Acessibilidade / Reportar erro

Esporulação de Colletotrichum gloeosporioides em meios líquidos

COMUNICAÇÕES

Esporulação de Colletotrichum gloeosporioides em meios líquidos

Irene MartinsI; José Ricardo PeixotoII,* * Autor para correspondência: José Ricardo Peixoto ; Zilá Ribeiro de ÁvilaI; · Sueli Corrêa Marques de MelloI; Raquel Rocha de PáduaI

IEmbrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Av. W5 Norte (final) C.P 02372, CEP: 70770-900, Brasília/DF., e-mail: irene@cenargen.embrapa.br

IIUniversidade de Brasília, Campus Universitário Darcy Ribeiro, Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, C.P 04508, CEP: 70910-910. Parte da dissertação de mestrado da primeira autora.

A antracnose, causada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides (Penzig) Saccardo, constitui-se um dos mais sérios problemas da cultura do maracujazeiro amarelo (Passiflora edulis Sims. f. flavicarpa Deg.) e outras espécies dentro da família passifloraceae, especialmente nas épocas mais quentes e úmidas do ano. O controle dessa doença envolve o emprego de variedades resistentes, agentes de controle biológico e fungicida. A seleção de variedades resistentes e de agente de controle biológico demanda grande quantidade de inóculo, fazendo-se necessário otimizar a produção de conídios para uso em bioensaios. Como C. gloeosporioides apresenta desenvolvimento limitado em meios sólidos, resultando em baixas concentrações de inóculo, esse trabalho objetivou avaliar o crescimento e a esporulação de isolados do fungo em meios líquidos.

Foram utilizados quatro isolados de C. gloeosporioides: CEN 419, CEN 421, CEN 433, obtidos de amostras de frutos e folhas de maracujazeiro, coletadas em áreas do Distrito Federal e o isolado CEN 422, cedido pela Universidade Federal Rural de Pernambuco. Os meios testados foram: V8 (Campbell®), BD (batata-dextrose) e BD suplementado com Extrato de Levedura a 1% (BD+EL). A partir de culturas desenvolvidas em meio de batata-dextrose-ágar (BDA), a 25 ºC e fotoperíodo de 12 horas, foram preparadas suspensões contendo 105 conídios/ml. Cada frasco Erlenmeyer (125mL de capacidade) contendo 50 ml dos meios indicados recebeu 5mL da suspensão fúngica, sendo mantidos sob agitação (150 rpm) a 25 ºC no escuro. Após sete dias, cada cultura foi avaliada quanto à concentração e viabilidade dos conídios e biomassa seca. A concentração de conídios foi determinada com auxílio de câmara de Newbauer e a viabilidade dos mesmos em lâminas microscópicas contendo blocos de BDA, sendo depositados em cada bloco 100 mL da suspensão fúngica. Contaram-se 100 conídios de cada amostra após 16 e 24 horas de incubação a 25 ºC. A biomassa seca foi determinada, após filtragem em papel de filtro, e submetida à secagem em estufa por 24 horas a 70ºC. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 4x3 (4 isolados e 3 meios de cultura) com quatro repetições.

Os resultados indicaram que houve interação entre os fatores quanto ao crescimento e esporulação de C. gloeosporioides. Os isolados CEN 421 e CEN 422 superaram os demais quanto ao crescimento micelial, sendo o meio BD +EL mais adequado (Figura 1A). Os isolados CEN 419 e CEN 422, apresentaram maior capacidade de esporulação nas três composições de meios avaliadas, destacando-se, para o primeiro isolado, o meio BD e para o segundo, além deste, também o meio V8 (Figura 1B). Todos os isolados apresentaram viabilidade elevada após 24 horas de inoculação, independentemente do meio em que foram produzidos. Os resultados obtidos neste trabalho revelaram que é possível produzir inóculo de C. gloeosporioides em meio líquido. Este é um método relativamente rápido e que simplifica o processo de recuperação de inóculo para uso experimental em larga escala.



Data de chegada: 09/02/2006. Aceito para publicação em: 05/10/2006.

  • *
    Autor para correspondência: José Ricardo Peixoto
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      03 Out 2007
    • Data do Fascículo
      Jun 2007
    Grupo Paulista de Fitopatologia FCA/UNESP - Depto. De Produção Vegetal, Caixa Postal 237, 18603-970 - Botucatu, SP Brasil, Tel.: (55 14) 3811 7262, Fax: (55 14) 3811 7206 - Botucatu - SP - Brazil
    E-mail: summa.phyto@gmail.com