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COMPOSIçãO QUíMICA E ATIVIDADES FOTOPROTETORA E ANTIRADICALAR IN VITRO DOS GALHOS DE Platonia insignis (CLUSIACEAE)

Resumo

CHEMICAL COMPOSITION AND PHOTOPROTECTIVE AND ANTIRADICAL ACTIVITIES OF THE BRANCHES OF Platonia insignis (CLUSIACEAE). The chemical study of the branches of Platonia insignis enabled the isolation of the biflavonoid morelloflavone and the identification, by mass spectrometry, of over 9 polyphenols, including eight biflavonoids, one benzophenone, and one xanthone. The in vitro biological tests of solar photoprotection and antiradical activities against the crude extract and Hex and AcOEt fractions showed relevant results, which confirm the high pharmaceutical potential of the species.

Keywords:
Platonia insignis ; biflavonoids; photoprotective activity; mass spectrometry


INTRODUÇÃO

O uso de plantas com fins medicinais é provavelmente tão antigo quanto o aparecimento do próprio homem. A preocupação com a cura de doenças sempre se fez presente ao longo da história da humanidade.11 Forzza, R. C.; Baumgratz, J. F.; Bicudo, C. E. M.; Canhos, D. A. L. C,; Anibal, A.C.; Marcus, A. N.; Costa, A. F. C.; Hopkins, D. P.; Leitman, M. G.; Logmann, L. G.; Lughadha, E. N.; Maia, L. C. M.; Menezes, G.; Peixoto, M. P.; Pirani, A. L.; Prado, J. R.; Queiroz, J. Souza, L. P.; Souza, S.; Castro, V.; Stehmann, J. R.; Sylvestre, L.; Walter, S.; Bruno, M. T.; Zappi, D. C.; Bioscience 2012, 62, 39. No Brasil, o conhecimento das propriedades de plantas medicinais é uma das maiores riquezas da cultura indígena, uma sabedoria tradicional que é passada de geração em geração.22 Zeni, A. L. B.; Parisotto, A. V.; Mattos, G.; Helena, E. T. S.; Ciência & Saúde Coletiva 2017, 22, 2703. As plantas medicinais sempre foram objeto de estudo, buscando-se novas fontes para obtenção de princípios ativos (metabolitos secundários), responsáveis por sua ação farmacológica ou terapêutica.33 Bruning, M. C. R.; Mosegui, G. B. G.; Vianna, C. M. M.; Ciência & Saúde Coletiva 2012, 17, 2675.

A família Clusiaceae Lindl., também conhecida como Guttiferae, apresenta uma distribuição pantropical, incluindo cerca de 55 gêneros e 1.200 espécies.44 Stevens, P. F. Em The Families and Genera of Vascular Plants. vol. IX. Clusiaceae-Guttiferae; Kubitzki, K., eds; Springer-Verlag: Berlin Heidelberg, 2007, cap. 8.,55 Yamaguchi, K. K. L.; Pereira, C. V. L.; Lima, E. S.; Veiga Júnior, V. F.; Scientia Amazonia 2014, 3, 39. No Brasil, encontra-se representada por 12 gêneros (1 endêmico); 126 espécies (42 endêmicas), além de 4 subespécies que podem ser encontradas como arbustos, árvores ou lianas.66 Forzza, R. C; Baumgratz, J. F. A.; Bicudo, C. E. M.; Carvalho Júnior, A. A.; Costa, A.; Costa. D. P.; Hopkins, M., Leitman, P. M.; Lohmann, L. G.; Maia, L. C.; Martinelli, G.; Menezes, M.; Morim, M. P.; Coelho, M. A. N.; Peixoto, A. L.; Pirani, J. R.; Prado, J.; Queiroz, L. P.; Souza, V. C.; Stehmann, J. R.; Sylvestre, L. S.; Walter, B. M. T.; Zappi, D.; Catálogo de plantas e fungos do Brasil, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro: Rio de Janeiro, 2010, v. 2. A família não é endêmica do país, no entanto, é nativa de grande parte dele, com ocorrências confirmadas nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.66 Forzza, R. C; Baumgratz, J. F. A.; Bicudo, C. E. M.; Carvalho Júnior, A. A.; Costa, A.; Costa. D. P.; Hopkins, M., Leitman, P. M.; Lohmann, L. G.; Maia, L. C.; Martinelli, G.; Menezes, M.; Morim, M. P.; Coelho, M. A. N.; Peixoto, A. L.; Pirani, J. R.; Prado, J.; Queiroz, L. P.; Souza, V. C.; Stehmann, J. R.; Sylvestre, L. S.; Walter, B. M. T.; Zappi, D.; Catálogo de plantas e fungos do Brasil, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro: Rio de Janeiro, 2010, v. 2.,77 Gasparato Júnior, A.; Ferreira, I. C. P.; Nakamura, C. V.; D Filho, B. P.; Jacomassi, E.; Young, M. C. M.; Cortez, D. A. G.; Acta Farm. Bonaerense 2005, 24, 371.

Estudos realizados com plantas da família Clusiaceae identificaram constituintes químicos pertencentes a classes e sub-classes de metabolitos como cumarinas, xantonas, benzofenonas, biflavonoides e triterpenos.88 Costa Júnior, J. S.; Ferraz, A. B. F.; Sousa, T. O.; Silva, R. A. C.; Lima, S. G.; Feitosa, C. M.; Cito, A. M. G. L.; Cavalcante, A. A. C. M.; Freitas, R.; Sperotto, A. R. M.; Peres, V. F.; Moura, D. J.; Saffi, J.; Basic Clin. Pharmacol. Toxicol 2013, 112, 34.

9 Ferreira, R. O.; Carvalho, M. G.; Silva, T. M. S.; Quim. Nova 2012, 35, 2271.

10 Li, X. C.; Joshi, A. S.; Tan, B.; Elsohly, H. N.; Walker, L. A.; Zjawiony, J. K.; Ferreira, D.; Tetrahedron 2002, 58, 8709.
-1111 Souza Cunha, A.; Alves, Moraes, M. M.; Brito, L. M.; Oliveira, L. G. C.; Sobrinho-Júnior, E. P. C.; Costa, I. C. G.; Freitas, S. D. L.; Rodrigues, K. A. F.; Chaves, M. H.; Arcanjo, D. D. R.; Carvalho, F. A. A.; J. Evidence-Based Complementary Altern. Med. (2017), doi:10.1155/2017/3126458.
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Os biflavonoides são umas das sub-classes mais abundantes, considerados como marcadores taxonômicos da família.99 Ferreira, R. O.; Carvalho, M. G.; Silva, T. M. S.; Quim. Nova 2012, 35, 2271.

O gênero Platonia Mart. tem como sinônimo heterotípico Aristoclesia Coville e apresenta uma única espécie (Platonia insignis). É um gênero nativo, não endêmico do Brasil, com distribuição nas regiões Norte (Amazônia, Pará, Roraima) e Nordeste (Maranhão e Piauí), além de outros países como Peru, Venezuela, Colômbia e Guiana Francesa.66 Forzza, R. C; Baumgratz, J. F. A.; Bicudo, C. E. M.; Carvalho Júnior, A. A.; Costa, A.; Costa. D. P.; Hopkins, M., Leitman, P. M.; Lohmann, L. G.; Maia, L. C.; Martinelli, G.; Menezes, M.; Morim, M. P.; Coelho, M. A. N.; Peixoto, A. L.; Pirani, J. R.; Prado, J.; Queiroz, L. P.; Souza, V. C.; Stehmann, J. R.; Sylvestre, L. S.; Walter, B. M. T.; Zappi, D.; Catálogo de plantas e fungos do Brasil, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro: Rio de Janeiro, 2010, v. 2.,1212 Lima, M. C.; Bacuri: agrobiodiversidade, 1a ed., Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura: São Luís, 2007. Nascimento, W. M. O.; Carvalho, J. E. U.; Müller, C. H.; Rev. Bras. Frutic. 2007, 29, 657.

A espécie Platonia insignis é conhecida popularmente como bacurizeiro ou bacuri. É uma planta madeireira, de frutos comestíveis, bastante saboreada pela população, que utiliza a polpa do fruto para fabricação de sucos, sorvetes, doces e outros.55 Yamaguchi, K. K. L.; Pereira, C. V. L.; Lima, E. S.; Veiga Júnior, V. F.; Scientia Amazonia 2014, 3, 39. A espécie é pertencente à família Clusiaceae e nativa do cerrado brasileiro, também apresenta sinonímias como Aristoclesia esculenta Stuntz, Moronobea esculenta Arruda e Platonia esculenta Oken.66 Forzza, R. C; Baumgratz, J. F. A.; Bicudo, C. E. M.; Carvalho Júnior, A. A.; Costa, A.; Costa. D. P.; Hopkins, M., Leitman, P. M.; Lohmann, L. G.; Maia, L. C.; Martinelli, G.; Menezes, M.; Morim, M. P.; Coelho, M. A. N.; Peixoto, A. L.; Pirani, J. R.; Prado, J.; Queiroz, L. P.; Souza, V. C.; Stehmann, J. R.; Sylvestre, L. S.; Walter, B. M. T.; Zappi, D.; Catálogo de plantas e fungos do Brasil, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro: Rio de Janeiro, 2010, v. 2. O óleo das sementes é empregado na medicina popular no tratamento de problemas de pele, tais como queimaduras, feridas, e no tratamento de dores lombares, inflamações e cicatrização.1313 Santos Júnior, R. Q.; Soares, L. C.; Maia Filho.; A. L. M.; Araujo; K. S.; Santos, I. M. S. P.; Costa Júnior, J. S.; Saffi, J.; ConScientiae Saúde 2010, 9, 575.

Atualmente existe na literatura registros de estudos fitoquímicos das cascas das sementes, dos frutos e do caule, da polpa, da semente e das flores de P. insignis Mart.1111 Souza Cunha, A.; Alves, Moraes, M. M.; Brito, L. M.; Oliveira, L. G. C.; Sobrinho-Júnior, E. P. C.; Costa, I. C. G.; Freitas, S. D. L.; Rodrigues, K. A. F.; Chaves, M. H.; Arcanjo, D. D. R.; Carvalho, F. A. A.; J. Evidence-Based Complementary Altern. Med. (2017), doi:10.1155/2017/3126458.
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,1414 Costa Júnior, J. S.; Ferraz, A. B. F.; Filho, B. A. B.; Feitosa, C. M.; Cito, A. M. G. L.; Freitas, R. M.; Saffi, J.; J. Med. Plant. Res. 2011a, 5, 293; Costa, I. C. G.; Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Piauí, Brasil, 2014; Nascimento, J. L.; Coelho, A. G.; Barros, Y. S. O.; Silva, O. A.; Freitas, R. M.; Rocha, M. S.; David, J. M.; Costa Júnior, J. S.; Rufino, D. D. A.; Arcanjo, D. D. R.; Costa Junior, J. S.; Moura, L. H. P.; Ferraz, A. B. F.; Rossatto, R. R.; Quintans Júnior, L. J.; Oliveira, R. C. M.; Citó, A. M. D. G. L.; Oliveira, A. P.; Nat. Prod. Res. 2014, 28, 923; Pinheiro, E. E. A.; Oliveira, F. A. A.; Lima Neto, J. S.; Mesquita, A. B. S.; Brito, C. A. R. S.; Figueirêdo, G. S.; Ferreira, J. H. L.; Barreto, H. M.; Citó, A. M. G. L.; Revista Brasileira de Biodiversidade e Biotecnologia 2015, 1, 1; Rocha, E. S.; Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Tocantins, Brasil, 2017.

15 Costa Júnior, J. S.; Almeida, A. A. C.; Tome, A. R.; Citó, A. M. G. L.; Saffi, J.; Freitas, R. M.; Epilepsy & Behavior 2011, 22, 678.
-1616 Sousa, C. M. M.; Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Piauí, Brasil, 2012. Estudos farmacológicos também foram realizados com a espécie, como atividade antioxidante in vitro, citotóxica, anticolinesterásica, antimicrobiana, anticonvulsivante, cicatrizante, antileishmania e gastroprotetora.55 Yamaguchi, K. K. L.; Pereira, C. V. L.; Lima, E. S.; Veiga Júnior, V. F.; Scientia Amazonia 2014, 3, 39.,88 Costa Júnior, J. S.; Ferraz, A. B. F.; Sousa, T. O.; Silva, R. A. C.; Lima, S. G.; Feitosa, C. M.; Cito, A. M. G. L.; Cavalcante, A. A. C. M.; Freitas, R.; Sperotto, A. R. M.; Peres, V. F.; Moura, D. J.; Saffi, J.; Basic Clin. Pharmacol. Toxicol 2013, 112, 34.,1111 Souza Cunha, A.; Alves, Moraes, M. M.; Brito, L. M.; Oliveira, L. G. C.; Sobrinho-Júnior, E. P. C.; Costa, I. C. G.; Freitas, S. D. L.; Rodrigues, K. A. F.; Chaves, M. H.; Arcanjo, D. D. R.; Carvalho, F. A. A.; J. Evidence-Based Complementary Altern. Med. (2017), doi:10.1155/2017/3126458.
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,1313 Santos Júnior, R. Q.; Soares, L. C.; Maia Filho.; A. L. M.; Araujo; K. S.; Santos, I. M. S. P.; Costa Júnior, J. S.; Saffi, J.; ConScientiae Saúde 2010, 9, 575.,1414 Costa Júnior, J. S.; Ferraz, A. B. F.; Filho, B. A. B.; Feitosa, C. M.; Cito, A. M. G. L.; Freitas, R. M.; Saffi, J.; J. Med. Plant. Res. 2011a, 5, 293; Costa, I. C. G.; Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Piauí, Brasil, 2014; Nascimento, J. L.; Coelho, A. G.; Barros, Y. S. O.; Silva, O. A.; Freitas, R. M.; Rocha, M. S.; David, J. M.; Costa Júnior, J. S.; Rufino, D. D. A.; Arcanjo, D. D. R.; Costa Junior, J. S.; Moura, L. H. P.; Ferraz, A. B. F.; Rossatto, R. R.; Quintans Júnior, L. J.; Oliveira, R. C. M.; Citó, A. M. D. G. L.; Oliveira, A. P.; Nat. Prod. Res. 2014, 28, 923; Pinheiro, E. E. A.; Oliveira, F. A. A.; Lima Neto, J. S.; Mesquita, A. B. S.; Brito, C. A. R. S.; Figueirêdo, G. S.; Ferreira, J. H. L.; Barreto, H. M.; Citó, A. M. G. L.; Revista Brasileira de Biodiversidade e Biotecnologia 2015, 1, 1; Rocha, E. S.; Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Tocantins, Brasil, 2017.,1717 Lustosa, A. K. M. F.; Bezerra, E. A.; Rodrigues, K. A. F.; Amorim, L. V.; Lima Neto, J. S.; Araújo, B. Q.; Costa Junior, J. S.; Mendes, A. N.; Carvalho, F. A. A.; Arcanjo, D. D. R.; Citó, A. M. D. G. L.; Rev. Cubana Plant. Med. 2018, 23, 2018.

18 Rufino, M. S. M.; Alves, R. E.; Brito, E. S.; Pérez-Jiménez, J.; Sauracalixto, F.D.; Mancini-Filho, J.; Food Chem. 2010, 121, 996.
-1919 Viana, A. F. S. C.; Reis Filho, A. C.; Lima, G. S.; Diniz, J. A.; Santos, M. O.; Oliveira, R. C. M.; Anais do I Encontro Estratégico em Ciências Farmacêuticas 2013, 4, 129.

A revisão bibliográfica de P. insignis mostra que a espécie é promissora para a indústria farmacêutica e biotecnológica, estimulando estudos mais aprofundados. Apesar da existência de estudos químicos e farmacológicos com as sementes e cascas dos frutos de P. insignis, não foram encontrados trabalhos relatados na literatura com os galhos. Assim, considerando o potencial verificado a partir dos resultados anteriores e devido à grande quantidade de compostos fenólicos e com potencial de atividade antioxidante in vitro frente ao radical DPPH, o presente trabalho teve como objetivo realizar uma investigação química e a avaliação do potencial fotoprotetor, devido à alta incidência de radiação solar no Cerrado e antioxidante dos galhos de Platonia insignis Mart. (Clusiaceae), contribuindo ainda mais para o conhecimento científico da espécie.

PARTE EXPERIMENTAL

Instrumentação e procedimentos gerais

Os solventes etanol e metanol utilizados na extração e fracionamento foram de grau analítico (Synth). Na análise por espectrometria de massa foram de grau HPLC e a água ultrapura (resistividade 18.2 MΩ) foi obtida em um sistema de purificação. Os reagentes utilizados na análise de teor de fenóis totais, atividade antioxidante e fotoprotetora foram Folin-Ciocalteu (Merck), carbonato de sódio (Synth), radical 2,2-difenil-1-picril-hidrazila (DPPH•) (Sigma), rutina (Sigma), BHT (Vetec).

As medidas de absorção foram feitas usando espectrofotômetro UV-Vis Lambda 25 (PerkinElmer, Waltham, MA, USA). Os espectros de massas foram obtidos por inserção direta em Espectrômetro de Massas com analisador Ion trap (ITMS, AMAZONAS X, Bruker Daltonics) equipado com fonte de ionização por eletrospray (ESI).

Material vegetal

Os galhos da espécie Platonia insignis foram coletados em 17 de janeiro de 2016, na cidade de Timon no Maranhão, nas coordenadas S 04º 50’ 56,6” e W 042º 05’ 04,8”. A exsicata da espécie com número TEPB 31.718 e cadastro SisGen ACB65D0 encontra-se depositada no Herbário Graziela Barroso – UFPI, na cidade de Teresina.

Obtenção do extrato etanólico, frações e sufrações

Os galhos (906 g) foram limpos por meio de água corrente, secos à temperatura ambiente e triturados por moinho de facas. O material vegetal foi submetido à maceração com etanol por 6 vezes durante oito dias. O solvente foi removido em evaporador rotatório sob pressão reduzida e liofilizado para a obtenção do extrato bruto (57,88 g).

Uma alíquota (25,30 g) do extrato bruto (EEtOH) dos galhos de P. insignis foi submetida à extração líquido-líquido por meio de suspensão em MeOH/H2O (1:2) (100 mL) e pelos solventes orgânicos hexano e acetato de etila, obtendo-se respectivamente frações: hexano (Hex) (10,04 g), acetato de etila (AcOEt) (12,04 g) e fração residual, hidroalcoólica (HA) (1,45 g).

A fração AcOEt (10 g) foi adsorvida em uma coluna cromatográfica de gel sílica, eluída com clorofórmio/metanol em ordem crescente de polaridade. Foram coletadas 71 frações e reunidas em 33 subfrações após análise por CCDC, na qual se destacou a FAc21 (210 mg) apresentando um precipitado branco, com uma única mancha amarela intensa em CCD, característico de substância pura.

Análise por ESI-IT/MSn do extrato bruto, fração AcOEt e sufração FAc21 dos galhos de P. insignis

As análises realizadas por ESI-IT/MSn do extrato bruto, fração AcOEt e subfração FAc21 dos galhos de P. insignis, foram obtidos através da inserção direta (ID) via bomba de seringa, em espectrômetro de massas com analisador armadilha de íons (ITMS, AmaZon X, Bruker Daltonics), em fluxo contínuo de 5 µL min-1, nas faixas de massa m/z 100 a 1500, em metanol/água (1:1). As amostras foram ionizadas por electrospray (ESI) e as fragmentações foram obtidas em múltiplos estágios (MSn), em uma interface do tipo Iontrap (IT). O modo negativo foi escolhido para a geração e análise de todos os espectros, a voltagem do capilar 4,5 kV, nebulizador de nitrogênio com fluxo de 5 L min-1 e temperatura da fonte de 220°C a uma pressão de 10 psi para o nebulizador de nitrogênio. Antes de cada análise o ESI-IT-MS foi calibrado com formiato de sódio, sendo o erro inferior a 1 ppm. O tratamento dos espectros de massas foi realizado no software Compass 1.3 Data Analysis (versão 4.0, Bruker Daltonics).

Espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear de11 Forzza, R. C.; Baumgratz, J. F.; Bicudo, C. E. M.; Canhos, D. A. L. C,; Anibal, A.C.; Marcus, A. N.; Costa, A. F. C.; Hopkins, D. P.; Leitman, M. G.; Logmann, L. G.; Lughadha, E. N.; Maia, L. C. M.; Menezes, G.; Peixoto, M. P.; Pirani, A. L.; Prado, J. R.; Queiroz, J. Souza, L. P.; Souza, S.; Castro, V.; Stehmann, J. R.; Sylvestre, L.; Walter, S.; Bruno, M. T.; Zappi, D. C.; Bioscience 2012, 62, 39.H

A subfração FAc21 foi analisada por espectroscopia de RMN de hidrogênio (11 Forzza, R. C.; Baumgratz, J. F.; Bicudo, C. E. M.; Canhos, D. A. L. C,; Anibal, A.C.; Marcus, A. N.; Costa, A. F. C.; Hopkins, D. P.; Leitman, M. G.; Logmann, L. G.; Lughadha, E. N.; Maia, L. C. M.; Menezes, G.; Peixoto, M. P.; Pirani, A. L.; Prado, J. R.; Queiroz, J. Souza, L. P.; Souza, S.; Castro, V.; Stehmann, J. R.; Sylvestre, L.; Walter, S.; Bruno, M. T.; Zappi, D. C.; Bioscience 2012, 62, 39.H) solubilizada em metanol deuterado. O espectro foi obtido em espectrômetro Varian INOVA – modelo 400, operando a 400 MHz (11 Forzza, R. C.; Baumgratz, J. F.; Bicudo, C. E. M.; Canhos, D. A. L. C,; Anibal, A.C.; Marcus, A. N.; Costa, A. F. C.; Hopkins, D. P.; Leitman, M. G.; Logmann, L. G.; Lughadha, E. N.; Maia, L. C. M.; Menezes, G.; Peixoto, M. P.; Pirani, A. L.; Prado, J. R.; Queiroz, J. Souza, L. P.; Souza, S.; Castro, V.; Stehmann, J. R.; Sylvestre, L.; Walter, S.; Bruno, M. T.; Zappi, D. C.; Bioscience 2012, 62, 39.H) (9,4 Tesla).

Determinação do teor de fenóis totais

O teor de fenóis totais foi determinado seguindo a metodologia descrita por Uriu Martins et al.2020 Uriu, D. M.; Godoy, B. S. A.; Battirola, L. D.; Andrighetti, C. R.; Marques, M. I.; Valladao, D. M. S.; Rev. Árvore (2018), doi.org/10.1590/1806-90882017000300016.
https://doi.org/doi.org/10.1590/1806-908...
O extrato bruto e frações Hex e AcOEt foram solubilizadas em água destilada com auxílio de 5% de DMSO em concentrações de 250 μg mL-1. Dentre as soluções preparadas, foram retiradas alíquotas de 0,5 mL e transferidas para tubos de ensaio, adicionados 8 mL de água destilada e 0,5 mL do reagente Folin Ciocalteau 20% (v:v). Em seguida, a solução foi homogeneizada em agitador tipo vortex, após 3 minutos, acrescido 1 mL de solução de carbonato de sódio (Na2CO3) a 20% (m:v) e após 1 h em banho maria a 37 °C, foram realizadas as leituras das densidades óticas em espectrofotômetro à 720 nm. Utilizou-se como padrão de referência o ácido gálico da marca Sigma® para construção da curva de calibração que foi expressa por A = 0,0057C + 0,014, com coeficiente de correlação linear igual a 0,999, em que “C” é a concentração do ácido gálico e “A” é absorbância. A partir da equação da reta obtida na curva de calibração, realizou-se o cálculo do teor de fenóis totais, expresso em EAG (equivalente ao ácido gálico mg-1) de amostra. Todas as análises foram realizadas em triplicata. Para construção dos gráficos e análises estatísticas, utilizou-se o programa Origin 8.0®.2121 Origin (Pro), Versão 8.0; OriginLab Corporation; Universidade Federal do Piauí, Brasil, 2019.

Determinação do fator de proteção solar (FPS) e comprimento de onda máximo e absorbância do extrato, frações e subfração FAc21

A determinação do Fator de Proteção Solar (FPS) foi baseado no método espectrofotométrico de amostras em solução adaptado por Mansur.2222 Mansur, J. S.; Breder, M. N. R.; Mansur, M. C. A.; Azulay, R. D.; An. Bras. Dermatol. 1986, 61, 121. Soluções contendo o extrato bruto, frações e subfração FAc21, foram preparadas com as respectivas concentrações 5, 25, 50 e 100 mg mL-1, em etanol. As mesmas, foram submetidas à leitura de suas absorbâncias utilizando cubetas de quartzo em um espectrofotômetro (UV-Vis PerkinElmer - Lambda 25) nas faixas de 200 a 400 nm, com intervalos de leituras de 5 nm. Em seguida, foram substituídos os valores de absorbância obtidos, na equação adaptada por Mansur e colaboradores (1986) (Equação 1), que relaciona produto entre o efeito eritematógeno (EE) e a intensidade da radiação (I), que é constante em cada comprimento de onda (Tabela 1).2222 Mansur, J. S.; Breder, M. N. R.; Mansur, M. C. A.; Azulay, R. D.; An. Bras. Dermatol. 1986, 61, 121. Os testes foram realizados em triplicatas.2323 Oliveira Júnior, R. G.; Araújo, C. S.; Souza, G. R.; Guimarães, A. L.; Oliveira, A. P.; Lima-Saraiva, S. R. G.; Morais, A. C. S.; dos Santos, J. S. R.; Almeida, J. R. G. S.; J. Appl. Pharm. Sci. 2013, 3, 122.

(1)FPS=FC×290320EE(λ)×I(λ)×Abs(λ)
em que: FC = fator de correção igual a 10; EE(λ) = efeito eritematógeno da radiação solar em cada comprimento de onda (λ); I(λ) = intensidade da radiação solar em cada comprimento de onda (λ); Abs(λ) = leitura da absorbância obtida da amostra em cada comprimento de onda (λ).

Tabela 1
Ponderação empregada no cálculo do fator de proteção solar por espectrofotometria.2424 Sayre, R. M.; Agin, P. P.; Levee, G. J.; Marlowe, E.; Photochem Photobiol. 1979, 115, 46.

Atividade antioxidante frente ao radical DPPH

O ensaio da atividade antioxidante foi realizado frente ao radical DPPH (2,2-difenil-1-picril-hidrazil) de acordo com a metodologia descrita pela literatura, com algumas adaptações.2525 Boeira, C. P.; Piovesan, N.; Soquetta, M. B.; Flores, D. C. B.; Lucas, B. N.; Rosa, C. S.; Terra, N. N.; Ciênc. Rural 2017, 11, 48. Para o extrato bruto, frações e subfração FAc21 dos galhos de P. insignis foram utilizados 12,5 mg de cada em triplicata, e preparado soluções com metanol nas seguintes concentrações: 250 µg mL-1 que foram diluídas nas concentrações de 200, 150, 100, 50 e 25 µg mL11 Forzza, R. C.; Baumgratz, J. F.; Bicudo, C. E. M.; Canhos, D. A. L. C,; Anibal, A.C.; Marcus, A. N.; Costa, A. F. C.; Hopkins, D. P.; Leitman, M. G.; Logmann, L. G.; Lughadha, E. N.; Maia, L. C. M.; Menezes, G.; Peixoto, M. P.; Pirani, A. L.; Prado, J. R.; Queiroz, J. Souza, L. P.; Souza, S.; Castro, V.; Stehmann, J. R.; Sylvestre, L.; Walter, S.; Bruno, M. T.; Zappi, D. C.; Bioscience 2012, 62, 39.. Posteriormente, foi preparado uma solução estoque do radical DPPH na concentração de 40 µg mL-1 que foi protegida da luz.

A leitura das absorbâncias (A) das misturas reacionais (0,3 mL da solução da amostra e 2,7 mL da solução estoque de DPPH, na concentração de 40 µg mL-1), foram feitas a 516 nm, em triplicata, no 1º, 5º e 10º minuto de análise, a cada 10 min até completar 30min. Utilizando-se como branco a solução metanólica da amostra (0,3 mL) e metanol (2,7 mL). A equação da curva analítica, foi construída com o DPPH nas concentrações de 35, 30, 25, 20, 15, 10, 5 e 1 μg mL-1, onde a A = 33,227c + 1,0607, com coeficiente de correlação linear r = 0,9997. A partir da equação da curva do radical DPPH e dos valores de absorbância no tempo de 30 min para cada concentração testada, foram determinados os percentuais de DPPH remanescentes (%DPPHREM). O percentual de atividade antioxidante (%AA) do extrato, frações e subfração FAc21 foram determinados a partir dos valores de suas absorbâncias medidas nas concentrações de 25, 50, 100, 150, 200 e 250 µg mL-1 no tempo de 30 minutos e calculado de acordo com a equação, %AA = 100 – ([DPPH]Rem/[DPPH]t0) x 100. Os resultados foram expressos pelo valor de CE50, concentração eficiente em µg mL-1 da amostra capaz de reduzir em 50% a concentração do radical livre DPPH.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Análise por ESI-IT/MSn do extrato bruto, fração AcOEt e subfração FAc21 dos galhos de Platonia insignis

Os espectros de íons totais obtidos da análise por ESI-IT/MSn do extrato, fração AcOEt e subfração FAc21 apresentaram uma grande variedade de íons, que ao serem detectados, sugeriu a presença de diversos metabolitos como: biflavonoides, benzofenona e xantona na composição química. A Figura 1 apresenta os espectros de massas obtidos em modo negativo [ESI (-)] do extrato bruto (A), fração AcOEt (B) e subfração FAc21 (C), apresentando sinais de maior intensidade os íons com m/z 601, m/z 555, m/z 557 e m/z 573.

A identificação dos compostos da espécie foi obtida com base no comportamento espectral de massa das fragmentações em experimentos de MSn, pela seleção e fragmentação do íon precursor e comparações com a literatura. Portanto, um total de 11 picos de maior intensidade foram detectados, os mesmos podem ser observados na Tabela 2. Os compostos 1 - 11 estão presentes no extrato bruto e na fração AcOEt, já a subfração FAc21 apresentou somente o composto2, confirmando seu isolamento (Figura 2).

Figura 1
Espectro de massas [ESI (-)] do extrato (A), fração AcOEt (B) e subfração FAc21 (C) dos galhos de P. insignis
Tabela 2
Identificação dos constituintes químicos do extrato, fração AcOEt e substância isolada dos galhos de P. insignis
Figura 2
Constituintes químicos identificados no extrato, fração AcOEt e subfração FAc21 dos galhos de P. insignis

Biflavonoides

Os biflavonoides dos galhos de P. insignis foram os constituintes majoritários identificados, totalizando 8 compostos. Na família Clusiaceae é relatado a presença de uma variedade desses metabolitos, no qual, são agrupados em quatros tipos principais: GB1, GB-1a, morelloflavona e amentoflavona.99 Ferreira, R. O.; Carvalho, M. G.; Silva, T. M. S.; Quim. Nova 2012, 35, 2271. Neste trabalho, foram identificados na espécie três tipos de biflavonoides de Clusiaceae (Figura 2).

Tipo Morelloflavona

Os compostos 2, 6 e 8 foram identificados como biflavonoides do tipo morelloflavona devido ao padrão de ligação de seus monômeros (flavanona-(3→8″)-flavona).99 Ferreira, R. O.; Carvalho, M. G.; Silva, T. M. S.; Quim. Nova 2012, 35, 2271.,1010 Li, X. C.; Joshi, A. S.; Tan, B.; Elsohly, H. N.; Walker, L. A.; Zjawiony, J. K.; Ferreira, D.; Tetrahedron 2002, 58, 8709. O composto 2, presente no EEtOH, fração AcOEt e como único pico na subfração FAc21 apresentou íon molecular em m/z 555 [M-H]- sendo identificado como morelloflavona (naringenina-(3→8″)- luteolina) ou Fukugentina, e confirmado pelo produto da via de fragmentação MS22 Zeni, A. L. B.; Parisotto, A. V.; Mattos, G.; Helena, E. T. S.; Ciência & Saúde Coletiva 2017, 22, 2703. em m/z 429 [M-H-126]-, correspondendo a perda -C6H6O3 do floroglucinol (-126 Da), devido à clivagem do anel C no monômero de naringerina. Na fragmentação em MS33 Bruning, M. C. R.; Mosegui, G. B. G.; Vianna, C. M. M.; Ciência & Saúde Coletiva 2012, 17, 2675., o composto apresentou um íon em m/z 401 [M-H-28]- pela perda neutra de CO no anel C do monômero de naringerina (Figura2S). Este constituinte é considerado um marcador quimiossistemático de Clusiaceae (Figura 3a).99 Ferreira, R. O.; Carvalho, M. G.; Silva, T. M. S.; Quim. Nova 2012, 35, 2271.

O íon molecular em m/z 635 [M-H]-, pertencente ao composto 6, foi identificado como morelloflavona-7”-O-sulfato.99 Ferreira, R. O.; Carvalho, M. G.; Silva, T. M. S.; Quim. Nova 2012, 35, 2271.,2626 Carrillo-Hormaza, L.; Ramírez, A. M.; Quintero-Ortiz, C.; Cossio, M; Medina, S.; Ferreres, F.; Gil-Izquierdo, A.; Osorio, E.; J. Funct. Foods 2016, 27, 503; Akpanika, G. A.; Winters, A.; Wilson, T.; Ayoola, G. A.; Adepoju-Bello, A. A.; Hauck, B.; Food Chem. 2017, 222, 35. Esse composto apresenta íon fragmento MS22 Zeni, A. L. B.; Parisotto, A. V.; Mattos, G.; Helena, E. T. S.; Ciência & Saúde Coletiva 2017, 22, 2703. em m/z 429 [M-H-206]- pela perda de -C6H6O3 e -SO3 e o íon em m/z 555 (característico do composto morelloflavona) e MS33 Bruning, M. C. R.; Mosegui, G. B. G.; Vianna, C. M. M.; Ciência & Saúde Coletiva 2012, 17, 2675. em m/z 401 [M-H-28]- (Figura 6S) pela perda de uma molécula de CO.2626 Carrillo-Hormaza, L.; Ramírez, A. M.; Quintero-Ortiz, C.; Cossio, M; Medina, S.; Ferreres, F.; Gil-Izquierdo, A.; Osorio, E.; J. Funct. Foods 2016, 27, 503; Akpanika, G. A.; Winters, A.; Wilson, T.; Ayoola, G. A.; Adepoju-Bello, A. A.; Hauck, B.; Food Chem. 2017, 222, 35. O composto 8 apresentou o íon molecular em m/z 717 [M-H]- e foi identificado como fukugisídeo, um derivado glicosilado da morelloflavona, apresentando como íon fragmento MS22 Zeni, A. L. B.; Parisotto, A. V.; Mattos, G.; Helena, E. T. S.; Ciência & Saúde Coletiva 2017, 22, 2703. em m/z 565 [M-H-152]- com perda de -C7H4O4 referente à clivagem do anel A e parte do anel C do monômero de naringerina, e íon produto MS33 Bruning, M. C. R.; Mosegui, G. B. G.; Vianna, C. M. M.; Ciência & Saúde Coletiva 2012, 17, 2675. em m/z 403 [M-H-162]- com perda de glicose (-162 Da) no anel A do Flavonoide II do monômero de luteolina (Figura 8S).2626 Carrillo-Hormaza, L.; Ramírez, A. M.; Quintero-Ortiz, C.; Cossio, M; Medina, S.; Ferreres, F.; Gil-Izquierdo, A.; Osorio, E.; J. Funct. Foods 2016, 27, 503; Akpanika, G. A.; Winters, A.; Wilson, T.; Ayoola, G. A.; Adepoju-Bello, A. A.; Hauck, B.; Food Chem. 2017, 222, 35.

Figura 3
Proposta de vias de fragmentação MSn para os biflavonoides do tipo morelloflavona (a), GB-1a (b) e GB1 (c) de Platonia insignis

Tipo GB-1a

Os compostos 3, 7 e 9 foram identificados como biflavonoides do tipo GB-1a (biflavonoide do gênero Garcinia), que apresentam padrões de ligação dos seus monômeros (flavanona (3→8″)-flavanona).99 Ferreira, R. O.; Carvalho, M. G.; Silva, T. M. S.; Quim. Nova 2012, 35, 2271. O composto 3 apresentou pico do íon molecular desprotonado em m/z 557 [M-H]- e foi identificado como GB-2a (naringenina-(3→8″) eriodictiol), e o seu íon produto MS22 Zeni, A. L. B.; Parisotto, A. V.; Mattos, G.; Helena, E. T. S.; Ciência & Saúde Coletiva 2017, 22, 2703. em m/z 431 [M-H-126]- com a perda -C6H6O3, devido à clivagem do anel C no monômero de naringerina e MS33 Bruning, M. C. R.; Mosegui, G. B. G.; Vianna, C. M. M.; Ciência & Saúde Coletiva 2012, 17, 2675. em m/z 295 [M-H-28]- pela perda de CO (Figura 3S) (Figura 3b).2626 Carrillo-Hormaza, L.; Ramírez, A. M.; Quintero-Ortiz, C.; Cossio, M; Medina, S.; Ferreres, F.; Gil-Izquierdo, A.; Osorio, E.; J. Funct. Foods 2016, 27, 503; Akpanika, G. A.; Winters, A.; Wilson, T.; Ayoola, G. A.; Adepoju-Bello, A. A.; Hauck, B.; Food Chem. 2017, 222, 35. O segundo composto desse tipo de biflavonoide foi o 7, detentor do íon molecular em m/z 637 [M-H]-, foi identificado como GB-2a-sulfato, um derivado de GB-2a com a presença do substituinte SO3, demonstrando perda de [M-H-80]- e gerando íons MS22 Zeni, A. L. B.; Parisotto, A. V.; Mattos, G.; Helena, E. T. S.; Ciência & Saúde Coletiva 2017, 22, 2703. em m/z 557 e m/z 431 [M-H-126-80]- característicos dos fragmentos do íon precursor GB-2a (Figura 7S). O composto 7 apresentou íon MS33 Bruning, M. C. R.; Mosegui, G. B. G.; Vianna, C. M. M.; Ciência & Saúde Coletiva 2012, 17, 2675. em m/z 295 [M-H-136]- devido a clivagem de –C8H8O2 do anel B e parte do anel C do monômero de eriodictiol, do segundo flavonoide da molécula. O composto 9 de íon molecular em m/z 719 [M-H]- foi identificado como GB-2a-O-glicopiranosídeo, demonstrando um íon fragmento MS22 Zeni, A. L. B.; Parisotto, A. V.; Mattos, G.; Helena, E. T. S.; Ciência & Saúde Coletiva 2017, 22, 2703. em m/z 431 [M-H-126-162]- apresentando perdas -C6H6O3 e de glicose (Glc), assim como seu íon precursor em m/z 557 [M-H-162]- (Figura 9S), confirmando também ser um derivado glicosilado de GB-2a.99 Ferreira, R. O.; Carvalho, M. G.; Silva, T. M. S.; Quim. Nova 2012, 35, 2271.,2626 Carrillo-Hormaza, L.; Ramírez, A. M.; Quintero-Ortiz, C.; Cossio, M; Medina, S.; Ferreres, F.; Gil-Izquierdo, A.; Osorio, E.; J. Funct. Foods 2016, 27, 503; Akpanika, G. A.; Winters, A.; Wilson, T.; Ayoola, G. A.; Adepoju-Bello, A. A.; Hauck, B.; Food Chem. 2017, 222, 35.

Tipo GB1

Os compostos 4 e 10 foram classificados como biflavonoides do tipo GB1 (flavanona-(3→8″)-flavonol).99 Ferreira, R. O.; Carvalho, M. G.; Silva, T. M. S.; Quim. Nova 2012, 35, 2271. O íon molecular em m/z 573 [M-H]-, correspondente ao composto 4, foi identificado como GB-2 (naringenina-(3→8″)-taxifolina) e pelos fragmentos MS22 Zeni, A. L. B.; Parisotto, A. V.; Mattos, G.; Helena, E. T. S.; Ciência & Saúde Coletiva 2017, 22, 2703. com íon em m/z 447 [M-H-126]- novamente pela perda de -C6H6O3, devido a clivagem do anel C no monômero de naringerina e MS33 Bruning, M. C. R.; Mosegui, G. B. G.; Vianna, C. M. M.; Ciência & Saúde Coletiva 2012, 17, 2675. em m/z 419 [M-H-126-28]- pela perda de uma molécula neutra de CO (Figura 3c, 4S). O composto 10 é um derivado glicosilado de GB 2, e denominado de GB2-7”-O-glicopiranosídeo.2626 Carrillo-Hormaza, L.; Ramírez, A. M.; Quintero-Ortiz, C.; Cossio, M; Medina, S.; Ferreres, F.; Gil-Izquierdo, A.; Osorio, E.; J. Funct. Foods 2016, 27, 503; Akpanika, G. A.; Winters, A.; Wilson, T.; Ayoola, G. A.; Adepoju-Bello, A. A.; Hauck, B.; Food Chem. 2017, 222, 35. Esse composto apresenta íon molecular em m/z 735 [M-H]- e tem como produtos de fragmentações de segunda ordem o íon em m/z 447 [M H 126 162]- pela perda de -C6H6O3 e glicose, assim como íon precursor em m/z 573 característico de GB-2. O íon de terceira ordem em m/z 429 [M-H-18]- apresentou perda de uma molécula neutra de água (18 Da) (Figura 10S).2626 Carrillo-Hormaza, L.; Ramírez, A. M.; Quintero-Ortiz, C.; Cossio, M; Medina, S.; Ferreres, F.; Gil-Izquierdo, A.; Osorio, E.; J. Funct. Foods 2016, 27, 503; Akpanika, G. A.; Winters, A.; Wilson, T.; Ayoola, G. A.; Adepoju-Bello, A. A.; Hauck, B.; Food Chem. 2017, 222, 35.

Benzofenona poliisoprenilada

A presença de benzofenona nos galhos de P. insignis pode ser confirmada pelo composto 5, com íon molecular em m/z 601 [M H]-, identificado como garcinielipitona FC (GFC), apresentando íon MS22 Zeni, A. L. B.; Parisotto, A. V.; Mattos, G.; Helena, E. T. S.; Ciência & Saúde Coletiva 2017, 22, 2703. em m/z 465 [M-H-136]- pela clivagem de -C10H16 (136 Da) de duas unidades de isoprenos e íon MS33 Bruning, M. C. R.; Mosegui, G. B. G.; Vianna, C. M. M.; Ciência & Saúde Coletiva 2012, 17, 2675. em m/z 273 [M-H-192]- pela perda de –C11H12O3 (Figura 5S).1414 Costa Júnior, J. S.; Ferraz, A. B. F.; Filho, B. A. B.; Feitosa, C. M.; Cito, A. M. G. L.; Freitas, R. M.; Saffi, J.; J. Med. Plant. Res. 2011a, 5, 293; Costa, I. C. G.; Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Piauí, Brasil, 2014; Nascimento, J. L.; Coelho, A. G.; Barros, Y. S. O.; Silva, O. A.; Freitas, R. M.; Rocha, M. S.; David, J. M.; Costa Júnior, J. S.; Rufino, D. D. A.; Arcanjo, D. D. R.; Costa Junior, J. S.; Moura, L. H. P.; Ferraz, A. B. F.; Rossatto, R. R.; Quintans Júnior, L. J.; Oliveira, R. C. M.; Citó, A. M. D. G. L.; Oliveira, A. P.; Nat. Prod. Res. 2014, 28, 923; Pinheiro, E. E. A.; Oliveira, F. A. A.; Lima Neto, J. S.; Mesquita, A. B. S.; Brito, C. A. R. S.; Figueirêdo, G. S.; Ferreira, J. H. L.; Barreto, H. M.; Citó, A. M. G. L.; Revista Brasileira de Biodiversidade e Biotecnologia 2015, 1, 1; Rocha, E. S.; Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Tocantins, Brasil, 2017.,2727 Costa Júnior, J. S.; Feitosa, C. M.; Citó, A. M. G. L.; Freitas, R. M.; Henriques, J. A. P.; Saffi, J.; J. Biol. Sci. 2010, 10, 747.,2828 Silva, A. P. S. C. L.; Oliveira, G. L. S.; Medeiros, S. C.; Sousa, A. M. L.; Lopes, L. S.; David, J. M.; Junior, J. S. C.; de Freitas, R. M.; Phytomedicine 2016, 23, 477; Wu, C.; Lu, Y.; Wei, B.; Yang, S.; Won, S.; J. Nat. Prod. 2008, 71, 246. Garcinielipitona FC é um par tautomérico de benzofenona poliprenilada e já foi isolado do extrato hexânico das sementes de P. insignis, sendo suas formas isoméricas bem elucidadas.1414 Costa Júnior, J. S.; Ferraz, A. B. F.; Filho, B. A. B.; Feitosa, C. M.; Cito, A. M. G. L.; Freitas, R. M.; Saffi, J.; J. Med. Plant. Res. 2011a, 5, 293; Costa, I. C. G.; Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Piauí, Brasil, 2014; Nascimento, J. L.; Coelho, A. G.; Barros, Y. S. O.; Silva, O. A.; Freitas, R. M.; Rocha, M. S.; David, J. M.; Costa Júnior, J. S.; Rufino, D. D. A.; Arcanjo, D. D. R.; Costa Junior, J. S.; Moura, L. H. P.; Ferraz, A. B. F.; Rossatto, R. R.; Quintans Júnior, L. J.; Oliveira, R. C. M.; Citó, A. M. D. G. L.; Oliveira, A. P.; Nat. Prod. Res. 2014, 28, 923; Pinheiro, E. E. A.; Oliveira, F. A. A.; Lima Neto, J. S.; Mesquita, A. B. S.; Brito, C. A. R. S.; Figueirêdo, G. S.; Ferreira, J. H. L.; Barreto, H. M.; Citó, A. M. G. L.; Revista Brasileira de Biodiversidade e Biotecnologia 2015, 1, 1; Rocha, E. S.; Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Tocantins, Brasil, 2017.,2828 Silva, A. P. S. C. L.; Oliveira, G. L. S.; Medeiros, S. C.; Sousa, A. M. L.; Lopes, L. S.; David, J. M.; Junior, J. S. C.; de Freitas, R. M.; Phytomedicine 2016, 23, 477; Wu, C.; Lu, Y.; Wei, B.; Yang, S.; Won, S.; J. Nat. Prod. 2008, 71, 246.

Xantona

O composto 1 foi identificado como α-mangostin, com íon molecular em m/z 409 [M-H]- e íons fragmentos MS22 Zeni, A. L. B.; Parisotto, A. V.; Mattos, G.; Helena, E. T. S.; Ciência & Saúde Coletiva 2017, 22, 2703. em m/z 351 [M-H-58]-. Para a formação desse íon de segunda ordem a molécula sofre uma desmetilação (–CH3) formando um íon em m/z 394 [M H 15]-.2929 Azebaze, A. G. B.; Dogmo, A. B.; Meyer, M.; Ouahouo, B. M. W.; Valentin, A.; Laurenguemfo, E.; Nkekgfack, A. E.; Vierling, W.; Ann. Trop. Med. Parasitol. 2007, 101, 23; Mahabusarakam, W.; Wiriyachitra, P.; J. Nat. Prod. 1987, 50, 475; Wittenauer, J.; Falk, S.; Schweiggert-Weisz, U.; Carle, R.; Food Chem. 2012, 134, 445. Posteriormente ocorre o fechamento do anel B, com perda de –C3H7 formando então o íon de maior intensidade em m/z351 [M-H-43]-. Outro fragmento de segunda ordem foi observado devido à reação competitiva durante a desmetilação, que favoreceu a perda de um grupo prenil (-C4H7) no anel B, formando também o íon de menor intensidade em m/z 339 [M-H-55]-. A fragmentação em MS33 Bruning, M. C. R.; Mosegui, G. B. G.; Vianna, C. M. M.; Ciência & Saúde Coletiva 2012, 17, 2675. demonstrou um íon em m/z 296 [M-H-55]- devido a outra perda de grupo prenil (-C4H7) ligado ao anel A (Figura 1S). Esse composto foi sugerido, pois é o único isômero bem descrito por vários autores e de ampla ocorrência na família Clusiaceae e, além disso, já foi relatado em P. insignis.88 Costa Júnior, J. S.; Ferraz, A. B. F.; Sousa, T. O.; Silva, R. A. C.; Lima, S. G.; Feitosa, C. M.; Cito, A. M. G. L.; Cavalcante, A. A. C. M.; Freitas, R.; Sperotto, A. R. M.; Peres, V. F.; Moura, D. J.; Saffi, J.; Basic Clin. Pharmacol. Toxicol 2013, 112, 34.,2929 Azebaze, A. G. B.; Dogmo, A. B.; Meyer, M.; Ouahouo, B. M. W.; Valentin, A.; Laurenguemfo, E.; Nkekgfack, A. E.; Vierling, W.; Ann. Trop. Med. Parasitol. 2007, 101, 23; Mahabusarakam, W.; Wiriyachitra, P.; J. Nat. Prod. 1987, 50, 475; Wittenauer, J.; Falk, S.; Schweiggert-Weisz, U.; Carle, R.; Food Chem. 2012, 134, 445.

Espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear de11 Forzza, R. C.; Baumgratz, J. F.; Bicudo, C. E. M.; Canhos, D. A. L. C,; Anibal, A.C.; Marcus, A. N.; Costa, A. F. C.; Hopkins, D. P.; Leitman, M. G.; Logmann, L. G.; Lughadha, E. N.; Maia, L. C. M.; Menezes, G.; Peixoto, M. P.; Pirani, A. L.; Prado, J. R.; Queiroz, J. Souza, L. P.; Souza, S.; Castro, V.; Stehmann, J. R.; Sylvestre, L.; Walter, S.; Bruno, M. T.; Zappi, D. C.; Bioscience 2012, 62, 39.H da subfração FAc21

A análise por RMN de11 Forzza, R. C.; Baumgratz, J. F.; Bicudo, C. E. M.; Canhos, D. A. L. C,; Anibal, A.C.; Marcus, A. N.; Costa, A. F. C.; Hopkins, D. P.; Leitman, M. G.; Logmann, L. G.; Lughadha, E. N.; Maia, L. C. M.; Menezes, G.; Peixoto, M. P.; Pirani, A. L.; Prado, J. R.; Queiroz, J. Souza, L. P.; Souza, S.; Castro, V.; Stehmann, J. R.; Sylvestre, L.; Walter, S.; Bruno, M. T.; Zappi, D. C.; Bioscience 2012, 62, 39.H (Figura 12S) mostrou um sinal de dupleto com δH 5,76 referente ao H-2 com constante de acoplamento, J = 12 Hz. De acordo com a literatura, o sinal referente ao H-3 é encontrado em δH 4,89 (d, J= 12 Hz), porém o sinal referido foi encoberto pelo sinal da água do metanol deuterado em δH 4,84. A posição dos hidrogênios H-2 e H-3 evidenciam a subclasse das flavanonas.1010 Li, X. C.; Joshi, A. S.; Tan, B.; Elsohly, H. N.; Walker, L. A.; Zjawiony, J. K.; Ferreira, D.; Tetrahedron 2002, 58, 8709.,3030 Santos, C. C.; Oliveira, R. R.; Figueiredo, M. R.; Rev. Fitos 2007, 3, 32.

Os sinais com δH em 7,11 (d, J =8,0 Hz) e 6,42 (d, J = 8,0 Hz) foram atribuídos aos pares de átomos de hidrogênios equivalentes nas posições 2′/6′ e 3′/5′ (Figura 13S), respectivamente, confirmando o padrão de substituição característica de anel p-substituído da porção flavanona do biflavonoide.

Observou-se dois simpletos largos em δH 5,97 e 5,99 atribuídos aos hidrogênios H-6 e H-8 no anel A e um simpleto em δH 6,25 referente ao H-6″. Outro simpleto em δH 6,41 é atribuído ao H-3″ pertencente ao anel F. O H-5‴ em δH 6,92 (d, J = 8,0 Hz) acopla-se com o H-6‴ em δH 7,30 (dd, J = 8,0 Hz) e esse, por sua vez, acopla-se também com o H-2‴ com δH 7,35 apresentando um simpleto largo (Figura 12S).1010 Li, X. C.; Joshi, A. S.; Tan, B.; Elsohly, H. N.; Walker, L. A.; Zjawiony, J. K.; Ferreira, D.; Tetrahedron 2002, 58, 8709.,3030 Santos, C. C.; Oliveira, R. R.; Figueiredo, M. R.; Rev. Fitos 2007, 3, 32. Os sinais principais são acompanhados por sinais de menor intensidade, fato explicado pela restrição na rotação C-3→C-8″, proposta por Li et al., que evidencia o efeito atropisomérico do biflavonoide.1010 Li, X. C.; Joshi, A. S.; Tan, B.; Elsohly, H. N.; Walker, L. A.; Zjawiony, J. K.; Ferreira, D.; Tetrahedron 2002, 58, 8709. A análise do espectro de RMN11 Forzza, R. C.; Baumgratz, J. F.; Bicudo, C. E. M.; Canhos, D. A. L. C,; Anibal, A.C.; Marcus, A. N.; Costa, A. F. C.; Hopkins, D. P.; Leitman, M. G.; Logmann, L. G.; Lughadha, E. N.; Maia, L. C. M.; Menezes, G.; Peixoto, M. P.; Pirani, A. L.; Prado, J. R.; Queiroz, J. Souza, L. P.; Souza, S.; Castro, V.; Stehmann, J. R.; Sylvestre, L.; Walter, S.; Bruno, M. T.; Zappi, D. C.; Bioscience 2012, 62, 39.H e comparação com dados da literatura confirma a identificação do biflavonoide morelloflavona.

Determinação do teor de fenóis totais

Os teores de fenóis totais (FT), foram determinados em mg de equivalente de ácido gálico por grama de amostra (EAG). Os resultados das análises de FT do extrato bruto, frações Hex e AcOEt dos galhos de P. insignis estão apresentados na Tabela 3.

Tabela 3
Teor de fenóis totais (mg de EAG/g de material vegetal seco) do extrato, frações Hex e AcOEt dos galhos de P. insignis

Os resultados demonstram que o extrato bruto (348,3±6,5mgde EAGg-1) dos galhos é rico em polifenóis, no qual pode ser confirmada pela análise de ESI-IT/MSn. A fração AcOEt (382,0±4,7mgdeEAGg-1) apresentou uma quantidade superior ao extrato, esse alto teor corrobora com a identificação por massas de 11 compostos, dentre eles biflavonoides, benzofenona e xantona. Esses resultados confirmam ainda mais o alto potencial químico dos galhos de P. insignis.

Determinações do Fator de Proteção Solar (FPS) e comprimento de onda máximo e absorbância do extrato, frações e morelloflavona

O extrato bruto, fração AcOEt e biflavonoide morelloflavona isolado, assim como as demais frações Hex e HA, foram submetidos ao ensaio de determinação in vitro do Fator de Proteção Solar (FPS). Violante e Oliveira Junior et al. utilizaram esse método in vitro devido a sua confiabilidade e correlação com testes in vivo, uma vez que ele relaciona a absorbância da substância em questão com o efeito eritematogênico da radiação e intensidade da luz em comprimentos de onda específicos entre 290 e 320 nm (Região UVB).2323 Oliveira Júnior, R. G.; Araújo, C. S.; Souza, G. R.; Guimarães, A. L.; Oliveira, A. P.; Lima-Saraiva, S. R. G.; Morais, A. C. S.; dos Santos, J. S. R.; Almeida, J. R. G. S.; J. Appl. Pharm. Sci. 2013, 3, 122.,3131 Violante, I. M. P.; Souza, I. M.; Venturini, C. L.; Ramalho, A. F. S.; Santos, R. A. N.; Ferrari, M.; Rev. Bras. Farmacogn. 2009, 19, 452. A Figura 4, apresenta os resultados de FPS do extrato bruto, frações Hex, AcOEt, HA, assim como morelloflavona isolada dos galhos de P. insignis.

Figura 4
Fator de Proteção Solar do extrato bruto, frações Hex, AcOEt, HA e morelloflavona isolada dos galhos de P. insignis

Observa-se que o ensaio in vitro de FPS correlaciona-se diretamente com a concentração, e que o biflavonoide isolado apresentou um FPS igual a 29,66, na maior concentração, evidenciando um alto potencial fotoprotetor, assim como o E.EtOH (15,59), F. Hex (10,66), F. AcOEt (26,28) e HA (2,06). Tendo em vista que para uma espécie ser considerada com potencial fotoprotetor é necessário que ela possua os valores de FPS ≥ 2, todas as amostras demonstraram resultados igual ou superior e são bastantes sugestivos para serem empregados em formulações cosméticas, cujo o valor mínimo aceito pela legislação brasileira, RDC nº 30 de 1 de julho de 2012 é de um FPS> 6.3131 Violante, I. M. P.; Souza, I. M.; Venturini, C. L.; Ramalho, A. F. S.; Santos, R. A. N.; Ferrari, M.; Rev. Bras. Farmacogn. 2009, 19, 452.,3232 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2012/rdc0030_01_06_2012, acessada em abril 2021.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis...

A região de absorção da radiação ultravioleta (UV), também é um fator bastante relevante para as substâncias a serem empregadas como filtros solares, uma vez que eles irão proteger a pele dos raios UVA (320-400 nm), UVB (290-320 nm) ou UVC (200-290 nm).2323 Oliveira Júnior, R. G.; Araújo, C. S.; Souza, G. R.; Guimarães, A. L.; Oliveira, A. P.; Lima-Saraiva, S. R. G.; Morais, A. C. S.; dos Santos, J. S. R.; Almeida, J. R. G. S.; J. Appl. Pharm. Sci. 2013, 3, 122.A Tabela 4 apresenta o comprimento de onda máximo (λmax) e a região de absorção de cada amostra em diferentes concentrações, assim como a Figura 5 apresenta os perfis de absorção espectrofotométrica para o extrato, frações e morelloflavona isolada.

Tabela 4
Comprimento de onda de absorção máxima (λmax) e tipo de absorção UV do extrato, frações e morelloflavona isolada dos galhos de P. insignis
Figura 5
Perfil de absorção espectrofotométrica do extrato (A), frações Hex (B), AcOEt (C), HA (D) e morelloflavona (E) isolada dos galhos de P. insignis (240-400 nm)

Atividade antioxidante frente ao radical DPPH

Um antioxidante ou bioantioxidante pode ser caracterizado como uma substância que, presente em baixas concentrações, quando comparada com um substrato oxidável, diminui significativamente a oxidação do referido substrato.3333 Oliveira, G. L. S.; Silva, A. P. S. C. L.; Feitosa, C. M.; Almeida, F. R. C. Em Antioxidantes: aspectos químicos, farmacológicos e terapêuticos; Feitosa, C. M., eds.; Editora Átomo: Campinas, 2017, cap.1.,3434 Oroian, M.; Escriche, I.; Food Res. Int. 2015, 74, 10. Grande parte desses compostos antioxidantes pode ser encontrada nas frutas, legumes e plantas com a função de prevenir doenças neurodegenerativas como câncer, cardiovasculares e envelhecimento precoce.3333 Oliveira, G. L. S.; Silva, A. P. S. C. L.; Feitosa, C. M.; Almeida, F. R. C. Em Antioxidantes: aspectos químicos, farmacológicos e terapêuticos; Feitosa, C. M., eds.; Editora Átomo: Campinas, 2017, cap.1.,3535 Stangenberg, S.; Int. J. Biochem. Cell Biol. 2015, 64, 81.

O E.EtOH, frações Hex e AcOEt e morelloflavona dos galhos de P. insignis apresentaram resultados promissores frente ao radical DPPH, obtendo-se o percentual de atividade antiradicalar (%AA) e a concentração eficiente em mg mL-1 (CE50) (Tabela 5) (Figura6). Observou-se que o extrato EtOH, F.AcOEt e morelloflavona isolada apresentaram um %AA superior a 60%, atingindo máximos de 90,57, 90,88 e 89,93%, respectivamente, na maior concentração (250 µg mL-1). Quando comparados ao padrão BHT (89,88%), ambos foram equivalentes. A concentração eficiente média para as amostras encontram-se na Tabela 5, no qual se observou que E.EtOH e a morelloflavona apresentaram CE50 de 59,87 e 52,32 µg mL-1, respectivamente, sendo mais eficientes quando comparado com o padrão BHT (69,34 µg mL-1), na redução de 50% da concentração do radical.

Figura 6
Porcentagem de AA do extrato etanólico e das frações Hex, AcOEt e morelloflavona isolada dos galhos de P. insignis e dos padrões rutina e BHT
Tabela 5
Concentração eficiente média (CE50) e percentual de atividade antiradicalar (%AA) do extrato etanólico, frações e morelloflavona isolada dos galhos de P. insignis

CONCLUSÕES

O estudo realizado permitiu caracterizar pela primeira vez o perfil químico dos galhos de P. insignis, contribuindo para o estudo metabolômico da espécie. A análise realizada por ESI-IT/MSn indica que o gênero Platonia é altamente rico em polifenóis, com destaque para elevada quantidade de biflavonoides, que evidenciam um alto potencial fotoprotetor e antiradicalar. Os resultados dos ensaios in vitro trazem um importante ponto de partida para o desenvolvimento de produtos funcionais para o setor farmacêutico e alimentício.

MATERIAL SUPLEMENTAR

Os dados espectrométricos do extrato, fração AcOEt e subfração FAc21 estão disponíveis em http://quimicanova.sbq.org.br, em formato pdf, com acesso livre.

https://minio.scielo.br/documentstore/1678-7064/BcR3WxLfkSbwDSPRdYNSqhJ/c5af36b4075902bf6adf8e6f34c2d68acbe3dd36.pdf

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem ao CNPq, INCTBioNat (2018/406126 6, 2014/ 465637-0) pelo apoio financeiro. Agradecem também à FAPEPI (EDITAL FAPEPI/ MCT/ CNPq/ CT-INFRA Nº 007/2018 – Programa PPP) pelo auxílio financeiro concedido a S. D. L. Freitas (Termo de concessão nº 043/2019).

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    27 Set 2021
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    14 Mar 2021
  • Aceito
    07 Abr 2021
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