Acessibilidade / Reportar erro

Incidência de Pratylenchus coffeae causando severa nematose em cafeeiro no nordeste

INCIDÊNCIA DE Pratylenchus coffeae CAUSANDO SEVERA NEMATOSE EM CAFEEIRO NO NORDESTE

ROMERO M. MOURA, ELVIRA MARIA R. PEDROSA & MÁRCIA D. C. PRADO

Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dept. Agronomia, Lab. Fitonematologia. Dois Irmãos, 52171-321, Recife, PE, e-mail romeromoura@yahoo.com.br

(Aceito para publicação em 16/10/2002)

Autor para correspondência: Romero Marinho de Moura

ABSTRACT

Incidence of Pratylenchus coffeae causing severe infection on coffee in the Northeast of Brazil

This paper reports Pratylenchus coffeae causing severe damage to coffee (Coffea arabica) in the State of Pernambuco, Northeastern Brazil. Plants were cultivated in an area previously used for yam (Dioscorea cayennensis) production, highly infested with a P. coffeae, the causal agent of dry rot in yams. Losses of 1.5-year old plants were higher than 70%.

Pratylenchus coffeae (Zimmerman) Filipjev & Shuurmans-Stekhoven é responsável por perdas em muitas culturas nas regiões tropicais (Luc et al. Plant Parasitic Nematodes in Tropical and Subtropical Agriculture. Wallingford. CAB International. 1990). No Brasil, o primeiro assinalamento desse patógeno foi feito por Monteiro & Lordello. (Rev. Agricultura 49:169. 1974). Ao longo dos anos, esse endoparasito migrador não se revelou de alta virulência em cafeeiro (Coffea arabica L.). No Nordeste, P. coffeae foi primeiramente assinalado em inhame (Dioscorea cayennensis Lam. var. rotundata Poir.) (Moura & Monteiro. Fitopatol. Bras. 20:256. 1995) e mais tarde em gravioleira (Annona muricata L.) causando perdas elevadas. Ambas, atualmente, são epidêmicas. Por terem origem comum, as duas populações do nematóide têm sido diagnosticadas como população inhame (Moura et al. Nematol. Bras. 23:62-68. 1999).

O objetivo deste trabalho foi relatar P. coffeae causando pratilencose severa em cafeeiro em Barra da Guabiraba, Pernambuco. Tratava-se de um pomar contendo 1.500 plantas de 1,5 ano de idade, instalado numa antiga área de produção de inhame desativada pelas altas incidências de casca preta, causada por P. coffeae. Plantas atacadas apresentavam extenso escurecimento do córtex radicular e muitas lesões na região do colo, que atingiam até 10 cm para cima, ao longo do caule (Figura 1A,B ). Plantas atacadas morriam após amarelecimento intenso e queda das folhas, o que ocorreu em aproximadamente 70% do plantio. Estudos morfológicos comparativos do patógeno revelaram tratar-se de população semelhante à do inhame e da gravioleira. Em média, foram encontrados 1.630 espécimes, por 20 g de raízes. O presente assinalamento ressalta a importância da aplicação imediata de técnicas de exclusão, impostas por rigorosa legislação, para dificultar a disseminação desse patógeno na Zona da Mata do Nordeste, onde se encontram culturas suscetíveis de alto valor econômico. Pratylenchus coffeae no Nordeste deve ser classificado como Praga Quarentenária 2.


  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      07 Mar 2003
    • Data do Fascículo
      Nov 2002
    Sociedade Brasileira de Fitopatologia SGAS 902 Edifício Athenas - Bloco B, Salas 102/103, 70390-020 Brasília, DF, Tel./Fax: +55 61 3225-2421 - Brasília - DF - Brazil
    E-mail: sbf-revista@ufla.br