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PROPRIEDADES ÓPTICAS NÃO LINEARES DE CLUSTERS DO BC5

NONLINEAR OPTICAL PROPERTIES OF BC5 CLUSTERS

Resumo

The first (β) and second (γ) hyperpolarizabilities of BC5 clusters were investigated through the PM6, PM3, and MNDO-d semiempirical Hamiltonians. The I5 superhard diamondlike real structure were investigated. In this way, the stability analysis of the BC5 clusters was performed. Moreover, insights into the nonlinear mechanisms were obtained via Resonating Valence Bond (RVB) theory. The semiempirical methodology was evaluated in relation to the β and γ hyperpolarizabilities by considering fully characterized nonlinear organic molecules reported in the literature. The high values of the dynamic β and γ hyperpolarizabilities exhibited by the BC5 phases demonstrate that these clusters present potential applications as nonlinear optical media. phases that are pointed out in literature as likely candidates of the BCm2, Imm2, P3m1, and P

Keywords:
BC5 superhard diamondlike; nonlinear optical properties; TDHF method; CPHF technique; semiempirical calculations


Keywords:
BC5 superhard diamondlike; nonlinear optical properties; TDHF method; CPHF technique; semiempirical calculations

INTRODUÇÃO

O BC5 é um material caracterizado experimentalmente na literatura que possui excepcionais propriedades térmicas e mecânicas. Em adição, estudos teóricos indicam um caráter metálico e supercondutor.11 Solozhenko, V. L.; Kurakevych, O. O.; Andrault, D.; Godec, Y. L.; Mezouar, M.; Phys. Rev. Lett. 2009, 102, 015506.

2 Lazar, P.; Podloucky, R.; Appl. Phys. Lett. 2009, 94, 251904.

3 Zhao, W. J.; Wang, Y. X.; Solid State Commun. 2011, 151, 478.

4 Zhang, J.; Cheng, X.; Comput. Mater. Sci. 2011, 50, 2249.
-55 Jiang, C.; Lin, Z.; Zhao, Y.; Phys. Rev. B 2009, 80, 184101. Por ser superabrasivo e apresentar elevada dureza, existe a possibilidade deste material substituir o diamante em aplicações tecnológicas.66 Liang, Y.; Zhang, W.; Zhao, J.; Chen, C.; Phys. Rev. B 2009, 80, 113401.,77 Yao, Y.; Tse, J. S.; Klug, D. D.; Phys. Rev. B 2009, 80, 094106. Várias propriedades do BC5 têm sido exploradas em investigações teóricas e experimentais, todavia, as propriedades ópticas não lineares (ONL) ainda não foram contempladas. A maioria dos estudos sobre esse material abordam a sua real estrutura cristalina, uma vez que o padrão de difração de raios-X do BC5 não permite determiná-la devido aos valores similares dos números atômicos dos átomos de B e C. Alguns grupos teóricos sugerem que mais de uma fase reproduz satisfatoriamente o padrão de difração de raios-X e indicam quais as fases que são termodinamicamente mais estáveis.77 Yao, Y.; Tse, J. S.; Klug, D. D.; Phys. Rev. B 2009, 80, 094106. Até o presente momento não há unanimidade em relação à real estrutura do BC5 (bulk). Esse sistema é descrito através de ligações multicentros visto que o B e o C formam ligações sp33 Zhao, W. J.; Wang, Y. X.; Solid State Commun. 2011, 151, 478. hibridizadas, porém o B possui deficiência de elétrons de valência e não forma quatro ligações. Assim, os elétrons são compartilhados entre unidades de B-C-B formando duas ligações de dois elétrons e três centros. Também, a deslocalização de elétrons nas ligações (planos) do B-C-B foi demonstrada através de cálculos de estrutura de banda.77 Yao, Y.; Tse, J. S.; Klug, D. D.; Phys. Rev. B 2009, 80, 094106.

Em nossa investigação, consideramos modelos de clusters para quatro fases do BC5, que são I132B24H96), Imm2 (C117B30H96), P3m1 (C152B28H120) e P126B26H88). O estudo de clusters tem sido alvo de pesquisa por grupos multidisciplinares devido à sua importância estratégica em aplicações tecnológicas.88 Karamanis, P.; Pouchan, C.; Maroulis, G.; Phys. Rev. A 2008, 77, 013201; Maroulis, G.; Karamanis, P.; Pouchan, C.; J. Chem. Phys. 2007, 126, 154316. Investigamos as propriedades ópticas não lineares dos clusters, i.e., as hiperpolarizabilidades de primeira (β) e segunda ordem (γ) para a geração de segundo (SHG) e terceiro harmônicos (THG), respectivamente, através de métodos semiempíricos implementados no código computacional MOPAC2012 (Molecular Orbital PACkage).99 Stewart, J. J. P.; MOPAC2012: Molecular Orbital PACkage; Stewart Computational Chemistry, Colorado Springs, CO, USA, 2012. Os Hamiltonianos PM6 (Parametric Method Number 6),1010 Stewart, J. J. P.; J. Mol. Model. 2007, 13, 1173. PM3 (Parametric Method Number 3)1111 Stewart, J. J. P.; J. Mol. Model. 2004, 10, 155; Stewart, J. J. P.; J. Comput. Chem. 1989, 10, 209. e MNDO-d (Modified Neglect of Diatomic Overlap com orbitais d)1212 Thiel, W.; Voityuk, A.; J. Phys. Chem. 1996, 100, 616; Thiel, W.; Voityuk, A.; Theor. Chim. Acta 1992, 81, 391. foram selecionados neste trabalho. Em adição, realizamos o cálculo dos coeficientes não lineares β e γ de promissoras moléculas caracterizadas experimentalmente na literatura, de modo a contribuir para uma avaliação da metodologia. (Cm2 (C

Diversos fatores influenciam a magnitude das hiperpolarizabilidades β e γ, dos quais podemos destacar a dimensionalidade, a simetria e a ressonância.1313 Champagne, B.; Kirtman, B. Em Nonlinear Optical Materials; Nalwa, H. S., ed.; Academic Press: San Diego, 2001, cap. 2; Kanis, D. R.; Ratner, M. A.; Marks, T. J.; Chem. Rev. 1994, 94, 195; Brédas, J. L.; Adant, C.; Tackx, P.; Persoonst, A.; Pierce, B. M.; Chem. Rev. 1994, 94, 243. Assim, consideramos nesse estudo as fases do BC5 que satisfatoriamente reproduzem o padrão de difração de raios-X e que são termodinamicamente estáveis, permitindo a indicação de quais clusters exibem os valores mais significativos de β e/ou γ. Através dos valores dos coeficientes β e γ é possível estimar o potencial uso de um material como meio óptico não linear. Novas classes de materiais que apresentam propriedades ONL são requeridas para o desenvolvimento de dispositivos mais eficientes bem como para a implementação de tecnologias avançadas.1414 Song, W. N.; He, C. Y.; Zhang, W.; Gao, Y. C.; Yang, Y. X.; Wu, Y. Q.; Chen, Z. M.; Li, X. C.; Dong, Y. L.; Carbon 2014, 77, 1020.

15 Seidler, T.; Stadnicka, K.; Champagne, B.; J. Chem. Phys. 2014, 141, 104109.
-1616 Costa, M. B. S.; Machado, A. E. de A.; Pavão, A. C.; J. Mater. Sci. 2013, 48, 192; Costa, M. B. S.; Pavão, A. C.; Machado, A. E. de A.; J. Mater. Sci. Res. 2013, 2, 77. O BC5 abre uma nova perspectiva de aplicações em razão dos relevantes valores dos coeficientes β e γ obtidos nesta investigação.

PROCEDIMENTO COMPUTACIONAL

A otimização de geometrias dos clusters do BC5 e o cálculo de magnitudes das hiperpolarizabilidades β e γ foram realizados usando os Hamiltonianos semiempíricos: PM6 (Parametric Method Number 6),1010 Stewart, J. J. P.; J. Mol. Model. 2007, 13, 1173. PM3 (Parametric Method Number 3)1111 Stewart, J. J. P.; J. Mol. Model. 2004, 10, 155; Stewart, J. J. P.; J. Comput. Chem. 1989, 10, 209. e MNDO-d (Modified Neglect of Diatomic Overlap com orbitais d)1212 Thiel, W.; Voityuk, A.; J. Phys. Chem. 1996, 100, 616; Thiel, W.; Voityuk, A.; Theor. Chim. Acta 1992, 81, 391. implementados no MOPAC2012.99 Stewart, J. J. P.; MOPAC2012: Molecular Orbital PACkage; Stewart Computational Chemistry, Colorado Springs, CO, USA, 2012.

A característica central dos métodos semiempíricos é que eles são parametrizados para a reprodução de dados experimentais ou de resultados ab initio.99 Stewart, J. J. P.; MOPAC2012: Molecular Orbital PACkage; Stewart Computational Chemistry, Colorado Springs, CO, USA, 2012. Uma de suas principais vantagens é a possibilidade de investigar sistemas com um número elevado de átomos sem exigir uma infraestrutura computacional robusta associada a obtenção de resultados satisfatórios.99 Stewart, J. J. P.; MOPAC2012: Molecular Orbital PACkage; Stewart Computational Chemistry, Colorado Springs, CO, USA, 2012.,1717 Paschoal, D.; dos Santos, H. F.; J. Mol. Model. 2013, 19, 2079; Machado, A. E. de A.; Gama, A. A. S.; Neto, B. B.; Chem. Phys. 2011, 388, 19; Cardoso, C.; Abreu, P. E.; Nogueira, F.; J. Chem. Theory Comput. 2009, 5, 850; Ibersiene, F.; Hammoutène, D.; Boucekkine, A.; Katan, C.; Blanchard-Desce, M.; J. Mol. Struct. (THEOCHEM) 2008, 866, 58; Machado, A. E. H.; Neto, N. M. B.; Ueno, L. T.; Paula, L. F. de; Araújo, D. M. S.; Oliveira, G. S.; Gomes, W. R.; Paula, R. De; Franzen, P. L.; Zilio, S. C.; Oliveira-Campos, A. M. F.; Fonseca, A. M.; Rodrigues, L. M.; Nkeonye, P. O.; Hrdina, R. J. Photochem. Photobiol. A 2008, 199, 2; Boeglin, A.; Barsella, A.; Fort, A.; Mançois, F.; Rodriguez, V.; Diemer, V.; Chaumeil, H.; Defoin, A.; Jacques, P.; Carré, C.; Chem. Phys. Lett. 2007, 442, 298; Machado, A. E. de A.; Gama, A. A. S.; J. Mol. Struct. (THEOCHEM) 2003, 620, 21; Machado, A. E. de A.; Petrov, D. V.; Falcão, E. H. L.; da Gama, A. A. S.; de Azevêdo, W. M.; Chem. Phys. Lett. 2002, 356, 451; Machado, A. E. de A.; Gama, A. A. S.; J. Braz. Chem. Soc. 2008, 19, 1381; Silva, A. M. Jr.; Junqueira, G. M. A.; Santos, H. F.; Carvalho, A. C. M.; Quim. Nova 2009, 32, 315. Isso é particularmente útil em nosso trabalho, uma vez que os modelos de cluster que usamos para representar o BC5 possuem mais de 200 átomos. Para sistemas contendo os átomos de C, B e H, é demonstrado que o Hamiltoniano PM6 produz resultados mais realísticos.99 Stewart, J. J. P.; MOPAC2012: Molecular Orbital PACkage; Stewart Computational Chemistry, Colorado Springs, CO, USA, 2012.,1010 Stewart, J. J. P.; J. Mol. Model. 2007, 13, 1173. Para esses átomos, o erro médio do calor de formação, do comprimento de ligação, do momento de dipolo e do potencial de ionização para o PM6 é menor em comparação com os outros Hamiltonianos selecionados.99 Stewart, J. J. P.; MOPAC2012: Molecular Orbital PACkage; Stewart Computational Chemistry, Colorado Springs, CO, USA, 2012.,1010 Stewart, J. J. P.; J. Mol. Model. 2007, 13, 1173. Além das vantagens mencionadas acima, os métodos semiempíricos têm alcançado sucesso através de uma concordância satisfatória entre os valores teóricos e experimentais das hiperpolarizabilidades β e γ para várias classes de moléculas que apresentam propriedades ONL.1717 Paschoal, D.; dos Santos, H. F.; J. Mol. Model. 2013, 19, 2079; Machado, A. E. de A.; Gama, A. A. S.; Neto, B. B.; Chem. Phys. 2011, 388, 19; Cardoso, C.; Abreu, P. E.; Nogueira, F.; J. Chem. Theory Comput. 2009, 5, 850; Ibersiene, F.; Hammoutène, D.; Boucekkine, A.; Katan, C.; Blanchard-Desce, M.; J. Mol. Struct. (THEOCHEM) 2008, 866, 58; Machado, A. E. H.; Neto, N. M. B.; Ueno, L. T.; Paula, L. F. de; Araújo, D. M. S.; Oliveira, G. S.; Gomes, W. R.; Paula, R. De; Franzen, P. L.; Zilio, S. C.; Oliveira-Campos, A. M. F.; Fonseca, A. M.; Rodrigues, L. M.; Nkeonye, P. O.; Hrdina, R. J. Photochem. Photobiol. A 2008, 199, 2; Boeglin, A.; Barsella, A.; Fort, A.; Mançois, F.; Rodriguez, V.; Diemer, V.; Chaumeil, H.; Defoin, A.; Jacques, P.; Carré, C.; Chem. Phys. Lett. 2007, 442, 298; Machado, A. E. de A.; Gama, A. A. S.; J. Mol. Struct. (THEOCHEM) 2003, 620, 21; Machado, A. E. de A.; Petrov, D. V.; Falcão, E. H. L.; da Gama, A. A. S.; de Azevêdo, W. M.; Chem. Phys. Lett. 2002, 356, 451; Machado, A. E. de A.; Gama, A. A. S.; J. Braz. Chem. Soc. 2008, 19, 1381; Silva, A. M. Jr.; Junqueira, G. M. A.; Santos, H. F.; Carvalho, A. C. M.; Quim. Nova 2009, 32, 315.

A magnitude das hiperpolarizabilidades β e γ para os processos de geração de segundo (SHG) e terceiro (THG) harmônicos é obtida através das seguintes equações,

(1)
(2)

Os valores estáticos de β e γ são calculados via método Coupled Perturbed Hartree-Fock (CPHF),1818 Dykstra, C. E.; Jasien, P. G.; Chem. Phys. Lett. 1984, 109, 388. enquanto que as magnitudes dependentes da frequência são obtidas através da técnica Time-Dependent Hartree-Fock (TDHF).1919 Dupuis, M.; Karna, S.; J. Comput. Chem. 1991, 12, 487; Kurtz, H. A.; Stewart, J. J. P.; Dieter, K. M.; J. Comput. Chem 1990, 11, 82. A interação com o campo elétrico externo em um sistema de camada fechada é calculada pelo método TDHF através da introdução de uma perturbação na parte eletrônica da equação de Schrödinger. Para investigar o efeito de dispersão, foram selecionados os comprimentos de onda de 2479 nm (0,5 eV) e 1060 nm (1,17 eV). O comprimento de onda de 1060 nm é comumente usado na caracterização experimental de β em estudos que utilizam o laser de Nd3+:YAG.1313 Champagne, B.; Kirtman, B. Em Nonlinear Optical Materials; Nalwa, H. S., ed.; Academic Press: San Diego, 2001, cap. 2; Kanis, D. R.; Ratner, M. A.; Marks, T. J.; Chem. Rev. 1994, 94, 195; Brédas, J. L.; Adant, C.; Tackx, P.; Persoonst, A.; Pierce, B. M.; Chem. Rev. 1994, 94, 243.

Tendo em vista a inviabilidade computacional de modelar um cristal inteiro em cálculos de orbitais moleculares, o uso de modelos de cluster para representar um sistema cristalino é uma estratégia utilizada na literatura.2121 Li, T.; Goldberger, J. E.; Chem. Mater. 2015, 27, 3549; Kuklja, M. M.; Zerilli, F. J.; Sushko, P.; MRS Online Proc. Libr. 2003, 800, AA6.2. As propriedades eletrônicas e estruturais de clusters permanecem um dos problemas relevantes em ciência de materiais.2222 Fehlner, T.; Halet, J. F.; Saillard, J. Y.; Molecular Clusters - A Bridge to Solid-State Chemistry, Cambridge University Press, 2007; Causà, M.; Barone, V.; Stener, M.; Fronzoni, G.; J. Phys.: Conf. Ser. 2008, 117, 012009; Berrondo, M.; Rivas-Silva, J. F.; Int. J. Quantum Chem. 1996, 57, 1115; Nieuwpoort, W. C.; Broer, R.; Nato ASI Ser. 1992, 283, 505. Os clusters podem exibir propriedades que não são características dos átomos ou do estado sólido. Por exemplo, os níveis de energia nos átomos são discretos e bem separados, em contraste os sólidos têm estados contínuos (bandas de energia). Os clusters podem residir entre estes limites.2222 Fehlner, T.; Halet, J. F.; Saillard, J. Y.; Molecular Clusters - A Bridge to Solid-State Chemistry, Cambridge University Press, 2007; Causà, M.; Barone, V.; Stener, M.; Fronzoni, G.; J. Phys.: Conf. Ser. 2008, 117, 012009; Berrondo, M.; Rivas-Silva, J. F.; Int. J. Quantum Chem. 1996, 57, 1115; Nieuwpoort, W. C.; Broer, R.; Nato ASI Ser. 1992, 283, 505. Uma correlação entre as propriedades do cluster e a do cristal correspondente pode ser estabelecida usando modelos que contenham no mínimo a célula unitária do cristal envolta em seu ambiente químico original.

A determinação das dimensões de um cluster que reproduza as propriedades de um sólido cristalino não é trivial. Modelos de clusters também podem ser úteis quando se trata de nanopartículas e filmes finos em razão de suas dimensões.2323 Dollinger, A.; Park, E. J.; Strobel, C. H.; Bleuel, H.; Marsteller, A.; Seo, H. O.; Kim, Y. D.; Gantefor, G.; Phys. Chem. Chem. Phys. 2015, 17, 20873; Grabow, M. H.; Gilmer, G. H.; Surf. Sci. 1988, 194, 333. Em nosso estudo, selecionamos modelos de clusters que reproduzem as condições periódicas de contorno da célula unitária até um limite computacionalmente viável. A Figura 1 apresenta os modelos de clusters das fases do BC5 utilizados em nossos cálculos. De modo a completar as valências livres dos átomos na fronteira dos clusters, os mesmos foram saturados com átomos de hidrogênio (não exibidos na Figura 1). As fórmulas resultantes são C132B24H96 (I117B30H96 (Imm2), C152B28H120 (P3m1) e C126B26H88 (P).m2), C

Figura 1
Modelos de clusters para as fases investigadas do BC5: (a) I). Carbono (); Boro (m2, (b) Imm2, (c) P3m1, (d) P

A escolha adequada dos ligantes para a saturação dos átomos de fronteira do cluster é crucial para obtenção de resultados satisfatórios. O uso do átomo de hidrogênio apresenta vantagens, pois torna a computação significativamente mais simples em comparação quando se usa ligantes maiores. Nesse último caso, podem causar efeitos estéricos e reduzir o número de ligantes a serem adicionados a um dado cluster. Também, os átomos de hidrogênio não promovem efeitos adicionais devido à transferência de carga que ocorreria pelo uso de ligantes mais eletronegativos ou eletropositivos.2424 Xu, K.; Li, X.; Chen, P.; Zhou, D.; Wu, C.; Guo, Y.; Zhang, L.; Zhao, J.; Wu, X.; Xie, Y.; Chem. Sci. 2015, 6, 283; Villegas, C. E. P.; Mendonça, P. B.; Rocha, A. R.; Sci. Rep. 2014, 4, 6579; Costa, M. B. S.; Bastos, C. C.; Pavão, A. C.; J. Braz. Chem. Soc. 2012, 23, 1305; Machado, A. E. de A.; dos Santos, H. F.; Almeida, W. B.; Chem. Phys. Lett. 2011, 514, 134. A estratégia de saturação com átomos de hidrogênio tem sido empregada na literatura pois minimiza os efeitos de borda indesejáveis que ocorrem em modelos de clusters e evita a formação de ligações flutuantes. Este procedimento impede que os elétrons das ligações flutuantes (dangling bonds) sejam injetados no cluster, otimizando o tempo computacional ao evitar o excesso de carga negativa. Na ausência deste artifício, os elétrons ocuparão níveis de energia que originalmente não estão presentes no sistema.

Cálculos de estrutura eletrônica e densidade de estados das fases do BC5, realizados através dos métodos Projector-Augmented Wave (PAW) e Generalized Gradient Approximation Perdew-Burke-Ernzerhof (GGA-PBE) relatados na literatura,77 Yao, Y.; Tse, J. S.; Klug, D. D.; Phys. Rev. B 2009, 80, 094106. indicam uma deslocalização de elétrons de valência nas ligações B-C-B. Ademais, esses estudos demonstram que os estados eletrônicos próximos do nível de Fermi consistem predominantemente destas ligações, resultando em fraco caráter metálico. Este efeito é relevante nas fases I, as quais são dominadas por ligações B-C-B do tipo sp33 Zhao, W. J.; Wang, Y. X.; Solid State Commun. 2011, 151, 478. hibridizadas.77 Yao, Y.; Tse, J. S.; Klug, D. D.; Phys. Rev. B 2009, 80, 094106. Assim, proporciona a transferência de elétrons dos átomos de C para átomos de B, aumentando a fração de transportadores de carga. Esta mesma tendência é observada nos clusters modelados neste trabalho, que reforça a estratégia utilizada para representar as fases do BC5, como será apresentado na seção dos Resultados e Discussões.m2 e P3m1 que apresentam planos distintos de B e C. As ligações metálicas e covalentes se alternam nos planos B-C-B e C-C-C, respectivamente, sugerindo que as propriedades de transporte são essencialmente determinadas pelas ligações B-C-B. A deficiência de elétrons dos átomos de B resulta em várias bandas vazias acima do nível de Fermi

AVALIAÇÃO DA METODOLOGIA PARA O CÁLCULO DAS PROPRIEDADES ÓPTICAS NÃO LINEARES

Para uma avaliação dos métodos semiempíricos no estudo de propriedades ONL, selecionamos um grupo de moléculas promissoras caracterizadas na literatura.2525 Kaatz, P.; Donley, E. A.; Shelton, D. P.; J. Chem. Phys. 1998, 108, 84; Molinos-Gómez, A.; Vidal, X.; Maymó, M.; Velasco, D.; Martorell, J.; López-Calahorra F.; Tetrahedron 2005, 61, 9075; Blanchard-Desce, M.; Wortmann, R.; Lebus, S.; Lehn, J.-M.; Krämer, P.; Chem. Phys. Lett. 1995, 243, 526. As moléculas investigadas em relação à hiperpolarizabilidade β são apresentadas na Figura 2. Os valores teóricos (PM6, PM3 e MNDO-d) da primeira hiperpolarizabilidade estática (β0) e dinâmica (β1060) são mostrados na Tabela 1. Os valores experimentais de β0 das moléculas investigadas se encontram disponíveis na literatura, como também as magnitudes de β1060 para os sistemas 1 e 4 (Tabela 1).

Figura 2
Moléculas investigadas para o cálculo da hiperpolarizabilidade β

Tabela 1
Valores experimentais (Exp.) e teóricos da hiperpolarizabilidade δ para as moléculas orgânicas investigadas

Para a frequência da radiação incidente nula (β0), os valores teóricos são inferiores aos experimentais, a única exceção observada é para o sistema 2 utilizando o Hamiltoniano PM6. Em relação aos valores dependentes da frequência (1060 nm), o resultado obtido para o sistema 1 reproduz satisfatoriamente o valor experimental, enquanto que um comportamento oposto é observado para a molécula 4. Para a frequência da radiação incidente nula, a metodologia também não reproduz a magnitude experimental para esse composto. A estrutura otimizada obtida através dos métodos semiempíricos para a molécula 4, que é octopolar, deve contribuir para os resultados obtidos, visto que o valor de β é influenciado pela geometria molecular de acordo com estudos multidisciplinares.1313 Champagne, B.; Kirtman, B. Em Nonlinear Optical Materials; Nalwa, H. S., ed.; Academic Press: San Diego, 2001, cap. 2; Kanis, D. R.; Ratner, M. A.; Marks, T. J.; Chem. Rev. 1994, 94, 195; Brédas, J. L.; Adant, C.; Tackx, P.; Persoonst, A.; Pierce, B. M.; Chem. Rev. 1994, 94, 243.,1717 Paschoal, D.; dos Santos, H. F.; J. Mol. Model. 2013, 19, 2079; Machado, A. E. de A.; Gama, A. A. S.; Neto, B. B.; Chem. Phys. 2011, 388, 19; Cardoso, C.; Abreu, P. E.; Nogueira, F.; J. Chem. Theory Comput. 2009, 5, 850; Ibersiene, F.; Hammoutène, D.; Boucekkine, A.; Katan, C.; Blanchard-Desce, M.; J. Mol. Struct. (THEOCHEM) 2008, 866, 58; Machado, A. E. H.; Neto, N. M. B.; Ueno, L. T.; Paula, L. F. de; Araújo, D. M. S.; Oliveira, G. S.; Gomes, W. R.; Paula, R. De; Franzen, P. L.; Zilio, S. C.; Oliveira-Campos, A. M. F.; Fonseca, A. M.; Rodrigues, L. M.; Nkeonye, P. O.; Hrdina, R. J. Photochem. Photobiol. A 2008, 199, 2; Boeglin, A.; Barsella, A.; Fort, A.; Mançois, F.; Rodriguez, V.; Diemer, V.; Chaumeil, H.; Defoin, A.; Jacques, P.; Carré, C.; Chem. Phys. Lett. 2007, 442, 298; Machado, A. E. de A.; Gama, A. A. S.; J. Mol. Struct. (THEOCHEM) 2003, 620, 21; Machado, A. E. de A.; Petrov, D. V.; Falcão, E. H. L.; da Gama, A. A. S.; de Azevêdo, W. M.; Chem. Phys. Lett. 2002, 356, 451; Machado, A. E. de A.; Gama, A. A. S.; J. Braz. Chem. Soc. 2008, 19, 1381; Silva, A. M. Jr.; Junqueira, G. M. A.; Santos, H. F.; Carvalho, A. C. M.; Quim. Nova 2009, 32, 315.

Deve ser destacado que a metodologia semiempírica não aborda o efeito de solvente,2626 Lu, S.; Chiu, C.; Wang, Y.; J. Chem. Phys. 2011, 135, 134104. a formação de pontes de hidrogênio,2727 Góra, R. W.; Zaleśny, R.; Zawada, A.; Bartkowiak, W.; Skwara, B.; Papadopoulos, M. G.; Silva, D. L.; J. Phys. Chem. A 2011, 115, 4691. a transferência de carga intramolecular e intermolecular,2828 Fukuda, K.; Nakano, M.; J. Phys. Chem. A 2014, 118, 3463. os defeitos na cadeia,2929 Nakano, M.; Shigemoto, I.; Yamada, S.; Yamaguchi, K.; J. Chem. Phys. 1995, 103, 4175. a correlação eletrônica e efeitos vibracionais3030 Yartsev, V. M.; Chem. Phys. Lett. 1999, 313, 241. que influenciam a magnitude das hiperpolarizabilidades β e γ. Portanto, os resultados obtidos com as técnicas semiempíricas são geralmente inferiores aos experimentais, como observado nas predições dos valores da β0 (Figura 3) para as moléculas orgânicas investigadas.

Figura 3
Valores experimentais (Exp.) e teóricos da hiperpolarizabilidade β0 para as moléculas orgânicas

Recentemente, o cálculo da hiperpolarizabilidade β0 para a p-nitroanilina (molécula 1), entre outras moléculas ONL, foi realizado através da teoria da perturbação de Møller-Plesset de segunda ordem (MP2) e da teoria do funcional de densidade (DFT) utilizando 31 diferentes funcionais e considerando 71 conjuntos de base distintos.1717 Paschoal, D.; dos Santos, H. F.; J. Mol. Model. 2013, 19, 2079; Machado, A. E. de A.; Gama, A. A. S.; Neto, B. B.; Chem. Phys. 2011, 388, 19; Cardoso, C.; Abreu, P. E.; Nogueira, F.; J. Chem. Theory Comput. 2009, 5, 850; Ibersiene, F.; Hammoutène, D.; Boucekkine, A.; Katan, C.; Blanchard-Desce, M.; J. Mol. Struct. (THEOCHEM) 2008, 866, 58; Machado, A. E. H.; Neto, N. M. B.; Ueno, L. T.; Paula, L. F. de; Araújo, D. M. S.; Oliveira, G. S.; Gomes, W. R.; Paula, R. De; Franzen, P. L.; Zilio, S. C.; Oliveira-Campos, A. M. F.; Fonseca, A. M.; Rodrigues, L. M.; Nkeonye, P. O.; Hrdina, R. J. Photochem. Photobiol. A 2008, 199, 2; Boeglin, A.; Barsella, A.; Fort, A.; Mançois, F.; Rodriguez, V.; Diemer, V.; Chaumeil, H.; Defoin, A.; Jacques, P.; Carré, C.; Chem. Phys. Lett. 2007, 442, 298; Machado, A. E. de A.; Gama, A. A. S.; J. Mol. Struct. (THEOCHEM) 2003, 620, 21; Machado, A. E. de A.; Petrov, D. V.; Falcão, E. H. L.; da Gama, A. A. S.; de Azevêdo, W. M.; Chem. Phys. Lett. 2002, 356, 451; Machado, A. E. de A.; Gama, A. A. S.; J. Braz. Chem. Soc. 2008, 19, 1381; Silva, A. M. Jr.; Junqueira, G. M. A.; Santos, H. F.; Carvalho, A. C. M.; Quim. Nova 2009, 32, 315. Santos e Paschoal verificaram que o uso de funções difusas e de polarização (d e f) contribuem para os resultados de β0 mais próximos dos valores experimentais.1717 Paschoal, D.; dos Santos, H. F.; J. Mol. Model. 2013, 19, 2079; Machado, A. E. de A.; Gama, A. A. S.; Neto, B. B.; Chem. Phys. 2011, 388, 19; Cardoso, C.; Abreu, P. E.; Nogueira, F.; J. Chem. Theory Comput. 2009, 5, 850; Ibersiene, F.; Hammoutène, D.; Boucekkine, A.; Katan, C.; Blanchard-Desce, M.; J. Mol. Struct. (THEOCHEM) 2008, 866, 58; Machado, A. E. H.; Neto, N. M. B.; Ueno, L. T.; Paula, L. F. de; Araújo, D. M. S.; Oliveira, G. S.; Gomes, W. R.; Paula, R. De; Franzen, P. L.; Zilio, S. C.; Oliveira-Campos, A. M. F.; Fonseca, A. M.; Rodrigues, L. M.; Nkeonye, P. O.; Hrdina, R. J. Photochem. Photobiol. A 2008, 199, 2; Boeglin, A.; Barsella, A.; Fort, A.; Mançois, F.; Rodriguez, V.; Diemer, V.; Chaumeil, H.; Defoin, A.; Jacques, P.; Carré, C.; Chem. Phys. Lett. 2007, 442, 298; Machado, A. E. de A.; Gama, A. A. S.; J. Mol. Struct. (THEOCHEM) 2003, 620, 21; Machado, A. E. de A.; Petrov, D. V.; Falcão, E. H. L.; da Gama, A. A. S.; de Azevêdo, W. M.; Chem. Phys. Lett. 2002, 356, 451; Machado, A. E. de A.; Gama, A. A. S.; J. Braz. Chem. Soc. 2008, 19, 1381; Silva, A. M. Jr.; Junqueira, G. M. A.; Santos, H. F.; Carvalho, A. C. M.; Quim. Nova 2009, 32, 315. Observaram que o erro associado é o menor para a p-nitroanilina, que é o sistema que contém uma quantidade de átomos inferior aos outros investigados. Os resultados obtidos para a β0 da p-nitroanilina através dos Hamiltonianos PM6 e PM3 mostram um comportamento similar (Tabela 1) e demonstram a vantagem da eficiência computacional da metodologia semiempírica1313 Champagne, B.; Kirtman, B. Em Nonlinear Optical Materials; Nalwa, H. S., ed.; Academic Press: San Diego, 2001, cap. 2; Kanis, D. R.; Ratner, M. A.; Marks, T. J.; Chem. Rev. 1994, 94, 195; Brédas, J. L.; Adant, C.; Tackx, P.; Persoonst, A.; Pierce, B. M.; Chem. Rev. 1994, 94, 243. em comparação com os métodos mais rigorosos que demandam um maior suporte computacional. Contudo, a dependência da hiperpolarizabilidade com o comprimento da cadeia entre grupos doador e receptor de elétron não é adequadamente estimada para moléculas orgânicas push-pull através da técnica semiempírica.1313 Champagne, B.; Kirtman, B. Em Nonlinear Optical Materials; Nalwa, H. S., ed.; Academic Press: San Diego, 2001, cap. 2; Kanis, D. R.; Ratner, M. A.; Marks, T. J.; Chem. Rev. 1994, 94, 195; Brédas, J. L.; Adant, C.; Tackx, P.; Persoonst, A.; Pierce, B. M.; Chem. Rev. 1994, 94, 243.

Selecionamos outro grupo de moléculas (Figura 4) para as quais as magnitudes experimentais de γ dependentes da frequência são relatadas na literatura,3131 Gisbergen, S. J. A.; Snijders, J. G.; Baerends, E. J.; Phys. Rev. Lett. 1997, 78, 3097; Puccetti, G.; Blanchard-Desce, M.; Ledoux, I.; Lehn, J.M.; Zyss, J.; J. Phys. Chem. 1993, 97, 9385; Alain, V.; Thouin, L.; Blanchard-Desce, M.; Gubler, U.; Bosshard, C.; Günter, P.; Muller, J.; Fort, A.; Barzoukas, M.; Adv. Mater. 1999, 11, 1210; Bures, F.; RSC Adv. 2014, 4, 58826. uma vez que não é disponibilizada as medidas desse coeficiente para os sistemas usados na avaliação de β. Desta forma, a predição dos valores de γ para cada molécula foi realizada para os comprimentos de onda das respectivas medidas experimentais (Tabela 2). Em adição, calculamos os valores da segunda hiperpolarizabilidade para a frequência da radiação incidente nula (γ0).

Figura 4
Moléculas investigadas para o cálculo da hiperpolarizabilidade γ

Tabela 2
Valores experimentais (Exp.) e teóricos da hiperpolarizabilidade γ para as moléculas investigadas

Para os sistemas 7 e 8, os valores de γ calculados através dos Hamiltonianos PM3 e PM6 reproduzem satisfatoriamente a tendência experimental, enquanto que para os sistemas 5 e 6 é observado um comportamento distinto, visto que os valores teóricos são inferiores aos respectivos valores experimentais (Figura 5).

Figura 5
Valores experimentais (Exp.) e teóricos da hiperpolarizabilidade γ (dinâmica) para as moléculas orgânicas

Para a frequência da radiação incidente nula, os valores teóricos exibem a mesma tendência observada para os valores de γ dependentes da frequência, considerando cada método semiempírico. Os resultados indicam que o Hamiltoniano MNDO-d não é adequado para o cálculo de propriedades ONL de moléculas orgânicas contendo um número elevado de átomos.

As magnitudes de β e γ são fortemente influenciadas pela geometria molecular de acordo com estudos experimentais e teóricos.1313 Champagne, B.; Kirtman, B. Em Nonlinear Optical Materials; Nalwa, H. S., ed.; Academic Press: San Diego, 2001, cap. 2; Kanis, D. R.; Ratner, M. A.; Marks, T. J.; Chem. Rev. 1994, 94, 195; Brédas, J. L.; Adant, C.; Tackx, P.; Persoonst, A.; Pierce, B. M.; Chem. Rev. 1994, 94, 243.,1717 Paschoal, D.; dos Santos, H. F.; J. Mol. Model. 2013, 19, 2079; Machado, A. E. de A.; Gama, A. A. S.; Neto, B. B.; Chem. Phys. 2011, 388, 19; Cardoso, C.; Abreu, P. E.; Nogueira, F.; J. Chem. Theory Comput. 2009, 5, 850; Ibersiene, F.; Hammoutène, D.; Boucekkine, A.; Katan, C.; Blanchard-Desce, M.; J. Mol. Struct. (THEOCHEM) 2008, 866, 58; Machado, A. E. H.; Neto, N. M. B.; Ueno, L. T.; Paula, L. F. de; Araújo, D. M. S.; Oliveira, G. S.; Gomes, W. R.; Paula, R. De; Franzen, P. L.; Zilio, S. C.; Oliveira-Campos, A. M. F.; Fonseca, A. M.; Rodrigues, L. M.; Nkeonye, P. O.; Hrdina, R. J. Photochem. Photobiol. A 2008, 199, 2; Boeglin, A.; Barsella, A.; Fort, A.; Mançois, F.; Rodriguez, V.; Diemer, V.; Chaumeil, H.; Defoin, A.; Jacques, P.; Carré, C.; Chem. Phys. Lett. 2007, 442, 298; Machado, A. E. de A.; Gama, A. A. S.; J. Mol. Struct. (THEOCHEM) 2003, 620, 21; Machado, A. E. de A.; Petrov, D. V.; Falcão, E. H. L.; da Gama, A. A. S.; de Azevêdo, W. M.; Chem. Phys. Lett. 2002, 356, 451; Machado, A. E. de A.; Gama, A. A. S.; J. Braz. Chem. Soc. 2008, 19, 1381; Silva, A. M. Jr.; Junqueira, G. M. A.; Santos, H. F.; Carvalho, A. C. M.; Quim. Nova 2009, 32, 315. Em geral, os sistemas planos exibem valores mais elevados das hiperpolarizabilidades. Assim, a diferença observada nas estruturas otimizadas para os compostos orgânicos é resultante do uso dos diferentes métodos selecionados neste trabalho. Por exemplo, o método MNDO-d produz torções na estrutura da molécula 6 em comparação com a estrutura obtida com o Hamiltoniano PM6 (Figura 6), o que resulta no valor inferior de γ . Em adição, a estrutura otimizada para essa molécula através do método PM3 é similar àquela obtida com o PM6. Esse efeito não é relevante para o BC5, uma vez que os dados utilizados na construção dos modelos de clusters são referentes à estrutura cristalina, a qual se encontra no estado fundamental.77 Yao, Y.; Tse, J. S.; Klug, D. D.; Phys. Rev. B 2009, 80, 094106.

Figura 6
Estrutura da molécula 6 otimizada através dos métodos (a) PM6 e (b) MNDO-d

A análise da metodologia realizada demonstra que a técnica semiempírica pode ser utilizada para indicar moléculas orgânicas que apresentam propriedades ONL. Em adição, devemos destacar que para uma comparação entre os valores teóricos e experimentais da hiperpolarizabilidade se faz necessário o uso de um fator de correção, já que os cálculos foram realizados na fase gás. A caracterização experimental dos coeficientes não lineares pode ser efetuada nas fases gás e condensada, e as técnicas utilizadas em geral fazem uso de solventes.1313 Champagne, B.; Kirtman, B. Em Nonlinear Optical Materials; Nalwa, H. S., ed.; Academic Press: San Diego, 2001, cap. 2; Kanis, D. R.; Ratner, M. A.; Marks, T. J.; Chem. Rev. 1994, 94, 195; Brédas, J. L.; Adant, C.; Tackx, P.; Persoonst, A.; Pierce, B. M.; Chem. Rev. 1994, 94, 243. Uma prescrição de Willets e colaboradores3939 Willetts, A.; Rice, J. E.; Burland, D. M.; Shelton, D. P.; J. Chem. Phys. 1992, 97, 7590. tem sido usado como referência na literatura por grupos teóricos.1717 Paschoal, D.; dos Santos, H. F.; J. Mol. Model. 2013, 19, 2079; Machado, A. E. de A.; Gama, A. A. S.; Neto, B. B.; Chem. Phys. 2011, 388, 19; Cardoso, C.; Abreu, P. E.; Nogueira, F.; J. Chem. Theory Comput. 2009, 5, 850; Ibersiene, F.; Hammoutène, D.; Boucekkine, A.; Katan, C.; Blanchard-Desce, M.; J. Mol. Struct. (THEOCHEM) 2008, 866, 58; Machado, A. E. H.; Neto, N. M. B.; Ueno, L. T.; Paula, L. F. de; Araújo, D. M. S.; Oliveira, G. S.; Gomes, W. R.; Paula, R. De; Franzen, P. L.; Zilio, S. C.; Oliveira-Campos, A. M. F.; Fonseca, A. M.; Rodrigues, L. M.; Nkeonye, P. O.; Hrdina, R. J. Photochem. Photobiol. A 2008, 199, 2; Boeglin, A.; Barsella, A.; Fort, A.; Mançois, F.; Rodriguez, V.; Diemer, V.; Chaumeil, H.; Defoin, A.; Jacques, P.; Carré, C.; Chem. Phys. Lett. 2007, 442, 298; Machado, A. E. de A.; Gama, A. A. S.; J. Mol. Struct. (THEOCHEM) 2003, 620, 21; Machado, A. E. de A.; Petrov, D. V.; Falcão, E. H. L.; da Gama, A. A. S.; de Azevêdo, W. M.; Chem. Phys. Lett. 2002, 356, 451; Machado, A. E. de A.; Gama, A. A. S.; J. Braz. Chem. Soc. 2008, 19, 1381; Silva, A. M. Jr.; Junqueira, G. M. A.; Santos, H. F.; Carvalho, A. C. M.; Quim. Nova 2009, 32, 315.,4040 Paschoal, D.; Dos Santos, H. F.; Org. Electron. 2016, 28, 111. Contudo, Reis4141 Reis, H.; J. Chem. Phys. 2006, 125, 014506. introduziu outro protocolo devido à discrepância observada entre os valores experimentais e teóricos na literatura, como também devido à existência de diversas convenções usadas pelos grupos experimentais que resulta em diferentes valores para as hiperpolarizabilidades.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Calculamos o volume (V) e o parâmetro de rede (a = 5 selecionadas (I11 Solozhenko, V. L.; Kurakevych, O. O.; Andrault, D.; Godec, Y. L.; Mezouar, M.; Phys. Rev. Lett. 2009, 102, 015506.,77 Yao, Y.; Tse, J. S.; Klug, D. D.; Phys. Rev. B 2009, 80, 094106. (Tabela 3). O método PM3 é o que fornece os resultados do volume e do parâmetro de rede para o cluster da fase Imm2 em melhor concordância com os valores experimentais. De acordo com a literatura,77 Yao, Y.; Tse, J. S.; Klug, D. D.; Phys. Rev. B 2009, 80, 094106. as fases P5. Para essas fases, os valores dos volumes de célula calculados pelos métodos PM3 e MNDO-d também estão em satisfatória concordância com os respectivos valores experimentais.), cujos valores experimentais são relatados na literatura e a I) da célula para as fases do BCm2, Imm2, P3m1 e Pm2 reproduzem satisfatoriamente o padrão de difração de raios-X do BC

Tabela 3
Valores do volume (V)a a V (experimental): 6,01 Å3/a. da célula em Ångstrom cúbico por átomo (Å3/a) e do parâmetro de rede (a=b b a (experimental): 3,63 Å. calculados para os clusters do BC5)

Embora não seja o objetivo deste trabalho determinar a fase real do BC5, realizamos uma análise da estabilidade dos clusters. Observamos a mesma sequência para os Hamiltonianos usados, i.e., P3m1 > IFigura 7). A fase P3m1 é a que apresenta o valor do bulk modulus (B0), que é uma grandeza que mede a resistência do material a uma compressão uniforme, em maior concordância com o valor experimental.22 Lazar, P.; Podloucky, R.; Appl. Phys. Lett. 2009, 94, 251904. Por outro lado, as fases P77 Yao, Y.; Tse, J. S.; Klug, D. D.; Phys. Rev. B 2009, 80, 094106. são as que melhor reproduzem o padrão de difração de raios-X do BC5. Pode-se inferir que provavelmente a verdadeira estrutura cristalina do BC5 é uma fase metaestável, pois as fases que reproduzem os dados experimentais não são as mais estáveis.11 Solozhenko, V. L.; Kurakevych, O. O.; Andrault, D.; Godec, Y. L.; Mezouar, M.; Phys. Rev. Lett. 2009, 102, 015506.

2 Lazar, P.; Podloucky, R.; Appl. Phys. Lett. 2009, 94, 251904.

3 Zhao, W. J.; Wang, Y. X.; Solid State Commun. 2011, 151, 478.

4 Zhang, J.; Cheng, X.; Comput. Mater. Sci. 2011, 50, 2249.

5 Jiang, C.; Lin, Z.; Zhao, Y.; Phys. Rev. B 2009, 80, 184101.

6 Liang, Y.; Zhang, W.; Zhao, J.; Chen, C.; Phys. Rev. B 2009, 80, 113401.
-77 Yao, Y.; Tse, J. S.; Klug, D. D.; Phys. Rev. B 2009, 80, 094106. Alguns autores sugerem que o BC5 é composto por uma mistura de fases, não sendo constituído por apenas uma única fase.22 Lazar, P.; Podloucky, R.; Appl. Phys. Lett. 2009, 94, 251904. A despeito da inexistência de um consenso, o BC5 vem sendo considerado para uma série de aplicações tecnológicas,11 Solozhenko, V. L.; Kurakevych, O. O.; Andrault, D.; Godec, Y. L.; Mezouar, M.; Phys. Rev. Lett. 2009, 102, 015506.

2 Lazar, P.; Podloucky, R.; Appl. Phys. Lett. 2009, 94, 251904.

3 Zhao, W. J.; Wang, Y. X.; Solid State Commun. 2011, 151, 478.

4 Zhang, J.; Cheng, X.; Comput. Mater. Sci. 2011, 50, 2249.

5 Jiang, C.; Lin, Z.; Zhao, Y.; Phys. Rev. B 2009, 80, 184101.

6 Liang, Y.; Zhang, W.; Zhao, J.; Chen, C.; Phys. Rev. B 2009, 80, 113401.
-77 Yao, Y.; Tse, J. S.; Klug, D. D.; Phys. Rev. B 2009, 80, 094106. e os nossos resultados que serão apresentados na seção seguinte demonstram o seu potencial uso como um meio óptico não linear. > Imm2 ( e a Im2 > Pm2,

Figura 7
Energia total dos clusters do BC5

A satisfatória reprodução de parâmetros experimentais do BC5 obtidos neste trabalho demonstra o potencial das técnicas semiempíricas para o estudo deste sistema. Os valores das hiperpolarizabilidades para os clusters do BC5, calculados utilizando os Hamiltonianos PM6, PM3 e MNDO-d são apresentados na Tabela 4. Para β0, observamos que todas as fases apresentam magnitudes da ordem de 10-30 esu, enquanto para γ0 todos os valores são da ordem de 10-36 esu. Também os valores de β a 2479 nm são da mesma ordem de grandeza de β0, exceto para as fases Id, respectivamente. Por sua vez, os valores de γ2479 são da mesma ordem de grandeza de γ0, exceto para a fase Id.m2 e Imm2 obtidos usando os métodos PM3 e MNDO-m2 calculado utilizando o método MNDO-

Tabela 4
Valores das hiperpolarizabilidades β e γ (em esu) para os clusters do BC5

Os resultados das magnitudes de β dependentes da frequência indicam a existência de propriedades ópticas não lineares para os clusters do BC5. De acordo com a literatura,1313 Champagne, B.; Kirtman, B. Em Nonlinear Optical Materials; Nalwa, H. S., ed.; Academic Press: San Diego, 2001, cap. 2; Kanis, D. R.; Ratner, M. A.; Marks, T. J.; Chem. Rev. 1994, 94, 195; Brédas, J. L.; Adant, C.; Tackx, P.; Persoonst, A.; Pierce, B. M.; Chem. Rev. 1994, 94, 243. os valores de β são considerados elevados quando se encontram no intervalo de 10 a 100x10-30 esu para moléculas orgânicas do tipo doador-receptor, medido a 1910 nm (0,65 eV). A maioria dos valores de β a 2479 nm, que corresponde a 0,50 eV, estão contidos nesse intervalo. Um comprimento de onda maior (menor energia) foi selecionado na investigação dos clusters do BC5, de modo que os valores teóricos obtidos para a hiperpolarizabilidade β são relevantes.

Os valores dinâmicos de γ2479 não são obtidos para as fases Id, respectivamente, o que pode ser resultante de um problema numérico inerente à metodologia. A sequência I0 calculados através dos métodos PM6 e PM3. As diferenças obtidas nos valores das hiperpolarizabilidades para uma mesma fase usando os diferentes métodos semiempíricos são decorrentes das parametrizações inerentes aos modelos. Todos os 13 parâmetros contidos nos métodos PM6 e PM3 são otimizados. Enquanto no método MNDO-d, para os 10 parâmetros que o método possui, a metade desses é otimizada e os demais usam dados experimentais.1212 Thiel, W.; Voityuk, A.; J. Phys. Chem. 1996, 100, 616; Thiel, W.; Voityuk, A.; Theor. Chim. Acta 1992, 81, 391. >Imm2 é observada para os valores de gm2 e Imm2, usando os métodos PM3 e MNDO-m2>P3m1>P

Embora não seja possível avaliar a performance do BC5 em relação aos materiais inorgânicos tradicionais como KDP (KD2PO4) e KTP (KTiOPO4), visto que as susceptibilidades de segunda χ(2) e terceira χ(3) ordem do BC5 ainda não foram medidas, apresentamos na Tabela 5 os valores de χ(2) e χ(3) a 1064 nm para alguns materiais ONL tradicionais.2020 Boyd, R. W.; Nonlinear Optics, 3th ed., Elsevier: New York, 2008.,3232 Buschow, K. H. J.; Cahn, R. W.; Flemings, M. C.; Ilschner, B.; Kramer, E. J.; Mahajan, S.; Veyssière, P.; Encyclopedia of Materials: Science and Technology, Elsevier Science, 2001.,3333 Andrews, D. L.; Demidov, A. A.; An Introduction to Laser Spectroscopy, 2ª ed., Springer U.S., 2002. Para as espécies microscópicas de um material, o coeficiente óptico não linear γ (ou β) é associado ao tensor χ(3) (ou χ(2), o qual é caracterizado experimentalmente.1313 Champagne, B.; Kirtman, B. Em Nonlinear Optical Materials; Nalwa, H. S., ed.; Academic Press: San Diego, 2001, cap. 2; Kanis, D. R.; Ratner, M. A.; Marks, T. J.; Chem. Rev. 1994, 94, 195; Brédas, J. L.; Adant, C.; Tackx, P.; Persoonst, A.; Pierce, B. M.; Chem. Rev. 1994, 94, 243. Valores da hiperpolarizabilidade γ da ordem de 10-30 esu correspondem a cerca de 10-8 esu para a susceptibilidade macroscópica χ(3).1313 Champagne, B.; Kirtman, B. Em Nonlinear Optical Materials; Nalwa, H. S., ed.; Academic Press: San Diego, 2001, cap. 2; Kanis, D. R.; Ratner, M. A.; Marks, T. J.; Chem. Rev. 1994, 94, 195; Brédas, J. L.; Adant, C.; Tackx, P.; Persoonst, A.; Pierce, B. M.; Chem. Rev. 1994, 94, 243. Em geral, um requerimento para os materiais candidatos de terceira ordem é que devem exibir um valor de χ(3) superior a 10-8 esu para uso em dispositivos que realizam o chaveamento de luz.1313 Champagne, B.; Kirtman, B. Em Nonlinear Optical Materials; Nalwa, H. S., ed.; Academic Press: San Diego, 2001, cap. 2; Kanis, D. R.; Ratner, M. A.; Marks, T. J.; Chem. Rev. 1994, 94, 195; Brédas, J. L.; Adant, C.; Tackx, P.; Persoonst, A.; Pierce, B. M.; Chem. Rev. 1994, 94, 243. Em relação aos materiais de segunda ordem, é necessária a otimização da resposta não linear em comparação aos valores da literatura atual, tendo em vista aplicações em tecnologias avançadas.1313 Champagne, B.; Kirtman, B. Em Nonlinear Optical Materials; Nalwa, H. S., ed.; Academic Press: San Diego, 2001, cap. 2; Kanis, D. R.; Ratner, M. A.; Marks, T. J.; Chem. Rev. 1994, 94, 195; Brédas, J. L.; Adant, C.; Tackx, P.; Persoonst, A.; Pierce, B. M.; Chem. Rev. 1994, 94, 243.

Tabela 5
Valores experimentais das susceptibilidades de segunda χ(2) e terceira χ(3) ordem a 1064 nm para materiais ONL

Os resultados indicam a ocorrência de flutuações nos valores de β1060 (1,17 eV) para as fases do BC5 (Tabela 4), independente do método selecionado. O comportamento observado é decorrente das parametrizações dos modelos de química quântica, como também devido às diferenças entre as fases (parâmetros de rede, coordenadas atômicas e grupo espacial). Para uma caracterização teórica do comportamento de β, investigamos o efeito de dispersão no intervalo de energia de 0 a 1,3 eV (Tabela 6). Verificamos que na faixa de energia de 0 a 0,75 eV, a sequência observada para os valores de β obtidos através do Hamiltoniano PM6 é Id, o menos exato entre os selecionados99 Stewart, J. J. P.; MOPAC2012: Molecular Orbital PACkage; Stewart Computational Chemistry, Colorado Springs, CO, USA, 2012., os valores de β apresentam uma sequência distinta, Imm2 > IFigura 8. A partir deste valor de energia, a fase I > Imm2, a qual é idêntica à sequência resultante com o Hamiltoniano PM3 a 0,25 eV, enquanto que pelo método MNDO-> P3m1. Esse comportamento é exibido na m2 > P3m1 > Pm2 > Pm2 tem um crescimento maior de β em comparação com as outras fases, enquanto a fase Imm2 tem um comportamento oposto. Verificamos que a saturação da resposta não foi observada até a faixa de energia investigada.

Tabela 6
Valores da hiperpolarizabilidade β (em esu) em função da energia para os clusters do BC5

Figura 8
Variação da hiperpolarizabilidade β em função da energia: (a) PM6; (b) PM3; (c) MNDO-d

Os resultados de β obtidos via métodos PM3 e PM6, para as fases Imm2, P3m1 e Pd, por reproduzirem a tendência experimental para diferentes classes de compostos de acordo com a literatura.1313 Champagne, B.; Kirtman, B. Em Nonlinear Optical Materials; Nalwa, H. S., ed.; Academic Press: San Diego, 2001, cap. 2; Kanis, D. R.; Ratner, M. A.; Marks, T. J.; Chem. Rev. 1994, 94, 195; Brédas, J. L.; Adant, C.; Tackx, P.; Persoonst, A.; Pierce, B. M.; Chem. Rev. 1994, 94, 243.,1717 Paschoal, D.; dos Santos, H. F.; J. Mol. Model. 2013, 19, 2079; Machado, A. E. de A.; Gama, A. A. S.; Neto, B. B.; Chem. Phys. 2011, 388, 19; Cardoso, C.; Abreu, P. E.; Nogueira, F.; J. Chem. Theory Comput. 2009, 5, 850; Ibersiene, F.; Hammoutène, D.; Boucekkine, A.; Katan, C.; Blanchard-Desce, M.; J. Mol. Struct. (THEOCHEM) 2008, 866, 58; Machado, A. E. H.; Neto, N. M. B.; Ueno, L. T.; Paula, L. F. de; Araújo, D. M. S.; Oliveira, G. S.; Gomes, W. R.; Paula, R. De; Franzen, P. L.; Zilio, S. C.; Oliveira-Campos, A. M. F.; Fonseca, A. M.; Rodrigues, L. M.; Nkeonye, P. O.; Hrdina, R. J. Photochem. Photobiol. A 2008, 199, 2; Boeglin, A.; Barsella, A.; Fort, A.; Mançois, F.; Rodriguez, V.; Diemer, V.; Chaumeil, H.; Defoin, A.; Jacques, P.; Carré, C.; Chem. Phys. Lett. 2007, 442, 298; Machado, A. E. de A.; Gama, A. A. S.; J. Mol. Struct. (THEOCHEM) 2003, 620, 21; Machado, A. E. de A.; Petrov, D. V.; Falcão, E. H. L.; da Gama, A. A. S.; de Azevêdo, W. M.; Chem. Phys. Lett. 2002, 356, 451; Machado, A. E. de A.; Gama, A. A. S.; J. Braz. Chem. Soc. 2008, 19, 1381; Silva, A. M. Jr.; Junqueira, G. M. A.; Santos, H. F.; Carvalho, A. C. M.; Quim. Nova 2009, 32, 315. , apresentam a mesma ordem de grandeza na faixa de 0 a 0,75 eV. Os Hamiltonianos PM6 e PM3 fornecem resultados de propriedades ONL mais realísticos comparados aos obtidos com o método MNDO-

Existe a possibilidade da ocorrência de instabilidades numéricas no cálculo de β (TDHF) em razão da mudança observada por várias ordens de grandeza a valores mais altos de energia.3535 Comunicação recebida via e-mail (mrmopac@att.net) dos desenvolvedores do MOPAC em 27 de Julho de 2015. É fundamental a síntese dos clusters investigados neste trabalho para a caracterização experimental dos coeficientes ópticos não lineares, o que permitirá ratificar ou não os resultados obtidos de β.

A separação de cargas, que ocorre em função da ressonância não sincronizada de ligações covalentes como previsto por Pauling,3434 Costa, M. B. S.; Barros, K. A.; Revista Virtual de Química 2012, 4, 130; Herman, Z. S. Em Pauling's Legacy: Modern Modelling of the Chemical Bond; Maksić, Z. B., Orville Thomas, W. J., eds.; Elsevier Science B. V.: Amsterdam, 1999, cap. 28; Pauling, L.; Herman, Z. S.; Valence Bond Theory and Chemical Structure, Elsevier Science Publishers B. V.: Amsterdam, 1990; Pauling, L.; Herman, Z. S.; Advances in Boron and the Boranes, VCH Publishers: New York, 1988. pode contribuir para as propriedades ONL do BC5. A ressonância sincronizada é mostrada na Figura 9 (a), enquanto a não sincronizada que resulta em separação de cargas é apresentada na Figura 9 (b). Como destacado anteriormente, os átomos de B são deficientes de elétrons, o que implica na presença de várias bandas vazias acima do nível de Fermi. Esta deficiência permite que os átomos de B recebam elétrons dos átomos de C resultando em separação de cargas conforme o esquema (Figura 9).

Figura 9
Ressonância (a) sincronizada e (b) não sincronizada das ligações covalentes para o Boro

A transferência de elétrons sugerida pelo mecanismo RVB (Resonating-Valence-Bond)3434 Costa, M. B. S.; Barros, K. A.; Revista Virtual de Química 2012, 4, 130; Herman, Z. S. Em Pauling's Legacy: Modern Modelling of the Chemical Bond; Maksić, Z. B., Orville Thomas, W. J., eds.; Elsevier Science B. V.: Amsterdam, 1999, cap. 28; Pauling, L.; Herman, Z. S.; Valence Bond Theory and Chemical Structure, Elsevier Science Publishers B. V.: Amsterdam, 1990; Pauling, L.; Herman, Z. S.; Advances in Boron and the Boranes, VCH Publishers: New York, 1988. foi analisada através da distribuição de cargas atômicas nos átomos de B em cada cluster. Apresentamos a quantidade de átomos de B que exibem carga negativa para as quatro fases do BC5 na Tabela 7.

Tabela 7
Número de átomos de Boro contendo carga negativa para os clusters do BC5

Como esperado, todos os átomos de B não apresentam carga negativa, pois ambas as ressonâncias podem ocorrer no material. Deve ser destacado que a fase Imm2, que apresenta o menor valor de β1060, possui a menor quantidade de átomos de B com carga negativa, enquanto que as fases que apresentam as magnitudes mais elevadas de β1060 possuem uma quantidade maior de átomos de B negativamente carregado. A fase I1060, possui uma quantidade relevante de átomos de B com carga negativa, a qual representa cerca de 50% dos átomos de B contidos no cluster. Nesta fase, os planos apresentando B e C são bem definidos e o intervalo entre os mesmos proporciona a separação de carga (Figura 1a).m2, por exemplo, que apresenta o maior valor de β

A distribuição de cargas atômicas de Mulliken para os clusters do BC5 calculada através do método PM6 é apresentada na Figura 10. A escala de cor indica a variação de carga, sendo que o vermelho e o azul representam a carga positiva e negativa, respectivamente. A Tabela 8 exibe as cargas atômicas de Mulliken dos átomos de B nos clusters do BC5 obtidas com os métodos PM3 e MNDO-d, as quais não são apresentadas na Figura 10. De acordo com a teoria RVB, o boro é classificado como um elemento hipoeletrônico, i.e., possui uma quantidade maior de orbitais de ligação do que de elétrons de valência, o que permite incrementar a sua valência recebendo um elétron.3434 Costa, M. B. S.; Barros, K. A.; Revista Virtual de Química 2012, 4, 130; Herman, Z. S. Em Pauling's Legacy: Modern Modelling of the Chemical Bond; Maksić, Z. B., Orville Thomas, W. J., eds.; Elsevier Science B. V.: Amsterdam, 1999, cap. 28; Pauling, L.; Herman, Z. S.; Valence Bond Theory and Chemical Structure, Elsevier Science Publishers B. V.: Amsterdam, 1990; Pauling, L.; Herman, Z. S.; Advances in Boron and the Boranes, VCH Publishers: New York, 1988. Portanto, os átomos de B no interior dos clusters que se encontram ligados a quatro átomos de C apresentam carga negativa, enquanto aqueles posicionados nas bordas exibem carga positiva. Embora os modelos de cluster possuam limitações, esse resultado reforça o mecanismo RVB da separação de cargas (Figura 9) e está em concordância com estudos teóricos da estrutura eletrônica do BC5.77 Yao, Y.; Tse, J. S.; Klug, D. D.; Phys. Rev. B 2009, 80, 094106.

Figura 10
Distribuição de cargas atômicas de Mulliken nos clusters do BC5 calculada através do método PM6: (a) I m2, (b) Imm2, (c) P3m1, (d) P

Tabela 8
Cargas atômicas de Mulliken nos átomos de B dos clusters do BC5

Os elevados valores de β obtidos a 1060 nm devem ser considerados com cautela, visto que as instabilidades numéricas inerentes ao MOPAC2012 podem contribuir para esses resultados.3535 Comunicação recebida via e-mail (mrmopac@att.net) dos desenvolvedores do MOPAC em 27 de Julho de 2015. Também deve ser destacado que os efeitos não lineares exibem descontinuidades próximas de frequências de absorção. Estas descontinuidades podem causar diferenças por várias ordens de grandeza nos resultados. Todavia, como o espectro de absorção do BC5 não está disponível na literatura, não é possível ratificar ou não esse efeito.

Em adição ao estudo das propriedades ONL, apresentamos na Figura 11 o comportamento da polarizabilidade (α) em função da energia para todos os clusters do BC5. Os resultados obtidos com o método PM3 são similares àqueles calculados com o PM6, por isso não são mostrados na Figura 11. A sequência em ordem decrescente para os valores obtidos de α é idêntica para todos os métodos selecionados (P3m1 > Id, mas a ordem de grandeza é similar. > Imm2). Os valores obtidos com os Hamiltonianos PM6 e PM3 são superiores àqueles obtidos com o método MNDO-m2 > P

Figura 11
Polarizabilidade (α) em função da energia para os clusters do BC5 calculada através dos métodos PM6 (a) e MNDO-d (b) (α (unidade): 1 a.u. = 1.48184709x10-25 cm3)

Compostos apresentando elevados valores de α são requeridos para aplicações, por exemplo, em fibras ópticas.3636 Fulay, P.; Lee, J. K.; Electronic, Magnetic, and Optical Materials (Advanced Materials and Technologies), CRC Press, 2010. Nestas, o aumento da polarizabilidade da região interna da fibra é obtido pela adição de dopantes como o óxido de germânio (GeO2). Esta técnica resulta em um ganho relevante da reflexão interna total na interface núcleo-revestimento, restringindo as ondas de luz dentro da fibra óptica, que resulta na otimização do seu desempenho.3636 Fulay, P.; Lee, J. K.; Electronic, Magnetic, and Optical Materials (Advanced Materials and Technologies), CRC Press, 2010. Em geral, estas fibras são feitas de SiO2 de elevado grau de pureza. Os valores teóricos de α para os clusters do BC5 são da mesma ordem de magnitude do observado para oligômeros do dietinilsilano, cujas magnitudes foram calculadas via DFT e MP2.3737 Machado, A. E. de A.; de Souza, L. A.; dos Santos, H. F.; de Almeida, W. B.; J. Polym. Sci., Part B: Polym. Phys. 2011, 49, 1410; Wong, K. S.; Han, S. G.; Vardeny, Z. V.; Shinar, J.; Pang, Y.; Ijadi-Maghsoodi, S.; Barton, T. J.; Grigoras S.; Parbhoo, B.; Appl. Phys. Lett. 1991, 58, 1695. O polidietinilsilano (PDES) é um material de terceira ordem que apresenta uma rápida resposta óptica na faixa de frequência de sub-terahertz.3737 Machado, A. E. de A.; de Souza, L. A.; dos Santos, H. F.; de Almeida, W. B.; J. Polym. Sci., Part B: Polym. Phys. 2011, 49, 1410; Wong, K. S.; Han, S. G.; Vardeny, Z. V.; Shinar, J.; Pang, Y.; Ijadi-Maghsoodi, S.; Barton, T. J.; Grigoras S.; Parbhoo, B.; Appl. Phys. Lett. 1991, 58, 1695. Os clusters de boro, como também de carbono, exibem valores da polarizabilidade estática que aumentam em função do tamanho do sistema de acordo com estudos ab initio.3838 Abdurahman, A.; Shukla, A.; Seifert, G.; Phys. Rev. B 2002, 66, 155423. Em particular, o cluster contendo 14 átomos de B apresenta um valor para α de 444x10-25 cm3.

CONCLUSÃO

Os resultados obtidos demonstram que o sistema BC5 apresenta valores significativos das hiperpolarizabilidades β e γ, independente do Hamiltoniano semiempírico selecionado, indicando um potencial uso como meio óptico não linear. A síntese dos clusters investigados e a caracterização de suas propriedades ópticas não lineares é um interessante tópico em ciência de materiais tendo em vista aplicações tecnológicas. Pesquisas estão sendo realizadas em nosso grupo para a otimização das magnitudes das hiperpolarizabilidades β e γ dos clusters do BC5, que pode ser obtida através de processos de dopagens, introdução de defeitos e funcionalização.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem às agências de fomento FACEPE e CAPES pelo suporte financeiro e ao CENAPAD - São Paulo.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Ago 2016

Histórico

  • Recebido
    12 Dez 2015
  • Aceito
    21 Mar 2016
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