Acessibilidade / Reportar erro

Pyricularia grisea: novo patógeno em Brachiaria brizantha cv. Marandu no Pará

COMUNICAÇÕES

Pyricularia grisea: novo patógeno em Brachiaria brizantha cv. Marandu no Pará

Jaqueline Rosemeire VerzignassiI, * * Autor para correspondência: Jaqueline Rosemeire Verzignassi ( jaqueline@cnpgc.embrapa.br) ; Luiz Sebastião PoltronieriII; Ruth Linda BenchimolII; Sueny Kelly Santos de FrançaII; Eudes de Arruda CarvalhoII; Celso Dornelas FernandesI

IEmbrapa Gado de Corte, Avenida Rádio Maia, 830, CEP 79106-550, Campo Grande, MS

IIEmbrapa Amazônia Oriental, Tv. Enéas Pinheiro, S/N, CEP 66095-100, Belém, PA

O brizantão, braquiarão ou capim-marandu (Brachiaria brizantha cv. Marandu) é uma gramínea de rápido estabelecimento, boa produtividade, resistência às cigarrinhas típicas de pastagem e alta produção de sementes, além de apresentar boa adaptação a diferentes condições edafoclimáticas. Esses atributos proporcionaram a essa forrageira alta aceitação pelos criadores de gado, refletida pela extensa área cultivada, de cerca de 60 milhões de hectares em todo o território nacional, sendo a forrageira mais representativa da região amazônica. Sua participação no mercado de sementes de forrageiras vem crescendo desde o seu lançamento, em 1983, representando, atualmente, 90% do volume de sementes de forrageiras comercializado no Brasil. No entanto, o ataque de fitopatógenos como Pythium perillum, Rhizoctonia solani e Fusarium sp., aliado a outros fatores como estresses hídrico e nutricional e manejo deficitário, tem contribuído com a síndrome da morte de pastagens de braquiarão em diversas regiões do país. Recentemente, em áreas de braquiarão em Rondon do Pará (PA) e no Estado do Maranhão, observou-se mortalidade de 80 a 90% das plantas. Folhas de plantas, com idade aproximada de 60 dias, coletadas nas duas localidades, apresentavam pontuações castanho-avermelhadas (Figura 1A), que evoluíam para manchas elípticas de até 2 cm de comprimento por 0,5 cm de largura (Figura 1B). As lesões individuais coalesciam, formando extensas áreas necrosadas (Figura 1B), com queima total das folhas. O patógeno isolado dos tecidos infectados foi Pyricularia grisea (Cooke) Sacc., que ocorre em mais de 50 gramíneas, entre elas o arroz (Oryza sativa) e o trigo (Triticum aestivum). O referido isolado foi inoculado (106 conídios.mL-1) em plantas sadias com 30 dias de idade, submetidas à câmara úmida (80% UR; 30ºC), e os sintomas foram reproduzidos oito dias após a inoculação. P. grisea foi também detectada em 8% das sementes de amostra de um lote utilizado para o plantio em Rondon do Pará. Este é o primeiro relato da ocorrência de P. grisea em braquiarão na Amazônia.


Data de chegada: 02/07/2012.

Aceito para publicação em: 23/07/2012.

  • *
    Autor para correspondência: Jaqueline Rosemeire Verzignassi (
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      02 Out 2012
    • Data do Fascículo
      Set 2012
    Grupo Paulista de Fitopatologia FCA/UNESP - Depto. De Produção Vegetal, Caixa Postal 237, 18603-970 - Botucatu, SP Brasil, Tel.: (55 14) 3811 7262, Fax: (55 14) 3811 7206 - Botucatu - SP - Brazil
    E-mail: summa.phyto@gmail.com