Acessibilidade / Reportar erro

Ocorrência de curtobacterium flaccumfaciens pv. flaccumfaciens em feijoeiro, em Goiás e no Distrito Federal

First occurrence of Curtobacterium flaccumfaciens pv. flaccumfaciens on bean in the State of Goias and Federal District of Brazil

NOTAS FITOPATOLÓGICAS / PHYTHOPATOLOGICAL NOTES

Ocorrência de curtobacterium flaccumfaciens pv. flaccumfaciens em feijoeiro, em Goiás e no Distrito Federal

First occurrence of Curtobacterium flaccumfaciens pv. flaccumfaciens on bean in the State of Goias and Federal District of Brazil

Carlos H. UesugiI; Marcos A. FreitasI; José R. MenezesII

IDepartamento de Fitopatologia, Universidade de Brasília, Cx. Postal 4457, CEP 70.910-900, Brasília-DF, Fax (061) 272-1793, e-mail: uesugich@unb.br

IIConsultor Técnico

ABSTRACT

The bacterial wilt of bean (Phaseolus vulgaris) was observed in November 2000 in Goias and in January 2001 in the Federal District of Brazil. Biochemical, physiological and pathogenicity tests confirmed the causal agent as Curtobacterium flaccumfaciens pv. flaccumfaciens. This is the first report of the disease in the State of Goias and in the Federal District of Brazil.

A cultura do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.), tradicionalmente conduzida por pequenos agricultores em safras de verão, nos últimos anos adquiriu condição importante, por apresentar ciclo relativamente curto e alta rentabilidade, e passou a ser cultivada em diversas épocas do ano, principalmente em cultivos irrigados no inverno (período seco, de maio a agosto), por grandes produtores que utilizam alta tecnologia.

Recentemente, a murcha de curtobacterium, causada por Curtobacterium flaccumfaciens pv. flaccumfaciens (Hedges) Collins & Jones foi relatada em uma lavoura comercial de feijoeiro, cv. Carioca, em Itaporanga, SP (Maringoni & Rosa, Summa Phytopathol. 23:160, 1997). Em novembro de 2001, plantas de feijoeiro da cultivar Pérola, cultivadas em pivô central, no estádio de desenvolvimento R7, apresentando amarelecimento, murcha e morte (Figura 1- A), do município de Cristalina, GO, e, em janeiro de 2002, sementes de feijão das cvs. Pérola, FT-Bionobre e Emgopa Ouro, coletadas de cultivos irrigado e sequeiro no DF foram analisadas. Dos isolamentos efetuados das hastes e das sementes em meio de cultura 523 (Kado & Heskett, Phytopathol. 60:969, 1970), obteve-se colônias de formato circular, bordos lisos, aspecto brilhante, levemente convexas, amarelas à bege opaco. Induziram murchas quando inoculadas em feijoeiro (Figura 1- B). As características apresentadas pela bactéria reisolada foram: forma de bastonete, Gram positiva, não solúvel em KOH a 3 %, OF oxidativa, catalase positiva, oxidase negativa, tolerância ao cloreto de sódio a 7% e a 9%, hidrolisa caseína, produz ácidos a partir de adonitol, glicerol, melezitose e não produz a partir de amido, não causa podridão de discos de batata, coincidindo com os testes para C. flaccumfaciens pv. flaccumfaciens (Bradbury, Guide to plant pathogenic bacteria, 1986). Este é o primeiro relato da ocorrência de murcha de curtobacterium em feijoeiro no Estado de Goiás e no Distrito Federal. Esta doença pode estar ocorrendo há algum tempo na cultura do feijoeiro na região geoeconômica do DF, mas estar sendo confundida com a murcha de fusarium, como postulado por Maringoni & Rosa (Summa Phytopathol. 23:160, 1997). A repercussão da incidência e disseminação deste patógeno na cultura do feijoeiro deveria ser avaliada. Estirpes estão preservadas na Coleção de Bactérias Fitopatogênicas do Laboratório de Fitopatologia da Universidade de Brasília, Brasília, DF.



Aceito para publicação em 07/01/2003

Autor para correspondência: Carlos H. Uesugi

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    15 Ago 2003
  • Data do Fascículo
    Jun 2003
Sociedade Brasileira de Fitopatologia SGAS 902 Edifício Athenas - Bloco B, Salas 102/103, 70390-020 Brasília, DF, Tel./Fax: +55 61 3225-2421 - Brasília - DF - Brazil
E-mail: sbf-revista@ufla.br