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Ocorrência de Pestalotiopsis palmarum em Caryota mitis

COMUNICAÇÕES

Ocorrência de Pestalotiopsis palmarum em Caryota mitis

Wagner Rogério Leocárdio Soares Pessoa; Beatriz Meireles Barguil; Sônia Maria Alves de Oliveira; Rildo Sartori Barbosa Coelho

Departamento de Agronomia, Área de Fitossanidade, Universidade Federal Rural de Pernambuco, CEP 52.171-900, Recife, PE, e-mail: wrlsp1@yahoo.com.br

A espécie Caryota mitis Loureiro, pertencente à família Palmae, é originária da Filipinas, Índia e Malásia, apresentando boa tolerância ao clima tropical. Popularmente conhecida como palmeira rabo-de-peixe ou mulambo, esta planta é bastante utilizada em projetos paisagísticos de parques e jardins, bem como em cercas-vivas. Suas folhas são bipinadas, divergentes, dispostas ao longo de quase todo o comprimento do caule, com pinas assimétricas em forma de cunha irregularmente denteadas, por isso a denominação rabo-de-peixe (Lorenzi, H. Palmeiras brasileiras e exóticas cultivadas. Editora Plantarum. 2004). Em visita a uma propriedade de cultivo de plantas ornamentais no município de Paulista, estado de Pernambuco, foram observadas lesões necróticas de coloração marrom a negra, margens escuras e irregulares. No centro da lesão observou-se pontos escuros, os quais correspondiam os acérvulos sobre os folíolos da palmeira (Figura 1A e 1B). Amostras foliares foram encaminhadas para o Laboratório de Patologia Pós-Colheita da Universidade Federal Rural de Pernambuco, onde foram realizados os procedimentos para o isolamento do patógeno. Fragmentos da região de transição (parte sadia e parte lesionada) foram colocados no álcool 50 % 30 segundos. Em seguida, desinfestados com hipoclorito de sódio (1,5 %) por dois minutos e lavados duas vezes com água destilada esterilizada. Os fragmentos foram colocados em placas de Petri contendo o meio de cultura Batata-Dextrose-Ágar e as placas permaneceram em temperatura ambiente (25 ± 2 ºC) por seis dias. Após esse período pôde-se observar um crescimento micelial esbranquiçado, radial e cotonoso com formação de massas escuras contendo estruturas reprodutivas do patógeno (Figura 1D). Os conídios são fusoídes medindo 21,84 – 6,56 m m, a coloração das células marrom-canela, células terminais hialinas, possuindo três fialides e a célula basal do pedicelo com 1 – 2 mm (Figura 1E e 1F). O fungo foi identificado como Pestalotiopsis palmarum (Cooke) Steyaert (Steyaert, R.L. New and old species of Pestalotiopsis. Transactions of the British Mycological Society, Great Britian, 1953; Steyaert, R.L. Type specimens of SPEGAZZINI's collections in the Pestalotiopsis and related genera, Darwiniana, 1961). O teste de patogenicidade foi realizado por meio da inoculação de discos de meio de cultura contendo estruturas do patógeno no tecido foliar previamente ferido com auxílio de um estilete flambado com 3 mm de profundidade. As folhas inoculadas permaneceram em câmara úmida durante 48 horas. Após o desenvolvimento dos sintomas e reisolamento do fungo pôde-se confirmar a patogenicidade de P. palmarum em palmeira rabo-de-peixe (Figura 1C). O isolado encontra-se depositado na Coleção Nordestina de Culturas de Fungos Fitopatogênicos (CNFF) da UFRPE sobre o número 1266.



Data de chegada:28/05/2006.

Aceito para publicação em:28/05/2007

Autor para correspondência: Wagner Rogério L. S. Pessoa

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    26 Maio 2008
  • Data do Fascículo
    Fev 2008
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