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Consenso Abem para o ensino de comunicação nas escolas médicas brasileiras

Resumo:

Introdução:

A comunicação é uma competência essencial para o(a) médico(a) e outras categorias profissionais, e deve ser desenvolvida durante sua formação profissional. A elaboração de um projeto de comunicação, incluindo um consenso brasileiro, visou subsidiar as escolas médicas a preparar os estudantes de Medicina para se comunicarem efetivamente com os(as) cidadãos/cidadãs brasileiros(as), de características plurais intra e inter-regionais, pautando-se no profissionalismo e nos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS).

Objetivo:

Este manuscrito apresenta o consenso para o ensino de comunicação nas escolas médicas brasileiras.

Método:

O consenso foi construído colaborativamente com 276 participantes, experts em comunicação, docentes, profissionais de saúde e discentes, de 126 escolas médicas e cinco instituições de saúde, ao longo de nove encontros presenciais em congressos e de encontros virtuais quinzenais ou mensais. Nos encontros, compartilharam-se as experiências dos participantes e o material bibliográfico, incluindo os consensos internacionais, e apresentou-se o consenso em construção, com discussão em grupos para elencar novos componentes para o consenso brasileiro, seguida por debate com todos para pactuá-los. A versão final foi aprovada em reunião virtual, com convite a todos(as) os(as) participantes em julho de 2021. Após submissão, diversas alterações foram requeridas, o que demandou novos encontros para revisão da versão final do consenso.

Resultado:

O consenso tem como pressupostos que a comunicação deve ser centrada nas relações, pautada nos princípios do SUS, na participação social e no profissionalismo, e embasada nas Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação em Medicina, em referenciais teóricos e nas evidências científicas. São descritos objetivos específicos para desenvolver a competência em comunicação nos estudantes, abrangendo: fundamentos teóricos; busca e avaliação crítica da literatura; elaboração e redação de documentos; comunicação intrapessoal e interpessoal no ambiente acadêmico-científico, na atenção à saúde em diversos contextos clínicos e na gestão em saúde. Recomenda-se a inserção curricular da comunicação do início ao final do curso, integrada a outros conteúdos e áreas de saber.

Conclusão:

Espera-se que esse consenso contribua para a revisão ou implementação da comunicação nos currículos das escolas médicas brasileiras.

Palavras-chave:
Comunicação; Escolas Médicas; Currículo; Educação de Graduação em Medicina; Consenso

Abstract:

Introduction:

Communication is an essential competence for the physician and other professional categories, and must be developed their professional training. The creation of a communication project including a Brazilian consensus aimed to subsidize medical schools in preparing medical students to communicate effectively with Brazilian citizens, with plural intra and inter-regional characteristics, based on the professionalism and the Brazilian Unified System (SUS) principles.

Objective:

The objective of this manuscript is to present the consensus for the teaching of communication in Brazilian medical schools.

Method:

The consensus was built collaboratively with 276 participants, experts in communication, faculty, health professionals and students from 126 medical schools and five health institutions in face-to-face conference meetings and biweekly or monthly virtual meetings. In the meetings, the participants’ experiences and bibliographic material were shared, including international consensuses, and the consensus under construction was presented, with group discussion to list new components for the Brazilian consensus, followed by debate with everyone, to agree on them. The final version was approved in a virtual meeting with invitation to all participants in July 2021. After the submission, several changes were required, which demanded new meetings to review the consensus final version.

Result:

The consensus is based on assumptions that communication should be relationship-centered, embedded on professionalism, grounded on the SUS principles and social participation, and based on the National Guidelines for the undergraduate medical course, theoretical references and scientific evidence. Specific objectives to develop communication competence in the students are described, covering: theoretical foundations; literature search and its critical evaluation; documents drafting and editing; intrapersonal and interpersonal communication in the academicscientific environment, in health care and in health management; and, communication in diverse clinical contexts. The inclusion of communication in the curriculum is recommended from the beginning to the end of the course, integrated with other contents and areas of knowledge.

Conclusion:

It is expected that this consensus contributes the review or implementation of communication in Brazilian medical schools’ curricula.

Keywords:
Communication; Medical Schools; Curriculum; Undergraduate Medical Education; Consensus

INTRODUÇÃO

A palavra “comunicar” deriva do latim communicare e significa partilhar, tornar comum e relacionar-se com. De “comunicar” também se originou o termo “comungar”, que significa compartilhar com todos, participar, fazer algo em comum e sintonizar sentimentos, pensamentos e ações11. Houaiss A, Villar MS, Franco FMM. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva; 2001.. Portanto, a comunicação é relacional e, como afirmam Araújo et al.22. Araújo IS, Cardoso JM. Comunicação e saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2007., uma “prática social”. Para Paulo Freire33. Freire P. Extensão ou comunicação? São Paulo: Paz e Terra; 2014., a comunicação é uma condição essencial dos seres humanos, e, sem ela, o conhecimento humano seria impossível, pois a construção cultural e histórica da realidade humana depende da “intercomunicação” e da “intersubjetividade” fundamentadas na dialogicidade. Por isso, o(a) educador(a) que tenha como objetivo ampliar as perspectivas e possibilidades para afirmação do(a) educando(a) como pessoa no mundo, por meio da reflexão e atuação sobre a realidade, deve problematizar o mundo de forma dialógica e solidária33. Freire P. Extensão ou comunicação? São Paulo: Paz e Terra; 2014.),(44. Freire P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à autonomia. São Paulo: Paz e Terra ; 2004..

Portanto, a importância do diálogo deveria sempre ser levada em consideração por educadores(as)/professores(as) do curso de Medicina e médicos(as). No passado, entretanto, o ensino era centrado no(a) professor(a), e o encontro clínico, no(a) médico(a) e com base no modelo biomédico, focado na doença, limitando a participação ativa dos(as) estudantes e das pessoas sob cuidado. No processo de ensinar, no raciocínio clínico e nas tomadas de decisão, valorizavam-se pouco os saberes, as experiências, as perspectivas, as práticas e os valores dos(as) discentes55. Roter D. The enduring and evolving nature of the patient-physician relationship. Patient Educ Couns. 2000;39(1):5-15.),(66. Kaba R, Sooriakumaran P. The evolution of the doctor-patient relationship. Int J Surg. 2007;5(1):57-65..

Na atenção à saúde, essa realidade começou a mudar a partir da década de 1970, quando estudos comprovaram que o modelo biopsicossocial77. Engel GL. The biopsychosocial model and the education of health professionals. Ann N Y Acad Sci. 1978;310(1):169-81., com incentivo à participação ativa da pessoa sob cuidado e com a escuta atenta e a empatia88. Rogers CR. The foundations of the person-centered approach. Education. 1979;100(2):98-107., gerava melhores resultados na saúde. Alguns desfechos comprovados foram: diminuição de incertezas nas pessoas sob cuidado e aumento de sua confiança, segurança, adesão ao plano terapêutico, autonomia e responsabilização pelo autocuidado, bem como seu melhor controle de doenças crônicas, entre elas hipertensão e diabetes, e menor estresse, ansiedade e depressão. Os familiares também se sentiam menos ansiosos e estressados, e os(as) médicos(as) alcançavam maior precisão diagnóstica e efetividade de seu cuidado. Como consequência, todos(as) se sentiam mais satisfeitos(as)99. Stewart MA. Effective physician-patient communication and health outcomes: a review. CMAJ. 1995;152(9):1423-33.)-(1717. Riedl D, Schüßler G. The influence of doctor-patient communication on health outcomes: a systematic review. Z Psychosom Med Psychother. 2017;63(2):131-50..

Também foi constatada a importância da comunicação no trabalho em equipe interdisciplinar e interprofissional - considerando a pessoa sob cuidado e seus familiares/cuidadores(as) como parte da equipe - para a prevenção de danos evitáveis no cuidado e, portanto, para garantir a segurança da pessoa sob cuidado1818. World Health Organization, World Alliance for Patient Safety. Patients for patient safety: statement of case. Geneva; 2013 [acesso em 10 jan 2021]. Disponível em: Disponível em: https://www.who.int/patientsafety/patients_for_patient/PFPS_brochure_2013.pdf .
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)-(2525. Mickan SM. Evaluating the effectiveness of health care teams. Aust Health Rev. 2005; 29(2):211-7.. Comprovou-se que a maior efetividade do trabalho colaborativo demandava uma liderança compartilhada, do respeito a cada membro, com escuta, reconhecimento e valorização de sua contribuição para a missão da equipe, e por meio de um diálogo frequente, assertivo e conciliador, que propiciasse o fluxo rápido e eficaz das informações, a construção e manutenção de vínculos, a clareza dos papéis e das funções de cada membro e a gestão de incertezas, conflitos, eventos adversos e erros1818. World Health Organization, World Alliance for Patient Safety. Patients for patient safety: statement of case. Geneva; 2013 [acesso em 10 jan 2021]. Disponível em: Disponível em: https://www.who.int/patientsafety/patients_for_patient/PFPS_brochure_2013.pdf .
https://www.who.int/patientsafety/patien...
)-(2727. O’Connor P, Byrne D, O’Dea A, McVeigh TP, Kerin MJ. “Excuse me”: teaching interns to speak up. Jt Comm J Qual Patient Saf. 2013;39(9):426-31.. Como resultados, a pessoa sob cuidado aceita melhor o tratamento, tem melhores resultados na saúde, corre menos riscos e sente-se mais satisfeita; os membros da equipe trabalham de forma mais efetiva e sentem maior bem-estar; e há maior eficiência dos serviços prestados pela equipe e de acesso ao cuidado, e redução do tempo de hospitalização, das internações não previstas e dos custos institucionais1818. World Health Organization, World Alliance for Patient Safety. Patients for patient safety: statement of case. Geneva; 2013 [acesso em 10 jan 2021]. Disponível em: Disponível em: https://www.who.int/patientsafety/patients_for_patient/PFPS_brochure_2013.pdf .
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)-(2727. O’Connor P, Byrne D, O’Dea A, McVeigh TP, Kerin MJ. “Excuse me”: teaching interns to speak up. Jt Comm J Qual Patient Saf. 2013;39(9):426-31..

Entretanto, constatou-se que, quando a comunicação no trabalho em equipe era ineficaz, havia mais falhas na atenção à saúde, como atraso no diagnóstico e tratamento, e aumento nos erros de medicação e em procedimentos1919. World Health Organization. WHO patient safety curriculum guide: multi-professional edition. Geneva: WHO. 2011. Disponível em: Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789241501958 . Acesso 10 jan. 2021. [Marra VN, Sette ML, coordenadores. Guia curricular de segurança do paciente da Organização Mundial da Saúde: edição multiprofissional. Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro; 2016 [acesso em 10 jan. 2021]. Disponível em: https://cdn.who.int/media/docs/default-source/patient-safety/9788555268502-por519565d3-e2ff-4289-b67f-4560fcd33b9d.pdf?sfvrsn=9e58a092_1.]
https://www.who.int/publications/i/item/...
)-(2222. Brasil. Documento de referência para o Programa Nacional de Segurança do Paciente/ Ministério da Saúde; Fundação Oswaldo Cruz; Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Ministério da Saúde; 2014 [acesso em 20 dez 2021]. Disponível em: Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/ razilian o/documento_referencia_programa_nacional_seguranca.pdf .
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. As causas mais frequentes desses problemas eram a omissão de informações clínicas importantes, a prescrição verbal, o registro com letra ilegível em prontuários e formulários e/ou a ausência do nome, da assinatura e de carimbo/certificação digital do(a) responsável pelo cuidado. Esses problemas ocorriam mais frequentemente durante a transição de cuidados entre os turnos, nas transferências entre setores e entre instituições de saúde e em situações de urgência. Barreiras comprovadas para a comunicação no trabalho em equipe incluem a hierarquia, a pouca consideração à opinião de seus membros, a não inclusão da pessoa sob cuidado e de seus familiares/cuidadores(as) como parte da equipe, e a pouca clareza sobre o papel e as funções do membro da equipe, o que é corroborado pela instabilidade das equipes e /ou transitoriedade de seus membros e pela designação de tarefas a novos membros, sem apoio e qualificação prévia, entre outros aspectos1818. World Health Organization, World Alliance for Patient Safety. Patients for patient safety: statement of case. Geneva; 2013 [acesso em 10 jan 2021]. Disponível em: Disponível em: https://www.who.int/patientsafety/patients_for_patient/PFPS_brochure_2013.pdf .
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)-(2525. Mickan SM. Evaluating the effectiveness of health care teams. Aust Health Rev. 2005; 29(2):211-7..

Quanto à qualificação para o trabalho em equipe, uma revisão sistemática recente acerca dos recursos na literatura sobre comunicação para os profissionais de saúde na pandemia da coronavirus disease 2019 (Covid-19) concluiu que a maioria dos artigos e documentos era direcionada para o(a) médico(a), havendo uma lacuna nos recursos para profissionais não médicos. Temas que requeriam maior consideração, apontados pelos autores, incluíam: estratégias de comunicação na telessaúde, sensibilidade cultural, empatia, compaixão, perdas, luto e sofrimento moral2828. Wittenberg E, Goldsmith JV, Chen C, Prince-Paul M, Johnson RR. Opportunities to improve Covid-19 provider communication resources: a systematic review. Patient Educ Couns . 2021;104(3):438-51. ocasionado pelo testemunho de atitudes e ações inadequadas ou pela necessidade de tomada de decisões que vão contra os próprios valores morais, muitas vezes por escassez de recursos2929. Gustavsson ME, Arnberg FK, Juth N, von Schreeb J. Moral distress among disaster responders: what is it? PDM. 2020;35(2):212-9..

A importância de formar profissionais de saúde para o século XXI que se comuniquem efetivamente no trabalho colaborativo em equipes interdisciplinar/interprofissional, intersetorial e transnacional, na liderança na saúde e nas políticas local, regional, nacional e global tem sido ressaltada. Essa competência é necessária para que as equipes possam atuar de forma responsiva às constantes mudanças nas necessidades de saúde locais, nacionais e globais, em prol da transformação da realidade (educação transformacional) e para o fortalecimento dos “sistemas de saúde em um mundo interdependente”, de modo a promover a saúde das populações, a equidade universal na saúde, a justiça social, o desenvolvimento socioeconômico global e a segurança humana3030. Frenk J, Chen L, Bhutta ZA, Cohen J, Crisp N, Evan T, et al. Health professionals for a new century: tranforming educatino to strengthen health systems in an interdependent world. Lancet. 2010;376(9756):1923-58.. Nesse contexto, a saúde humana deve ser compreendida como parte de uma teia de relações interdependentes com a vida em sentido mais amplo, dependente da consolidação de relações de solidariedade e de cuidado individual, coletivo e ambiental3131. Capra F, Eichemberg NR. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. São Paulo: Cultrix; 2006;, sem fronteiras territoriais. Como afirmam as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) do curso de graduação em Medicina, a atenção à saúde deve preservar “a biodiversidade com sustentabilidade” e respeitar as relações entre “ser humano, ambiente, sociedade e tecnologias”3232. Brasil. Resolução CNE/CES nº 3, de 20 de junho de 2014. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina e dá outras providências. Diário Oficial da União; 2014..

Na década de 1990, surgiu o modelo do cuidado centrado nas relações3333. Tresolini CP, The Pew-Fetzer Task Force. Health professions education and relationship-centered care. San Francisco, CA: Pew Health Professions Commission; 2000., reconhecendo que, além da relação com a pessoa sob cuidado, todas as relações tecidas a cada momento e em cada espaço do cuidado à saúde influenciam-se reciprocamente e que o cuidado é interdependente dessas relações. Isso significa que cada pessoa envolvida no cuidado influencia os seus resultados, trazendo para o encontro sua subjetividade, com uma personalidade e história de vida, e suas relações consigo mesma, emoções, interpretações, perspectivas, necessidades, expectativas e escolhas, e seus saberes e valores próprios. Assim, o(a) médico(a) deve ter consciência sobre como ele(a), suas emoções e toda sua subjetividade, bem como as das outras pessoas envolvidas no cuidado, contribuem para os desfechos do cuidado3333. Tresolini CP, The Pew-Fetzer Task Force. Health professions education and relationship-centered care. San Francisco, CA: Pew Health Professions Commission; 2000.)-(3636. Kreps GL. Relational communication in health care. Southern Speech Communication Journal. 2009;53(4):344-59..

O conhecimento construído sobre processos e componentes da comunicação efetiva e sobre a eficácia de seu ensino3737. Gilligan C, James EL, Snow P, Outram S, Ward BM, Powell M, et al. Interventions for improving medical students’ interpersonal communication in medical consultations. Cochrane Database Syst Rev. 2021;2(2):CD012418. contribuiu para o desenvolvimento de modelos para estruturar o encontro clínico, entre eles o método centrado na pessoa sob cuidado3838. Pendleton D, Schofield T, Tate P, Havelock P, Scholfield T. The new consultation: developing doctor-patient communication. Oxford: Oxford University Press; 2003., o Set the stage, Elicit information, Give information, Understand the patient’s perspective, and End the encounter (SEGUE)3939. Makoul G. The SEGUE framework for teaching and assessing communication skills. Patient Educ Couns . 2001;45(1):23-34., o guia Calgary-Cambridge4040. Kurtz S, Silverman J, Benson J, Draper J. Marrying content and process in clinical method teaching: enhancing the Calgary-Cambridge guides. Acad Med . 2003;78(8):802-9.),(4141. Kurtz SM, Silverman JD. The Calgary-Cambridge Referenced Observation Guides: an aid to defining the curriculum and organizing the teaching in communication training programmes. Med Educ . 1996;30(2):83-9.) e o modelo dos quatro hábitos4242. Frankel RM, Stein T. Getting the most out of the clinical encounter: the four habits model. Perm J. 1999;3(3):79-88.. Consensos também foram gerados para o ensino de comunicação nos cursos de graduação em Medicina4343. Simpson M, Buckman R, Stewart M, Maguire P, Lipkin M, Novack D, et al. Doctor-patient communication: the Toronto consensus statement. BMJ. 1991;303(6814):1385-7.)-(5252. Medical Professionalism Project. Medical professionalism in the new millennium: a physicians’ charter. Lancet . 2002;359(9305):520-2.. Como o profissionalismo é um construto cujos componentes são essenciais à prática médica5252. Medical Professionalism Project. Medical professionalism in the new millennium: a physicians’ charter. Lancet . 2002;359(9305):520-2.)-(5656. Rabow MW, Remen RN, Parmelee DX, Inui TS. Professional formation: extending medicine’s lineage of service into the next century. Acad Med . 2010;85(2):310-7. (assim como à prática de outras categorias profissionais), ele é uma das bases da comunicação em alguns consensos, como nos do Reino Unido4646. Von Fragstein M, Silverman J, Cushing A, Quilligan S, Salisbury H, Wiskin C, et al. UK consensus statement on the content of communication curricula in undergraduate medical education. Med Educ . 2008;42(11):1100-7.),(5151. Noble LM, Scott-Smith W, O’Neill B, Salisbury H. Consensus statement on an updated core communication curriculum for UK undergraduate medical education. Patient Educ Couns . 2018;101(9):1712-9.. A segurança da pessoa sob cuidado, ainda que faça parte do profissionalismo, é outra base da comunicação no consenso mais recente do Reino Unido5151. Noble LM, Scott-Smith W, O’Neill B, Salisbury H. Consensus statement on an updated core communication curriculum for UK undergraduate medical education. Patient Educ Couns . 2018;101(9):1712-9..

Diversos livros também têm sido publicados para apoiar o ensino da comunicação médica de forma geral e no encontro clínico. Alguns deles são citados aqui para propiciar maior familiaridade a quem tiver interesse no tema22. Araújo IS, Cardoso JM. Comunicação e saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2007.),(3838. Pendleton D, Schofield T, Tate P, Havelock P, Scholfield T. The new consultation: developing doctor-patient communication. Oxford: Oxford University Press; 2003.),(5757. Bloom SW. The doctor and his patient: a sociological interpretation. New York: Russel Sage Foundation; 1963.)-(6262. Dohms M, Gusso G, organizadores. Comunicação clínica: aperfeiçoando os encontros em saúde. Porto Alegre: Artmed; 2021., mas eles são apenas a “ponta do iceberg” na vastidão existente.

Os consensos internacionais para o ensino de comunicação atendem parcialmente às necessidades da formação médica no Brasil, visto que sua população supera 200 milhões de habitantes, que têm características e necessidades plurais intra e inter-regionais6363. Abrantes VLC. O IBGE e a formação da nacionalidade: território, memória e identidade em construção. Simpósio Nacional de História, 24, São Leopoldo, RS. Anais eletrônicos. São Leopoldo: Unisinos, 2007 [acesso em 10 abr 2021]. Disponível em: Disponível em: https://anpuh.org.br/uploads/anais-simposios/pdf/2019-01/1548210563_70ce6df73e2768b3f47ecdec48e2b97f.pdf .
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, e que seu sistema de saúde - o Sistema Único de Saúde (SUS) - tem como princípios a universalidade (acesso de todos(as) aos serviços de saúde, de forma igualitária6464. Brasil. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União ; 20 set 1990.),(6565. Paim JS, Silva LMV. Universalidade, integralidade, equidade e SUS. BIS Bol Inst Saúde. 2010;12(2):109-14.), a integralidade (visão integral do ser humano, com ações abrangentes e efetivas na saúde6464. Brasil. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União ; 20 set 1990.),(6565. Paim JS, Silva LMV. Universalidade, integralidade, equidade e SUS. BIS Bol Inst Saúde. 2010;12(2):109-14.) e a equidade (respeitar a singularidade e subjetividade de cada pessoa considerando suas características e necessidades individuais e coletivas, sem quaisquer tipos de preconceito ou privilégio, e priorizar grupos ou categorias vulneráveis e de risco, para defesa de um tratamento digno e garantia da justiça social6464. Brasil. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União ; 20 set 1990.),(6565. Paim JS, Silva LMV. Universalidade, integralidade, equidade e SUS. BIS Bol Inst Saúde. 2010;12(2):109-14.). O SUS também tem a diretriz do controle social que prevê a participação ativa e cotidiana da população em discussões para direcionar os serviços e as ações de saúde em todas as suas instâncias, de forma que o sistema atenda às suas necessidades e aos seus interesses6464. Brasil. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União ; 20 set 1990.. O acolhimento, que inclui a escuta atenta dos(as) usuários(as) do SUS e demais cidadãos/cidadãs brasileiros(as), é parte da política de humanização nacional para potencializar a participação social e atender às necessidades de saúde da população6464. Brasil. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União ; 20 set 1990.),(6666. Brasil. HumanizaSUS: política nacional de humanização: documento base para gestores e trabalhadores do SUS/Ministério da Saúde, Secretaria-Executiva, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. 2ª ed. Brasília: Ministério da Saúde ; 2004 [acesso em 20 dez 2021]. Disponível em: Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/ razilian o/humanizaSUS_politica_nacional_humanizacao.pdf .
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As DCN, lançadas em 2001, tiveram como objetivo alinhar a educação médica às necessidades de aprendizagem dos(as) educandos(as) e às necessidades de saúde da população de acordo com o SUS. Nelas, a comunicação constava como uma das seis competências a serem alcançadas pelos egressos do curso de Medicina6767. Brasil. Resolução CNE/CES nº 4, de 7 de novembro de 2001. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina. Diário Oficial da União ; 9 nov 2001.. Após o “Programa Mais Médicos” em 20136868. Brasil. Lei nº 12.871, de 22 de outubro de 2013. Institui o Programa Mais Médicos, altera as Leis nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993, e nº 6.932, de 7 de julho de 1981, e dá outras providências. Diário Oficial da União ; 23 out 2013., as diretrizes foram revistas, gerando as DCN de 20143232. Brasil. Resolução CNE/CES nº 3, de 20 de junho de 2014. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina e dá outras providências. Diário Oficial da União; 2014.. O foco anterior em seis competências a serem alcançadas mudou para competências em relação às áreas de atenção à saúde, gestão em saúde e educação em saúde. A comunicação permeia a maioria dos processos dessas três áreas de competência.

Ciente da importância de formar médicos(as) brasileiros(as) capazes de comunicar-se efetivamente ao atenderem a população brasileira, e seguindo os princípios do SUS, a Associação Brasileira de Educação Médica (Abem) elaborou um projeto de comunicação contendo, entre seus objetivos, a construção de um consenso para seu ensino nos cursos de Medicina do Brasil6969. Grosseman S, Loures L, Mariussi A, Grossman E, Muraguchi E. Projeto ensino de habilidades de comunicação na área da saúde: uma trajetória inicial. Cad Abem. 2014;10:7-12.),(7070. Grosseman S, Lampert JB, Soliani ML, Dohms M, Novack D. Projeto Abem: Ensino de comunicação na área da saúde. Associação Brasileira de Educação Médica; 2020 [acesso em 3 dez 2020]. Disponível em: Disponível em: https://website.abem-educmed.org.br/wp-content/uploads/2020/07/Hist%C3%B3rico-projeto-HC.pdf .
https://website.abem-educmed.org.br/wp-c...
. O objetivo deste manuscrito é apresentar o consenso para o ensino de comunicação nas escolas médicas brasileiras.

MÉTODO

A elaboração do consenso iniciou-se em 20146969. Grosseman S, Loures L, Mariussi A, Grossman E, Muraguchi E. Projeto ensino de habilidades de comunicação na área da saúde: uma trajetória inicial. Cad Abem. 2014;10:7-12. e foi coletiva e colaborativa. Segundo Innes et al.7171. Innes JE, Booher DE. Consensus building and complex adaptive systems: a framework for evaluating collaborative planning. JAPA. 1999;65(4):412-23. e Innes7272. Innes JE. Consensus building: clarifications for the critics. Planning Theory. 2004;3(1):5-20., um consenso construído colaborativamente constitui-se de “um conjunto de práticas” nas quais pessoas que representam diferentes interesses se encontram para um diálogo de longo prazo, mediado por um(a) facilitador(a), para abordar uma questão ou preocupação, e chegar a uma proposta conjunta. O processo de construção deve conter os seguintes critérios: incluir representantes com diferentes níveis de interesse; ser direcionado por objetivos, tarefas e práticas compartilhados pelo grupo; permitir que os(as) participantes interajam ativamente em todo o processo, com incentivo ao pensamento criativo; incorporar informações de alta qualidade e evidências; alcançar concordância sobre seus significados; e buscar o consenso por concordância, após explorar amplamente as respostas para as diferenças por meio de discussões6565. Paim JS, Silva LMV. Universalidade, integralidade, equidade e SUS. BIS Bol Inst Saúde. 2010;12(2):109-14.),(6666. Brasil. HumanizaSUS: política nacional de humanização: documento base para gestores e trabalhadores do SUS/Ministério da Saúde, Secretaria-Executiva, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. 2ª ed. Brasília: Ministério da Saúde ; 2004 [acesso em 20 dez 2021]. Disponível em: Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/ razilian o/humanizaSUS_politica_nacional_humanizacao.pdf .
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.

Para garantir a participação do máximo possível de representantes e de sua diversidade, as discussões ocorreram presencialmente entre 2014 e 2018 em seis oficinas de congressos brasileiros de educação médica promovidos pela Abem e em três eventos específicos de comunicação. O total de participantes foi de 276, incluindo experts em comunicação e docentes, discentes e outros profissionais com interesse na área, provenientes de 126 instituições de ensino superior das áreas médica e da saúde, quatro Secretarias de Saúde e uma fundação de saúde. Um grupo reuniu-se de forma virtual, quinzenal ou mensalmente, a partir da primeira oficina presencial.

Cada encontro presencial teve duração de quatro a oito horas, e sua dinâmica consistiu em compartilhamento de experiências no ensino de comunicação e de material bibliográfico trazido por experts, além dos consensos internacionais, à medida que estes eram publicados4040. Kurtz S, Silverman J, Benson J, Draper J. Marrying content and process in clinical method teaching: enhancing the Calgary-Cambridge guides. Acad Med . 2003;78(8):802-9.)-(5050. Bachmann C, Kiessling C, Härtl A, Haak R. Communication in health professions: a European consensus on inter-and multi-professional learning objectives in German. GMS J Med Educ . 2016;33(2):Doc23., e da apresentação da versão em construção do consenso brasileiro ofertado pelos organizadores. Discutiam-se então, em grupos pequenos, novos conhecimentos, as habilidades e atitudes que deveriam fazer parte do consenso, os quais eram apresentados após para todos(as) os(as) participantes, com debate e pactuação do conteúdo a permanecer, confirmada por votação. Como se elencaram vários componentes do profissionalismo no processo de construção, uma das oficinas foi destinada a discutir quais deles componentes deveriam constar no consenso. Foi unânime a decisão de manter todos e de considerar o profissionalismo como uma das bases da comunicação. Os encontros virtuais seguiram a mesma dinâmica dos encontros presenciais, mas sua duração foi de uma hora e meia a duas horas.

O consenso foi finalizado em 2020 pelo grupo virtual. Porém, os novos desafios da comunicação evidenciados ao longo da pandemia de Covid-197373. Yi-chong X. Timeline - Covid-19: events from the first identified case to 15 April. Social Alternatives. 2020;39(2):60-3.) demandaram sua revisão.

A versão semifinal do consenso foi apresentada em julho de 2021, em reunião realizada na plataforma virtual da Abem, com convite a seus/suas diretores(as) e a todos(as) que haviam participado, em algum momento, de seu processo de construção, quando se sugeriram alterações para constar em sua versão final, a qual foi aprovada por unanimidade. Depois de ser submetido à Revista Brasileira Educação Médica (RBEM), um dos pareceres demandou novos encontros virtuais para considerar as recomendações listadas. A nova versão final foi aprovada em reunião virtual com convite a todos(as) os(as) participantes do consenso no final de fevereiro de 2022.

Considerando a importância do material compartilhado pelos(as) participantes ao longo do processo de construção do consenso e também a pouca familiaridade que alguns/algumas leitores/leitoras poderiam ter em relação a alguns aspectos apontados, diferentemente de outros consensos, este consenso contém referências bibliográficas em alguns de seus objetivos específicos. Esclarecemos que artigos e livros citados como referências foram selecionados de acordo com sua pertinência, visando apoiar os(as) educadores(as) no ensino de comunicação, porém sem a pretensão de esgotar a literatura. Também são fornecidas explicações sobre alguns conceitos e termos em um quadro separado, para facilitar a compreensão de leitores/leitoras que, eventualmente, possam não os conhecer.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O CONSENSO

O ensino de comunicação nas escolas médicas deve ter como objetivo geral desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes no(a) estudante de Medicina, para que, ao se graduar no curso, ele(a) demonstre competência em se comunicar com as pessoas envolvidas no ambiente acadêmico-científico, na atenção à saúde e na gestão em saúde.

As pessoas envolvidas incluem estudantes, docentes, médicos(as), profissionais da área da saúde e de outras áreas de saber, membros da equipe interdisciplinar e interprofissional, funcionários(as), pesquisadores(as), gestores(as), pessoas sob cuidado, seus familiares, cuidadores(as), responsáveis, entes queridos, intérpretes, pessoas que advogam por elas, famílias, grupos sociais, comunidade e seus/suas representantes e demais pessoas com as quais o(a) médico(a) se relacione em sua atuação profissional.

A comunicação deve ter como pressupostos ser centrada nas relações e pautar-se pelo profissionalismo, pelos princípios do SUS e pela participação social. A formação médica deve pautar-se pelas DCN e embasar-se em referenciais teóricos e nas evidências científicas. As DCN estabelecem que o curso de Medicina deve proporcionar uma formação “humanista, crítica, reflexiva e ética”, e desenvolver no(a) estudante a

[...} capacidade para atuar nos diferentes níveis de atenção à saúde, com ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, nos âmbitos individual e coletivo, com responsabilidade social e compromisso com a defesa da cidadania, da dignidade humana, da saúde integral do ser humano e tendo como transversalidade em sua prática, sempre, a determinação social do processo de saúde e doença3232. Brasil. Resolução CNE/CES nº 3, de 20 de junho de 2014. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina e dá outras providências. Diário Oficial da União; 2014..

As DCN também estabelecem que, na atenção à saúde, o(a) estudante deve ser formado(a) para atuar considerando “sempre as dimensões da diversidade biológica, subjetiva, étnico-racial, de gênero, orientação sexual, socioeconômica, política, ambiental, cultural, ética e demais aspectos que compõem o espectro da diversidade humana que singularizam cada pessoa ou cada grupo social”3232. Brasil. Resolução CNE/CES nº 3, de 20 de junho de 2014. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina e dá outras providências. Diário Oficial da União; 2014., o que se alinha com os princípios e as diretrizes do SUS6464. Brasil. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União ; 20 set 1990., e constitui-se como um dos componentes do profissionalismo5252. Medical Professionalism Project. Medical professionalism in the new millennium: a physicians’ charter. Lancet . 2002;359(9305):520-2.)-(5656. Rabow MW, Remen RN, Parmelee DX, Inui TS. Professional formation: extending medicine’s lineage of service into the next century. Acad Med . 2010;85(2):310-7., o qual abrange:

  1. Bioética e ética, as quais incluem
    1. Respeito à
      1. dignidade humana e liberdade de escolha individual e social, considerando a singularidade de cada pessoa ou grupo social, na pluralidade cultural, étnico-racial, espiritual, de condições socioeconômicas e ambientais, de gênero e orientação sexual e de escolhas, valores, crenças, perspectivas e preferências;

      2. privacidade e ao pudor da pessoa sob cuidado;

      3. autonomia da pessoa sob cuidado e responsabilidade por sua promoção.

    2. Subordinação de interesses próprios em prol dos interesses das pessoas sob cuidado e seus familiares/cuidadores(as).

    3. Reconhecimento dos limites profissionais.

    4. Sigilo e confidencialidade.

    5. Responsabilidade pela segurança e pelo conforto da pessoa sob cuidado.

  2. Honestidade, probidade e integridade.

  3. Demonstração de valores humanísticos como altruísmo, empatia, compaixão, solidariedade, sensibilidade, compreensão, interesse e amorosidade.

  4. Responsabilização no cumprimento do contrato profissional, com responsabilidade, responsividade, confiabilidade nas ações e subordinação legal às obrigações.

  5. Responsabilidade social, tendo compromisso com a defesa da cidadania, da dignidade humana e da saúde integral do ser humano.

  6. Compromisso com excelência, mérito acadêmico e profissional, bem como com aprendizagem por toda a vida (lifelong learning).

  7. Comunicação efetiva:
    1. intrapessoal: autoconhecimento (presença, reconhecimento e manejo das próprias emoções e autocuidado), prática reflexiva, pensamento crítico e adaptabilidade (reconhecimento de limitações e busca por ajuda, aceitação e fornecimento de feedback construtivo, resiliência, flexibilidade para transformar o conhecimento e a própria prática, e lidar com altos níveis de complexidade e incerteza).

    2. interpessoal (detalhada no consenso).

No currículo do curso de Medicina, a comunicação deve ser inserida desde o início do curso e continuar até o seu final. Os conteúdos devem ter complexidade crescente e ser integrados de forma oportuna com outros conteúdos, tendo as “Ciências Humanas e Sociais como eixo transversal” e a inclusão de “temas transversais [...] que envolvam [...] ‘os direitos humanos’ e [...] as políticas públicas, programas, ações estratégicas e diretrizes vigentes nacionais e internacionais para a educação e a saúde”3232. Brasil. Resolução CNE/CES nº 3, de 20 de junho de 2014. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina e dá outras providências. Diário Oficial da União; 2014..

A interação “do aluno com usuários e profissionais de saúde” deve ocorrer ao longo de todo o curso, e a aprendizagem interprofissional e a interdisciplinaridade devem ser oportunizadas, integrando-se as “dimensões biológicas, psicológicas, étnico-raciais, socioeconômicas, culturais, ambientais e educacionais” nos diversos cenários de ensino, de extensão e de pesquisa, os quais são indissociáveis3232. Brasil. Resolução CNE/CES nº 3, de 20 de junho de 2014. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina e dá outras providências. Diário Oficial da União; 2014..

A abordagem pedagógica deve conter estratégias diversas e interativas que incentivem a participação do(a) estudante na construção de seus conhecimentos, associem a teoria à prática e estimulem a curiosidade, a criatividade, a prática reflexiva, o pensamento crítico e a sensibilidade, inserindo-se, sempre que possível, as humanidades3232. Brasil. Resolução CNE/CES nº 3, de 20 de junho de 2014. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina e dá outras providências. Diário Oficial da União; 2014.),(5959. Kurtz S, Silverman J, Draper J. Teaching and learning communication skills in medicine. 2nd ed. Oxford: Radcliffe; 2005.)-(6262. Dohms M, Gusso G, organizadores. Comunicação clínica: aperfeiçoando os encontros em saúde. Porto Alegre: Artmed; 2021..

As práticas devem ter como objetivo a incorporação de conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA) com complexidade crescente, como a promoção de feedback apreciativo para seu aperfeiçoamento. O ambiente de aprendizagem prática deve ser mais controlado inicialmente, com, por exemplo, encenação de situações clínicas (role-play) ou sua simulação em laboratório de comunicação, e progredir para ambiente menos controlado, como os cenários reais, sob supervisão5959. Kurtz S, Silverman J, Draper J. Teaching and learning communication skills in medicine. 2nd ed. Oxford: Radcliffe; 2005.)-(6262. Dohms M, Gusso G, organizadores. Comunicação clínica: aperfeiçoando os encontros em saúde. Porto Alegre: Artmed; 2021..

A avaliação deve ser predominantemente formativa, sem desconsiderar as avaliações somativas5959. Kurtz S, Silverman J, Draper J. Teaching and learning communication skills in medicine. 2nd ed. Oxford: Radcliffe; 2005.)-(6262. Dohms M, Gusso G, organizadores. Comunicação clínica: aperfeiçoando os encontros em saúde. Porto Alegre: Artmed; 2021..

O ambiente educacional deve ser seguro e cultivar a ética, a sensibilidade, a empatia, a solidariedade, a amorosidade74 e a comunicação não violenta7575. Rosenberg MB. Comunicação não violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. 3ª ed. São Paulo: Ágora; 2006., inclusiva e não preconceituosa, de modo que a formação médica se torne um modelo “de” e “para” o cuidado que potencialize a capacidade do(a) estudante de Medicina de tecer relações respeitosas e construtivas em seu processo de aprender e de cuidar de si e dos(as) outros(as).

Para isso, a instituição deve incluir o acolhimento cotidiano do(a) educando(a) e do(a) educador(a), escutando-os e valorizando suas emoções, e deve conter estruturas para seu apoio psicológico e pedagógico. A problematização e a reflexão crítica7676. Freire P, Faundez A. Por uma pedagogia da pergunta. São Paulo: Paz e Terra ; 2011. do processo de socialização devem ser realizadas de forma sistemática e planejada, para o desenvolvimento da construção da identidade profissional médica e o melhor aproveitamento do processo ensino-aprendizagem, visando ao alcance do objetivo do curso de graduação em Medicina, que é formar médicos(as) competentes, éticos(as), críticos(as), solidários(as), com responsabilidade social e comprometidos(a) com a defesa da dignidade humana e da justiça social3232. Brasil. Resolução CNE/CES nº 3, de 20 de junho de 2014. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina e dá outras providências. Diário Oficial da União; 2014..

O currículo oculto, caracterizado por atitudes testemunhadas e mensagens compartilhadas negativas, ambíguas e não congruentes com os objetivos almejados pelo curso7777. Gunio MJ. Determining the influences of a hidden curriculum on students’ character development using the Illuminative Evaluation Model. JCSR. 2021;3(2):194-206., deve ser objeto de problematização e reflexão regular no currículo formal. A partir da práxis (reflexão sobre a prática), devem ser elaboradas estratégias para construir um ambiente não opressor, que incentive relações saudáveis7878. Freire P. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz e Terra ; 2014..

Segundo Bakhtin, nos construímos por meio da interação com as outras pessoas, sendo a palavra a forma mais pura e sensível da relação social e a comunicação o processo dinâmico para construção de sentidos sociais7979. Bakhtin M. Estética da criação verbal. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes; 1997.),(8080. Bakhtin M. Marxismo e Filosoia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. 16ª ed. São Paulo: Hucitec; 2014.. A linguagem veicula uma ideologia e uma prática, e cada fala, enunciado ou texto que uma pessoa expressa manifesta uma multiplicidade de vozes que representam diferentes interesses e posições na estrutura social, a maioria delas sem que ela se dê conta disso7979. Bakhtin M. Estética da criação verbal. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes; 1997.),(8080. Bakhtin M. Marxismo e Filosoia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. 16ª ed. São Paulo: Hucitec; 2014.. Como o que cada pessoa é ou virá a ser depende do que ela assimila para si ao longo das interações com o(a)s outro(a)s, o convívio do(a) estudante de Medicina com mensagens desrespeitosas, especialmente se compartilhadas de forma sutil com gestos, piadas, imagens ou comentários depreciativos8181. Venosa B, Bastos LC. Goffman e a ritualização do infinitamente pequeno: observando o sutil na sustentação do discurso hegemônico em interações de um curso de marcenaria para mulheres. Veredas - Revista de Estudos Linguísticos. 2021;25(1):140-63., pode levá-lo(a) a legitimá-las e incorporá-las. Essas estratégias sutis propiciam que seu teor desrespeitoso e antiético não seja percebido.

É fundamental que educandos(as) e educadores(as) compreendam as ideologias que subjazem aos discursos sobre “o(a) outro(a)” e que o discurso hegemônico em uma dada sociedade é historicamente construído por meio de lutas, sendo socialmente compartilhado em suas diversas instituições (por exemplo: família e instituições religiosas e educacionais, o que inclui a escola médica). Esses discursos contêm critérios arbitrários de classificação, estratificação e normatividade quanto à superioridade/inferioridade e inclusão/exclusão, que servem a interesses específicos de poder, privilégios e/ou prestígio8282. Berger PL. Perspectivas sociológicas: uma visão humanística. Petrópolis: Vozes; 2007.),(8383. Berger PL., Luckmann T. A construção social da realidade: tratado de sociologia do conhecimento. Petrópolis: Vozes ; 2007.. A não percepção dessa arbitrariedade é que faz com que eles sejam legitimados e perpetuados como senso comum, gerando múltiplas interpretações preconceituosas como o classismo, racismo, sexismo, machismo, capacitismo, a LGBTQIA+fobia e xenofobia8282. Berger PL. Perspectivas sociológicas: uma visão humanística. Petrópolis: Vozes; 2007.)-(8484. Bourdieu P. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil; 2000., e outras atitudes autoritárias e opressoras, de discriminação e intolerância. A partir da reflexão, espera-se que as pessoas envolvidas no ambiente acadêmico aumentem sua conscientização sobre os valores do profissionalismo a serem cultivados.

Para assegurar a implementação e a qualidade do ensino de comunicação nas escolas médicas, é fundamental o incentivo e apoio ao desenvolvimento docente para o ensino de comunicação em programas institucionais ou em programas existentes fora das instituições.

Segundo as DCN, em seu parágrafo único do capítulo II:

[...] competência é compreendida como a capacidade de mobilizar conhecimentos, habilidades e atitudes, com utilização dos recursos disponíveis, e exprimindo-se em iniciativas e ações que traduzem desempenhos capazes de solucionar, com pertinência, oportunidade e sucesso, os desafios que se apresentam à prática profissional, em diferentes contextos do trabalho em saúde, traduzindo a excelência da prática médica, prioritariamente nos cenários do Sistema Único de Saúde (SUS).

Portanto, descrevemos os CHA a serem desenvolvidos ao longo do curso, na forma de objetivos específicos no Quadro 1. Nele, os trechos escritos entre aspas são citações das DCN3232. Brasil. Resolução CNE/CES nº 3, de 20 de junho de 2014. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina e dá outras providências. Diário Oficial da União; 2014.. Para determinados objetivos específicos, são citadas referências relevantes, as quais podem auxiliar os docentes no ensino de comunicação e médico(a)s em sua prática. Por exemplo, o Guia curricular de segurança do paciente da Organização Mundial da Saúde1919. World Health Organization. WHO patient safety curriculum guide: multi-professional edition. Geneva: WHO. 2011. Disponível em: Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789241501958 . Acesso 10 jan. 2021. [Marra VN, Sette ML, coordenadores. Guia curricular de segurança do paciente da Organização Mundial da Saúde: edição multiprofissional. Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro; 2016 [acesso em 10 jan. 2021]. Disponível em: https://cdn.who.int/media/docs/default-source/patient-safety/9788555268502-por519565d3-e2ff-4289-b67f-4560fcd33b9d.pdf?sfvrsn=9e58a092_1.]
https://www.who.int/publications/i/item/...
, citado diversas vezes, aborda: características da comunicação efetiva; competência cultural; comunicação em trabalho em equipe; segurança da pessoa sob cuidado; administração de conflitos; administração e revelação de erros; manejo de incertezas; e comunicação de notícias difíceis, entre outros temas; e contém roteiros para segurança da pessoa sob cuidado em procedimentos, emergências, mudanças de turno, transferência entre setores e entre instituições e para outros temas de comunicação, bem como documentos, entre eles o consentimento informado e o formulário para notificação de eventos adversos e erros.

Quadro 1
Objetivos específicos de comunicação a serem desenvolvidos ao longo do curso de Medicina nas escolas médicas brasileiras

Ressaltamos novamente, entretanto, que as referências citadas são apenas algumas dentre a vastidão da literatura existente sobre comunicação.

No Quadro 2, há alguns conceitos e explicações de termos abordados neste manuscrito, para facilitar a compreensão dos(as) leitores(as).

Quadro 2
Explicações e detalhamento de alguns termos e algumas expressões usados no manuscrito

A Figura 1 ilustra as diversas etapas e processos do encontro centrado nas relações.

Figura 1
Comunicação centrada nas relações nas diversas etapas e processos do encontro clínico

A Figura 2 ilustra contextos específicos em que o estudante de Medicina deve adquirir capacidade para se comunicar na atenção à saúde, em forma de uma árvore. Seu tronco representa a comunicação centrada nas relações, sua base representa sua sustentação com o profissionalismo5252. Medical Professionalism Project. Medical professionalism in the new millennium: a physicians’ charter. Lancet . 2002;359(9305):520-2.)-(5656. Rabow MW, Remen RN, Parmelee DX, Inui TS. Professional formation: extending medicine’s lineage of service into the next century. Acad Med . 2010;85(2):310-7., o SUS6464. Brasil. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União ; 20 set 1990., as DCN3232. Brasil. Resolução CNE/CES nº 3, de 20 de junho de 2014. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina e dá outras providências. Diário Oficial da União; 2014., os referenciais teóricos e as evidências científicas, nos quais ela deve pautar-se/embasar-se, e sua copa contém os contextos para o ensino da comunicação na atenção à saúde.

Figura 2
Contextos da atenção à saúde em que o estudante de Medicina deve adquirir capacidade de se comunicar

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse é o primeiro consenso para o ensino de comunicação nas escolas médicas brasileiras. Ressaltamos, entretanto, que ele representa um passo inicial e que, por sua construção coletiva e colaborativa com representantes de mais da metade das escolas médicas e de outras áreas da saúde e representantes de instituições de saúde, deve ser visto como um processo de construção contínuo, que pode requerer acréscimos no futuro.

Parte-se do pressuposto de que a comunicação deve ser centrada nas relações, pautada no profissionalismo, na universalidade, integralidade e equidade na atenção à saúde da população e no incentivo à participação social, e embasar-se nas DCN, em referenciais teóricos e nas evidências científicas. São descritos objetivos específicos para desenvolver no egresso a competência em comunicação abrangendo os fundamentos teóricos, a busca, avaliação crítica da literatura, elaboração e redação de documentos, e a comunicação intrapessoal e interpessoal para tornar o(a) egresso(a) do curso competente em se comunicar com as pessoas envolvidas no ambiente acadêmico-científico e na atenção à saúde e gestão em saúde. Recomenda-se a inserção curricular da comunicação do início ao final do curso, integrada a outros conteúdos e áreas de saber.

Não foram estabelecidos os momentos em que cada objetivo deve ser desenvolvido no curso, tendo em vista as peculiaridades do currículo de cada escola e sua autonomia em seu planejamento.

Espera-se que o consenso contribua para a revisão de currículos dos cursos de graduação em Medicina que já contêm comunicação ou em sua implementação, e, quiçá, nos currículos das residências médicas no Brasil, para promover a comunicação na educação médica, na atenção à saúde individual e coletiva e na gestão em saúde, fortalecer o SUS e alcançar transformações sociais que propiciem melhorar as condições de saúde da população e a defesa da justiça social.

O próximo objetivo desse projeto da Abem é a oferta de material didático e de oficinas para apoiar o desenvolvimento docente no ensino de comunicação.

Finalmente, esclarecemos que, como quaisquer processos de construção coletiva, esse consenso pode ser atualizado quando necessário.

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  • CONFLITO DE INTERESSES

    Declaramos não haver conflito de interesses.
  • FINANCIAMENTO

    Declaramos não haver financiamento.

LISTA DE TODOS(AS) OS(AS) PARTICIPANTES DO CONSENSO QUE CONCORDARAM COM A DIVULGAÇÃO DE SEUS NOMES E INSTITUIÇÕES

Suely Grosseman (coordenadora do projeto Abem)

Facilitadores: Newton Key Hokama (coordenador do grupo virtual de comunicação WebComunica Brasil) e Evelin Massae Ogatta Muraguchi (relatoria das oficinas do consenso)

Diretores-presidentes das gestões da Abem que apoiaram o projeto: Jadete Barbosa Lampert, Sigisfredo Luis Brenelli e Nildo Alves Batista

Ádala Nayana de Sousa Mata - Escola Multicampi de Ciências Médicas do Rio Grande do Norte/Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Agnes de Fátima Pereira Cruvinel - Universidade Federal da Fronteira Sul

Alessandra Vitorino Naghettini - Universidade Federal de Goiás

Alice Mendes Duarte - Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Alicia Navarro de Souza - Universidade Federal do Rio de Janeiro

Ana Cristina Franzoi - Universidade Federal do Rio de Janeiro

Ana Paula Mariussi - Universidade da Região de Joinville

Cacilda Andrade de Sá - Universidade Federal de Juiz de Fora

Cáthia Costa Carvalho Rabelo - Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais e Santa Casa de Minas Gerais

Cecilia Emília De Oliveira Creste - Universidade do Oeste Paulista

Danielle Bivanco-Lima - Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

David Araujo Júnior - Universidade Federal de Uberlândia

Denise Herdy Afonso - Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Dolores Gonzales Borges de Araújo - Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

Elaine Fernanda Dornelas de Souza - Universidade do Oeste Paulista

Eleusa Gallo Rosenburg - Universidade Federal de Uberlândia

Eliane Perlatto Moura - Universidade João do Rosário Vellano

Eloisa Grosseman - Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Erotildes Maria Leal - Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Evelin Massae Ogatta Muraguchi - Pontifícia Universidade Católica do Paraná, campus Londrina

Fernanda Patrícia Soares Souto Novaes - Universidade Federal do Vale do São Francisco

Guilherme Antonio Moreira de Barros - Universidade Estadual Paulista

Gustavo Antonio Raimondi - Universidade Federal de Uberlândia

Helena Borges Martins da Silva Paro - Universidade Federal de Uberlândia

Hermila Tavares Vilar Guedes - Universidade do Estado da Bahia

Iago Amado Peres Gualda - Universidade Estadual de Maringá

Ilza Martha de Souza - Universidade do Oeste Paulista

Irani Ferreira da Silva Gerab - Universidade Federal de São Paulo

Ivana Lucia Damásio Moutinho - Universidade Federal de Juiz de Fora

João Carlos da Silva Bizario - Faculdade de Medicina de Olinda

José Maria Peixoto - Universidade João do Rosário Vellano

Josemar de Almeida Moura - Universidade Federal de Minas Gerais

Juliana Guerra - Faculdade Pernambucana de Saúde

Lara de Araújo Torreão - Universidade Federal da Bahia

Lara Cristina Leite Guimarães Machado - Universidade da Região de Joinville

Laura Bechara Secchin - Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora

Leandro Francisco Moraes Loures - Universidade da Região de Joinville

Liliane Pereira Braga - Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Luiza De Oliveira Kruschewsky Ribeiro - Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

Marcela Dohms - vice-presidente da Associação Brasileira Balint

Márcia Helena Fávero de Souza - Universidade Federal de Juiz de Fora

Maria Amélia Dias Pereira - Universidade Federal de Goiás

Maria de Fátima Aveiro Colares - Centro Universitário Municipal de Franca

Maria Eugenia V. Franco - Universidade Federal do Mato Grosso

Maria Luísa Soliani - Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

Maria Viviane Lisboa de Vasconcelos - Universidade Federal de Alagoas

Mariana Maciel Nepomuceno - Universidade Federal de Pernambuco

Marianne Regina Araújo Sabino - Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco

Marta Silva Menezes - Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

Mauricio Abreu Pinto Peixoto - Instituto Nutes da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Milene Soares Agreli - Universidade Federal de Uberlândia

Miriam May Philippi - Centro Universitário de Brasília

Mônica da Cunha Oliveira - Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

Mônica Daltro -Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

Newton Key Hokama - Universidade Estadual Paulista, campus Botucatu

Nilva Galli - Universidade do Oeste Paulista

Paulo Pinho - Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Paulo Roberto Cardoso Consoni - Universidade Luterana do Brasil

Priscila Maria Alvares Usevicius - Universidade Evangélica de Goiás

Renata Rodrigues Catani - Universidade Federal de Uberlândia

Rosana Alves - Faculdades Pequeno Príncipe

Rosuita Fratari Bonito - Faculdade do Trabalho de Uberlândia

Sandra Torres Serra - Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Simone Appenzeller - Universidade Estadual de Campinas

Simone da Nóbrega Tomaz Moreira - Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Solange de Azevedo Mello Coutinho - Escola de Medicina Souza Marques

Suely Grosseman - Universidade Federal de Santa Catarina e Faculdades Pequeno Príncipe

Ubirajara João Picanço de Miranda Junior - Escola Superior de Ciências da Saúde

Valéria Goes - Universidade Federal do Ceará

Editado por

Editora-chefe: Rosiane Viana Zuza Diniz. Editora associada: Daniela Chiesa.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    28 Out 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    09 Out 2021
  • Aceito
    15 Jun 2022
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