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Ocorrência do carvão da cana-de-açúcar nos Estados do Piauí e Maranhão

COMUNICAÇÕES

Ocorrência do carvão da cana-de-açúcar nos Estados do Piauí e Maranhão

Gilson Soares da SilvaI; Francisco de Alcântara NetoII; Raycenne Rosa LeiteI; Keyla Cosme da SilvaII; Marinete Martins de Sousa MonteiroII; Marcos André Melo de OliveiraIII

IDepartamento de Fitotecnia e Fitossanidade, UEMA, 65001-970 São Luís - MA

IIDepartamento de Fitotecnia, UFPI, 64049-550 Teresina - PI

IIIAged. São João dos Patos, MA

Autor para correspondência Autor para correspondência: Gilson Soares da Silva ( gilson_soares@uol.com.br)

O carvão da cana-de-açúcar, Sporisorium scitaminae (sin.:Ustilago scitaminae), destaca-se como uma das mais importantes doenças da cultura, podendo causar perdas de 100% em áreas com variedades suscetíveis. Descrita no Brasil em 1946, no Estado de São Paulo, é atualmente encontrada em diversas regiões do país especialmente no Sul e Sudeste. No Nordeste, a despeito das condições favoráveis à sua ocorrência, só em 1985 foi registrado no município de Cascavel no Estado do Ceará. Em setembro e em novembro de 2013, foram coletadas amostras de cana-de-açúcar, variedades CVNE 077752 e RB 92579, cultivadas no município de União, PI e em variedade não identificada em São João dos Patos, MA, apresentando sintomas típicos do carvão: plantas raquíticas, colmos finos e a presença da estrutura característica da doença, o chicote, transformação do meristema apical induzida pelo fungo, medindo aproximadamente 1 m de comprimento (Fig. 1 A). O exame microscópico desses sinais revelou a presença de teliósporos unicelulares, escuros, medindo 5,3 a 6,8 µm de diâmetro, com pontuações na superfície (Fig. 1 B). Essas característica permitiram identificar o patógeno como Sporisorium scitaminae, de acordo com a literatura especializada. Para a confirmação da etiologia da doença, mudas de cana-de-açúcar 'RB 92579', obtidas por meio de toletes cultivados em vasos, contendo solo autoclavado, foram inoculadas com uma suspensão de teliósporos, na concentração de 2x105 unidades/mL e, em seguida, mantidas em câmara úmida por 48 h. Após esse período, as plantas foram deixadas em condições de casa de vegetação. Vinte e dois dias após a inoculação, as plantas exibiram o chicote característico da doença (Fig. 1 C). Lâminas preparadas com material retirado desses chicotes confirmaram a presença de teliósporos com as mesmas características do material inicialmente examinado. A área cultivada com cana-de-açúcar no Estado do Piauí é de aproximadamente 18000 ha, distribuídos nos municípios de Teresina, União e José de Freitas. No Maranhão, a cana-de-açúcar ocupa 42000 ha, distribuídos principalmente nos municípios de Fortaleza dos Nogueiras, São João dos Patos e Sucupira, compreendendo desde pequenos plantios destinados à produção de aguardente até lavouras extensivas voltadas para a produção de álcool. A ocorrência do carvão deve ser vista como um fator de risco à produção de cana-de-açúcar, especialmente se variedades suscetíveis forem cultivadas. Medidas que visem evitar a disseminação do carvão para outras regiões do estado devem ser implementadas já. Portanto, o plantio de variedades resistentes ao carvão adaptadas às condições locais, é condição essencial para o sucesso da cultura canavieira naqueles estados.


Data de chegada: 13/11/2013.

Aceito para publicação em: 09/05/2014.

  • Autor para correspondência:

    Gilson Soares da Silva (
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      06 Ago 2014
    • Data do Fascículo
      Jun 2014
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