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Homenagem póstuma

Homenagem póstuma

Prof. HIROSHI KIMATI, 1939 a 2006

O Prof. Hiroshi Kimati e esposa, Sra. Masako Kimati, faleceram no dia 25 de março de 2006 em decorrência de um acidente automobilístico em rodovia no estado de São Paulo.

O Prof. Hiroshi nasceu no dia 4 de agosto de 1939, embora tenha sido registrado somente em 30 de setembro, em Guaimbê, SP. Em 1963 obteve o título de Engenheiro Agrônomo pela Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (ESALQ), da Universidade de São Paulo, em Piracicaba, SP. No ano seguinte foi contratado como instrutor junto à então Cadeira de Fitopatologia e Microbiologia Agrícola da ESALQ, onde iniciou uma longa e brilhante carreira dedicada ao ensino de graduação e pós-graduação e ao estudo das doenças de plantas, especialmente aquelas causadas por fungos e bactérias. Obteve os títulos de Mestre. e Doutor em Agronomia em 1966 e 1970, respectivamente, ambos pela ESALQ/USP. Após concurso de provas e títulos, tornou-se Livre-Docente em 1976, Professor Adjunto em 1978 e Professor Titular em 1989, junto ao então Departamento de Fitopatologia da ESALQ.

Prof. Kimati lecionou as disciplinas optativas Doenças das Grandes Culturas e Doenças de Plantas Frutíferas e Hortícolas no curso de graduação em Engenharia Agronômica, no período de 1968 a 1996, e as disciplinas Fisiologia de Fungos (1970 a 1987), Controle Químico de Doenças de Plantas (1987 a 1996) e Clínica Fitopatológica (1989 a 1996) no programa de Pós-Graduação em Fitopatologia.Ao longo de sua carreira docente, destacou-se pela dedicação à orientação de alunos, tanto de graduação (Iniciação Científica), como principalmente de pós-graduação. Orientou 42 dissertações de mestrado e 20 teses de doutorado dentro do Programa de Pós-Graduação em Fitopatologia da ESALQ. Grande parte desses trabalhos versou sobre as principais linhas de pesquisa às quais o Prof. Kimati se dedicou durante sua carreira: caracterização morfológica, patogênica, sorológica e eletroforética de fungos e bactérias fitopatogênicas, para fins de diagnose, e controle de doenças de plantas por meios químico e biológico. Na qualidade de mestre e orientador sempre compartilhou seu conhecimento e suas idéias com os alunos de graduação e de pós-graduação. Também sempre dispensou atenção especial aos inúmeros produtores que freqüentemente o procuravam em busca de auxílio na identificação e controle das doenças que afetavam suas culturas.

Como resultado dessas atividades, o Prof. Kimati publicou mais de 80 trabalhos científicos em periódicos especializados nacionais. Foi co-autor da primeira edição do Manual de Fitopatologia, publicado em 1968, e co-autor das duas edições do Guia de Fungicidas (1976 e 1979). Participou da elaboração das duas edições do Guia de Fungicidas Agrícolas (1986 e 1997). Foi colaborador da segunda edição do Manual de Fitopatologia (Vol. 1, 1978 e Vol. 2, 1980). Foi um dos editores da terceira edição do Manual de Fitopatologia (Vol. 1, 1995 e Vol. 2, 1997) e da quarta edição do Manual de Fitopatologia Doenças das Plantas Cultivadas, Vol. 2, 2005. Também foi co-autor do livro Resistência de Fungos a Fungicidas (2000). Foi autor e/ou co-autor de 30 capítulos de livros, a maioria deles pertencentes às diferentes edições do Manual de Fitopatologia.

O Prof. Kimati foi o idealizador e responsável pela implantação da Clínica Fitopatológica no então Departamento de Fitopatologia da ESALQ. Desde sua criação a Clínica atendeu alguns milhares de consultas de produtores, engenheiros agrônomos, técnicos, alunos e público em geral para a diagnose de doenças de plantas e problemas afins. Participou direta ou indiretamente no atendimento da maioria dessas consultas. Mesmo após sua aposentadoria em 1996, nunca se afastou do Departamento, especialmente da Clínica Fitopatológica, onde continuava prestando valiosa colaboração. Seu grande conhecimento dos problemas fitopatológicos, associado à sua permanente atualização com a literatura especializada, tornaram-no um dos fitopatologistas brasileiros com maior visão holística, capaz de diagnosticar com facilidade a maioria das doenças de plantas de importância econômica no País e de recomendar alternativas de controle.

Pela sua relevante contribuição à Fitopatologia e ciências afins em São Paulo e no Brasil, o Prof. Kimati foi homenageado em 1988 com o Prêmio Paulista de Fitopatologia, concedido pelo Grupo Paulista de Fitopatologia, e em 2001 com o Prêmio Mérito em Fitopatologia, concedido pela Sociedade Brasileira de Fitopatologia. Em maio de 2006, em uma homenagem póstuma ao Prof. Kimati, o Departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola da ESALQ associou de maneira permanente o seu nome à Clínica Fitopatológica, nomeando-a "Clínica Fitopatológica Prof. Hiroshi Kimati". Também tem seu nome vinculado ao "Prêmio Hiroshi Kimati", atribuído ao aluno de pós graduação e de graduação que se destacar na diagnose de doenças de plantas através de imagens, em concurso realizado anualmente durante o Congresso Paulista de Fitopatologia.

O Prof Kimati não será lembrado apenas pelas suas qualidades científicas, mas também pela sua amizade, honestidade, sinceridade, profissionalismo, extrema discrição e humildade.

O casal deixa os filhos Celso, Maíra, Ceci, Márcia (in memorian) e Célia e os netos Andressa, Akira, Mateus e Rafael.

Docentes da Fitopatologia, ESALQ/USP

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    23 Out 2006
  • Data do Fascículo
    Jun 2006
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