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Efeito de indutores químicos no controle da antracnose do maracujá amarelo pós-colheita

Effect of chemical inducers on anthracnose disease control of post harvested yellow passion fruits

NOTAS FITOPATOLÓGICAS PHYTOPATHOLOGICAL NOTES

Efeito de indutores químicos no controle da antracnose do maracujá amarelo pós-colheita

Effect of chemical inducers on anthracnose disease control of post harvested yellow passion fruits

Luiz C. Cordeiro de AlmeidaI; Rildo Sartori B. CoêlhoII

ICEPLAC/CEPEC/Seção de Fitopatologia, Cx. Postal 7, CEP 45600-970, Itabuna, BA, e-mail: cordeirolc@yahoo.com.br

IIDepartamento de Agronomia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dois Irmãos, CEP 52171-900, Recife, PE, e-mail: sartori@hotlink.com.br

ABSTRACT

Yellow passion fruits were immersed in suspensions of the chemical inducers acibenzolar-S-methyl (100 ppm), methyl jasmonato (100 ppm) and DL-b-amino-n-butyric acid (1000 ppm) and inoculated with Colletotrichum sp. 24 hours after. The treatments did not control anthracnose in fruits.

A antracnose, causada por Colletotrichum gloeosporioides (Penz.) Penz. & Sacc., é a doença mais importante do maracujá amarelo, Passiflora edulis Sims f. flavicarpa, na pós-colheita (Informe Agropecuário 21:67. 2000). As plantas possuem mecanismos eficientes de resistência que podem ser acionados ou ativados quando em contato com indutores (Romeiro, R.S. Indução de resistência em plantas a patógenos, 1999). O indutor acibenzolar-S-metil (ASM) reduziu o desenvolvimento de C. gloeosporioides em mamão, Carica papaya L., (Summa Phytopathologica 30:314. 2004); o ácido DL-b-amino-n-butírico (BABA) reduziu a deterioração de toranja, Citrus paradisi Macfad. cv. Star Ruby, causada por Penicillium digitatum (Pers.) Sacc. (Phytoparasitica 27:158. 1999); e jasmonato metílico (JM) protegeu plântulas de abeto, Picea abies (L.) H. Karst., das infecções causadas por Pythium ultimum Trow. (Physiological and Molecular Plant Pathology 55:53. 1998).

Para reduzir as perdas provocadas pelo agente causal da antracnose, cinco frutas sadias de maracujá amarelo, em fase intermediária de maturação, depois de desinfestadas, foram imersas por três min. em suspensão de ASM (100 ppm), JM (100 ppm) e BABA (1000 ppm) e também em água (tratamento testemunha) contendo Tween 20 (0,02 %, v/v). Decorridas 24 h, as frutas foram feridas em dois locais eqüidistantes e inoculadas com discos de cultura (6 mm de diâmetro) de Colletotrichum sp. e submetidas a câmara úmida por 48 h. Seis dias após a inoculação, os diâmetros das lesões foram avaliados. O ensaio foi repetido duas vezes, usando o delineamento experimental inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e cinco repetições representadas pela média de duas leituras. Foi realizada a análise de variância (P=0,05) para testar o efeito dos tratamentos.

Em estudos preliminares, apesar de ASM e JM terem reduzido o crescimento micelial de Colletotrichum sp. e não terem afetado a germinação de conídios, estes químicos não conseguiram ativar as respostas fenotípicas de resistência, porque não houve diferença entre os tratamentos nos dois ensaios realizados (Tabela 1). O controle da antracnose em mamão pós-colheita com ASM (Summa Phytopathologica 30:314. 2004) se deve provavelmente ao efeito da aplicação realizada na pré-colheita, como ocorreu com o mofo cinzento do morango, Fragaria X ananassa Duchesne, causado por Botrytis cinerea Pers. (Pest Management Science 56:989. 2000).

Aceito para publicação em 14/07/2006

Autor para correspondência: Luiz Carlos Cordeiro de Almeida

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    04 Set 2006
  • Data do Fascículo
    Jun 2006
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