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Fatores Associados à Manutenção do Vício de Fumar e do Consumo de Álcool entre Acadêmicos de Medicina em uma Capital do Nordeste do Brasil

Factors Associated with Continued Smoking Addiction and Alcohol Consumption among Medical Students in Capital City in the Northeast of Brazil

RESUMO

Introdução

Há um aumento no consumo de drogas entre os jovens no Brasil. Esse consumo se destaca entre os estudantes universitários, acarretando uma preocupação adicional quando associado aos estudantes da área da saúde.

Objetivo

Identificar os fatores associados à manutenção do vício de fumar e do consumo de álcool entre acadêmicos de Medicina.

Métodos

Trata-se de um estudo analítico, de prevalência, envolvendo estudantes de Medicina das quatro escolas médicas da cidade de Fortaleza, Nordeste do Brasil. Foi aplicado um questionário semiestruturado, contendo 46 perguntas objetivas, aos estudantes que cursavam o primeiro ano (S1/S2) durante o ano de 2012 e novamente em 2016, quando esses mesmos estudantes se encontravam no internato (I3/I4). A amostra foi calculada considerando como população do estudo o número máximo de alunos nos dois períodos avaliados.O projeto foi aprovado pelo CEP, por meio do Parecer nº020/2012.

Resultados

Foram entrevistados 360 estudantes no primeiro momento da pesquisa e 354 estudantes no segundo momento. O consumo de tabaco passou de 17,4% durante o primeiro ano do curso para 28,2% durante o internato (p<0,001). O mesmo ocorreu com o consumo de álcool, que já era elevado no início do curso (84,6%) e aumentou para 92,6% (p<0,001). No primeiro ano do curso, 40,5% dos estudantes referiram já ter se embriagado pelo menos uma vez. Durante a faculdade, esse percentual subiu para 59,5% (RP=1,66; p<0,001).

Conclusão

O consumo de álcool e tabaco aumentou de forma importante durante o curso de Medicina. Há necessidade de intervenções nos hábitos dos acadêmicos de Medicina com o objetivo de reduzir o consumo exagerado de álcool e a manutenção do tabagismo nesta população.

Hábito de Fumar; Alcoolismo; Estudantes; Medicina

ABSTRACT

Introduction

Drug use among young people in Brazil is increasing, particularly among the university students, leading to additional health-related concerns for students.

Objective

To identify factors associated with continued smoking addiction and alcohol consumption among medical students.

Methods

An analytical, prevalence study was carried out involving medical students at the four medical schools of Fortaleza, northeastern Brazil. A semi-structured questionnaire with 46 objective questions was applied to students in their first year of the course (S1/S2) in 2012 and again in 2016, when these same students were taking their internship (I3/I4). The sample was calculated based on a study population consisting of all the students in the two periods evaluated. The project was approved by the REC, through opinion no. 020/2012.

Results

360 students were interviewed in the first phase of the research, and 354 students in the second phase. Tobacco consumption increased from 17.4% during the first year of the course to 28.2% during the internship (p <0.001). The same occurred with alcohol consumption, which was already high at the beginning of the course (84.6%) and increased to 92.6% (p <0.001). In the first year of the course, 40.5% of the students reported having got drunk at least once. During their time at medical school, this percentage rose to 59.5% (PR = 1.66, p <0.001).

Conclusion

Alcohol and tobacco consumption increased significantly during medical school. There is a need for interventions in the habits of medical student, in order to reduce excessive alcohol consumption and smoking in this population.

Smoking; Alcoholism; Students; Medicine

INTRODUÇÃO

O abuso e a dependência de substâncias químicas, tais como álcool e tabaco, causam riscos políticos, sociais e econômicos. O consumo de drogas acomete a sociedade em todo o mundo, estabelecendo uma ameaça à saúde individual, ao bem-estar coletivo e ao desenvolvimento social11. Magalhães LSP, Vernaglia TVC, Souza FAM, Chagas SV, Cruz MS. O Fenômeno das drogas na perspectiva dos estudantes de enfermagem: perfil do consumo, atitudes e crenças. Esc. Anna Nery. 2018 Feb; 22(1): 1-8.doi: http://dx.doi.org/10.1590/2177-9465-ean-2017-0205.
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. O consumo de álcool e derivados do tabaco amplia os gastos com tratamentos e internações hospitalares, e aumenta indicadores como acidentes de trânsito, violência urbana e anos potenciais de vida perdidos devido ao aumento de mortes prematuras22. Pelicioli M, Barelli C, Gonçalves CBC, Hahn SR, Scherer JI. Alcohol consumption and episodic heavy drinking among undergraduate students from the health area of a Brazilian university. J. bras. psiquiatr.2017 July- Sep;66(3): 150-156.doi: http://dx.doi.org/10.1590/0047-2085000000164.
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.

O ingresso no meio universitário se caracteriza por uma nova etapa na vida de jovens estudantes. A chegada ao curso superior é um evento que permite novas experiências que surgem em encontros sociais e é uma fase de transição para a vida adulta, o que pode favorecer o acesso a drogas lícitas ou ilícitas11. Magalhães LSP, Vernaglia TVC, Souza FAM, Chagas SV, Cruz MS. O Fenômeno das drogas na perspectiva dos estudantes de enfermagem: perfil do consumo, atitudes e crenças. Esc. Anna Nery. 2018 Feb; 22(1): 1-8.doi: http://dx.doi.org/10.1590/2177-9465-ean-2017-0205.
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. Em virtude das mudanças em relação à autonomia de aprendizagem, o período inicial do curso superior é considerado de maior vulnerabilidade, sendo frequentemente associado ao consumo excessivo de substâncias químicas33. Ferraz L, Rebelatto SL, Schneider GC, Anzolin V. O uso de álcool e tabaco entre acadêmicos de uma universidade do sul do brasil. Rev. Bras. em Prom. da Saúde. 2017 Jan-Mar; 30(1):79-85.doi: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=40851313011.
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.

Conhecer a prevalência e os fatores associados ao consumo de substâncias químicas entre estudantes tem sido um desafio perseguido nos últimos anos, principalmente entre os estudantes da área da saúde44. Saraiva AGS, Chaves CMCB, Duarte JC, Amaral MOP. A dependência de tabaco em estudantes de enfermagem. Rev. Enf. Ref. 2017 Mar;serIV(12): 9-18. doi: http://dx.doi.org/10.12707/RIV16032.
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. No caso dos estudantes do curso de Medicina, essa preocupação parece maior, considerando o risco de esse comportamento permanecer durante a formação e interferir no ambiente de trabalho, já que esses alunos serão promotores diretos da saúde para a população em geral55. Rabelo MO, Prates TEC, Sampaio CA. Consumo de álcool por estudantes da área da saúde: uma Revisão Sistemática da Literatura. Rev. Bras. de Pesq. em Ciênc. da Saúde. 2017 4(1): 01-08.. Os estudantes de Medicina vêm exercendo um papel importante nos principais programas de prevenção e orientação do consumo de bebidas alcoólicas e tabaco, levando orientação à comunidade e exercendo seu papel social66. Pinheiro MA, Torres LF, Bezerra MS, Cavalcante RC, Alencar RD, Donato AC, et al. Prevalência e Fatores Associados ao Consumo de Álcool e Tabaco entre Estudantes de Medicina no Nordeste do Brasil. Rev. Bras. Educ. Méd.2017 41(2): 231-239. doi: https://dx.doi.org/10.1590/1981-52712015v41n2rb20160033.
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. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi identificar os fatores associados à manutenção do vício de fumar e do consumo de álcool entre acadêmicos de Medicina residentes na cidade de Fortaleza, Ceará, Brasil.

MÉTODOS

Desenho do estudo

Foi realizado um estudo de prevalência, analítico, envolvendo estudantes de Medicinadas quatro instituições de ensino superior que formam médicos da cidade de Fortaleza.

Foram incluídos estudantes regularmente matriculados nas quatro instituições quando cursavam o primeiro ano do curso (S1/S2) em 2012 e novamente quando se encontravam no internato (I3/I4), durante o ano de 2016.

Amostra

Foi considerada como população do estudo o número máximo de alunos nos dois períodos avaliados. Utilizou-se como parâmetro uma frequência esperada de 10% de pessoas fumantes, com erro de 3%. Aos valores calculados foram acrescentados 10% como correção para possíveis perdas durante a coleta dos dados.

Coleta de dados

Foi aplicado um questionário estruturado, contendo 46 perguntas. Os itens se referiama características sociodemográficas, informações sobre consumo de tabaco e ingestão de álcool, e sobre como esses temas foram abordados na grade curricular das respectivas instituições.

Na primeira etapa (2012), o questionário foi aplicado em sala de aula. Já na segunda etapa, ocorrida em 2016, o mesmo questionário foi aplicado nos hospitais em que os alunos atuavam como internos ou em momentos presenciais nas respectivas instituições de ensino.

Análise dos dados

Os dados foram digitados utilizando-se o software Epi-info Versão 3.5.1, e a análise realizada com o software Stata 11.2. Foram utilizados testes paramétricos (teste t de Student) e não paramétricos (Qui-Quadrado de Pearson e teste de Kruskal-Wallis) segundo as características das variáveis do estudo. Foram calculadas também as razões de prevalência e seus intervalos de confiança, e considerou-se uma significância de 95%.

Aspectos éticos

Este estudo seguiu os princípios éticos de pesquisa envolvendo seres humanos da Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Unichristus (Protocolo nº 020/2012).

RESULTADOS

Características da amostra no início do curso

Entre os 472 estudantes matriculados nas quatros instituições e que cursavam o primeiro ano de Medicina, foram entrevistados 360 (76,3%). Predominou o sexo feminino (198; 54,8%), estudantes solteiros (352; 97,5%), nascidos na cidade de Fortaleza (240; 66,8%), residindo com os pais (298; 82,7%) e com renda familiar superior a dez salários mínimos (102; 28,2%). A maioria vinha de instituições privadas de ensino médio (208; 57,6%), e, entre esses alunos, 128 (61,5%) tinham bolsa (Prouni) ou financiamento (Fies) estudantis custeados pelo Ministério da Educação à época.

Aspectos ligados ao consumo de tabaco e álcool

Do total de alunos avaliados, 63 (17,4%) já haviam fumado alguma vez na vida. E, destes, 71,4% residiam com pais. Curiosidade e influência de outros familiares fumantes foram as principais justificativas dadas pelos estudantes para o início do hábito de fumar. A maior parte dos estudantes (84,2%) acreditava que acadêmicos de Medicina deveriam receber treinamento sobre técnicas de cessação do hábito de fumar durante a graduação. O maior consumo foi associado ao sexo masculino (RP=1,80; p=0,00). Por outro lado, esse consumo não esteve associado ao recebimento de algum tipo de financiamento (p=0,810), presença de bolsa acadêmica (p=0,08) ou mesmo o tipo de instituição de ensino (p=0,436).

Entre os estudantes que fumavam, a experimentação do álcool foi mais precoce. Eles se embriagaram pela primeira vez mais jovens, e o número de doses consumidas foi maior que para os estudantes que não fumavam (p<0,001) (Tabela 1).

TABELA 1
Associação entre ser tabagista e idade, idade em que experimentou bebida pela primeira vez, idade da primeira embriaguez e número de doses que costuma ingerir quando faz uso de bebida alcoólica, no começo e no final do curso

Informações sobre consumo excessivo e malefícios ocasionados pelo álcool foram recebidas por 95,1% dos estudantes durante as aulas. Entretanto, tais informações foram insuficientes para interferir na mudança do hábito de beber excessivamente. Destaca-se que, ao serem questionados se deveriam receber treinamento específico sobre como desestimular o consumo excessivo de álcool, 83% afirmaram a importância desse treinamento (p=0,014) (Tabela 2).

TABELA 2
Fatores associados ao uso de álcool alguma vez na vida por estudantes do primeiro e último ano do curso de Medicina em Fortaleza (CE)

Características socioeconômicas ao final do curso

O consumo de bebida alcoólica aumentou 2,27 vezes, passando de 36,1% dos estudantes no primeiro ano do curso para 81,9% durante o internato. Permaneceu o consumo ocasional de bebida alcoólica, sendo as opções de bebidas alcoólicas mais consumidas a cerveja ou chope e a vodca. No início do curso, a maior parte dos alunos declarou continuar bebendo a mesma quantidade que bebia antes de se tornar universitária (34,9%). Entretanto, ao serem questionados novamente no internato, a maior parte deles assumiu ter aumentado o consumo de álcool durante o curso superior (46,3%) (Tabela 3).

TABELA 3
Informações relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas por estudantes do primeiro e último ano do curso de Medicina em Fortaleza (CE)

O consumo de tabaco esteve fortemente associado ao sexo masculino (RP=1,56; p=0,008) (Tabela 4). Esse consumo não foi associado ao fato de o aluno ter algum tipo de financiamento universitário, ser bolsista ou à origem da instituição de ensino (p>0,05).

TABELA 4
Fatores associados ao uso de tabaco alguma vez na vida por estudantes do último ano do curso de Medicina em Fortaleza (CE)

Entre os entrevistados, 73,1% afirmaram que acadêmicos de Medicina deveriam receber treinamento sobre técnicas de cessação do hábito de fumar (p=0,048).

O hábito de fumar aumentou de 17,4% para 28,2% no final do curso, com RP=1,62 e p=0,001. Apenas um estudante afirmou fazer uso de tabaco no ambiente hospitalar ou arredores (universidade). Dos estudantes que fumavam no início do curso, 84,4% reconheceram a importância de receber treinamento especifico sobre técnicas de cessação do tabagismo durante as aulas. Esse resultado não diferiu de forma significativa quando comparado ao dos não fumantes, muito menos contribuiu para reduzir o hábito de fumar ou aumentar a prevalência de estudantes que tentaram parar de fumar (Tabela 5).

TABELA 5
Associação entre características de consumo de tabaco e período do curso de Medicina em Fortaleza (CE)

O consumo de bebida alcoólica foi de 82%, mesmo ocasionalmente (RP=1,28; p=0,000) (Tabela 6). Ao associarem episódios de embriaguez, 59,5% relataram tal excesso (p=0,000). A embriaguez esteve presente em todos os momentos de lazer questionados aos estudantes, sendo mais frequente em festas de faculdade e finais de semana, apresentando valores estatisticamente significantes.

TABELA 6
Associação entre características de consumo de álcool e período do curso de Medicina em Fortaleza (CE)

A percepção em relação ao consumo de bebida alcoólica aumentou para mais de 42%, apresentando significância estatística (p=0,000) e prevalência de 2,06. Destaca-se o aumento significativo no consumo de álcool entre os estudantes. O alto valor do início do curso (84,6%) cresceu mais ainda, alcançando 92,6% (p<0,000). Houve aumento expressivo também no número de alunos que permaneceram consumindo álcool e entre aqueles que já se embriagaram, seja em festas da faculdade ou em festas de família (p<0,000). Ao final do curso, os próprios alunos reconhecem o aumento no consumo de álcool (p<0,000). Mesmo que a maior parte dos estudantes tenha considerado importante receber treinamento específico sobre como desestimular o consumo excessivo de álcool, pouco mais de 44% receberam esse treinamento durante sua formação e apenas 41,2% afirmaram se sentir aptos a orientar um paciente a parar de beber.

DISCUSSÃO

A grande mudança no decorrer do tempo foi o aumento importante no consumo de álcool, que já era considerado bem elevado no primeiro ano do curso. O número absoluto de estudantes que bebem aumentou, e esse aumento foi proporcionalmente mais elevado entre as mulheres. De acordo com Machado77. Machado JNS, Finelli LAC, Jones KM, Soares WD. Consumo de álcool entre acadêmicos de Medicina. Rev. Bras. de Pesq. em Ciênc. da Saúde. 2016 2(2): 46-51., a adesão a drogas foi mais encontrada em estudantes solteiros e do sexo masculino. Trabalhos mais recentes, porém, apontam que a diferenciação entre o consumo nos dois sexos é praticamente inexistente, como evidenciado também nesta pesquisa, pois as mulheres estão ingerindo bebida alcoólica no mesmo ritmo e quantidade dos homens77. Machado JNS, Finelli LAC, Jones KM, Soares WD. Consumo de álcool entre acadêmicos de Medicina. Rev. Bras. de Pesq. em Ciênc. da Saúde. 2016 2(2): 46-51.. Nesse caso, a principal diferença entre homens e mulheres permanece sendo o tipo de bebida de primeira escolha.

Além disso, o aumento do consumo de álcool ocorreu principalmente durante o período do internato, corroborando a hipótese de maior vulnerabilidade dos estudantes de Medicina, já que nesse período da graduação existe maior cobrança de suas responsabilidades como futuro profissional. De acordo com Gomes88. Gomes BDMR, Alves JGB, Nascimento LC. Consumo de álcool entre estudantes de escolas públicas da Região Metropolitana do Recife, Pernambuco, Brasil. Cadernos de Saúde Pública. 2010 26:706-712. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2010000400013.
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, o consumo de álcool não ocorre apenas na população adulta, atinge também os adolescentes e jovens, que começam o seu consumo muito cedo. Portanto, com o fim da adolescência, fase em que os jovens deixam a escola para ingressar numa faculdade, alguns se vêem obrigados a deixar a casa dos pais e ir morar longe da família. Nesse momento, surgem novas amizades e oportunidades para viverem novas experiências, o que tem preocupado pais e pedagogos, pois o fato de morar sozinho aumenta a chance de experimentação tanto do álcool como de outras drogas99. Zepka BL, Oliveira GVL, Fonseca AD. Consumo alcoólico entre universitários (as) da área da saúde da Universidade Federal do Rio Grande/RS: subsídios para enfermagem. Esc. Anna Nery Rev. de Enfer. . 2012 Sep;16(3):530-535. doi: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=127723305015.
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.

O aumento do consumo de álcool entre os estudantes ao longo desses quatro anos mostra que as festas – no ambiente acadêmico, no ambiente familiar ou comemorações ao longo do curso, como após uma prova – levam ao aumento do consumo e estimulam a manutenção do hábito pelos estudantes. Pesquisas realizadas em outras faculdades de Medicina não constataram relação estatisticamente significativa entre o hábito de beber e a condição de estar solteiro, apesar os solteiros constituam a maioria dos entrevistados22. Pelicioli M, Barelli C, Gonçalves CBC, Hahn SR, Scherer JI. Alcohol consumption and episodic heavy drinking among undergraduate students from the health area of a Brazilian university. J. bras. psiquiatr.2017 July- Sep;66(3): 150-156.doi: http://dx.doi.org/10.1590/0047-2085000000164.
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,66. Pinheiro MA, Torres LF, Bezerra MS, Cavalcante RC, Alencar RD, Donato AC, et al. Prevalência e Fatores Associados ao Consumo de Álcool e Tabaco entre Estudantes de Medicina no Nordeste do Brasil. Rev. Bras. Educ. Méd.2017 41(2): 231-239. doi: https://dx.doi.org/10.1590/1981-52712015v41n2rb20160033.
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. Provavelmente, esta característica está relacionada ao fato de o curso de Medicina exigir muitos anos de formação e, por conseguinte, um longo caminho até se atingir a independência profissional1010. Barbosa FL, Barbosa RL, Barbosa MCL, Aguiar DL, Figueiredo IA, Ribeiro AC, et al. Uso de álcool entre estudantes de Medicina da Universidade Federal do Maranhão. Rev. Bras. de Educ. Méd. 2013 Jan-Mar; 37(1), 89-95. doi: https://dx.doi.org/10.1590/S0100-55022013000100013.
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Além da elevada prevalência de consumo, há uma preocupação importante com o uso exagerado de álcool e embriaguez. Uma comparação entre as respostas dos acadêmicos de Medicina quando questionados sobre episódios de embriaguez indicou aumento significativo no decorrer do curso. Um estudo realizado recentemente numa universidade federal mostrou uma prevalência de consumo de álcool de 85% entre os estudantes da área da saúde22. Pelicioli M, Barelli C, Gonçalves CBC, Hahn SR, Scherer JI. Alcohol consumption and episodic heavy drinking among undergraduate students from the health area of a Brazilian university. J. bras. psiquiatr.2017 July- Sep;66(3): 150-156.doi: http://dx.doi.org/10.1590/0047-2085000000164.
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. O consumo de álcool tanto por estudantes de Medicina quanto por médicos é tido como uma ingestão em quantidades perigosas, embora os universitários ainda apresentem um consumo maior11. Magalhães LSP, Vernaglia TVC, Souza FAM, Chagas SV, Cruz MS. O Fenômeno das drogas na perspectiva dos estudantes de enfermagem: perfil do consumo, atitudes e crenças. Esc. Anna Nery. 2018 Feb; 22(1): 1-8.doi: http://dx.doi.org/10.1590/2177-9465-ean-2017-0205.
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O estudo do consumo de drogas por estudantes de Medicina foi realizado por vários pesquisadores, e a literatura mostra uma elevada taxa de consumo dessas substâncias por esses universitários, sendo o álcool a droga mais consumida. Pesquisas realizadas na Universidade Federal do Maranhão e na Faculdade de Medicina da Universidade Católica do Maule (Chile) mostraram a mesma porcentagem de estudantes que faziam consumo de álcool (64,5%). Um estudo conduzido numa faculdade de Medicina do Sul de Minas Gerais constatou que 99% dos alunos já consumiram bebida alcoólica pelo menos uma vez na vida22. Pelicioli M, Barelli C, Gonçalves CBC, Hahn SR, Scherer JI. Alcohol consumption and episodic heavy drinking among undergraduate students from the health area of a Brazilian university. J. bras. psiquiatr.2017 July- Sep;66(3): 150-156.doi: http://dx.doi.org/10.1590/0047-2085000000164.
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,55. Rabelo MO, Prates TEC, Sampaio CA. Consumo de álcool por estudantes da área da saúde: uma Revisão Sistemática da Literatura. Rev. Bras. de Pesq. em Ciênc. da Saúde. 2017 4(1): 01-08.,1111. Tostes JG, Campos FP, Pereira LGR. Consumo de Álcool e Outras Drogas em uma Faculdade de Medicina do Sul de Minas Gerais/Consumption of Alcohol and Other Drugs in a Medical School in Southern Minas Gerais. Rev. Ciênc. em saúde 2016Jun; 6(2), 16-24. doi: http://dx.doi.org/10.21876/rcsfmit.v6i2.484
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. Este estudo reitera os dados da literatura ao mostrar que a prevalência do consumo de álcool é maior que a do consumo de tabaco entre os estudantes de Medicina e mais elevada que em outros cursos superiores1212. Oliveira AF, Valente JG, Leite IC. Aspectos da mortalidade atribuível ao tabaco: revisão sistemática. Rev. Saúde Púb. 2008 Apr ; 42(2), 335-345. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102008005000001
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,1313. Amorim AVC, Kikko EO, Abrantes MM, Andrade VLÂ. Álcool e alcoolismo: estudo de prevalência entre discentes do curso de Medicina da UNIFENAS em Belo Horizonte-Minas Gerais. Rev Méd. Minas Gerais 200818(1), 16-23.. Além disso, acrescenta aos fatos já existentes a evidência de que, mesmo com a discussão desse tema nas escolas médicas, o consumo e embriaguez aumentaram durante a formação.

Ao considerar os dois momentos da realização da pesquisa, verifica-se uma modificação de alguns aspectos relacionados ao consumo de álcool e tabaco entre os estudantes universitários em questão. Festas em que essas substâncias são mais consumidas estão relacionadas diretamente ao próprio ambiente acadêmico, seguidas por sua utilização no final de um dia estressante e após o período de provas1414. Pedrosa AAS, Camacho LAB, Passos SRL, Oliveira RVC. Consumo de álcool entre estudantes universitários. Cad. Saúde Púb. 2011 Aug ; 27(8), 1611-1621. doi:http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2011000800016.
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. Estes dados também foram obtidos nesta pesquisa, assim como o aumento estatisticamente significante no consumo durante festas de família. O consumo nessas situações pode estar associado a maior vulnerabilidade devido a fatores como estresse, carga horária extensiva e grandes responsabilidades impostas a esses estudantes.

Os universitários do curso de Medicina, apesar de serem futuros profissionais da saúde e receberem informações técnicas durante sua formação sobre os malefícios do consumo excessivo do álcool e do tabaco, apresentam índices elevados de consumo dessas drogas. Muitos utilizam esses meios como “válvula de escape” para problemas psicológicos e de resiliência ocasionados por uma rotina estressante de estudos. Fatores como ansiedade, depressão, sair de sua cidade para cursar o ensino superior, morar sozinho e a própria concorrência existente no ambiente acadêmico acabam por interferir ainda mais no estado psíquico desses estudantes1515. Joia, L. C.. Perfil do estilo de vida individual entre estudantes universitários. Rev. Movim., 3(1).. É comum ver a dificuldade que esses estudantes têm para reconhecer seus problemas e dificuldades, sobretudo no tocante ao uso abusivo de álcool e fumo.

Vale ressaltar ainda que o uso do álcool pode ser o gatilho inicial para o consumo de outras drogas, como o tabaco e substâncias ilícitas. A segunda droga cujo consumo é mais prevalente entre os estudantes de Medicina é o tabaco, apesar de atingir níveis mais baixos quando comparados aos do álcool. Um estudo realizado em 2012 nas 27 capitais brasileiras detectou uma prevalência de 12,1% de fumantes entre os maiores de 18 anos, sendo maior entre os homens (15,5%) do que entre as mulheres (9,2%). No entanto, em ambos os sexos, a frequência deste hábito foi menor antes dos 25 anos de idade ou após os 65 anos1616. Guerra F, Costa C, Bertolini S, Marcon S, Parré J. Consumo de tabaco entre universitários: uma revisão sistemática Tobacco consumption among college students: a systematic review. Rev. de Pesq.: Cuidado é Fundamental Online . 2017 Apr; 9(2): 558-565. doi: http://dx.doi.org/10.9789/2175-5361.2017.v9i2.558-565
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Foi observado um discreto aumento em relação ao consumo de tabaco. Foi avaliado que o fato de ser tabagista esteve associado a se embriagar e a experimentar bebida alcoólica em idades mais jovens e também houve uma quantidade maior de ingestão de bebida nessas pessoas. De modo geral, a prevalência do consumo do tabaco entre universitários de outras áreas é um pouco mais baixa em comparação aos estudantes da área da saúde, variando entre 8,1% e 14,7%, e o cigarro industrializado foi o mais utilizado por estes estudantes1616. Guerra F, Costa C, Bertolini S, Marcon S, Parré J. Consumo de tabaco entre universitários: uma revisão sistemática Tobacco consumption among college students: a systematic review. Rev. de Pesq.: Cuidado é Fundamental Online . 2017 Apr; 9(2): 558-565. doi: http://dx.doi.org/10.9789/2175-5361.2017.v9i2.558-565
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,1717. Silva BP, Sales CMM, França MG, Siqueira MM. Uso do tabaco entre estudantes de enfermagem de uma faculdade privada. SMAD-Rev. Elet. Saúde Mental Álcool e Drogas 2012 Aug; 8(2), 64-70. doi:http://dx.doi.org/10.11606/issn.1806-6976.v8i2p64-70
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. Entre os acadêmicos da área da saúde, a prevalência de tabagismo variou entre 15% e 22%.

Quando se analisa por sexo, uma pesquisa feita com 286 alunos da Polônia mostrou que os homens demonstram tendência maior no consumo de tabaco. No entanto, um estudo feito no Brasil com cerca de 450 estudantes não encontrou diferenças de prevalência entre os sexos. O hábito de fumar depende dos aspectos socioeconômicos, demográficos, culturais e até climáticos de cada país1616. Guerra F, Costa C, Bertolini S, Marcon S, Parré J. Consumo de tabaco entre universitários: uma revisão sistemática Tobacco consumption among college students: a systematic review. Rev. de Pesq.: Cuidado é Fundamental Online . 2017 Apr; 9(2): 558-565. doi: http://dx.doi.org/10.9789/2175-5361.2017.v9i2.558-565
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. Foi percebido que a prevalência de consumo de álcool e tabaco foi maior no sexo masculino nos dois momentos da pesquisa, corroborando outros estudos em condições e públicos semelhantes.

Um dos fatores de risco que se mostrou importante para a manutenção do consumo de fumo pelos estudantes de Medicina foi a presença de outros familiares fumantes e morando na mesma casa, bem como a mudança no padrão de moradia entre os estudantes. Entre os fatores de risco para o consumo de fumo já evidenciados em outros trabalhos estão: morar sozinho, mau desempenho acadêmico, reprovação em disciplinas do curso, uso prévio de álcool1818. Zettler EW, Nudelmann, LM, Cunha, DPD, Hilgert C, Mattos MD, Scholl M, et al. Prevalência do tabagismo entre estudantes de Medicina e fatores de risco associados. Rev. AMRIGS 2005 Jan-Mar;49(1), 16-19..

A maior dificuldade do tabagismo não é a falta informações dos universitários, pois eles têm conhecimento das doenças causadas pelo tabaco. A questão, na maior parte das vezes, se refere ao fato de que dificilmente conseguem se perceber como possíveis portadores de doenças geradas pelo consumo do tabaco1616. Guerra F, Costa C, Bertolini S, Marcon S, Parré J. Consumo de tabaco entre universitários: uma revisão sistemática Tobacco consumption among college students: a systematic review. Rev. de Pesq.: Cuidado é Fundamental Online . 2017 Apr; 9(2): 558-565. doi: http://dx.doi.org/10.9789/2175-5361.2017.v9i2.558-565
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.

Inúmeros fatores de risco podem contribuir para o uso indevido de drogas durante a formação no ensino superior. No curso de Medicina em particular, o estudante precisa se adaptar a uma nova realidade de ensino-aprendizagem, à aquisição de novas responsabilidades e à mudança de estilo de vida. A maior liberdade e a autonomia dos atos aliados à independência proporcionada pela maioridade tornam os universitários mais expostos ao consumo de drogas. Algumas das razões que podem estar relacionadas a essa fase da vida são a busca de novas experiências, a sensação juvenil e o desafio à estrutura familiar e social1919. Mendonça AKRH, Jesus CVF, Figueiredo MBGA, Valido DP, Nunes MAP, Lima SO. Consumo de álcool e fatores associados ao binge drinking entre universitárias da área de saúde. Esc. Anna Nery 2018 Apr; 22(1). Doi: http://dx.doi.org/10.1590/2177-9465-ean-2017-0096
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,2020. Elicker E, Palazzo LDS, Aerts DRGDC, Alves GG, Câmara S. Uso de álcool, tabaco e outras drogas por adolescentes escolares de Porto Velho-RO, Brasil. Epidem. e Serv. de Saúde 2015 Jul-Sep;24(3), 399-410. Doi: https://doi.org/10.5123/S1679-49742015000300006.
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. Dessa forma, pode surgir um conflito interpessoal, levando os jovens a buscar meios de tentar se ausentar dessa realidade.

Em ambos os momentos da pesquisa, os estudantes reconheceram a importância de receber treinamento sobre cessação do consumo do tabaco e álcool. De acordo com Guerra1616. Guerra F, Costa C, Bertolini S, Marcon S, Parré J. Consumo de tabaco entre universitários: uma revisão sistemática Tobacco consumption among college students: a systematic review. Rev. de Pesq.: Cuidado é Fundamental Online . 2017 Apr; 9(2): 558-565. doi: http://dx.doi.org/10.9789/2175-5361.2017.v9i2.558-565
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, os motivos de consumo de tabaco entre os universitários, principalmente da área da saúde, são imitação, curiosidade e aceitação social. É importante salientar que esses estudantes têm conhecimento dos malefícios ocasionados pelo tabaco, mas não abandonam o hábito. Tal comportamento pode ocorrer também devido a uma inadequação da grade curricular dos cursos da área da saúde, pois os universitários são apenas informados sobre os malefícios, quando deveriam ser sensibilizados de forma a se apropriar desse tema tão relevante para a sua saúde e para a saúde pública1616. Guerra F, Costa C, Bertolini S, Marcon S, Parré J. Consumo de tabaco entre universitários: uma revisão sistemática Tobacco consumption among college students: a systematic review. Rev. de Pesq.: Cuidado é Fundamental Online . 2017 Apr; 9(2): 558-565. doi: http://dx.doi.org/10.9789/2175-5361.2017.v9i2.558-565
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. No setor da saúde, a formação dos profissionais para enfrentar problemas relacionados ao uso de drogas enfoca a dependência e não prioriza a prevenção, mostrando a deficiência da qualificação e a importância de propostas de formação profissional2121. Costa PHAD, Mota DCB, Cruvinel E, Paiva FSD, Gomide HP, Souza ICWD, et al. Training on alcohol and other drugs for health and social care professionals: report on experience. Interface-Comunicação, Saúde, Educação 2015 Apr-Jun; 19(53), 395-404. Doi: https://doi.org/10.1590/1807-57622014.0607.
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. Assim, destaca-se a existência de uma lacuna na formação desses profissionais que precisa ser revista, para que consigam receber esses treinamentos em sua grade curricular.

A principal limitação do estudo ocorreu durante a aplicação dos questionários da segunda fase, quando os estudantes estavam no internato por conta do grande número de instituições a serem visitadas, o que dificultou bastante a coleta dos dados.

CONCLUSÃO

Os dados deste estudo demonstram um aumento no consumo de álcool e tabaco entre os universitários do curso de Medicina no decorrer do curso. Assim, percebe-se a necessidade de adoção de medidas preventivas com o objetivo de reduzir os índices de alcoolismo e tabagismo nesta população.

Nos dois momentos do estudo, os estudantes consideraram importante ter treinamentos sobre as técnicas de cessação do hábito de fumar e consumo de álcool. O consumo excessivo de álcool e tabaco gera efeitos negativos à saúde, daí a necessidade de trabalhos de conscientização e promoção da saúde desses universitários. Esses futuros profissionais são formados para trabalhar na promoção e prevenção da saúde da população, e muitas vezes suas atitudes são exemplos seguidos pela comunidade.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Mar 2019

Histórico

  • Recebido
    28 Ago 2018
  • Aceito
    3 Set 2018
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