Acessibilidade / Reportar erro

Antracnose em Mikania glomerata e Mikania laevigata

Anthracnose on Mikania glomerata and Mikania laevigata

NOTAS FITOPATOLÓGICAS PHYTOPATHOLOGICAL NOTES

Antracnose em Mikania glomerata e Mikania laevigata

Anthracnose on Mikania glomerata and Mikania laevigata

Olga M. R. RussomannoI; Pedro C. KruppaI; André MartinsI; Ricardo G. WoiskyII

IInstituto Biológico, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Vegetal, Cx. Postal 12.898, CEP-04010-970, São Paulo, SP

IISítio Santa Luzia, Estrada Sorocamirim, Bairro Verava, Ibiúna, SP, e-mail: russomano@biologico.sp.gov.br

ABSTRACT

The occurrence of anthracnose caused by Colletotrichum gloeosporioides on Mikania glomerata and M. laevigata is reported in this paper. The causal agent is isolated in vitro and identified according to its morphological characteristics described in the literature.

Mikania glomerata Sprengel e M. laevigata Schultz Bip. ex Baker, pertencentes à família Asteraceae, são plantas trepadeiras arbustivas, lenhosas e sem gavinhas, popularmente conhecidas em nosso meio como guaco. São originárias da América do Sul, vegetando principalmente na Argentina, Paraguai, Uruguai e no Brasil, especialmente nas regiões Sul e Sudeste. Ocorrem em quase todos os estados brasileiros, crescendo bem desde a Bahia até o Rio Grande do Sul. São plantas utilizadas para fins medicinais, pois suas folhas, secas ou frescas, são ricas em óleo essencial, resina, tanino, saponina e guacosídios (Martins et al. Plantas Medicinais. Editora UFV, 2000; Silva Júnior et al. Plantas Medicinais, Caracterização e Cultivo. EPAGRI, Florianópolis, SC, 1995; Panizza, S. Plantas que Curam. 20ª Ed. São Paulo: IBRASA, 1997). Em 1999, em plantio comercial dessas duas espécies, localizado no município de Ibiúna-SP, registrou-se uma doença causando lesões necróticas nas folhas. Os sintomas caracterizavam-se por manchas de coloração parda, com bordos pardo-escuros e diâmetro de, aproximadamente, 1 cm. Com a coalescência das lesões, formavam-se grandes áreas de tecidos necrosados, com posterior ruptura de algumas dessas áreas lesionadas (Figura 1- A e B). Isso, conseqüentemente, provocava a queda das folhas. O agente causal foi isolado em BDA e, através das características morfológicas descritas em literatura especializada (Sutton, B.C. The Coelomycetes. Commonwealth Mycological Institute, Kew, Surrey, England, 1980), o mesmo foi identificado como Colletotrichum gloeosporioides (Penz.) Sacc. Os testes de patogenicidade foram realizados em mudas sadias de M. glomerata e M. laevigata em regime de casa de vegetação. O fungo foi inoculado por aspersão, na concentração padronizada de 5 x 105 conídios.ml-1, determinada em câmara de Newbauer. As mudas foram mantidas em câmara úmida por 48 h e, sete dias após a inoculação, tanto as plantas de M. glomerata quanto as de M. laevigata manifestaram os sintomas característicos da doença. O patógeno foi reisolado em meio de cultura BDA, complementando os postulados de Koch. Esta foi a primeira constatação desse fungo sobre plantas de guaco no Estado de São Paulo.


Aceito para publicação em 06/11/2003

Autor para correspondência: Olga M. R. Russomanno

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    19 Out 2005
  • Data do Fascículo
    Out 2005
Sociedade Brasileira de Fitopatologia SGAS 902 Edifício Athenas - Bloco B, Salas 102/103, 70390-020 Brasília, DF, Tel./Fax: +55 61 3225-2421 - Brasília - DF - Brazil
E-mail: sbf-revista@ufla.br