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Scytalidium lignicola causando manchas em folhas, hastes e frutos de baunilha

Leaf, stem and fruit spots caused by scytalidium lignicola on vanilla (Vanilla fragans)

NOTAS FITOPATOLÓGICAS PHYTOPATHOLOGICAL NOTES

Scytalidium lignicola causando manchas em folhas, hastes e frutos de baunilha

Leaf, stem and fruit spots caused by scytalidium lignicola on vanilla (Vanilla fragans)

Jaqueline R. VerzignassiI; Luiz S. PoltronieriI; Ruth L. BenchimolI; Mônika F. MouraII

IEmbrapa Amazônia Oriental, Trav. Dr. Enéas Pinheiro, s/nº, CEP 66095-100, Belém, PA, e-mail:jaque@cpatu.embrapa.br

IIUniversidade Federal Rural da Amazônia, Cx. Postal 917, CEP 66077-530, Belém, PA

ABSTRACT

Leaf and fruit spots caused by Scytalidium lignicola on vanilla are recorded in Northeastern Pará State, causing significant losses in vanilla crops.

Nativa do Sudeste do México, da Guatemala e de outras regiões da América Central, a baunilha é uma trepadeira pertencente à família das orquídeas e tem como maior produtor mundial a Ilha de Madagascar, com 90% da produção mundial de 1200 toneladas por ano. Seus frutos são vagens, de 20 a 25 cm de comprimento (http://www.todafruta.com.br, acesso em 04/11/2005) e, das suas vagens, após o processo de cura, são obtidos os cristais de vanila, dos quais são obtidas tinturas alcoólicas utilizadas como aromatizadores de medicamentos e de alimentos. Com grande utilização em gastronomia em todo o mundo, as chamadas essências naturais de baunilha alcançam, no mercado externo, valores de até U$ 60,00 por quilo (Revista Agroamazônia, Vol.1, n.9, 2002; http://www.todafruta.com.br, acesso em 04/11/2005). No Pará, o cultivo da baunilheira é encontrado nos municípios de Tome-Açú e Castanhal, no Nordeste Paraense. Em visita efetuada a área de cultivo comercial de baunilheira no Município de Tomé-Açu, verificou-se lesões necróticas deprimidas e de coloração marrom escuro a negra em folhas, hastes e frutos (Figura 1 A-C). O material foi coletado e encaminhado ao Laboratório de Fitopatologia da Embrapa Amazônia Oriental para a verificação da etiologia da doença. Partes de tecidos lesionados foram plaqueadas em meio de cultura batata-dextrose-ágar (BDA), as quais foram mantidas em temperatura aproximada de 26 ºC, sob luz fluorescente fria, com fotoperíodo de 12 horas. Colônias inicialmente brancas tornam-se negras após seis dias ( Figura 1D) e, a partir da observação das estruturas do fungo em microscópio óptico (Figura 1E), o fungo foi identificado como Scytalidium lignicola Pesante, conforme descrição de Ellis (1971, Dematiaceous Hyphomycetes. CMI). Procedeu-se a inoculação em folhas e em hastes destacadas de planta adulta sadia, as quais foram submetidas a ferimento e inoculação do fungo sob forma de disco de micélio + meio de cultura (0,5 cm de diâmetro). O material vegetal inoculado permaneceu em câmara úmida por 24 horas e, após 48 horas da inoculação, verificaram-se os mesmos sintomas encontrados inicialmente no campo. Das lesões formadas pela inoculação artificial porções do tecido foram retiradas e colocadas em meio de cultura BDA nas mesmas condições de temperatura e umidade anteriormente descritas. Colônias idênticas às inicialmente obtidas dos sintomas das plantas oriundas do campo foram encontradas nesta etapa. Scytalidium lignicola foi também encontrado causando podridão peduncular em mangueira (Ghini & Kimati, Summa Phytopathol. 10:79. 1984), podridão negra em raízes e em manivas de mandioca (Laranjeira et al., Fitopatol. Brás. 19:466. 1994; Poltronieri et al., Fitopatol. Bras. 23:411. 1998; Muniz et al., Summa Phytopath. 25:156. 1999) e associado a sementes de caupi (Barros et al., Congresso Brasileiro de Sementes, III:95, 1983).



Recebido 22 Junho 2006 - Aceito 12 Fevereiro 2007 - FB 6067

Autor para correspondência: Jaqueline R. Verzignassi

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    12 Abr 2007
  • Data do Fascículo
    Fev 2007
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