiaceae), Arnebia euchroma23 (Boraginaceae), Anthocleista grandiflora24 (Gentianaceae), Kirkia acuminata25 (Simaroubaceae) e de fungos endofíticos.26

O espectro na região do infravermelho da substância (7) apresentou bandas compatíveis com a presença de hidroxila fenólica e carbonila conjugada. A presença de dois dupletos em δH 6,29 (J = 2,3Hz, 1H) e 6,47 (J = 2,3 Hz, 1H) no espectro de RMN 1H da substância (7) sugeriu a presença de átomos de hidrogênios em acoplamento meta em anel aromático tetrassubstituído. Os sinais em δH 6,90 (dd, J = 8,9 Hz e 3,0 Hz), 7,00 (d, J = 3,0 Hz) e 7,74 (d, J = 8,9 Hz) sugeriram a presença de um anel aromático 1,2,4-trissubstituído. A análise dos dados de RMN 13C ({1H} e DEPT) revelou, além dos sinais relativos aos átomos de carbono metínicos dos dois anéis aromáticos, um sinal em δC 180,01 que foi atribuído a um carbono carbonílico e nove sinais atribuídos a átomos de carbono sp2 não hidrogenados (incluindo seis oxigenados). Essas deduções, juntamente com a análise dos espectros 2D HSQC e HMBC e a comparação com dados descritos na literatura11,12 permitiram identificar 7 como a cumaronocromona lupinalbina A, substância anteriormente isolada de Lupinus albus11 (Fabaceae), Iris pseudacorus12 (Iridaceae), Lotus creticus27 (Fabaceae) e Lupinus various28 (Fabaceae).

Através da análise do espectro de RMN 1H da substância (8) foi verificada a presença de um simpleto característico do H-2 de isoflavona em δH 8,03, de dois sinais que sugeriram a presença de um sistema do tipo AA'BB' de anel aromático para-dissubstituído em δH 7,36 (J = 8,6, 2H, H2'/H6') e 6,84 (J = 8,6, 2H, H3'/H-5'), além de dois dupletos em δH 6,32 (J = 2,1 Hz, 1H) e 6,21 (J = 2,1 Hz, 1H), sugerindo a presença de um anel aromático tetrassubstituído sustentando dois átomos de hidrogênio meta posicionados. A análise comparativa dos espectros de RMN 13C-{1H} e RMN13C-DEPT 135 permitiu reconhecer cinco sinais de carbonos metínicos (todos sp2) e oito carbonos não hidrogenados (todos sp2), inclusive um carbonílico em δC 182,40 e mais quatro oxigenados. Estes dados, juntamente com a análise dos espectros 2D HSQC e HMBC e a comparação com dados descritos na literatura,13 permitiram identificar a substância 8 como a isoflavona genisteína.

O extrato hexânico dos talos e galhos (EHTG) e o extrato em acetato de etila das raízes (EAR) foram avaliados frente às bactérias Staphylococcus aureus (ATCC-12692), Pseudomonas aeruginosa (ATCC-15442), Bacillus cereus (ATCC-33018), Escherichia coli (ATCC-25922), Staphylococcus aureus (358), isolada de ferida cirúrgica e Escherichia coli (27), isolada de escarro. Os valores da concentração inibitória mínima (CIM) dos extratos estão mostrados na Tabela 1.

A atividade antibacteriana de β-sitosterol (1), estigmaterol (2), (R)-des-O-metil-lasiodiplodina (6) e de genisteína (8) sobre E. coli,29‑32S. aureus23,30-32 e B. cereus33 já é conhecida, e a presença dessas substâncias nos extratos de M. lathyroides deve contribuir para a atividade antibacteriana destes.

CONCLUSÃO

Todos os metabólitos secundários isolados de M. lathyroides, apesar de conhecidos, estão sendo descritos pela primeira vez no gênero Macroptilium. Torna-se oportuno salientar que não foi verificado na literatura qualquer relato sobre a ocorrência de (R)-lasiodiplodina (3) e de (R)-des-O-metil-lasiodiplodina (6) na família Fabaceae.

MATERIAL SUPLEMENTAR

Os espectros de RMN das substâncias (3), (6), (7) e (8) encontram-se disponíveis na forma de arquivo pdf, com acesso livre, na página http://quimicanova.sbq.org.br.

AGRADECIMENTOS

Ao CNPq, CAPES, FUNCAP e FAPERJ pelas bolsas e auxílios financeiros concedidos; ao Centro Nordestino de Aplicação e Uso de Ressonância Magnética Nuclear (CENAUREMN) pelos espectros 1D e 2D de Ressonância Magnética Nuclear e ao Professor Edson Nunes da Universidade Federal do Ceará pela identificação do material vegetal.

REFERÊNCIAS

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Recebido em 11/4/13; aceito em 11/6/13; publicado na web em 2/8/13

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  • *
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    Departamento de Química, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiroa
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      12 Nov 2013
    • Data do Fascículo
      2013

    Histórico

    • Recebido
      11 Abr 2013
    • Aceito
      11 Jun 2013
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