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Deleuze: a Arte e a Filosofia

RESENHAS

João Gabriel Alves Domingos

Doutorando em Filosofia/UFMG. joaog@ufmg.br

MACHADO, Roberto -Deleuze, a Arte e a Filosofia, Rio de Janeiro, Zahar, 2009, 344p.

Fazer história da filosofia é uma atividade frequentemente entendida como menor. Quando muito, é encarada como uma propedêutica à filosofia. Poderíamos interpretar desse modo a necessidade que grandes filósofos têm de repassar as posições clássicas em relação aos problemas antes de apresentarem a sua posição particular. É também assim que se afirma que não existe filosofia no Brasil, pois, segundo essa perspectiva, somos incapazes de fazer filosofia justamente porque ainda não ultrapassamos a posição de "comentadores", como se não tivéssemos posições próprias frente aos problemas filosóficos.

O mais recente livro de Roberto Machado, Deleuze, a Arte e a Filosofia, mostra o equívoco dessa tese por dois motivos. Ao assumir o compromisso de não "desconhecer [a] lógica profunda ou [o] caráter sistemático" 1 1 Segundo Deleuze, arriscamo-nos a ignorar um grande autor de duas maneiras: "(...) ao desconhecer a sua lógica profunda ou o caráter sistemático de sua obra. (Falamos, então, de suas, 'incoerências', como se elas nos dessem um prazer superior). Ou, de outro modo, ao ignorar sua potência e seu gênio cômicos, de onde a obra retira geralmente o máximo de sua eficácia anticonformista (preferimos falar das angústias e do aspecto trágico)" (DELEUZE, G. "Jean-Jacques Rousseau – Precursor de Kafka, de Céline e de Ponge". A Ilha Deserta e Outros Textos. São Paulo: Iluminuras, 2004. p.73). da obra de Gilles Deleuze, Machado é constrangido a desviar o foco do filósofo francês para reencontrá-lo sempre em outro lugar que não nele mesmo. Porque Deleuze fez de sua obra um "teatro filosófico" (a expressão é de Michel Foucault) onde é realmente difícil fixar a identidade de quem fala. As leituras deleuzianas da história da filosofia são repetições que sempre produzem uma novidade radical até então insuspeita, assim são verdadeiras criações. A história da filosofia, em Deleuze, já é filosófica 2 2 "Foi Hegel quem iniciou esse estilo de Filosofia em que não há praticamente diferença entre Filosofia e história da Filosofia ou do pensamento, refletindo a partir da tragédia, do estoicismo, do empirismo, do cristianismo, da Física, etc. Apesar das diferenças evidentes, Heidegger e muitos outros também estão em continuidade com esse estilo filosófico. Deleuze também". (MACHADO, R. "Interdisciplinaridade para a Filosofia da diferença." [agosto, 2009]. São Paulo: Revista Filosofia. Entrevista concedida a Patrícia Pereira. Disponível em: < http://portalcienciaevida.uol.com.br/ESFI/Edicoes/37/artigo144487-1.asp>. Acesso em: 22 dez. 2009). . Não há surpresa, porém, em descobrir que esse aspecto é reflexivo, forçando aquele que fielmente escreve sobre Deleuze a também assumir uma posição criativa quando se propõe a reunir uma obra que é radicalmente heterogênea. Diríamos que esse é o caso de Deleuze, a Arte e a Filosofia.

Em certo sentido, o livro nos apresenta um "Deleuze desconhecido" 3 3 Unknown Deleuze é o título de uma recente edição da revista inglesa Collapse. . Isso porque, contra ou a favor, o filósofo é geralmente visto como um relativista cúmplice de tendências intituladas "pós-filosóficas" ou "pós-modernas" 4 4 "Muitos lêem a obra de Deleuze como uma rejeição do pensamento filosófico ocidental e, portanto, como a proposição de um discurso pós-filosófico ou pós-moderno" (HARDT, M. Gilles Deleuze – Um Aprendizado em Filosofia. São Paulo: Editora 34, 1996. p.20). Segundo Pelbart, o pensamento de Deleuze "produziu uma sonoridade filosófica pouco sintônica com a música enlutada do pós-moderno, ou com algumas de suas fontes" (PELBART, P. P. "A utopia imanente", Revista Cult, p.54) . ao contrário, Machado prova que não se compreende Deleuze se não o encaramos como um filósofo sistemático, ou seja, cada obra sua responde a um problema determinado ou tenta entender o que motiva o conjunto da obra de um autor. Como se não bastasse, Machado argumenta que a própria obra de Deleuze tem um motivo único ("de ressonância heideggeriana" 5 5 MACHADO, R. Deleuze, a Arte e a Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2009. p.141. ) do qual o filósofo não se esquiva em nenhum momento: a pergunta o que significa pensar?. a proposta fundamental de Deleuze é criar uma imagem do pensamento livre da representação e da identidade, em última instância, trata-se de pensar a diferença nela mesma.

O livro é uma reescritura de Deleuze e a Filosofia (Rio de Janeiro: Graal, 1990), resultado dos estudos de Machado sob a orientação de Deleuze. Ainda que a pretensão dos dois livros seja praticamente a mesma, Machado acreditou ser necessário retomar aquela obra porque foi escrita antes de livros importantes como O que é a filosofia?. Mas não há ruptura conceitual. Por exemplo, os dois livros se organizam em torno da ideia segundo a qual Deleuze divide os pensadores aos quais se dedica em espaços distintos: o espaço da representação e o espaço da diferença. Fala-se em espaço, porque a abordagem deleuziana da história da filosofia é mais geográfica do que propriamente histórica, é mais topológica do que linear. Como no primeiro livro, a começar pelo título, Machado faz um percurso por uma série de conjunções: Deleuze e Foucault, Deleuze e literatura, Deleuze e cinema, etc. Mas uma surpresa para os leitores é que a conjunção "Deleuze e Kant" recebe uma atenção considerável. Duas das oito partes que compõem o livro são dedicadas diretamente à leitura deleuziana de Kant ("Kant, Diferença e Representação" e "A Doutrina das Faculdades"). É importante explicar o porquê.

Kant ocupa um lugar de destaque na obra que Machado considera a mais importante de Deleuze e a que, consequentemente, ele coloca no centro de sua leitura: Diferença e Repetição. Além disso, Deleuze deu cursos sobre Kant, escreveu um livro sobre ele 6 6 DELEUZE, G. A Filosofia Crítica de Kant. Lisboa: Edições 70, 1987. e, de Empirismo e Subjetividade até Crítica e Clínica, o filósofo alemão está presente em suas obras. Seria um grande equívoco ignorá-lo. É, por exemplo, apropriando-se da concepção kantiana de crítica que O Anti-Édipo volta-se contra a psicanálise 7.

Diferentemente da relação que mantém com Hegel, Deleuze não recusa totalmente a filosofia kantiana, e, apesar de classificá-la como ápice da chamada "filosofia da representação", Deleuze se reapropria de diversos conceitos de Kant. Em uma entrevista, Deleuze aparenta ter uma relação com Kant análoga àquela que ele acredita que Marx tinha com o capitalismo: um afastamento crítico acompanhado por um profundo deslumbramento em relação a uma máquina complexa 8 8 DELEUZE, G. "Sobre capitalismo e desejo (com Félix Guattari)". A Ilha Deserta e Outros Textos. São Paulo: Iluminuras, 2004. p.331. E, sobre a relação com Kant: "o que eu mais detestava era o hegelianismo e a dialética. Meu livro sobre Kant é diferente, gosto dele, eu o fiz como um livro sobre um inimigo, procurando mostrar como ele funciona, com que engrenagens – tribunal da Razão, uso comedido das faculdades, submissão tanto mais hipócrita quanto nos confere o título de legisladores" (DELEUZE, G. "Carta a um crítico severo". Conversações. São Paulo: Editora 34, 1992. p.14). . A relação Kant e Deleuze pode ser buscada também em outras obras, como em Bergsonismo ou Lógica do Sentido. Segundo Machado, são dois os pontos mais relevantes a partir dos quais Deleuze se apropria da crítica kantiana.

"Considerando não apenas seu pequeno livro sobre Kant, A Filosofia Crítica de Kant: a Doutrina das Faculdades, como também as referências dispersas mas abundantes a esse filósofo em toda a sua obra, é possível dizer que tanto aquilo de que Deleuze se apropria em Kant quanto o que nele critica para reformular e integrar elementos de seu pensamento, através do procedimento de colagem, dizem respeito fundamentalmente à doutrina das faculdades e à relação entre tempo e pensamento" 9 9 MACHADO, R. Deleuze: a Arte e a Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2009. p.105. .

O fundamental sobre o primeiro ponto, a "doutrina das faculdades", é que Kant avançou quando estabeleceu uma diferença de natureza e não de grau entre as faculdades. Por isso não se trata mais de livrar o conhecimento da aparência sensível e ascender rumo à essência inteligível. Ao contrário, cada faculdade tem o seu objeto próprio. Conhecer depende então de um uso concordante entre as faculdades ou, mais precisamente, de uma síntese do heterogêneo. "Síntese do heterogêneo significa, antes de tudo, a existência de uma diferença de natureza, e não apenas de grau – que Kant foi o primeiro a formular –, entre os elementos do conhecimento, entre a sensibilidade, faculdade de intuições, e o entendimento, faculdade de conceitos" 10 10 Idem, p.107 .

Deleuze acompanha Kant quanto à heterogeneidade das faculdades, mas mostra que o exercício harmonioso entre elas, o seu uso concordante, é o "milagre" kantiano. Para Deleuze, o acordo só pode se estabelecer sobre esse fundo onde as faculdades não agem harmoniosamente. Por isso uma das teses deleuzianas trabalhadas por Machado é a de que há um privilégio da terceira crítica sobre as outras na medida em que

"no caso do sublime, melhor do que um simples acordo, o que há é um desacordo, uma tensão, uma oposição, uma contradição entre a imaginação e a razão; mas desse desacordo provém um acordo. Existe acordo, mas acordo discordante, harmonia na dor. Em suma, no sublime, o desacordo é o princípio genético do acordo das faculdades no sentido em que, neste caso, o acordo não é mais presumido, como no caso do juízo de gosto, mas engendrado, 'engendrado no desacordo'" 11 11 Idem, p.116. .

Deleuze não recusa a diferença entre conceito e intuição, "mas [sim] que essa diferença seja externa ou extrínseca e que um termo se adapte ao outro por meio do esquema da imaginação" 12 12 Idem, p.119. . Ao invés de repousar segura na solidez do senso comum, como o faz a filosofia kantiana, Deleuze questiona porque não se vai até o limite de tomar o pensamento de um ponto de vista genético. Trata-se assim de afirmar a disjunção, levar cada uma das faculdades a apreender aquilo que as concerne especificamente. Nesse sentido, Deleuze reclama um uso transcendente das faculdades, não porque seja preciso apreender algo fora do mundo e sim porque cada faculdade é levada ao seu limite, constrangida a apreender o seu objeto peculiar. O que uma faculdade comunica à outra é apenas a violência de sua disjunção. Por isso, Deleuze usa a paradoxal expressão "síntese disjuntiva": uma comunidade que se constitui pela afirmação radical da diferença. Algo como o que acontece em L'Année dernière à Marienbad, de Alain Resnais, onde som e imagem funcionam autonomamente 13 13 "(...) a relação entre a imagem e o som, a relação discordante aparece como a característica do cinema 'moderno' no sentido em que aquilo que constitui a imagem audiovisual é uma dissociação do visual e do sonoro considerados como duas faculdades, o que Deleuze chama de 'relação indireta livre". Idem, p.151. .

"(...) o fundamental da tese de Deleuze é que a relação entre as faculdades é do tipo de 'esforço divergente', de um 'acordo discordante', de uma 'discórdia acordante', em que cada faculdade disjunta só comunica à outra a violência que a eleva a seu limite próprio como diferente. Uma faculdade só consegue se exercer sob a ação de um 'inimizade', de uma violência, de uma coação, sob a ação de forças que a despertam para seu exercício. Já mostrei em que sentido a questão básica da filosofia de Deleuze é 'O que é o pensamento?', 'O que significa pensar?'". Temos aqui um segundo elemento importante de sua concepção: para haver pensamento é preciso um encontro contingente com o que força a pensar. O pensamento não nasce de seu próprio interior; o pensamento vem sempre de fora" 14 14 Idem. p.149-150 .

Acreditamos que essa seria uma espécie de contrapartida epistemológica de um autor que se dedica basicamente à ontologia, ainda que as conclusões nos levem muito longe da conhecida definição de epistemologia como um metadiscurso sobre as ciências. Nesse momento, o esforço de Deleuze parece-nos estar voltado para responder como é possível a apreensão do que ele chama de diferença. Mas é uma constante, tanto nessa "epistemologia" quanto em suas discussões propriamente ontológicas (por exemplo, sobre o conceito de simulacro), a tese segundo a qual uma comunidade qualquer não ocorre através da submissão de elementos heterogêneos à identidade, mas a partir da capacidade de cada um deles de afirmar a sua própria potência. Substituindo uma participação baseada na transcendência de um critério, a filosofia deleuziana propõe a afirmação radical da imanência. Ele não acredita em qualquer intersubjetividade fundada no compartilhamento de significados comuns ou na adequação dos indivíduos a padrões normativos. Isso explica sem dúvida porque sempre suspeitou da eficácia dos "consensos". Para ele, ao contrário, há somente encontros verdadeiros afirmando a diferença: "(...) é a discórdia que implica um acordo, é a diferença que articula ou reúne" 15 15 Idem, p.301. .

Isso explica também porque, além de suas incursões na obra de pensadores e artistas oferecerem ferramentas conceituais capazes de auxiliar na compreensão da experiência estética, Deleuze pode nos ajudar a entender a relação entre arte e filosofia ou, mais amplamente, a interdisciplinaridade. Ao invés de exigir a adequação da arte – mas não só da arte – a um critério de legitimidade que a filosofia arrogantemente elaboraria, Deleuze defende que cada domínio se efetive criando algo que lhe é próprio. Por vezes, é radical: nenhum artista precisa de um filósofo para pensar. A arte tem o seu procedimento próprio de pensamento. A relação entre filosofia e arte não é jurídica, mas antes maquinal. Há ressonâncias e não hierarquia. Um exemplo já bastante conhecido de ressonância é o conceito de Corpo sem Órgãos. Criado por Antonin Artaud ("Pour en finir avec le jugement de Dieu"), Deleuze utiliza conceitualmente o termo pela primeira vez em Lógica do Sentido e depois em O Anti-Édipo e Mil Platôs.

Recentemente, não se teme mais ler Deleuze como um filósofo e já se enfrentam as questões de obras que eram reconhecidamente insondáveis como Diferença e Repetição e Lógica do Sentido. Ainda que ele continue de certa forma enigmático (o que não é exatamente ruim), percebe-se então que não há qualquer cumplicidade de Deleuze com a peculiar recusa de pensamento de nossa época. Dou um exemplo: só uma leitura apressada confundiria a ênfase na diferença em sua obra com o multiculturalismo tão propagado nos nossos dias. Não se trata de realizar, a despeito de tudo, a coexistência pacífica dos diferentes, mas de mostrar o fundo diferencial de toda posição de identidade16 16 "O que define então uma minoria não é o número, são as relações interiores ao número. Uma minoria pode ser numerosa ou mesmo infinita; do mesmo modo uma maioria. O que as distingue é que a relação interior ao número constitui no caso de uma maioria um conjunto, finito ou infinito, mas sempre numerável, enquanto que a minoria se define como conjunto não numerável, qualquer que seja o número de seus elementos" (DELEUZE, G. GUATTARI, F. Mil Platôs, v.5. São Paulo: editora 34, 1997. p.173). . Em tempo: desfazendo mal-entendidos cristalizados, devir não tem nada a ver com "viagens interiores", mas com um processo capaz de desestabilizar as significações legitimadas pelos poderes em curso.

Sem entrarmos no debate, é interessante lembrar que Deleuze sempre se dedicou a autores que, talvez, como ele mesmo, ocupavam uma posição de minoria na cultura. Menores, não quantitativa, mas constitutivamente, menores, como ele próprio definiu, foram: Proust, Kafka, Sacher-Masoch, Melville, Miller, Spinoza, Nietzsche, etc. Nessa lista, talvez se possa ainda acrescentar o nome do próprio Roberto Machado, cujo livro sobre Deleuze – e a série de outros que tem escrito, organizado e traduzido –, continua fiel, como o conjunto de sua obra, ao percurso em busca de uma linhagem menor em filosofia, composta primeiramente por Nietzsche e por temas que se articulam a esse autor.

  • DELEUZE, G. "Jean-Jacques Rousseau Precursor de Kafka, de Céline e de Ponge". A Ilha Deserta e Outros Textos São Paulo: Iluminuras, 2004.
  • __________. A Filosofia Crítica de Kant Lisboa: Edições 70, 1987.
  • __________. GUATTARI, F. O Anti-Édipo Capitalismo e Esquizofrenia Lisboa: Assírio & Alvim, 2004.
  • __________. "Sobre capitalismo e desejo (com Félix Guattari)". A Ilha Deserta e Outros Textos São Paulo: Iluminuras, 2004.
  • __________. "Carta a um crítico severo". Conversações São Paulo: Editora 34, 1992.
  • DELEUZE, G. GUATTARI, F. Mil Platôs, v.5 São Paulo: editora 34, 1997.
  • HARDT, M. Gilles Deleuze Um Aprendizado em Filosofia São Paulo: Editora 34, 1996.
  • MACHADO, R. Deleuze, a Arte e a Filosofia Rio de Janeiro: Zahar, 2009.
  • __________. Deleuze e a Filosofia Rio de Janeiro: Graal, 1990.
  • __________. "Interdisciplinaridade para a Filosofia da Diferença". [agosto, 2009]. São Paulo: Revista Filosofia Entrevista concedida a Patrícia Pereira. Disponível em: <http://portalcienciaevida.uol.com.br/ESFI/Edicoes/37/artigo144487-1.asp>. Acesso em: 22 dez. 2009.
  • PELBART, P. P. "A utopia imanente". [novembro, 2006]. São Paulo: Revista Cult, n108, ano 9
  • 1
    Segundo Deleuze, arriscamo-nos a ignorar um grande autor de duas maneiras: "(...) ao desconhecer a sua lógica profunda ou o caráter sistemático de sua obra. (Falamos, então, de suas, 'incoerências', como se elas nos dessem um prazer superior). Ou, de outro modo, ao ignorar sua potência e seu gênio cômicos, de onde a obra retira geralmente o máximo de sua eficácia anticonformista (preferimos falar das angústias e do aspecto trágico)" (DELEUZE, G. "Jean-Jacques Rousseau – Precursor de Kafka, de Céline e de Ponge".
    A Ilha Deserta e Outros Textos. São Paulo: Iluminuras, 2004. p.73).
  • 2
    "Foi Hegel quem iniciou esse estilo de Filosofia em que não há praticamente diferença entre Filosofia e história da Filosofia ou do pensamento, refletindo a partir da tragédia, do estoicismo, do empirismo, do cristianismo, da Física, etc. Apesar das diferenças evidentes, Heidegger e muitos outros também estão em continuidade com esse estilo filosófico. Deleuze também". (MACHADO, R. "Interdisciplinaridade para a Filosofia da diferença." [agosto, 2009]. São Paulo:
    Revista Filosofia. Entrevista concedida a Patrícia Pereira. Disponível em: <
  • 3
    Unknown Deleuze é o título de uma recente edição da revista inglesa Collapse.
  • 4
    "Muitos lêem a obra de Deleuze como uma rejeição do pensamento filosófico ocidental e, portanto, como a proposição de um discurso pós-filosófico ou pós-moderno" (HARDT, M.
    Gilles Deleuze – Um Aprendizado em Filosofia. São Paulo: Editora 34, 1996. p.20). Segundo Pelbart, o pensamento de Deleuze "produziu uma sonoridade filosófica pouco sintônica com a música enlutada do pós-moderno, ou com algumas de suas fontes" (PELBART, P. P. "A utopia imanente",
    Revista Cult, p.54)
  • 5
    MACHADO, R.
    Deleuze, a Arte e a Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2009. p.141.
  • 6
    DELEUZE, G.
    A Filosofia Crítica de Kant. Lisboa: Edições 70, 1987.
  • O Anti-Édipo – Capitalismo e Esquizofrenia

    7 DELEUZE, G. GUATTARI, F. . Lisboa: Assírio & Alvim, 2004. p.78.
  • 8
    DELEUZE, G. "Sobre capitalismo e desejo (com Félix Guattari)".
    A Ilha Deserta e Outros Textos. São Paulo: Iluminuras, 2004. p.331. E, sobre a relação com Kant: "o que eu mais detestava era o hegelianismo e a dialética. Meu livro sobre Kant é diferente, gosto dele, eu o fiz como um livro sobre um inimigo, procurando mostrar como ele funciona, com que engrenagens – tribunal da Razão, uso comedido das faculdades, submissão tanto mais hipócrita quanto nos confere o título de legisladores" (DELEUZE, G. "Carta a um crítico severo".
    Conversações. São Paulo: Editora 34, 1992. p.14).
  • 9
    MACHADO, R.
    Deleuze: a Arte e a Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2009. p.105.
  • 10
    Idem, p.107
  • 11
    Idem, p.116.
  • 12
    Idem, p.119.
  • 13
    "(...) a relação entre a imagem e o som, a relação discordante aparece como a característica do cinema 'moderno' no sentido em que aquilo que constitui a imagem audiovisual é uma dissociação do visual e do sonoro considerados como duas faculdades, o que Deleuze chama de 'relação indireta livre".
    Idem, p.151.
  • 14
    Idem. p.149-150
  • 15
    Idem, p.301.
  • 16
    "O que define então uma minoria não é o número, são as relações interiores ao número. Uma minoria pode ser numerosa ou mesmo infinita; do mesmo modo uma maioria. O que as distingue é que a relação interior ao número constitui no caso de uma maioria um conjunto, finito ou infinito, mas sempre numerável, enquanto que a minoria se define como conjunto não numerável, qualquer que seja o número de seus elementos" (DELEUZE, G. GUATTARI, F.
    Mil Platôs, v.5. São Paulo: editora 34, 1997. p.173).
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      17 Jun 2011
    • Data do Fascículo
      Jun 2011
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