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PATOLOGIA CLÍNICA: UMA CRISE DE IDENTIDADE NO ENSINO MÉDICO

No 1o Congresso Brasileiro de Patologia Clínica, em São Paulo, em 1964, PINHEIRO2424. PINHEIRO, J. Relação entre clínicos e patologistas clínicos: interpretação fisiopatológica dos exames de laboratório. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PATOLOGIA CLÍNICA, 1. São Paulo, 1964. s.n.t. mimeo. explicou, com o vigor e o sabor de sua experiência, como a Patologia Clínica surgiu, transformou-se, expandiu-se e fertilizou o exercício da Medicina, destacando-se como especialidade desde a criação da Sociedade Americana, em 1922, e, no nosso ambiente, da Sociedade Brasileira, em 1944. Tornou-se patente a sua diversão do amplo domínio da Patologia Morfológica, com a gradual extinção daquele patologista polivalente, responsável pela execução desde uma simples urinálise até a verificação dos óbitos, por necrópsia.

Entretanto, uma definição precisa, uma sistematização clara e definida dos contornos da atividade do patologista clínico permaneceu flou1818. MELLO, C. H. Patologia clínica: seu âmbito e posição. R. bras. Patol. Clín., 2 (2): 35, 1985.. Enfrentando o desafio, MELLO1919. MELLO, C. H. Patologia clínica: definições e atribuições. R. bras. Patol. Clín. , 21 (2): 46-50, 1985. circunscreveu-a como a especialidade que executa atividades e funções diagnósticas, prognósticas e de avaliação e acompanhamento terapêutico, mediante a utilização de processos, métodos e técnicas de exame de pacientes, de seus constituintes corpóreos, ou de seus produtos metabólicos e, mediante a avaliação e a interpretação dos resultados obtidos por esses processos, métodos e, técnicas, em função do quadro clínico e de outras características apresentadas pelos pacientes; esses processos, métodos e técnicas incluem, sem estar limitados a, o uso de equipamentos, materiais e reagentes específicos para a sua execução, sendo comumente designados exames ou testes de laboratório. Além de a conceituar como especialidade médica, acrescenta ser uma especialidade diagnóstica, fazendo parte integrante da Semiologia Médica, como semiologia armada, podendo chamar-se, ainda, Medicina Laboratorial.

Integração e multidisciplinaridade

A definição parece perfeita como delimitação e natureza das atividades, mas, subjacente está o aporte de numerosas ciências bem definidas que contribuem para o diagnóstico médico e a semiologia armada, e para o entendimento da Patologia, que é o estudo da doença, multifacetada, e exigindo um ensino multintegrado33. De PAOLA, D. A. reforma do ensino de patologia da Faculdade de Medicina da UFRJ. R. bras. Educ. Med., 6 (1): 22-4, 1982.. A Patologia Clínica é, portanto, multidisciplinar, com abordagem variada, própria de cada uma das disciplinas ancilares.

O ensino integrado tem sido tradicionalmente dificultado pela separação, no currículo médico, entre disciplinas chamadas básicas e clínicas, como examinamos em outras oportunidades3030. SUASSUNA, I: Ensino de ciências básicas na faculdade de medicina e a formação profissional. R. bras. Est. Pedag., 50 (111): 96-116, 1968.),(3131. SUASSUNA, I. O ensino de microbiologia nas faculdades de medicina. R. Microbiol., São Paulo, 6 (3): 63-72, 1975.. Com a dupla qualificação de professor no Brasil e nos Estados Unidos, DIDIO44. DIDIO, L. J. A. A formação básica do médico. Carisma, 2 (1):5-16, 1981. nos diz que a experiência americana, com a separação dos ciclos básico e clínico, veio demonstrar a imperiosa necessidade de os departamentos de ciências básicas estarem juntos, fisicamente, dos de clínica, para facilitar o intercâmbio, a cooperação, e o mútuo estímulo.

A Resolução no 8/69 do Conselho Federal de Educação, ao fixar o conteúdo mínimo dos Cursos de Medicina, sanciona a divisão entre disciplinas básicas e disciplinas clínicas.

As disciplinas condizentes com as atividades da Patologia Clínica distribuem-se desde ciências básicas, que se podem individualizar fora do campo médico, tais como a Bioquímica, a Biofísica, a Genética, a Microbiologia e a Parasitologia (embora todas com evidente conotação pré-clínica), até disciplinas nitidamente clínicas como a Hematologia, a Imunopatologia, a Citologia Aplicada e, sobretudo, os Métodos Complementares de Diagnóstico. É de salientar-se nessa Resolução que se aponta a Anatomia Patológica Especial como disciplina paralela ao estudo clínico, indicando-se ainda como seu processo de ensino exercícios de integração clínico-patológica.

Torna-se importante assinalar que, na prática, cada uma dessas disciplinas permite o aprofundamento exclusivo em suas áreas. Por via de conseqüência, na multidisciplinaridade da Patologia Clínica, a exclusividade de especialização se torna freqüente, esse determinado profissional apenas tangenciando em conhecimento, poucas, ou nenhuma, das demais disciplinas convergentes para sua área de atividade. Assim, sob a titulação de patologista clínico pode identificar-se a formação e a personalidade de um bioquímico, biofísico, citologista, hematologista etc, que não são subespecialistas, pois a Patologia Clínica é, em realidade, uma justaposição de especialidades.

Resulta disso a situação de não-sistema caracterizada por BELTRAN,22. BELTRAN, R. N. La coordinación de la enseñanza de las ciencias de la salud. Educ. Med. Salud, 5 (1): 1-19, 1971. quanto ao ensino das ciências da saúde, em contraposição ao sistema, ou à fase intermediária de pré-sistema. No não­sistema, em cada unidade há algumas ciências avançadas, outras atrasadas e, ainda outras, ausentes. As autoridades docentes das ciências mais adiantadas não vêem a necessidade de desenvolvimento das demais, ou mesmo competem individualmente. Há acúmulo de recursos em alguns setores e ausência em outros, de acordo com influências pessoais, ou públicas. Sobreleva a ausência de pessoal auxiliar (como é o corpo de enfermagem na atividade clínica) ao lado de um paternalismo pedante em relação a profissões consideradas menores.

Em relação a essas últimas, o avanço científico e tecnológico de cada uma das áreas específicas de conhecimento, necessita, atrai e enseja o afluxo de profissionais não médicos e recheia a atividade conceituai da Patologia Clínica com a presença e visão estreita, altamente especializada, dos profissionais de cada uma das áreas subsidiárias. De multidisciplinar, a Patologia Clínica torna-se, também, por isso, pluriprofissional

No início do reconhecimento profissional da Patalogia Clínica, os laboratórios centrais hospitalares permitiam a colocação de profissionais com a visão abrangente e coordenada de sua função, mas a sofisticação cada vez maior de meios métodos, técnicas e recursos, tomou improvável tanto o laboratório Central, como o patologista clínico geral. Gera-se, daí, o obscuro capítulo de compromissos menos aceitáveis da orientação dos laboratórios, com a qualidade do trabalho executado em terreno não familiar à proficiência pessoal do dirigente, ou seja, à sua especialidade. É isso que, como efeito colateral, tantas vezes diminui, apouca, denigre e mancha, o exercício da Patologia Clínica. Um comentário anedótico atribui ter sido Descarte o último homem a reunir em si toda a sabedoria e a ciência de sua época. Não há registro sobre quando existiu, ou se extinguiu, o Descartes da Patologia Clínica...

Nas grades curriculares dos Cursos de Medicina a posição da Patologia Clínica é normalmente ignorada ou, se tanto, fragmentada, quanto ao ensino. A situação é claramente descrita por STURM & MARQUES2929. STURM, J. A. & MARQUES, A. L. V. Educação médica continuada em patologia clínica: proposta de normatização. R. bras. Patol. Clín. , 20 (3): 84-9, 1984.: a maioria das escolas médicas aceita que os conhecimentos laboratoriais sejam ministrados fragmentariamente nos seus diversos cursos: alguns básicos como a Biofísica, Bioquímica, Parasitologia, Microbiologia etc, outros já de caráter mais clínico. Em razão desta fragmentação a formação do patologista clínico, em nível de graduação, fica totalmente comprometida.

A Tabela 1 reflete a adaptação do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) à Reforma Universitária vigente. Ressalta a óbvia fragmentação e a ênfase no ciclo básico pluriprofissional, em detrimento dos ciclos profissionais na maioria das matérias afluentes da Patologia Clínica. Deve dizer-se que a Reforma Universitária não inventou esse distanciamento e essa fragmentação, mas, sem dúvida, a agravou.3030. SUASSUNA, I: Ensino de ciências básicas na faculdade de medicina e a formação profissional. R. bras. Est. Pedag., 50 (111): 96-116, 1968.

Tabela 1
Número de disciplinas de graduação oferecidas pelos Departamentos do Instituto de Ciência Biológicas da UFMG, 1983

Acrescente-se que desorientação e hesitação podem ser observadas na própria posição da Patologia como um todo. MICHALANY2020. MICHALANY, J. O problema do ensino da anatomia patológica geral e sistêmica no curso médico integrado. J. Assoc. Med. bras., 18 (810): 2, 1976. em concordância com a opinião de DIDIO, antes citada, considera contraproducente incluir as disciplinas de Anatomia Patológica, Microbiologia e Parasitologia, antes das Clínicas Propedêuticas, Médica e Cirúrgica, o que está igualmente de acordo com a referida definição de atividade do patologista clínico.1919. MELLO, C. H. Patologia clínica: definições e atribuições. R. bras. Patol. Clín. , 21 (2): 46-50, 1985.

Em um inquérito sobre os departamentos que incorporam disciplinas convergentes para a Patologia Clínica em toda a América Latina, GARCIA1212. GARCIA, J. C. La educación médica en la America Latina. Washington, OPAS/OMS, 1972. 413p. (Publicación cientifica, n. 255). mostra o quadro resumido na Tabela 2. Admite como padrão ideal a divisão em departamentos de Ciências Fisiológicas, de Patologia e, de Microbiologia e Parasitologia (Imunologia quase sempre considerada neste), mas encontra todas as outras possibilidades expressas na Tabela 2, sendo constante, apenas, o alinhamento entre as ciências básicas. DEPAOLA33. De PAOLA, D. A. reforma do ensino de patologia da Faculdade de Medicina da UFRJ. R. bras. Educ. Med., 6 (1): 22-4, 1982., na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)., assinala a exclusão de Microbiologia e Parasitologia do ensino da Patologia, em razão da excessiva extensão dos programas necessários. PALÁCIOS2323. PALACIOS, G. C. La enseñanza de la patologia clínica en las escuelas de medicina del Perú. R. bras. Patol. Clín. , 18 (5): 163-4, 1982. informou que a Patologia Clínica, como disciplina autônoma, foi inicialmente ensinada, no Peru, junto à clínica, mas voltou posteriormente ao Departamento de Patologia.

O hiato entre o ensino básico e o ensino clínico têm-se pretendido preencher com disciplinas chamadas de integração.

Na Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, uma disciplina designada Estudo Integrado é ministrada apenas no último semestre do curso, e visa a preparar o aluno para as opções do lnternato.2626. SANTOS, J. Currículo da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia. s.1., s.ed., 1979. mimeo. Entre seis dessas opções, apenas duas (Medicina Interna; Patologia Especial e Medicina Legal) mencionam Laboratório Clínico no conteúdo do ensino. Esta proposta, sem dúvida, não atende à integração acima considerada.

Tabela 2
Inquérito sobre departamentos ligados à área de conhecimentos de Patologia Clínica em 71. Escolas médicas da América latina* * Apud Garcia, 1972.

A integração vertical é visada na UFMG, com a introdução da disciplina Ciências do Comportamento Aplicadas à Saúde, seguida de Introdução às Técnicas de Saúde, ambas sob a responsabilidade do Departamento de Medicina Preventiva e Social.1111. FREIRE-MAIA, L. Programa de ensino e a formação de profissionais na área biomédica. In: SIMPÓSIO SOBRE ENSINO E PESQUISA NA ÁREA BIOMÉDICA. Básico, 5. Goiás, 4-7 maio 1983. Anais. Goiás, Universidade Federal de Goiás, 1983. De modo análogo, na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), sob a responsabilidade do Instituto de Medicina Social, há uma disciplina inicial no Curso Médico: Fundamentos de Saúde da Comunidade. Em ambos os casos, a participação de ensino convergente para a Patologia Clínica parece ser uma conspícua ausência.

MICHALANY2121. MICHALANY, J. El problema de la anatomia patológica como disciplina básica y su sobrevivência como especialidad independiente. Patol., México, 16 (3): 201-3, 1978. propõe a delimitação de um 2o ciclo no currículo médico, distinto do 1o (básico) e do 3o (medicina especializada), designado Introdução à Medicina, juntando a patologia e a Semiologia. Esse ciclo, no que concerne à Patologia, abrangeria Microbiologia, Imunologia e Anatomia Patológica Geral, às quais se acrescentariam a Farmacologia e as Clínicas Propedêuticas, Médica e Cirúrgica. O mesmo autor volta-se, entretanto, contra a Patologia Clínica, que diz ser especialidade médica desconhecida em outros países, exceto no Brasil, que suas análises são facilmente realizáveis por técnicos e aparelhos automáticos e, finalmente, que os clínico-patólogos são patologistas por adaptação, e não por formação.

Apesar de fazer, em aparência, uma proposta unificadora, MICHALANY2121. MICHALANY, J. El problema de la anatomia patológica como disciplina básica y su sobrevivência como especialidad independiente. Patol., México, 16 (3): 201-3, 1978. introduz a dissensão no domínio da Patologia. O autor é coerente ao afirmar que prefere a designação de Anatomia Patológica Geral à de Patologia Geral, porque na palavra anatomia está implícito o método anatômico, unido ao morfológico; para identificar fundamentalmente a disciplina e a distinguir de Fisiopatologia. No entanto, passa ao largo sobre a possibilidade de que esta última seria o domínio natural do patologista clínico e complementar da morfologia patológica. Em seu arrazoado, para a Anatomia Patológica, advoga ser o único elemento do ciclo considerado básico, que tem campo para exercer a especialidade como profissão liberal, para orientar o clínico e o cirurgião em condutas terapêuticas, e capaz de fornecer dados complementares para a correlação clínico­ patológica (não diz anátomo-clínica). Considera particular da Anatomia Patológica que qualquer diagnóstico depende fundamentalmente da informação clínica. Não mais nos deteremos sobre essa posição, pois as contradições são evidentes, já exemplificadas e afirmadas no que respeita à Patologia Clínica.2424. PINHEIRO, J. Relação entre clínicos e patologistas clínicos: interpretação fisiopatológica dos exames de laboratório. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PATOLOGIA CLÍNICA, 1. São Paulo, 1964. s.n.t. mimeo.),(1919. MELLO, C. H. Patologia clínica: definições e atribuições. R. bras. Patol. Clín. , 21 (2): 46-50, 1985. Como todo pensamento de orientação hegemônica faz escola, este também o faz, e perturba a vida interna do que viria a ser, pacificamente, um Departamento de Patologia.

Uma proposta da Faculdade de Medicina da UFRJ sugere a disciplina Mecanismos Básicos de Saúde e Doença, resultante da convergência de conceitos e métodos estudados isoladamente em Patologia Geral, Microbiologia, Parasitologia, Genética, Radiobiologia, Medicina Preventiva e Psicologia Médica, a ser estudada em paralelo com a disciplina Introdução à Medicina Clínica.1010. FRAGA FILHO, C. & ROSA, A. R. Novo currículo para o curso médico da Universidade Federal do Rio de Janeiro. In: ___ . Temas de educação médica. Brasília, MEC/SESu, 1980. p. 169-82.

A ainda vigente Reforma Universitária pode prejudicar essas proposições, ou realizações, aparentemente mais viáveis, na medida em que os institutos básicos devem ministrar as mesmas disciplinas a alunos com interesses e objetivos diversos. Além disso, impõe-se a distribuição de atividades por unidades de ensino de destinação diversa; no caso do aluno de Medicina, entre os institutos básicos, a faculdade, o hospital de clínicas e, ainda, institutos especializados, como é o caso da UERJ. Tudo isso justifica a esgarçadura da atenção e a ausência de motivação como problema não resolvido da educação médica, em geral, e dos objetivos particulares do ensino da Patologia Clínica.

Depoimentos dos estudantes expostos ao curso são significativos. Quando favoráveis, podem expressar “pena que só no ciclo clínico pude compreender a importância do aprendizado das matérias básicas”, o que em si resume um sentimento irreparável de perda.1515. LOBO, L. C. G. Ensino das matérias básicas. R. bras. Educ. Med. , 5 (2):95-8, 1981. IBERTI1414. IBERTI, T. J. American medical education: has it created a Frankestein? Am. J. Med. ,78 (2):81, 1985. depõe que descontentamento e insatisfação são quase universalmente proclamados pelos estudantes de Medicina sobre o treinamento nos dois primeiros anos como irrelevante para o aprendizado clínico. O mesmo autor, aceitando-a como um engano, atribui essa impressão a:

a) tempo decorrido entre a informação recebida e a oportunidade em que possa ser assimilada na experiência clínica; b) pouca ênfase em conceitos de ciências básicas na visita clínica nas enfermarias; c) exigências da pós-graduação, que não impõem a atualização em ciências básicas.

Uma interpretação consentânea com esses motivos nos é fornecida por LOBO1515. LOBO, L. C. G. Ensino das matérias básicas. R. bras. Educ. Med. , 5 (2):95-8, 1981.: o estudo do fenômeno da retenção do conhecimento indica que o esquecimento é devido, sobretudo, a três fatores: uso, relevância e interferência. Assim, um conhecimento tende a ser esquecido se não for usado, se não for relevante para o aluno, ou se sofrer interferência do aprendizado de outro conhecimento de maior relevância, ou impacto.

Não temos dúvidas de que isso delineia espaços a serem preenchidos pela Patologia Clínica, glosando os conceitos básicos aos quais os alunos foram expostos. Os exercícios de integração clínico-patológica, atendidos e recomendados para o desempenho do anátomo-patologista, não têm merecido a correspondente atenção do patologista clínico: A necessária pluralidade de conhecimentos deste último o intimida, enquanto a unificação metodológica (morfologia) cultivada pelo anátomo-patologista o beneficia e o torna intimorato nos grupos de discussão clínico-patológica. Acrescente-se que a regulamentação do Internato dos Cursos de Medicina, tomando obrigatório o rodízio pelas quatro grandes áreas, e nenhuma delas, salvo raríssimas exceções, amparando, ou estimulando, o ensino da Patologia Clínica nos cursos de formação, levou a que a aplicação do dispositivo legal, quando rigidamente interpretado, pusesse uma pá de cal na esperança de ajudar a formação do patologista clínico durante o ensino de graduação.

Espaços vazios

O que resta fazer?

Em primeiro lugar ocupar os espaços vazios legal e conceitualmente consentidos. Na maioria dos casos a posição da Patologia Clínica na graduação não se definiu e a sua atual regulamentação na Residência Médica representou uma frustração2828. STURM, J. A. Cartas ao editor. R. bras. Patol. Clín. , 18(4): 115, 1982.),(3232. SUASSUNA, I. Carta. In: R. bras. Patol. Clín. , 18 (1): 16,1982.. Trazido ao nível de formação do médico, o ensino da Patologia Clínica deve, como a Anatomia Patológica, associar-se aos exercícios de integração clínico-patológica, corrigindo-se a fragmentação por especialidades. Com isso reabrir-se-á o diálogo a impedir posturas conjecturais a serem combatidas, não pelo confronto, mas pela correção de falhas e reorganização. Lembre-se a penosa revelação feita por STURM2828. STURM, J. A. Cartas ao editor. R. bras. Patol. Clín. , 18(4): 115, 1982.: a exigência pela Comissão Nacional de Residência Médica de um ano preliminar em Clínica Médica e/ou Pediatria (introduzindo mais um hiato na formação do patologista clínico) foi justificada porque os médicos das especialidades clínicas e cirúrgicas se queixam de não poderem dialogar com os responsáveis pelos laboratórios, por falta de conhecimento de medicina básica desses responsáveis. O por quê de tal fato só ocorrer com os patologistas clínicos, ao contrário de outras especialidades, diz STURM2828. STURM, J. A. Cartas ao editor. R. bras. Patol. Clín. , 18(4): 115, 1982., nos faz pensar que, ou os responsáveis pelos laboratórios não são na sua maioria médicos (o que, no seu dizer, é bem possível), ou os futuros médicos patologistas clínicos conseguem se formar sem os conhecimentos básicos de Medicina. A meu ver, essas alternativas não são exclusivas, mas complementa res.

Para alterar o status quo é preciso primeiro reconhecer e aceitar o caráter interdisciplinar da Patologia Clínica, buscando integração e, sobretudo, motivação. Há que imprimir relevância para o exercício profissional, considerada esta em termos de freqüência, gravidade, prevenção e emergência das condições patológicas, e centrar o ensino não em minúcias, mas em núcleos de generalização que explicam os fatos.99. FRAGA FILHO, C. & ROSA, A. R. Formação e treinamento do médico geral. Educ. Med. Salud , 13 (2): 149-63, 1979.

DIDIO44. DIDIO, L. J. A. A formação básica do médico. Carisma, 2 (1):5-16, 1981.)(33. De PAOLA, D. A. reforma do ensino de patologia da Faculdade de Medicina da UFRJ. R. bras. Educ. Med., 6 (1): 22-4, 1982. diz da esperança de que a formação do médico da saúde, em substituição ao antigo médico da doença, restitua às chamadas ciências básicas seu valor primordial na educação médica, pois é tão importante conhecer o indivíduo normal quanto o patológico, e, admite que o ensino atual visa a fazer chaves de modo a habilitar o médico a abrir qualquer porta, mesmo aquelas que ainda estão por ser conhecidas. O ensino seria o último passo da pesquisa, ou seja, “a comunicação da pesquisa (própria, ou alheia), passada, presente ou, na medida em que se levantam hipóteses, futura”.

De um modo mais pragmático, NABEL2222. NABEL, G. V. Order and human biology. Am. J. Med. , 78 (4):545-8, 1985., em um artigo sintomaticamente intitulado Ordem e Biologia Humana, introduz a teoria da relatividade biológica, em confessada analogia com a teoria da relatividade em Física (Quadro 1). Observe-se inicialmente que essa ordem nem sempre segue os conceitos da distribuição seriada habitual dos currículos médicos, quando busca respeitar uma ordenação crescente de complexidade.

Quadro 1
Uma abordagem evolutiva para o conhecimento médico*

Cada problema médico tem, assim, um enquadramento particular de referência. Qualquer problema clínico pode ser abordado através dos cinco quadros de referência.

Desse modo, o paciente diabético com sede e visão turva pode ser considerado de acordo com o que se segue. Enquadramento 1: que mecanismos moleculares podem causar a deficiência visual? Que seqüência de eventos origina a sede?

Que processo(s) é(são) responsável(is) por ambos? Enquadramento 2: que células são a causa do defeito molecular? Como respondem células-alvo normais? Enquadramento 3: como o defeito molecular compromete diferentes órgãos e sistemas? Enquadramento 4: como tais processos se refletem no paciente? Que sintomas e sinais podem surgir no exame clínico? Como tais sintomas podem afetar a percepção do paciente quanto à sua saúde? Enquadramento 5: sob a evidência da doença, como o paciente interage com a sociedade? Que comportamento socia pode exacerbar sua doença? Quais as implicações econômicas da doença e seu tratamento para o paciente e a sociedade?

Relações pluriprofissionais

Por outro lado é verdade que, na presente, a maioria dos responsáveis pelo ensino de disciplinas nas chamadas matérias básicas é formada por não médicos, com pouca ou nenhuma vivência clínica e limitados conhecimentos de medicina geral.2828. STURM, J. A. Cartas ao editor. R. bras. Patol. Clín. , 18(4): 115, 1982.

MELLO1717. MELLO, C. H. Uma nova dimensão. R. bras. Patol. Clín., 18 (1): 4, 1982. comenta que não sabemos quantos patologistas clínicos existem e quais os porcentuais de atividade pública e privada desses profissionais. Não há fatos, apenas estimativas, premissas e extrapolações. Como há que se admitir não somente a interdisciplinaridade, como a pluriprofissionalidade, não sabemos igualmente quantos profissionais não-médicos militam no campo da Patologia Clínica. Mas isso, indubitavelmente, está na raiz de outra vertente de desentendimentos em conexão com a atividade nesse setor.

Os médicos em exercício clínico estão bem condicionados a olharem seus colegas (como cirurgiões e radiologistas) como capazes de decisões tão hábeis, em relação ao paciente, como eles mesmos, mas, devido à sua própria compreensão limitada dos métodos laboratoriais, ao lado da grande predominância de profissionais não-médicos, no lado do laboratório, a postura média habitual não acata decisões paralelas nesse setor, visando à interpretação clínica dos resultados alcançados.3333. SUASSUNA, I. & SUASSUNA, I. R. Laboratory requirements for clinical microbiology. R. bras. Patol. Clín. , 18 (4): 90-9, 1982.

Se não sabemos o peso dos profissionais não-médicos na Patologia Clínica, alguns dados soariam alarmantes se não vierem a ser devidamente assimilados.

Considerando o mais hostilizado dos agrupamentos profissionais no contexto em discussão, as Tabelas 3 e 4 revelam a posição dos designados biomédicos. Mostram as mesmas a destinação e a distribuição por área de conhecimento dos biólogos dessa categoria formados pela UERJ, segundo levantamento de FORMIGA et al77. FORMIGA, L. C. D. e et alii. A universidade do Estado do Rio de Janeiro e a formação de recursos humanos para a área de saúde: curso de ciências biológicas: modalidade médica. Rio de Janeiro, UERJ, 1980. Lembre-se que esses profissionais, de acordo com o Conselho Federal de Educação (Parecer 571/66) destinam-se a constituir recursos hum nos, em nível superior, para a pesquisa vinculada ao ensino superior, à indústria e para atividades laboratoriais de biologia aplicada à área de saúde.66. FORMIGA, L. C. D. Curso de ciências biológicas: modalidade médica. Contacto, 39 (4): 62-3, 1981. Observe-se que praticamente a metade dos formados em 10 anos ingressaram, com êxito, na pós-graduação (Tabela 3 ). O caminho natural desta é, nas nossas condições, a carreira acadêmica. Isto é, serão os futuros professores de área básica, dos médicos. De fato, pelos mesmos dados, quase 1/3 já são professores universitários, sejam os alunos médicos, ou não, mas predominantemente engajados no ensino de Microbiologia, Imunologia, Parasitologia, Farmacologia, Fisiologia, Bioquímica e Biofísica (Tabela 4).

Tabela 3
Destinação de egressos do Curso de Ciências Biológicas (Biomedicina) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Tabela 4
Distribuição, por área de conhecimento, de egressos do Curso de Ciências Biológicas (Biomedicina), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 1968 - 1978* * Apud Formiga et al., 1980.

Sem tentar dicotomizar a Patologia (entre Morfologia Patológica e Patologia Clínica), STEIN2727. STEIN, A. A. Is pathology a viable discipline? Human Pathol., 6 (5): 525-7, 1975. declara que deve ser entendido que sob a filosofia da estimativa de custos, a função de um laboratório tem um duplo propósito: primeiro, gerar dados e, segundo, avaliar os dados em relação a um paciente específico. A geração da maior parte dos dados não é aceita como prática médica. Daí, não-médicos (microbiologistas, químico-clínicos, cito-tecnólogos e imuno-hematologistas) podem dirigir laboratórios e o farão legal e profissionalmente. E conclui: “podemos lutar para preservar o satus quo, ou podemos participar da oportunidade de criar um desempenho viável para o patologista. Duvido que possamos fazer o relógio voltar atrás”.

A coexistência de profissionais médicos e não médicos em um mesmo campo de atividades, acima de lutas estéreis por privilégios profissionais, não é novidade. O longo relacionamento entre a Enfermagem e a Medicina o comprova. Um estudo recente sobre esse relacionamento2525. PRESCOTT, P. A. & BOWEN, S. A. Physician-nurse relationships. Ann. Int. Med. , 103: 127-33, 1985. aponta como predominantes em mais de 2/3 dos casos quatro atitudes positivas relacionadas no Quadro 2. Nesse relacionamento interprofissional é, entretanto, revelador, o comentário: “as enfermeiras(os) admitem a competência do médico até que provem o contrário, enquanto que o conhecimento e a capacidade de julgamento da enfermagem são postos sob suspeita, até que igualmente comprovado o contrário”.

Quadro 2
Elementos positivos no relacionamento entre médicos e enfermeiros

Em editorial sobre o artigo citado, MAKADON & GIBONS1616. MAKADON, H. J. & GIBBONS, M. P. Nurses and physicians: prospects for collaboration. Ann. Int. Med. , 103 (1): 134-6, 1985. comentam que alguns admitem a colaboração na prática clínica entre as duas profissões, desde que não comprometidos os níveis mais altos de decisão. Taxativamente revelam que discordam, porque os aforismas sobre ensino tutorial, que governam a educação médica, parecem igualmente adequados a esta situação. E, acrescentamos, a quaisquer situações, desde que o médico vista os trajes de sua responsabilidade. Respeito, compreensão e liderança não são impostos, são conquista dos. Afinal, ternura, sabedoria, bondade, entendimento, envolvimento e empatia são características individuais e não profissionais. São estimulados pelo exemplo, mas não se transferem pelo ensino convencional. Por isso, trocar a comodidade discutível do absolutismo do privilégio e a exigência de vassalagem, pela competência e pelo exemplo, seria, em si, uma lição inarredável para as profissões litigantes nessa área.

Há hoje um clamor muito alto sobre a desumanização da Medicina.11. ASSOCIATION OF AMERICAN MEDICAL COLLEGES. Physicians for the twenty-first century. Ann. Int. Med., 101 (6):870-2, 1984.),(1313. HUTH, E. J. The humanities, science and the medical curriculum. Ann. Int. Med. , 101 (6): 864-5, 1984.),(1414. IBERTI, T. J. American medical education: has it created a Frankestein? Am. J. Med. ,78 (2):81, 1985. Pode admitir-se, por isso, que a crise da Patologia Clínica é a parte menor de problemas mais amplos relacionados com o próprio destino da educação médica. Mas a Patologia Clínica parece particularmente vulnerável a alguns pronunciamentos como: “a fascinação da tecnologia ameaça fazer do paciente o objeto da tecnologia, ao invés de fazer da tecnologia um instrumento para alcançar a melhor saúde. O martelo, uma vez inventado, vai em busca de um prego”.55. EISENBERG, J. M. Sculpture of a new academic discipline: four faces of academic general internal medicine. Am. J. Med., 78 (2): 288-92, 1985. Referindo-se a essa tendência há a frase lapidar de FRAGA FILHO88. FRAGA FILHO, C. Reflexões sobre o ensino e a prática da medicina. An. Hosp. Sider. Nac.,9 (1): 5-11, 1985.: (...) a perda de identidade do médico para assumir simplesmente a postura do técnico, é preço muito alto a pagar por tudo quanto a ciência oferece à Medicina, em termos de precisão, eficiência e segurança”.

Se a geração de dados úteis ao diagnóstico não pode mais ser exclusiva da atividade médica, resta ao médico voltar-se e cultivar o que é exclusivo de sua vocação:

  1. atitudes - o fulcro do aprendizado deve estar com o paciente e a sua família. “Durante o aprendizado clínico os estudantes ganham habilidade em entrevistar e examinar pacientes, em correlacionar informações e em formular hipóteses diagnósticas. Adquirem conhecimento dos processos através do estudo da doença. O seu senso de responsabilidade e respeito pelo paciente e sua família, sua abordagem dos problemas clínicos e suas atitudes para com outros profissionais da saúde são moldados durante este período crítico11. ASSOCIATION OF AMERICAN MEDICAL COLLEGES. Physicians for the twenty-first century. Ann. Int. Med., 101 (6):870-2, 1984.;

  2. compreensão - “os pacientes desejam encontrar quem os cure, os aconselhe e acompanhe através do labirinto da tecnologia médica, selecionando-a com discrição e sem noções preconceituosas”55. EISENBERG, J. M. Sculpture of a new academic discipline: four faces of academic general internal medicine. Am. J. Med., 78 (2): 288-92, 1985.. As relações entre a Medicina e a Sociologia foram apontadas por FRAGA FILHO88. FRAGA FILHO, C. Reflexões sobre o ensino e a prática da medicina. An. Hosp. Sider. Nac.,9 (1): 5-11, 1985., que repete Gilberto Freire, dizendo que ambas as ciências têm o homem como centro de estudo e não se podem dar ao luxo de fragmentar-se excessivamente, porque a fragmentação tende a prejudicar o que nessas ciências precisa ser compreensão;

  3. significação e propósito - HUTH1313. HUTH, E. J. The humanities, science and the medical curriculum. Ann. Int. Med. , 101 (6): 864-5, 1984., citando CASSELL: “a Medicina tem a ver com o cuidado do paciente; tudo o mais é secundário a esse propósito (...) médicos tratam pacientes, não doenças e (...) toda a atenção médica flui do relacionamento entre médico e paciente. Para WARREN3434. WARREN, K. S. The humanities in medical education. Ann. Int. Med. , 101 (5):697-701, 1984) falando-nos das miragens de corrigir distorções por modificações curriculares, o que desejamos dos nossos médicos, a qualquer custo, encontra-se em uma placa memorial para Sir Richard Wright, na Igreja de Saint James, em Londres: “uma vida de pureza sem nódoa, de cálida afeição e da ambição de ser útil”.

Aos patologistas clínicos resta que se aproximem, ouçam, entendam e sejam médicos de seus pacientes.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    23 Jul 2021
  • Data do Fascículo
    Sep-Dec 1985
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