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Ocorrência de mancha foliar causada por Colletotrichum gloeosporioides em pau-rosa (Aniba rosaeodora Ducke) no Estado do Pará

COMUNICAÇÕES

Ocorrência de mancha foliar causada por Colletotrichum gloeosporioides em pau-rosa (Aniba rosaeodora Ducke) no Estado do Pará

Rosemary Corrêa da CostaI; Jaqueline Rosemeire VerzignassiII* * Autor para correspondência: Jaqueline Rosemeire Verzignassi ( jaqueline.verzignassi@embrapa.br) ; Luiz Sebastião PoltronieriI; Ruth Linda BenchimolI; Eudes de Arruda CarvalhoI

IEmbrapa Amazônia Oriental, Tv. Enéas Pinheiro, S/N, CEP 66095-100, Belém, PA

IIEmbrapa Gado de Corte, Avenida Rádio Maia, 830, CEP 79106-550, Campo Grande, MS

Na região amazônica as florestas de terra firme apresentam alta diversidade de espécies arbóreas. O pau-rosa (Aniba rosaeodora Ducke) é uma arvore de grande porte, podendo alcançar 30 m de altura e 2 m de diâmetro. Ela é encontrada no Brasil, Guiana Francesa, Suriname, Venezuela, Peru, Colômbia e Equador. No Brasil sua ocorrência vai desde o Amapá estendendo-se pelos estados do Pará e Amazonas. É uma espécie de terra firme que prefere as cabeceiras dos igarapés, em suas partes mais altas. Possui alto valor devido ao potencial econômico do óleo obtido por destilação das folhas, galhos, madeira e raízes, produto com grande demanda no mercado nacional e internacional em função do seu uso como fixador na indústria de perfumes. Sua exploração para extração deste fixador (linalol) atravessou décadas, o que acabou provocando queda populacional desta espécie. O corte indiscriminado das árvores causou drástica redução das populações naturais, fato que levou o IBAMA a incluí-la na lista de espécies ameaçadas de extinção. Em viveiro localizado em Ananindeua, PA, foram observadas manchas foliares necróticas em mudas de pau-rosa com dois meses de idade. As manchas se iniciavam nas bordas das folhas (Figura 1 - A) provocando, posteriormente, o secamento de todo o limbo foliar. Partes do tecido da região limítrofe entre sadio e necrosado foram retiradas e dispostas em placas de Petri contendo BDA, posteriormente foram incubadas a 26º C, com fotoperíodo de 12h. Após três dias, verificou-se a formação de colônias de coloração alaranjada. Observações ao microscópio óptico permitiram detectar a presença do fungo Colletotrichum gloesporioides (Penzig) Saccardo (BAILEY, J.A.; JEGER, J.M. Colletotrichum: biology, pathology and control. Oxford: British Society for Plant Pathology, 1992. 388p.) (Figura 1 B). Testes de patogenicidade foram feitos em mudas sadias com dois meses de idade. Para tanto, ferimentos na superfície da folha foram efetuados, sobre os quais foram inoculados discos de cultura do fungo, com sete dias de idade. As mudas foram mantidas sob câmara úmida por 48h. Após sete dias da inoculação, os sintomas iniciais foram reproduzidos e o fungo novamente isolado, comprovando-se deste modo, a patogenicidade de C. gloeosporioides em pau-rosa. Umidade adequada, equilíbrio nutricional e remoção de folhas doentes são práticas fundamentais para conter a doença em condições de viveiro. Pulverizações preventivas com fungicidas cúpricos têm sido efetuadas por viveiristas que cultivam essa espécie. Este é o primeiro relato de Colletotrichum gloeosporioides causando lesões foliares em pau-rosa no Estado do Pará.


Data de chegada: 26/06/2012

Aceito para publicação em: 25/06/2013

  • *
    Autor para correspondência: Jaqueline Rosemeire Verzignassi (
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      15 Out 2013
    • Data do Fascículo
      Set 2013
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