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Ocorrência de mancha foliar em mogno causada por Sclerotium coffeicola no estado do Amazonas

COMUNICAÇÕES

Ocorrência de mancha foliar em mogno causada por Sclerotium coffeicola no estado do Amazonas

Luiz Alberto Guimarães de AssisI, * * Autor para correspondência: Luiz Alberto G. de Assis. ; Rosalee albuquerque Coelho NettoI; Antenor Pereira BarbosaII

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Cx. Postal 478. CEP. 69011-670, Manaus, AM, e-mail: luizlab1@inpa.gov.br

IAluno de Mestrado INPA-CFT

IIPesquisador INPA

O mogno (Swietenia macrophylla King.) é uma das mais importantes espécies arbóreas nativas da Amazônia, devido à excelente qualidade de sua madeira e seu alto valor comercial. No estado do Amazonas, vem sendo utilizado, experimentalmente, em plantios florestais para a recuperação de áreas degradadas devido, principalmente, à sua versatilidade silvicultural.

No primeiro semestre de 2005, em um plantio demonstrativo de quatro anos de idade localizado no município de Presidente Figueiredo – AM, foram observadas e coletadas folhas infectadas apresentando sintomas de manchas necróticas circulares de coloração castanha, de bordos mais escuros, medindo aproximadamente 0,5 a 1,0 cm de diâmetro distribuídas no limbo foliar (Figura 1A).


Isolamento direto de estruturas vegetativas sobre as lesões e isolamento indireto a partir de fragmentos de tecidos necrosados foram feitos em meio de cultura batata-dextrose-ágar (BDA), de onde se isolou um fungo apresentando micélio branco, pouco ramificado e com rápido crescimento, hifas septadas apresentando grampos de conexão. Sobre a superfície das colônias observou-se a formação de escleródios globosos, medindo de 2 a 5 mm de diâmetro, coloração inicial branca – creme, aos 3 – 5 dias de incubação e, posteriormente alaranjada aos 8 – 10 dias de incubação (Figura 1B). Segundo as características morfológicas e culturais, o fungo foi identificado como Sclerotium coffeicola Bull. (Ferreira, F.A. Patologia florestal, Viçosa: SIF, 1989. 570 p.).

Um teste de patogenicidade foi feito em folhas sadias de mudas de mogno colocando-se diretamente os escleródios sobre a face adaxial das folhas com e sem prévia escarificação. Após inoculação, as mudas foram submetidas à câmara úmida por 48 hs. A reprodução dos sintomas característicos da doença foi observada quatro dias após a inoculação. O reisolamento do fungo foi feito em meio de cultura BDA, completando-se, assim, os postulados de Koch. Sclerotium coffeicola foi relatado pela primeira vez no Brasil, causando manchas foliares nas espécies de Nauclea diderichii Willd. e Gmelina arborea L. (Hodges et al., Resumos VIII Congresso Brasileiro de Fitopatologia, p. 49-50, 1975). Também foi relatado causando manchas foliares em mogno no estado do Pará (Bastos, Agrotrópica, v. 10, p. 41, 1998). No estado do Amazonas, o patógeno foi descrito causando severos danos e desfolhamento em sumaúma (Ceiba pentandra Gaertn.), mogno africano (Khaya ivorensis Barb. Rodr.) (Gasparotto et al., Fitopat. Bras., v. 24, p. 93, 1999), gravioleira (Annona muricata L.) e em outros hospedeiros (Lourd et al., Fitopat. Bras., v. 24, p. 1015, 1986). Em mogno, este é o primeiro relato de ocorrência de S. coffeicola causando manchas foliares, no estado do Amazonas.

Data de chegada: 12/09/2005.

Aceito para publicação em: 04/04/2006.

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    Autor para correspondência: Luiz Alberto G. de Assis.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      14 Mar 2007
    • Data do Fascículo
      Mar 2007
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