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Alga causando necrose foliar em helicônia no Pará

COMUNICAÇÕES

IDepartamento de Fitopatologia e Entomologia, Instituto de Biologia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, CEP 23890-000, Rio de Janeiro, RJ

IIEmbrapa Amazônia Oriental, Tv. Enéas Pinheiro, S/N, CEP 66095-100, Belém, PA

IIIEmbrapa Gado de Corte, Avenida Rádio Maia, 830, Zona Rural, CEP 79106-550, Campo Grande, MS

O cultivo de flores tropicais é uma prática em ascensão no Brasil e no mundo e as principais espécies cultivadas pertencem às famílias Heliconiaceae, Araceae Zingiberaceae e Musaceae. Estas plantas vegetam naturalmente ou são exploradas em plantios convencionais na faixa tropical da América, Ásia e Pacífico Oeste. No Brasil, os estudos sobre problemas fitossanitários de plantas ornamentais são ainda escassos. Em áreas de produção comercial de Heliconia psittacorum cv. Golden Torch verificou-se a ocorrência de doença causando necrose nas faces abaxial e adaxial das folhas. As lesões apresentavam-se irregulares, levemente salientes ao toque e de coloração escura, com centro acinzentado, cujos tamanhos variavam de alguns milímetros a centímetros, chegando a ocupar grandes áreas do limbo foliar, resultando em redução da área fotossintética da planta (Figura 1). Amostras de folhas sintomáticas foram encaminhadas ao Laboratório de Fitopatologia da Embrapa Amazônia Oriental para a verificação da etiologia da doença e, após análise sob microscópio estereoscópico e óptico, encontrou-se associação com a alga Cephaleuros parasiticus Karsten (Karsten, G. Annales du Jardin Botanique de Buitenzorg 10: 1-66, 1891). A alga ocorre nas regiões de clima tropical, sob condições de umidade e temperatura elevadas, preferencialmente em ambientes que possibilitam a manutenção de filme de água na superfície das folhas, o que é necessário para a sua mobilidade e seu desenvolvimento. Ocorre, em geral, nas folhas maduras localizadas na parte inferior da planta ou nas hastes. Apresenta ampla gama de hospedeiros, podendo apresentar as associações patogênicas denominadas "mancha de alga" ou "ferrugem amarela" em abacateiro (Persea americana Mill), laranjeira (Citrus sinensis L.), goiabeira (Psidium guajava L.), jabuticabeira (Myrciaria cauliflora Berg), mangueira (Mangifera indica L.), seringueira (Hevea brasiliensis Muell. Arg.), entre outros. As lesões, em geral, apresentam aspecto ferruginoso e ligeiramente saliente, determinando o aparecimento de manchas arredondadas sobre as folhas e ramos do hospedeiro. Como a ocorrência está associada a locais mais sombreados, a realização de podas desfavorece o agente causal da mancha por permitir o melhor arejamento da planta e a penetração dos raios solares. Folhas com sintomas, utilizadas para as análises, foram herborizadas e armazenadas no Herbário da Embrapa Amazônia Oriental sob o número de registro 188.184.


Data de chegada: 06/12/2011

Aceito para publicação em: 13/04/2013

  • Alga causando necrose foliar em helicônia no Pará

    Tathianne Pastana de Sousa PoltronieriI; Ruth Linda BenchimolII; Jaqueline Rosemeire VerzignassiIII* * Autor para correspondência: Jaqueline Rosemeire Verzignassi ( jaqueline.verzignassi@embrapa.br) ; Luiz Sebastião PoltronieriII; Eudes de Arruda CarvalhoII
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    Autor para correspondência: Jaqueline Rosemeire Verzignassi (
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      26 Jul 2013
    • Data do Fascículo
      Jun 2013
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