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Inserção da acupuntura no ensino médico: revisão sistemática das experiências brasileiras

Inclusion of acupuncture in medical education: systematic review of Brazilian experiences

Resumo:

Introdução:

A acupuntura objetiva o equilíbrio energético por meio de estímulos na pele com a inserção de agulhas em pontos específicos. Ela faz parte do conjunto de conhecimentos teórico práticos da medicina tradicional chinesa. Atualmente, a Organização Mundial da Saúde vem apoiando ações relacionadas ao ensino, à pesquisa e à troca de informações em todo o mundo. Este estudo busca responder à seguinte questão de pesquisa: “Quais são as evidências sobre a inserção da acupuntura no ensino médico no Brasil?”.

Objetivo:

Este estudo teve como objetivo revisar a literatura no que concerne à inserção da acupuntura nas escolas médias do Brasil.

Método:

Trata-se de uma revisão sistemática, realizada em fevereiro de 2020, com a busca da combinação das expressões e dos termos “medicinas alternativas e complementares”, “acupuntura”, “acupuntura médica”, “ensino médico” e “Brasil”, com as adaptações terminológicas para as línguas inglesa e espanhola, e de acordo com as bases de dados: PubMed/Medline, Medline/BVS, Lilacs, HomeoIndex, Scopus e SciELO. Os manuscritos incluídos foram avaliados na íntegra por dois pesquisadores com a finalidade de identificar núcleos temáticos de discussão, a saber: “Acupuntura no Brasil: desafios e perspectivas”; “Acupuntura na graduação médica: experiências, percepções e desafios”; “Especialização/residência em acupuntura médica”; “Divulgação científica: importância na educação médica”.

Resultados:

Os 16 artigos selecionados foram classificados segundo objetivos, método, resultados e conclusões, e discutidos com base nos núcleos temáticos identificados.

Conclusão:

Os dados do estudo mostram que a acupuntura vem crescendo no Brasil, com maior divulgação e ensino lato sensu, com resumida participação durante a graduação. Espera-se que as políticas públicas voltadas para o Sistema Único de Saúde possam incentivar maiores investimentos no ensino durante a graduação.

Palavras-chave:
Acupuntura; Medicina; Ensino

Abstract:

Introduction:

Acupuncture aims to ensure energetic balance by means of skin stimulation with the insertion of needles at specific points. It is part of the theoretical-practical knowledge set of Traditional Chinese Medicine. The World Health Organization has been supporting acupuncture educational, research, and knowledge exchange actions all over the world. This study seeks to answer the following research question: “What evidence is there of acupuncture being included in Brazilian medical training?”

Objective:

To present a systematic review to answer the research question.

Method:

Systematic review conducted in February 2020, involving a search in the databases PubMed/Medline, Medline/BVS, Lilacs, Homeoindex, Scopus e Scielo for combinations of the following terms in English, Portuguese and Spanish: “complementary and alternative medicine teaching”, “Acupuncture medicine teaching” and “Brazil”. The manuscripts returned by the search were fully evaluated by two researchers to identify relevant discussion themes: acupuncture in Brazil: challenges and perspectives; acupuncture in undergraduate medical training: experiences, perceptions, and challenges; acupuncture medical specialization/residency; scientific publication: importance in Medical Education.

Results:

The sixteen selected papers were classified according to their objectives, method, results, and conclusions, and discussed based on the identified themes.

Conclusion:

The study data show that acupuncture is growing in Brazil, with greater publicity and latu sense teaching, with summary participation during undergraduate medical training. It is hoped that public policies focused on the Unified Health System can encourage more investment in teaching for undergraduate training.

Keywords:
Acupuncture; Medicine; Teaching

INTRODUÇÃO

A acupuntura foi introduzida no Brasil de forma consistente no final do século XIX, sendo mais usada por pessoas não orientais em 1950. Datam de 1602 os registros de sua prática em terras brasileiras por imigrantes orientais vinculados à fundação da Companhia das Índias Ocidentais11. Associação Brasileira de Acupuntura. 2020 [acesso em 22 fev 2020]. Disponível em: Disponível em: http://www.abapuntura.com.br/index.php .
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.

Essa prática médica objetiva o equilíbrio energético por meio de estímulos com inserção de agulhas em pontos específicos, transformando-se em processo terapêutico para enfermidades humanas, de animais e plantas11. Associação Brasileira de Acupuntura. 2020 [acesso em 22 fev 2020]. Disponível em: Disponível em: http://www.abapuntura.com.br/index.php .
http://www.abapuntura.com.br/index.php...
. Há relatos de sua existência em várias culturas, mas sua origem parece estar localizada na China, tendo sido registrada por escrito em documento antigo: O clássico de medicina interna do Imperador Amarelo (Nei Jing Su Wen). Apesar de ser atribuída ao lendário Imperador Amarelo, essa obra foi escrita por vários autores e compilada por volta do século II a.C.22. Pereira FAO. Evidências científicas da ação da acupuntura. Perspectivas. 2005;4(7):88-105..

Parte de um conjunto de conhecimentos teórico-práticos da medicina tradicional chinesa (MTC), a acupuntura é descrita como uma terapia reflexa porque o estímulo de determinada área, por meio de um ponto de um dos seus meridianos, resulta em efeito em outra área do corpo33. Goswami A. O médico quântico: orientações de um físico para a saúde e a cura. São Paulo: Cultrix; 2006.. Além do estímulo por agulhamento, essa terapia faz uso do estímulo do acuponto por moxabustão (alterações de temperatura), acupressão (compressão do ponto) e eletroacupuntura11. Associação Brasileira de Acupuntura. 2020 [acesso em 22 fev 2020]. Disponível em: Disponível em: http://www.abapuntura.com.br/index.php .
http://www.abapuntura.com.br/index.php...
),(22. Pereira FAO. Evidências científicas da ação da acupuntura. Perspectivas. 2005;4(7):88-105..

A MTC atende aos pré-requisitos de um sistema médico, pois apresenta um sistema de canais (jingluo), como requisito de morfologia; sistemas internos (zangfu), como requisito de dinâmica vital; pulsologia chinesa, como requisito de diagnóstico; oito princípios (ba gang) e cinco elementos (wu xing) como doutrina; e, como terapêutica, agulhamento (acupuntura) e moxabustão (zhenjiu)55. Sionneau P. A essência da medicina chinesa: retorno às origens. São Paulo: Editora Brasileira de Medicina Chinesa; 2015. Livro 2..

Sionneau5 destaca a diferença entre a MTC e a medicina ocidental, sobretudo no que concerne à fisiologia dos órgãos: aquela observa a energia e os movimentos do Qi, e esta trata da matéria. O estudioso francês explica que ambas proporcionam benefícios ao ser humano e sugere que não se devem misturar os preceitos mesmo que haja similaridade, às vezes, em alguns dados.

A doença na MTC é o desequilíbrio entre o yin e o yang e entre os níveis de energia vital Qi dos dez zang (órgão) fu (vísceras) que são: coração, pulmão, estômago, rim, fígado (zang), intestino delgado, baço, intestino grosso, bexiga e vesícula biliar (fu). Para que o corpo vital reaja a agentes patogênicos e recupere o corpo físico são, é necessário ajustar o equilíbrio entre yin e yang33. Goswami A. O médico quântico: orientações de um físico para a saúde e a cura. São Paulo: Cultrix; 2006..

Todavia, o exame clínico é semelhante tanto na MTC quanto na medicina ocidental, contando com anamnese detalhada e exame físico. A diferença está na interpretação dos dados no exame do pulso, que consiste na palpação da artéria radial em três posições e em dois níveis, em ambos os pulsos, para revelar informações sobre os 12 órgãos que compõem o sistema zangfu66. Cordeiro AT, Cordeiro RC. Acupuntura: elementos básicos. São Paulo: Polo Printer; 2018..

Como esses conhecimentos estiveram isolados do mundo ocidental por muito tempo, em razão da forma diferente de raciocínio, filosofia e linguagem, além das deficiências no ensino e na difusão científica, a Organização Mundial da Saúde (OMS), para facilitar o ensino, a pesquisa e a troca de informações sobre acupuntura em nível global, a OMS publicou, na década de 1970, o documento intitulado Estratégia da OMS sobre medicina tradicional 2002-2005, passando a incluir a MTC no rol da medicina complementar e alternativa77. Organización Mundial de la Salud. Estratégia de la OMS sobre medicina tradicional 2002-2005 OMS; 2010 [acesso em 10 dez 2019]. Disponível em: Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_docman&view=document&slug=estrategia-oms-sobre-medicina-tradicional-2002-2005-6&layout=default&alias=796-estrategia-oms-sobre-medicina-tradicional-2002-2005-6&category_slug=vigilancia-sanitaria-959&Itemid=965 .
https://www.paho.org/bra/index.php?optio...
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O reconhecimento da prática da acupuntura como especialidade médica no Brasil foi embasado em evidências científicas fornecidas por estudos que comprovaram sua eficácia como terapêutica médica88. Rocha SP, Benedetto MAC, Fernandez FHB, Gallian DMC. A trajetória da introdução e regulamentação da acupuntura no Brasil: memórias de desafios e lutas. Cienc Saude Colet. 2015; 20(1):155-64.. Pesquisas científicas têm contribuído para a melhor compreensão dessa prática e para o reconhecimento de que ela conta com mecanismos neurológicos e neuroendocrinológicos que comprovam sua eficácia em relação aos sistemas alérgico e imunológico99. Wang JH, Cu YH, Li Y, Hou Xi, Han Q, Cheng K, et al. Effect of acupuncture at “reflection points” of the affected side on the peripheral facial paralysis in acute phase. Zhongguo Zhen Jiu. 2019;39(6):588-92..

Contudo, há controvérsias no que diz respeito aos aspectos políticos, corporativos e de âmbito cultural99. Wang JH, Cu YH, Li Y, Hou Xi, Han Q, Cheng K, et al. Effect of acupuncture at “reflection points” of the affected side on the peripheral facial paralysis in acute phase. Zhongguo Zhen Jiu. 2019;39(6):588-92. dentro de um processo ainda em desenvolvimento no Ocidente e, particularmente, no país. Acredita-se que, para minimizar essas controvérsias, sejam necessárias a discussão e a ampliação do conhecimento acerca do tema na classe médica, não apenas em momento de especialização, como ocorre predominantemente1010. Costi JM, Silva JBG, Min LS, Moré AOO, Hokama AL. Teaching acupuncture: the Brazilian Medical Residency Programme. Acupunct Med. 2012;30(4):350-3.),(1111. Nascimento MC, Romano VF, Chazan ACS, Quaresma CH. Formação em práticas integrativas e complementares em saúde: desafios para as universidades públicas. Trab Educ Saúde. 2018;16(2):751-72., mas também no fortalecimento e na divulgação do ensino durante a graduação1212. Carnevale RC, Brandão AL, Ferraz RO, Barros NF. O ensino da acupuntura na escola médica: interesse e desconhecimento. Rev Bras Educ Med. 2017;41(1):134-44.),(1313. Safe DMO, Anjos LM, Mendes MTC, Nogueira MI, Nascimento MC. Acupuntura no ensino médico da Universidade Federal Fluminense: desafios e perspectivas. Rev Bras Educ Med . 2019; 43(1):3-12..

Este estudo pretende revisar a literatura no que concerne à inserção da acupuntura nas escolas médicas do Brasil, buscando responder à seguinte questão de pesquisa:

  • Quais são as evidências sobre a inserção da acupuntura no ensino médico no Brasil?

MÉTODO

Realizou-se uma revisão sistemática da literatura, em 10 de fevereiro de 2020, buscando responder à seguinte pergunta: “Quais são as evidências sobre a inserção da acupuntura no ensino médico no Brasil?”. Esta revisão foi conduzida de acordo com as recomendações dos Itens de Relatório Preferenciais para Revisões Sistemáticas e Metanálises (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyzes - PRISMA)1414. Moher D, Shamseer L, Clarke M, Ghersi D, Liberati A, Petticrew M, et al. Preferred reporting items for systematic review and meta-analysis protocols (PRISMA-P) 2015 statement. Syst Rev. 2015;4(1):1..

Adotou-se como estratégia de busca a combinação dos termos e das expressões “medicinas alternativas e complementares”, “acupuntura”, “acupuntura médica”, “ensino médico” e “Brasil”, com as adaptações terminológicas para as línguas inglesa e espanhola e de acordo com as bases de dados. Para a combinação dos termos e das expressões, utilizaram-se os operadores booleanos “AND” e “OR”: em português - (ensino de medicinas alternativas e complementares) OR (ensino de acupuntura médica) AND (Brasil); em inglês - (complementary and alternative medicine teaching) OR (acupuncture medicine teaching) AND (Brazil); em espanhol - (enseñanza de medicinas alternativas y complementarias) OR (enseñanza de acupuntura médica) AND (Brasil). As buscas foram realizadas nas bases de dados PubMed/Medline, Medline/BVS, Lilacs, HomeoIndex, Scopus e SciELO.

Adotaram-se os seguintes critérios de inclusão: 1. artigos publicados em qualquer ano e em qualquer língua; 2. manuscritos que tivessem como cenário de estudo cursos de Medicina em instituições brasileiras; e 3. manuscritos completos disponíveis. Não se aplicou nenhuma restrição temporal às buscas. Excluíram-se capítulos de livros, resumos publicados em anais de eventos, artigos de opinião e editoriais.

Após a coleta dos manuscritos, procedeu-se, inicialmente, à análise dos títulos e resumos, a fim de excluir textos não relacionados com a questão de pesquisa. Em seguida, os manuscritos incluídos foram avaliados na íntegra por dois pesquisadores para que fossem identificados os núcleos temáticos de discussão, resultando em: 1. “Acupuntura no Brasil: desafios e perspectivas”; 2. “Acupuntura na graduação médica: experiências, percepções e desafios”; 3. “Especialização/residência em acupuntura médica”; e 4. “Divulgação científica: importância na educação médica”.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após as buscas nas bases de dados e a análise dos textos potencialmente elegíveis, selecionaram-se 16 manuscritos para compor os resultados desta investigação (Figura 1). Dentre os textos, o mais antigo foi publicado em 2004 e seis (37,5%) foram publicadas nos últimos cinco anos (2015-2019). Destaca-se que somente três manuscritos foram publicados em revistas internacionais e seis (37,5%) na Revista Brasileira de Educação Médica (Quadro 1). Quatro estudos fizeram abordagem nacional, observada a concentração de investigações realizadas em São Paulo (n = 6; 37,5%).

Figura 1
Fluxograma de seleção dos artigos científicos incluídos no estudo (n = 16)

Quadro 1
Caracterização geral dos estudos incluídos na investigação (n=16). Brasil, 2020.

O Quadro 2 apresenta a descrição dos trabalhos estudados: dados da publicação (título do artigo e da revista), objetivo, aspectos metodológicos, resultados e conclusão. Nele se encontra o detalhamento necessário para a compreensão dos núcleos temáticos identificados e que subsidiam a discussão neste trabalho. A seguir, discutir-se-ão os quatro núcleos temáticos anteriormente mencionados.

Quadro 2
Aspectos metodológicos e conclusões dos estudos incluídos na investigação

Acupuntura no Brasil: desafios e perspectivas

A prática da acupuntura vem crescendo no Brasil, tanto entre os profissionais da área da saúde quanto entre as pessoas que buscam os benefícios dessa prática para o próprio bem-estar. Originada da MTC, há milênios é praticada na China como uma intervenção integral, seja no ser humano, em animais ou plantas22. Pereira FAO. Evidências científicas da ação da acupuntura. Perspectivas. 2005;4(7):88-105.),(99. Wang JH, Cu YH, Li Y, Hou Xi, Han Q, Cheng K, et al. Effect of acupuncture at “reflection points” of the affected side on the peripheral facial paralysis in acute phase. Zhongguo Zhen Jiu. 2019;39(6):588-92.. Em quase todo o mundo, já foi regulamentado o exercício da acupuntura. No Brasil, por muito tempo os médicos não foram autorizados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) a realizar os procedimentos de acupuntura, apesar de outras categorias profissionais, incluindo acupunturistas com formação no exterior ou em cursos livres no Brasil, já a praticassem99. Wang JH, Cu YH, Li Y, Hou Xi, Han Q, Cheng K, et al. Effect of acupuncture at “reflection points” of the affected side on the peripheral facial paralysis in acute phase. Zhongguo Zhen Jiu. 2019;39(6):588-92.. De acordo com a Classificação Brasileira de Ocupação, a acupuntura não é uma ocupação independente de qualquer classe profissional, mas também uma especialidade médica2727. Brasil. DATASUS. Código Brasileiro de Ocupações - Saúde - CBO. 2002 [acesso em 9 jan 2020]. Disponível em: Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/cnes/CBO%202002.htm .
http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/cnes/CB...
) .

Esse é um dos grandes desafios éticos enfrentados por quem pratica a acupuntura no Brasil. Considerada agora como uma especialidade médica pelo CFM, que defende a exclusividade de sua prática por médicos, a acupuntura também conta com o reconhecimento como especialidade de outros conselhos de categorias profissionais de saúde99. Wang JH, Cu YH, Li Y, Hou Xi, Han Q, Cheng K, et al. Effect of acupuncture at “reflection points” of the affected side on the peripheral facial paralysis in acute phase. Zhongguo Zhen Jiu. 2019;39(6):588-92.. O Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura2828. Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura. Cursos de especialização chancelados pelo CMBA. 2020 [acesso em 12 mar 2020]. Disponível em: Disponível em: https://cmba.org.br/cursos-de-especializacao-chancelados-pelo-cmba .
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, criado em 1998, é uma associação civil de âmbito nacional e personalidade jurídica que coliga profissionais da Medicina especializados em acupuntura, defendendo que seja praticada apenas por médicos, odontólogos e médicos veterinários.

O reconhecimento da acupuntura como especialidade médica no Brasil e no mundo ocidental busca as evidências científicas e se apoia na sua incorporação como alternativa terapêutica, com procedimentos da medicina científica ocidental, em hospitais universitários. A tentativa de demonstrar a cientificidade da acupuntura, todavia, é antiga e realizada por vários acupunturistas desde o início do século XX. A ideia da vantagem na integração do sistema oriental com o ocidental diminui a resistência inicial ao emprego da acupuntura, que, aos poucos, vem sendo vista como proposta promissora no Ocidente2929. Palmeira G. A acupuntura no Ocidente. Cad Saude Publica. 1990;6(2):117-28..

Assim, ensaios clínicos recentes buscam medir a eficácia da acupuntura no tratamento de patologias específicas. Surgem investigações para elucidar os mecanismos de ação das agulhas, identificar substâncias neurotransmissoras no processo de analgesia e anestesia, e avaliar a eficácia do procedimento no trato de dores crônicas1818. Medeiros NT, Catrib AMF, Melo NAM, Holanda GPM, Martins LVM, Godinho CCPS, et al. Academic education in health profession programs, knowledge and use of complementary and alternative medicine (CAM) by university students. Complement Ther Med. 2019;44(1):189-95.),(2929. Palmeira G. A acupuntura no Ocidente. Cad Saude Publica. 1990;6(2):117-28..

Tais conhecimentos estiveram isolados do mundo ocidental por muito tempo, com formas diferentes de raciocínio e linguagem. A acupuntura faz parte da MTC e é seu diagnóstico eminentemente clínico, apoiado no raciocínio energético, nos oito princípios (yin-yang, externo-interno, deficiência-excesso, frio-calor), na pulsologia chinesa e nos cinco elementos (fogo, terra, água, metal e madeira)33. Goswami A. O médico quântico: orientações de um físico para a saúde e a cura. São Paulo: Cultrix; 2006.. Ainda hoje a ciência positivista embasada na física newtoniana resiste ao princípio energético e à metafísica, defendidos pela física quântica, fato que dificulta a investigação em relação à acupuntura11. Associação Brasileira de Acupuntura. 2020 [acesso em 22 fev 2020]. Disponível em: Disponível em: http://www.abapuntura.com.br/index.php .
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),(44. Coutinho BD, Dulcetti PGS. O movimento Yīn e Yáng na cosmologia da medicina chinesa. Hist Cienc Saude Manguinhos. 2015;22(3):797-811.),(3030. Goswami A. Consciência quântica: uma nova visão sobre o amor, a morte e o sentido da vida. São Paulo: Aleph; 2018..

Outro desafio é a deficiência enfrentada pelo Ocidente no ensino, na difusão e na realização de pesquisas cientificas sobre a MTC. Todavia, para facilitar, em âmbito global, o ensino da acupuntura, a pesquisa sobre essa prática e a troca de informações sobre elas, a OMS publicou o documento Estratégia da OMS sobre medicina tradicional 2002-2005, no qual se observa que o uso da medicina tradicional permanece generalizado nos países em desenvolvimento, enquanto a medicina complementar e alternativa vem aumentando rapidamente em países desenvolvidos, com a formulação de políticas públicas para discussão e desenvolvimento desse tipo de atenção à saúde88. Rocha SP, Benedetto MAC, Fernandez FHB, Gallian DMC. A trajetória da introdução e regulamentação da acupuntura no Brasil: memórias de desafios e lutas. Cienc Saude Colet. 2015; 20(1):155-64..

Nesse sentido, com a publicação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Brasil, a MTC (acupuntura) foi incluída e institucionalizada no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2006, apesar de já existirem relatos de seu uso desde a década de 19803131. Sousa IMC, Tesser CD. Medicina tradicional e complementar no Brasil: inserção no Sistema Único de Saúde e integração com a atenção primária. Cad Saude Publica . 2017;33(1):e00150215..

Acupuntura na graduação médica: experiências, percepções e desafios

O ensino da acupuntura é difundido no Brasil principalmente em pós-graduações de dois anos, mas, durante a graduação em Medicina, é vista apenas em disciplinas eletivas, projetos de extensão, ligas ou em estudos livres e de interesse pessoal, geralmente com reduzida carga horária - o que provoca a limitação do conhecimento e do aprofundamento sobre o tema1212. Carnevale RC, Brandão AL, Ferraz RO, Barros NF. O ensino da acupuntura na escola médica: interesse e desconhecimento. Rev Bras Educ Med. 2017;41(1):134-44.. O ensino acontece em todo território nacional, com predominância nas Regiões Nordeste e Sul do país, em instituições de ensino superior (IES) de natureza pública1515. Albuquerque VS, Gomes AP, Rezende CHA, Sampaio MX, Dias OV, Lugarinho RM. A integração ensino-serviço no contexto dos processos de mudança na formação superior dos profissionais da saúde. Rev Bras Educ Med . 2020;32(3):356-62..

Apesar de práticas médicas não convencionais como homeopatia e acupuntura serem mais procuradas pela população mundial, no Brasil, embora reconhecidas como especialidades médicas pelo CFM, não estão obrigatoriamente inseridas nos currículos da maioria das escolas médicas, privando a classe profissional do conhecimento dos preceitos básicos dessas abordagens terapêuticas, que encaram o doente e sua doença de forma distinta da medicina convencional2424. Teixeira MZ, Lin CH, Martins MA. O ensino de práticas não-convencionais em saúde nas faculdades de Medicina: panorama mundial e perspectivas brasileiras. Rev Bras Educ Med . 2004; 28(1):55-60..

Apesar das transformações que a física quântica vem provocando no mundo, já que os axiomas da causalidade têm sido fortemente abalados em seus fundamentos, por serem considerados aspectos que vão além das verdades estatísticas3232. Jung C. Prefácio. In: Wilhelm R. I Ching. São Paulo: Pensamento; 2006. p. 15-26., a aceitação de seus axiomas por parte da classe médica ocidental, formada nos princípios da ciência cartesiana, ainda é difícil. Alguns estudos experimentais já são realizados na China há várias décadas, como nos relatam Garcia3333. Garcia GE. Auriculoterapia: escola Huang Li Chun. São Paulo: Roca; 1999. e alguns trabalhos mais recentes1010. Costi JM, Silva JBG, Min LS, Moré AOO, Hokama AL. Teaching acupuncture: the Brazilian Medical Residency Programme. Acupunct Med. 2012;30(4):350-3.),(3434. Makary MM, Lee J, Lee E, Eun S, Kim J, Jáhng GH, et al. Phantom acupuncture induces placebo credibility and vicarious sensations: a parallel FMRI study of low back pain patients. Sci Pep. 2018; 8(930):1-9..

Apesar do panorama encontrado nos estudos pesquisados, observou-se o crescimento da oferta de ensino da MTC de forma eletiva nos cursos de Medicina no Brasil, principalmente nos últimos anos, inclusive com a implementação das novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN)3535. Brasil. Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina. Ministério da Educação; 2014 [acesso em 27 mar 2020]. Disponível em: Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/Med.pdf .
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pd...
. Todavia, não há sistematização desse ensino no país, apesar de a homeopatia e a acupuntura serem especialidades médicas1515. Albuquerque VS, Gomes AP, Rezende CHA, Sampaio MX, Dias OV, Lugarinho RM. A integração ensino-serviço no contexto dos processos de mudança na formação superior dos profissionais da saúde. Rev Bras Educ Med . 2020;32(3):356-62.. Os futuros médicos corroboram a ideia de que as disciplinas devem ser ofertadas de forma não obrigatória, ou seja, eletiva, complementar à medicina tradicional, como a neurociência, embora haja interesse na aprendizagem da acupuntura1414. Moher D, Shamseer L, Clarke M, Ghersi D, Liberati A, Petticrew M, et al. Preferred reporting items for systematic review and meta-analysis protocols (PRISMA-P) 2015 statement. Syst Rev. 2015;4(1):1.),(1616. Teixeira MZ, Lin CA, Martins MA. Homeopathy and acupuncture teaching at Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo: the undergraduates’ atitudes. Med J. 2005;123(2):77-82.),(1919. Teixeira MZ. Medical education in non-conventional therapeutics in the world (homeopathy and acupuncture). Rev Homeopatia. 2017;80(3-4):16-35.),(2020. Roland MIF, Gianini RJ. Redes sociotécnicas de assistência à saúde em acupuntura: estudo de caso sobre a formação básica de estudantes de medicina. Hist Cienc Saude Manguinhos . 2014;21(2):477-511.),(2424. Teixeira MZ, Lin CH, Martins MA. O ensino de práticas não-convencionais em saúde nas faculdades de Medicina: panorama mundial e perspectivas brasileiras. Rev Bras Educ Med . 2004; 28(1):55-60..

Entende-se que a implementação do ensino da acupuntura durante a graduação poderia contribuir para o despertar do interesse sobre o tema, o contato dos graduandos com a especialidade e a atualização do currículo dos cursos médicos1212. Carnevale RC, Brandão AL, Ferraz RO, Barros NF. O ensino da acupuntura na escola médica: interesse e desconhecimento. Rev Bras Educ Med. 2017;41(1):134-44..

Especialização/residência em acupuntura médica

A formação médica começa na graduação, que dura no mínimo seis anos, e é organizada por ciclos: teórico-prático e internato. Ao final, o profissional médico deve ser um generalista que apresenta conhecimento, competência e habilidades em atenção à saúde, gestão em saúde e educação em saúde3535. Brasil. Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina. Ministério da Educação; 2014 [acesso em 27 mar 2020]. Disponível em: Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/Med.pdf .
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A atuação como médico generalista é permitida ao profissional médico que concluiu os seis anos da graduação. A residência médica, no entanto, é uma importante forma de aperfeiçoamento profissional na atualidade, e um grande número de médicos recém-formados almeja realizá-la no sentido de aprimorar sua formação, de modo a auxiliá-los na inserção no mercado de trabalho3636. Brasil. Residência médica. Ministério da Educação; 2020 [acesso em 12 fev 2020]. Disponível em: Disponível em: http://portal.mec.gov.br/residencias-em-saude/residencia-medica .
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A escolha de uma especialidade pelo médico é influenciada por vários fatores individuais ou mesmo familiares, psicológicos, culturais, sociais e econômicos. O médico pode se especializar em cursos de especializações lato sensu que não apresentam o desenho da residência, todavia a escolha da maioria dos jovens médicos recai na residência médica3636. Brasil. Residência médica. Ministério da Educação; 2020 [acesso em 12 fev 2020]. Disponível em: Disponível em: http://portal.mec.gov.br/residencias-em-saude/residencia-medica .
http://portal.mec.gov.br/residencias-em-...
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A residência médica é uma pós-graduação lato sensu que se caracteriza pelo fornecimento de aprendizagem e treinamento em teoria e habilidades práticas em saúde, conferindo ao residente o título de especialista. Ela funciona em instituições de saúde (geralmente hospitais) sob a orientação de médicos qualificados, sendo considerada a melhor forma de se especializar na Medicina por apresentar um desenho eminentemente prático e diretamente supervisionado por preceptores ou docentes especialistas na área. Foi instituída no Brasil por decreto em 1977, quando também foi criada a Comissão Nacional de Residência Médica3636. Brasil. Residência médica. Ministério da Educação; 2020 [acesso em 12 fev 2020]. Disponível em: Disponível em: http://portal.mec.gov.br/residencias-em-saude/residencia-medica .
http://portal.mec.gov.br/residencias-em-...
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Nos últimos anos, foram criadas residências médicas a serem desenvolvidas na atenção básica, particularmente na Estratégia Saúde da Família (ESF)3737. Oliveira T. Abertas inscrições para especialização em Saúde da Família. 2020 [acesso em 30 mar 2020]. Disponível em: Disponível em: https://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/46210-abertas-inscricoes-para-especializacao-em-saude-da-familia .
https://www.saude.gov.br/noticias/agenci...
. Há dois tipos de residência nessa área: para médicos e multiprofissional. O médico pode se tornar especialista em acupuntura por meio da residência nessa prática ou obter a formação por cursos de especialização e posterior prova de título reconhecida pelo CFM1111. Nascimento MC, Romano VF, Chazan ACS, Quaresma CH. Formação em práticas integrativas e complementares em saúde: desafios para as universidades públicas. Trab Educ Saúde. 2018;16(2):751-72..

No Brasil, a acupuntura é uma prática que vem sendo bem-aceita e realizada como recurso médico. Para o crescimento dessa especialidade médica, é necessária uma organização abrangente, extensa e detalhada, o que vem ocorrendo no Programa Brasileiro de Residências. Existe o compromisso de que a MTC e o modelo ocidental sejam ensinados de forma integrada para que se alcance uma visão mais abrangente1111. Nascimento MC, Romano VF, Chazan ACS, Quaresma CH. Formação em práticas integrativas e complementares em saúde: desafios para as universidades públicas. Trab Educ Saúde. 2018;16(2):751-72..

Divulgação científica: importância na educação médica

A divulgação científica é um costume que visa divulgar a ciência, e uma das mais antigas manifestações desse processo é o trabalho de sofistas que prelecionavam de cidade em cidade, e, nos tempos atuais, os diversos periódicos científicos se ocupam desse papel. Reis3838. Reis J. Reflexões sobre a divulgação científica. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2018. 236 p. afirma ainda que é compreensível o empenho de cientistas e instituições de pesquisa para divulgar seus trabalhos em periódicos especializados, a fim de que sejam apoiados financeiramente e suas pesquisas sirvam à comunidade.

Assim, para que a acupuntura ganhe mais espaços na área médica, é imprescindível a divulgação científica sobre o tema no Brasil. Em busca rápida realizada em 9 de julho de 2020, no Portal Regional de Saúde, encontraram-se os seguintes temas como assunto principal, em ordem decrescente de número de trabalhos: terapia por acupuntura; pontos de acupuntura; eletroacupuntura; acupuntura; moxibustão; analgesia por acupuntura; manejo da dor; medicina tradicional chinesa; terapias complementares; meridianos.

Também aparecem, por ordem decrescente, os seguintes tipos de estudo: ensaio clínico controlado; relato de casos; revisão sistemática; guia de prática clínica; estudo de casos e controles; avaliação econômica em saúde; overview; estudo de coorte; avaliação de tecnologias de saúde e síntese de evidências; e os idiomas de publicação: inglês, chinês, russo, espanhol, português, alemão, francês, italiano, japonês e dinamarquês.

Observa-se que o português aparece em quinto lugar, o que não significa necessariamente que todas as aparições remetam ao Brasil, uma vez que vários países usam a língua portuguesa; todavia isso também facilita a divulgação em nosso país. Destaca-se aqui a importância da Revista Brasileira de Educação Médica para a divulgação da acupuntura no ensino médico no país - periódico de referência na educação médica brasileira e difusor de temas relevantes para a formação de profissionais dessa área.

CONCLUSÃO

Os dados do estudo nos mostram que a acupuntura vem crescendo no Brasil, tanto em seu reconhecimento terapêutico quanto em sua prática entre os profissionais da saúde, particularmente os médicos. Todavia, sua divulgação, o maior conhecimento e p ensino estão concentrados no ensino na pós-graduação lato sensu, na forma de curso de especialização ou residências médicas, sendo incipiente ainda seu ensino durante a graduação, sempre de forma eletiva.

Espera-se que as políticas públicas voltadas para a atenção primária em saúde incluam as práticas de acupuntura no SUS, uma vez que esse tipo de atenção é a porta de entrada do sistema e também o momento ideal da realização de ações de prevenção primária. Espera-se ainda que essas políticas possam influenciar o ensino médico por meio das ações de integração ensino-serviço preconizadas pelas atuais DCN do curso de Medicina. Acredita-se que essas ações poderão despertar maior conhecimento e interesse sobre o tema durante a graduação.

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  • Editora-chefe: Daniela Chiesa

    Editor associado: Kristopherson Lustosa Augusto
  • 2
    Avaliado pelo processo de double blind review.
  • FINANCIAMENTO

    Declaramos que não houve financiamento para a realização desta pesquisa.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    22 Jan 2021
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    05 Set 2020
  • Aceito
    21 Nov 2020
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