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Ceratocystis fimbriata causando murcha em atemóia na região de Botucatu-SP

COMUNICAÇÕES

Ceratocystis fimbriata causando murcha em atemóia na região de Botucatu-SP

Ana Carolina FirminoI, * * Autor para correspondência: Ana Carolina Firmino ( anacarfir@gmail.com). ; Hugo José Tozze JúniorII; Paula Nepomuceno CostaIII; Edson Luiz FurtadoI

IDepartamento de Produção Vegetal, Defesa Fitossanitaria, UNESP/FCA, Botucatu-SP (Bolsista Fapesp e CNPq)

IIDepartamento de Fitopatologia e Nematologia, ESALQ/FCA, Piracicaba-SP

IIIDepartamento de Engenharia Florestal, UNESP/FCA, Botucatu-SP

A atemóia é um híbrido Annona cherimola Mill. com A. squamosa L. e possui características importantes que são de interesse comercial, fazendo com que seu consumo esteja em franco crescimento. Atualmente, o principal mercado consumidor é o Estado de São Paulo, sendo que os frutos desta planta são destinados ao consumo in natura. Em 2009, na região de Botucatu/SP/Brasil, plantas de atemóia foram encontradas apresentando sintomas de murcha e seca. Estes sintomas normalmente são ocasionados por Ceratocystis spp. patógeno o qual vem causando problemas em muitas culturas de importância econômica. Esse fungo coloniza o sistema vascular (xilema), causando sintomas iniciais de perda de coloração das folhagens, murcha e, conseqüentemente, morte da planta. Fragmentos do caule de plantas com sintomas de seca foram coletados e colocados sobre isca de cenoura em câmara úmida e incubados a 25±2ºC sob fotoperíodo alternado. Após formação de peritécio, uma porção de massa contendo ascósporos foi transferida para meio MEA (Malte, extrato de levedura e agar) para formação de colônias, sendo incubado nas condições anteriores. Após 10 dias, observou-se na colônia a presença de peritécio escuro, globoso (tamanho médio de 208,40µm x 230,15 µm) e com rostro longo (tamanho médio de 942 µm). Os ascósporos apresentavam formato típico de "chapéu" com as dimensões médias de 5,52µm x 4,28 µm. Em relação às estruturas assexuadas foram observados aleuroconídios (tamanho médio de 10,20µm x 13,66 µm) e endoconídios cilíndricos (tamanho médio de 22,59µm x 3,43µm) (Figura 1). Não foram observados endoconídios doliformes. As características morfológicas indicam que o isolado do fungo obtido pertence à espécie Ceratocystis fimbriata. A região ITS-5.8S rDNAdo do isolado foi seqüenciada e essa apresentou 98% de similaridade com seqüências de um isolado de C. fimbriata CMW14797 (AY953382.1) do GenBank-NCBI. A inoculação do isolado nas plantas foi realizada com disco de meio MEA, colonizado pelo fungo (1 cm), com 10 dias de crescimento. O disco foi introduzido em um ferimento realizado no caule (15 cm acima do solo) de planta atemóia sadias com seis meses de idade. O local da inoculação foi envolvido por um algodão (umedecidos com água destilada esterilizada) e com filme plástico. Plantas também foram inoculadas somente com um disco de meio MEA, sem estar colonizado pelo fungo, como testemunha. As plantas inoculadas foram mantidas em casa-de-vegetação, com temperatura média de 28ºC. O sintoma de murcha causado por C. fimbriata foi observado 90 dias após inoculação e a morte das plantas 120 dias. O fungo foi isolado, novamente, do caule de atemóia com sintomas no meio MEA, confirmando ser ele o agente causal da doença. Assim, este é o primeiro relato de C. fimbriata em atemóia na região de Botucatu-SP-Brasil.


Data de chegada: 24/05/2012

Aceito para publicação em: 04/06/2012

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    Autor para correspondência: Ana Carolina Firmino (
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      23 Jul 2012
    • Data do Fascículo
      Jun 2012
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