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Ocorrência de Pestalotiopsis neglecta em Ananas lucidus

COMUNICAÇÕES

Ocorrência de Pestalotiopsis neglecta em Ananas lucidus

Beatriz Meireles Barguil; Wagner Rogério Leocárdio Soares Pessoa; Sônia Maria Alves de Oliveira; Rildo Sartori Barbosa Coelho

Departamento de Agronomia, Área de Fitossanidade, Universidade Federal Rural de Pernambuco, CEP 52.171-900, Recife, PE, e-mail: biabar@yahoo.com.br

O Ananas lucidus (Miller), pertencente à família Bromeliaceae, é uma das espécies popularmente conhecidas como abacaxi ornamental, sendo nativa da Venezuela, Guiana Francesa, Peru e Brasil (Smith, L.B.; Downs, R.J. Flora Neotropica. The New York Botanical Garden. 1979.). São plantas herbáceas, de hábito terrestre, com folhas dispostas em rosetas e coloração verde-avermelhado (Joly, A.B. Botânica: introdução à taxonomia vegetal. Companhia Editora Nacional. 1993.). Em visita a uma propriedade de cultivo de plantas ornamentais no município de Paulista, estado de Pernambuco, foram observadas lesões necróticas, ovaladas e deprimidas em folhas dessa ornamental (Figura 1A). Amostras foliares foram coletadas e enviadas ao Laboratório de Patologia Pós-Colheita da Universidade Federal Rural de Pernambuco, onde foram realizados os procedimentos para o isolamento do patógeno. Fragmentos contendo parte do tecido lesionado e parte sadio foram colocados em álcool 50 % por 30 segundos, desinfestados superficialmente com hipoclorito de sódio (1,5 %) por dois minutos e, em seguida, lavados duas vezes com água destilada esterilizada. Os fragmentos foram colocados em placas de Petri contendo o meio de cultura Batata-Dextrose-Ágar (BDA) e as placas permaneceram em temperatura ambiente (25 ± 2 ºC) por seis dias. Após este período pôde-se observar um crescimento micelial esbranquiçado, septado, hialino, radial e cotonoso com formação de massas escuras contendo estruturas reprodutivas do patógeno (Figura 1C). Os conídios são fusoídes medindo 23,57 6,56 mm (Figura 1D), as células ligeiramente pigmentadas, células terminais hialinas, possuindo de 2 – 3 septos em sua superfície e a região final do pedicelo medindo 1 – 2 mm (Figura 1E). O fungo foi identificado como Pestalotiopsis neglecta (Thuem.) Steyaert (sinonímia Pestalozzia bromeliicola Speg.) (Steyaert, R.L. New and old species of Pestalotiopsis. Transactions of the British Mycological Society, Great Britian, 1953; Steyaert, R.L. Type specimens of spegazzini's collections in the Pestalotiopsis and related genera, Darwiniana, 1961). Segundo Sutton (Sutton, B.C. The coelomycetes fungi imperfecti with pycnidia, acervuli and stromata, Commonwealth Mycological Institute Kew, Surey, England 1980) em Pestalotiopsis o micélio é imerso, branco, septado, hialino. Os conidióforos possuem base cilíndrica. Os conídios são fusiformes e a célula basal hialina com 4 septos apresentando apêndice espatular e células medianas curtas e marrons.Em seguida, o teste de patogenicidade foi realizado por meio da inoculação com discos de meio de cultura contendo estruturas do patógeno no tecido foliar sadio e previamente ferido com estilete flambado com 3 mm de profundidade. As folhas inoculadas permaneceram em câmara úmida durante 48 horas. Após o desenvolvimento dos sintomas e reisolamento do fungo pôde-se confirmar a patogenicidade de P. neglecta em abacaxi ornamental (Figura 1B). O isolado encontra-se depositado na Coleção Nordestina de Culturas de Fungos Fitopatogênicos (CNFF) da UFRPE sobre o número 1267.



Data de chegada:08/08/2006.

Aceito para publicação em:22/05/2007

Autor para correspondência: Beatriz M. Barguil.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    26 Maio 2008
  • Data do Fascículo
    Fev 2008
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