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Perfil dos egressos de um mestrado profissional na área da saúde em rede nacional

Profile of graduate students of a nationwide professional master's degree course in the health field

Resumo:

Introdução:

O texto apresenta pesquisa com alunos egressos do Mestrado Profissional em Saúde da Família (PROFSAÚDE) que é uma proposta de formação em rede nacional composta por 25 instituições das cinco regiões do Brasil, realizada na modalidade de ensino a distância (EAD), voltada para o fortalecimento de conhecimentos relacionados à atenção primária à saúde, à gestão em saúde e à educação.

Objetivo:

Este estudo caracteriza o perfil sociodemográfico e de atuação profissional dos egressos da primeira turma de mestrado profissional em Saúde da Família em rede nacional e identifica as contribuições do curso para a atuação profissional e o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

Método:

Trata-se de uma pesquisa de abordagem quantitativa que utilizou um questionário com perguntas abertas e fechadas como instrumento de pesquisa.

Resultado:

Os resultados apresentam o perfil dos egressos, as motivações para realização do curso, os impactos no cotidiano de trabalho e na carreira profissional, bem como a repercussão do produto final do curso nos processos formativos de profissionais da saúde e na assistência.

Conclusão:

A experiência de formação de profissionais da saúde na modalidade EAD tem potencial pela capacidade de atingir equitativamente diferentes regiões do país, propiciando ao profissional-aluno ferramentas para examinar seu cotidiano e propor soluções aos desafios da atenção primária à saúde, como mencionado pelos egressos em relação à contribuição do produto final do mestrado.

Palavras-chave:
Formação profissional em saúde; Educação de pós-graduação; Educação a distância; Atenção primária à saúde

Abstract:

Introduction:

This paper reports research about graduates of the Professional Master’s Degree in Family Health (PROFSAÚDE), a nationwide qualification provided by a network composed of 25 institutions from the five regions of Brazil. The course is administered through distance learning,and is aimed at strengthening knowledge related to Primary Health Care, health management and education.

Purpose:

To characterize the socio-demographic profile and professional performance of the graduates of the first class of the professional master’s degree in Family Health and identify how the course has contributed to professional performance and to strengthening the Unified Health System (SUS).

Method:

This research is based on a quantitative approach that used a questionnaire with open and closed questions as a research instrument.

Results:

The results present the profile of the graduates, their motivations for taking the course, the impacts on their daily work and professional career, as well as the repercussion of the final product of the course in the training processes of health care professionals.

Conclusion:

The potential of training health professionals through distance learning is showcased by the ability to reach different regions of the country equitably, providing the professional/student with tools to examine their daily lives and propose solutions to the challenges of Primary Health Care, as mentioned by graduates in relation to the contribution of the final product of the Master’s degree.

Keywords:
Health Professional Training; Graduate Education; Distance Learning; Primary Health Care

INTRODUÇÃO

A formação de profissionais da saúde no Brasil vem sendo foco de investimento com políticas públicas próprias para esse fim a partir da década de 199011. Quintana PB, Rosales C, Vivas-Francesconi G, Novaes CC, Rocha VPS, Rocha TAH. Análisis de la producción de conocimiento de los agresados de la especialización en salud de la familia del Programa Mais Médicos. Rev Panam Salud Publica. 2020; 44:1-10 [acesso em 11 ago 2021]. Disponível em: Disponível em: https://iris.paho.org/handle/10665.2/52152 .
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. Isso ocorre com a promulgação da Lei nº 8.080/90, que institui o Sistema Único de Saúde (SUS) e orienta as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde. Sendo o ordenador da formação de profissionais dessa área, o SUS prevê o fortalecimento da atenção primária à saúde (APS), apontando esse nível de atenção como estruturante do sistema de saúde e como a principal porta de entrada e ordenadora das redes de atenção, visando à equidade, integralidade, longitudinalidade e coordenação do cuidado.

Reconhecendo as crescentes evidências da maior adequação, do desempenho e da efetividade da Estratégia de Saúde da Família (ESF), em comparação com o modelo tradicional, reafirma-se a ESF como prioritária na expansão e consolidação do SUS. Entretanto, o país tem dificuldades em compor as equipes, em especial em áreas de baixo desenvolvimento humano e alta vulnerabilidade social, pela carência de profissionais médicos22. Nogueira PTA, Bezerra AFB, Leite AFB, Carvalho IMS, Gonçalves RF, Brito-Silva KS. Características da distribuição de profissionais do Programa Mais Médicos nos estados do Nordeste, Brasil. Cienc Saude Colet. 2016;21(9):2889-98. doi: https://doi.org/10.1590/1413-81232015219.17022016.
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. O país, que até então vinha investindo na formação de médicos em nível de pós-graduação lato sensu11. Quintana PB, Rosales C, Vivas-Francesconi G, Novaes CC, Rocha VPS, Rocha TAH. Análisis de la producción de conocimiento de los agresados de la especialización en salud de la familia del Programa Mais Médicos. Rev Panam Salud Publica. 2020; 44:1-10 [acesso em 11 ago 2021]. Disponível em: Disponível em: https://iris.paho.org/handle/10665.2/52152 .
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, depara-se com a falta de educadores médicos que pudessem trabalhar na formação médica para a APS tanto como docentes nas instituições de ensino superior (IES) quanto como preceptores no serviço.

O Mestrado Profissional em Saúde da Família (PROFSAÚDE), oferecido em parceria pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), surge em 2016 como uma estratégia vinculada ao Programa Mais Médicos (PMM), com o objetivo de formar profissionais para atender à expansão da graduação e pós-graduação, bem como à educação permanente de profissionais de saúde, apoiando a consolidação do modelo da ESF mediante o fortalecimento de conhecimentos relacionados à APS, à gestão em saúde e à educação. Trata-se de uma proposta de formação em rede nacional composta por 25 instituições associadas nas cinco regiões do Brasil, realizada na modalidade de ensino a distância (EAD), o que garante sua capilaridade. A seleção para o mestrado profissional ocorre sempre por edital nacional, no qual estão previstas as vagas para as diferentes IES associadas. Em seu projeto pedagógico, tal proposta compromete-se em realizar formação voltada aos eixos da atenção, educação e gestão na saúde.

O mestrado profissional tem a função de contribuir com práticas profissionais de forma qualificada e articulada à pesquisa científica. A intenção é fornecer subsídios para que os alunos possam reavaliar seus processos de trabalho desenvolvendo produtos ou processos inovadores. É focado em formação profissional qualificada, com produção intelectual e aplicação imediata33. Barros EC, Valentim MC, Melo MAA. O debate sobre o mestrado profissional na Capes: trajetória e definições. Revista Brasileira de Pós-Graduação. 2005;2(4):124-32 [acesso em 03 nov 2021]. Disponível em: Disponível em: https://rbpg.capes.gov.br/index.php/rbpg/article/view/84/80 .
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.

Por sua característica de inserção na prática profissional, nesse modelo de mestrado, o aluno não se afasta do trabalho para a realização da formação, mas, vinculado ao ambiente de trabalho onde desempenha suas funções, ele cria um produto e o implementa com vistas à qualificação do serviço. Goldbaum44. Goldbaum M. Mestrado profissionalizante em saúde coletiva. In: Leal MC, Freitas CM, organizadores. Cenários possíveis: experiências e desafios do mestrado profissional na saúde coletiva. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2006. p. 27-32. destaca a singularidade do mestrado profissional em relação ao acadêmico e sua potencial resposta às necessidades socialmente definidas.

Hartz et al.55. Hartz ZMA, Nunes TCM. Formação e capacitação dos recursos humanos no Brasil: situação atual, desafios e perspectivas da pós-graduação em saúde coletiva. In: Leal MC, Freitas CM, organizators. Cenários possíveis: experiências e desafios do mestrado profissional na saúde coletiva . Rio de Janeiro: Fiocruz ; 2006. p. 49-63., ao tratarem da formação de recursos humanos no Brasil, apontam que os mestrados profissionais fortalecem a necessidade de investir em processos formativos de sujeitos capazes de questionar e subsidiar mudanças em caráter permanente. Os autores ainda salientam que tal modelo de formação pode apostar em iniciativas de gestores, entendendo que a gestão é uma variável central não só para a geração de conhecimentos, como também para a aplicação daqueles que são produzidos.

No sentido de dar qualidade à interlocução entre o pleno cumprimento da formação e seu impacto no serviço, desafiam-se as instituições de ensino a acompanhar os alunos egressos tomando como fonte de informações suas experiências e construindo um sistema de retroalimentação do curso. Conhecer o impacto social da proposta desenvolvida pelo curso é uma tarefa que se coloca para as instituições, que devem acompanhar os alunos egressos para identificar e relacionar ações profissionais e acadêmicas66. Teixeira GCS. Desenvolvimento de uma sistemática para acompanhamento de alunos e egressos sob a perspectiva da gestão de projetos [dissertação]. São Paulo: Universidade Nove de Julho; 2015..

Um estudo de avaliação de egressos oriundos de outras áreas, como da engenharia, demonstrou forte relação entre a pós-graduação realizada, a carreira profissional e uma percepção dos egressos acerca da contribuição do programa77. Amaral AO. Inserção social dos egressos da pós-graduação stricto sensu em Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Espírito Santo [dissertação]. Vitória: Universidade Federal do Espírito Santo; 2018.. Entende-se que estudos que buscam examinar o processo formativo a partir de avaliação de egressos potencializam formações como a do PROFSAÚDE, de modo a reforçar a importância de mestrados nessa modalidade para profissionais da ESF em suas práticas.

Este artigo apresenta um recorte de uma pesquisa que objetivou caracterizar o perfil sociodemográfico e a atuação profissional dos alunos egressos do PROFSAÚDE da Fiocruz e Abrasco, da primeira oferta do curso (2017-2019), e também identificar as contribuições do mestrado para a atuação profissional e para o fortalecimento do SUS. Entende-se que essa experiência de formação em rede, em um país com as dimensões continentais e diversidade cultural do Brasil, pode contribuir para o encorajamento de experiências formativas em saúde de outros países.

MATERIAIS E MÉTODOS

Realizou-se um estudo descritivo com abordagem quantitativa, em que se utilizou um questionário criado com o Google Forms para a coleta de dados e aplicado no período de setembro e outubro de 2020. Tal formato de instrumento foi definido pela facilidade de acesso dos alunos egressos em um período de pandemia pela Covid-19.

Foram convidados a contribuir no estudo os 170 profissionais médicos que concluíram o curso, oriundos da primeira oferta. Desses, 98 aceitaram participar da pesquisa, perfazendo 58% do total de egressos. Ressalta-se que todas as IES da rede foram representadas por, ao menos, um respondente.

A primeira parte do questionário continha questões sobre os dados do perfil do profissional, como idade, sexo e instituição em que concluiu a graduação. Na segunda parte, havia questões sobre a motivação para realização do curso, as mudanças percebidas na sua prática com a realização do curso, a natureza da atividade profissional atual e a relação do curso com a situação profissional atual.

Os dados quantitativos foram organizados em tabelas e gráficos derivados do Google Forms para posterior sistematização e análise no Excel.

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), e os alunos egressos, na primeira tela do questionário, visualizaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para que após, caso consentissem, pudessem acessar o questionário.

RESULTADOS

Em relação ao perfil dos egressos, os dados da Tabela 1 nos mostram que o número de respondentes homens e mulheres está em equilíbrio, majoritariamente autodeclarados brancos e adultos jovens. Em sua maioria, são oriundos de instituições públicas na formação universitária e realizaram curso de especialização antes de ingressarem no mestrado. Para os participantes deste estudo, o PROFSAÚDE foi o primeiro curso de mestrado cursado, e eles não ingressaram em nenhum outro depois desse.

Em relação à distribuição dos egressos que responderam ao questionário segundo a região do país, observa-se que ainda permanece maior incidência do projeto formativo na Região Sudeste (40,8%). Em seguida, há 29,6% na Região Nordeste, que sozinha soma o total das Regiões Sul (14,3%), Norte (10,2%) e Centro-Oeste (5,1%) juntas.

Tabela 1
Características sociodemográficas e profissionais dos egressos e formação (n = 98), Brasil, 2020

Os resultados da pesquisa nos mostram que “seguir carreira acadêmica” e o “aprimoramento técnico e reciclagem de conhecimento” foram os principais motivos para ingressar no curso (Gráfico 1). Nesta questão foi possível marcar mais de uma resposta, totalizando um n = 258.

Gráfico 1
Motivos para ingressar no PROFSAÚDE, Brasil, 2020

A grande maioria (74,5%) dos respondentes se mantém vinculada aos locais de trabalho de quando ingressou no PROFSAÚDE, demonstrando aderência ao objetivo de fixação ao território. Daqueles que alteraram o local de atuação, 28% passaram a se vincular à IES.

A Tabela 2 apresenta os dados referentes à inserção profissional dos egressos, indicando que além de, majoritariamente, os egressos manterem aderência ao local de atuação inicial, a formação no PROFSAÚDE está em consonância com o desempenho profissional mesmo para os que expandiram suas atividades. Em relação à renda, o estudo indica que para 54,1% houve aumento de renda.

Tabela 2
Distribuição de variáveis relacionadas à inserção profissional dos egressos, Brasil, 2020

Os dados da pesquisa apontam que há uma avaliação positiva dos egressos em relação aos impactos das aprendizagens do curso na vida profissional deles, perfazendo um percentual de 96,9% das respostas obtidas, o que indica impactos positivos (muito positivamente ou positivamente).

As manifestações referentes aos impactos, em números absolutos daqueles que responderam (82), distribuíram-se da seguinte forma: melhoria do trabalho docente e da preceptoria (18); ampliação de aprendizagens teóricas, técnicas e práticas (14); condições de fortalecer a APS (13); melhoria da rotina de trabalho (sete); segurança no desenvolvimento do trabalho (sete); desenvolvimento de habilidades de pesquisa (seis); ampliação do trabalho em equipe (quatro); e aprendizagem de tecnologias para a saúde (dois).

Em menor proporção, os egressos mencionaram: oportunidades de trabalho (quatro); reconhecimento (três); networking (dois); titulação (dois); melhoria salarial (dois); compartilhamento de conhecimentos em palestras ou eventos (dois); ascensão profissional (um); status (um); e satisfação (um).

Os dados mostram que 86,7% dos alunos percebem modificações no processo de trabalho a partir do curso de mestrado. Desse total de egressos, 70,4% teceram comentários sobre quais modificações ocorreram no processo de trabalho. Esses comentários foram organizados em três categorias visando à descrição dos dados: modificações relacionadas à docência ou preceptoria; modificações relacionadas ao serviço na APS; e modificações relacionadas à carreira profissional.

Em relação à qualificação para a prática docente ou de preceptoria, os egressos mencionaram a possibilidade da prática de metodologias ativas, a capacidade de realizar pesquisa, a experiência da docência de forma mais segura, novas oportunidades na academia, a melhoria das atividades de formação dentro da preceptoria no internato e na residência médica, o entendimento melhor do processo ensino-aprendizagem, a realização de atividades docentes e de orientação de trabalhos com mais propriedade científica, a possibilidade incentivar os estudantes e residentes a produzir conhecimento, maior atenção às questões acadêmicas, mais domínio sobre o conteúdo que ministra em sala de aula, a qualificação para orientar melhor os alunos da graduação em projetos de pesquisa e trabalhos de conclusão de curso, melhorar a formação e o currículo acadêmico, e aprofundar as reflexões para levar à formação médica.

No que tange às mudanças para a uma atuação na APS, os dados apontam para qualificação das intervenções na coordenação da APS, melhor compreensão da necessidade do fortalecimento dos atributos da APS, possibilidade de relacionar as questões teóricas interdisciplinares fundamentais à prática, melhorar aspectos da gestão e do planejamento das ações, melhor compreensão das variáveis que atuam no contexto da APS aprimorando a prática no SUS, utilização com mais afinco da medicina baseada em evidências, melhoria nos processos de trabalho e organização dentro da equipe e da comunidade, ampliação da visão de conjunto da saúde pública de forma geral, melhoria na avaliação de indicadores de saúde, gestão do processo de trabalho da ESF, aumento da responsabilidade e envolvimento profissional.

Em relação às mudanças relacionadas à carreira profissional, os egressos mencionaram possibilidade de novos cargos, reconhecimento profissional e melhor remuneração, ascensão profissional, interesse pela realização de pesquisa científica, mais respeito como profissional tanto na APS como na gestão, amadurecimento das ações, ampliação dos conhecimentos sobre o trabalho gerando segurança profissional e melhor desempenho, e assistência nas relações com os outros profissionais envolvidos nos cuidados dos usuários.

Quando questionados se houve contribuição do trabalho de conclusão do mestrado para a sua prática profissional e realidade de inserção, 87% responderam que sim. As manifestações sobre a contribuição se organizam em três principais categorias: repercussão na pesquisa acadêmica, repercussão no ensino (preceptoria, residência, graduação, educação na saúde) e repercussão na organização do trabalho na APS nas dimensões de gestão e da clínica.

DISCUSSÃO

Participaram desta pesquisa respondentes dos gêneros masculino (50%) e feminino (50%). Considerando que a primeira turma foi oferecida exclusivamente para médicos, buscamos dialogar com dados da pesquisa sobre demografia médica publicada pela Universidade de São Paulo (USP) em 2018. De acordo com essa pesquisa, a medicina vem sofrendo processos de feminização e juvenescimento, pois as mulheres já são maioria entre médicos de faixas etárias mais jovens88. Scheffer M, Cassenote A, Guilloux AGA, Biancarelli A, Motto BA, Mainardi GM. Demografia médica no Brasil. São Paulo: FMUSP, CFM, Cremesp; 2018.. Assim, o equilíbrio apontado pelos dados desta pesquisa apresenta o processo da feminização da categoria em curso, mostrando compatibilidade com os dados demográficos apresentados pelo estudo disponibilizado pela USP.

Pesquisas de egressos no âmbito de mestrados profissionais mostram resultados semelhantes aos da nossa pesquisa em termos de faixa etária. A faixa etária predominante entre os egressos desta pesquisa foi de 31 a 40 anos (59,2%), a mesma faixa indicada por estudo de egressos de outros mestrados profissionais na Fiocruz99. Deslandes SF, Delgado IF, Avanci J, Silva CMFP, Pinto LW, Andrade CLT. Relatório stricto sensu: mestrado profissional. Rio de Janeiro: Fiocruz, VPEIV; 2020.. Em relação à cor/etnia, observamos um predomínio de pessoas que se autodeclaram brancas (63,3%), outras se declaram pardas (36,7%), e nenhum egresso se declarou preto. A predominância de mestrandos brancos na turma é um resultado coerente com outras pesquisas realizadas na pós-graduação, uma vez que diversos autores apontam reflexos ainda pouco evidentes das ações afirmativas na educação de alto nível (graduação e pós-graduação) no Brasil1010. Artes A, Oliveira D. O que mudou para a população negra no acesso à educação brasileira? Quais os novos desafios? Revista da ABPN. 2019;11(ed esp.):32-64 [acesso em 16 set 2021]. Disponível em: Disponível em: https://abpnrevista.org.br/index.php/site/article/view/682/592 .
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. Além disso, o acesso ao curso de Medicina no Brasil ainda é predominantemente de brancos. Em recente artigo, Souza et al.1111. Souza PGA, Pôrto ACCA, Souza A, Silva Júnior AG, Borges FT. Perfil socioeconômico e racial de estudantes de Medicina em uma universidade pública do Rio de Janeiro. Rev Bras Educ Med. 2020;44(3):e090 [acesso em 16 set 2021]. Disponível em: Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbem/a/y8h6fFZnzSTMxBdzBNNC8nd/?lang=pt .
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comentam que o curso de Medicina, em específico, no que concerne à adesão à política de cotas, permanece como o mais resistente à mudança e ao cumprimento do objetivo da lei, com seu corpo discente pouco modificado.

É importante ressaltar que a maioria dos alunos já havia cursado pós-graduação lato sensu na área, como parte de política pública do PMM, conforme dados apresentados na pesquisa de Quintana et al.11. Quintana PB, Rosales C, Vivas-Francesconi G, Novaes CC, Rocha VPS, Rocha TAH. Análisis de la producción de conocimiento de los agresados de la especialización en salud de la familia del Programa Mais Médicos. Rev Panam Salud Publica. 2020; 44:1-10 [acesso em 11 ago 2021]. Disponível em: Disponível em: https://iris.paho.org/handle/10665.2/52152 .
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. O PROFSAÚDE vem na esteira desse movimento de formação ao dar continuidade ao processo ao mesmo tempo que forma para a atuação como docentes/preceptores nas universidades.

Em relação à distribuição dos alunos nas cinco regiões do país, ainda que o curso tenha atingido todas elas, mantêm-se proporções diferenciadas, o que implica necessidade de investimento no aumento de IES associadas nas Regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste menos assistidas ou aumento de vagas nas IES já vinculadas à rede nacional.

Grande parte dos egressos apontou que “seguir a carreira acadêmica” e “aprimoramento técnico e reciclagem” são as principais motivações para realizar o mestrado. Ambos os temas são coerentes com a missão do curso, que se coloca como uma estratégia de formação para atender à expansão da graduação e pós-graduação no país, bem como oferecer educação permanente a profissionais de saúde. A oferta pareceu atrair o público-alvo ao qual se destina: profissionais de saúde com atuação e/ou interesse em atividades de docência e preceptoria. Tal objetivo está alinhado às recomendações da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) que, em 2003, indicou a necessidade do fortalecimento da APS no continente; e no que tange à formação em medicina de família, orientou para que políticas de formação de recursos humanos contribuíssem para o desenvolvimento da APS1212. González CA, Padula AMI, Tamez RAR, Godoy AC, Barreto Quintana HM, Martins I, et al. Expansión de la medicina familiar en América Latina: desafíos y líneas de acción. Rev Panam Salud Publica . 2018;42:e149 [acesso em 03 set 2021]. Disponível em: Disponível em: https://iris.paho.org/handle/10665.2/49525 .
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.

O presente estudo demonstrou que os egressos detêm percepções de que o curso impactou positivamente o cotidiano de trabalho em questões relativas a ferramentas de trabalho clínico na APS, trazendo maior sensação de segurança na realização de procedimento, e aspectos referentes à gestão dos processos coletivos. A pesquisa surge como dimensão do desenvolvimento profissional indicando que o processo formativo proposto incidiu na perspectiva de investigação dos profissionais médicos, o que vai além da pesquisa acadêmica, pois busca, a partir de um olhar atento ao trabalho, construir perguntas e alternativas de resposta ao que se coloca no cotidiano.

O projeto pedagógico do PROFSAÚDE está construído em três grandes eixos: atenção, gestão e educação. Os dados referentes aos impactos na vida profissional dos alunos egressos nos autorizam a inferir que o curso tem atingido seus objetivos de formação e de repercussão no trabalho vinculado ao SUS. Esse trabalho tem a dimensão da clínica, da relação ensino-serviço e da formação acadêmica. É possível interpretar pelos dados que um número significativo de alunos se mantém vinculado à APS, alguns expandindo suas atuações para espaços de gestão, além de um forte movimento de incorporação desses egressos pelas IES. Essa demanda pela qualificação dos formadores, garantindo a especificidade da saúde da família no âmbito da graduação, é um dos focos da política em que o PROFSAÚDE se inseriu. Houve uma reorientação da formação dos profissionais da saúde no Brasil a partir da criação do SUS, do PMM e das novas Diretrizes Curriculares Nacionais do Conselho Nacional de Educação e do Ministério da Educação (DCN/CNE/MEC) para formação dos profissionais da saúde, indicando que a APS é a porta de entrada dos serviços de saúde e o seu fortalecimento passa, necessariamente, pela formação dos profissionais que ali atuam e que ensinam, no caso os docentes das universidades1313. Pinto HA, Andreazza R, Ribeiro RJ, Loula MR, Reis AAC. O Programa Mais Médicos e a mudança do papel do Estado na regulação e ordenação da formação médica. Interface (Botucatu). 2019;23(supl 1):e170960. doi: https://doi.org/10.1590/Interface.170960.
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.

As modificações no processo de trabalho mencionadas pelos egressos corroboram tal investimento. Eles apontam que a docência, a preceptoria, o trabalho na APS e os aspectos vinculados à carreira profissional são repercussões importantes advindas da participação no mestrado. Em relação à carreira dos alunos egressos, eles mencionam aumento da empregabilidade, posições profissionais de maior destaque por reconhecimento, responsabilidade ou melhor remuneração. Pesquisa realizada por Engstrom et al.1414. Engstrom EM, Hortale VA, Moreira COF. Trajetória profissional de egressos de curso de mestrado profissional em atenção primária à saúde no município de Rio de Janeiro, Brasil: estudo avaliativo. Cien Saude Colet. 2020;25(4):1269-80 [acesso em 18 out 2021]. Disponível em: Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/SXVVFsVLHz3zZ83NQXXdZ9Q/?lang=pt .
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com alunos egressos do mestrado profissional em APS no município de Rio de Janeiro mostrou que eles percebem que “houve incremento nos aspectos da remuneração financeira dos egressos, das relações do trabalho, da relevância social do mesmo, do prestígio, das oportunidades de desenvolvimento profissional e de novas aprendizagens” (p.1175), em consonância aos achados desta pesquisa com cenário de formação em rede nacional.

Entendemos que um trabalho em rede, que parte da articulação de instituições com o mesmo foco formativo, pode ampliar o potencial de formação, de pesquisa e na elaboração de produtos inovadores para a qualificação profissional desses médicos.

A pesquisa realizada pela Fiocruz com egressos do mestrado profissional, concluintes entre 2013 e 2019, e documentada em relatório geral, ratifica os dados encontrados no presente estudo. Tal relatório99. Deslandes SF, Delgado IF, Avanci J, Silva CMFP, Pinto LW, Andrade CLT. Relatório stricto sensu: mestrado profissional. Rio de Janeiro: Fiocruz, VPEIV; 2020. aponta que a maioria dos egressos (95,9%) indicou que o curso teve efeitos na vida profissional, como melhor desempenho no trabalho (65,1%), qualificação do desempenho de outras atividades (35,9%), ampliação de prestígio (38,6%) e aumento da remuneração (33,7%).

O mestrado profissional caracteriza-se pelo investimento na formação de profissionais inseridos no serviço, que estudam e pesquisam a partir da problematização do seu cotidiano de trabalho, buscando contribuir para que o processo formativo ressoe como qualificação no ambiente profissional. Nesse sentido, a produção final se distingue dos mestrados acadêmicos. No PROFSAÚDE, os alunos precisam construir um produto final que coopere para a melhoria do trabalho “na ponta”. Protocolos, relatórios, propostas de cursos de formação, reorganização de fluxos, melhoria de ferramentas de trabalho, enfim, há uma gama de possibilidades em termos de produtos finais que são decorrentes da reflexão sobre o próprio trabalho. Vela-Valdés et al.1515. Vela-Valdés J, Salas-Perea RS, Quintana-Galende ML, Pujals-Victoria N, González-Pérez J, Díaz-Hernández L, et al. Formación del capital humano para la salud en Cuba. Rev Panam Salud Publica . 2018;42:ed33 [acesso em 10 nov 2021]. Disponível em: Disponível em: https://iris.paho.org/handle/10665.2/34904 .
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corroboram essa proposta formativa ao afirmarem que a educação no trabalho deve ser entendida como a prática em saúde relacionada à teoria, permitindo aprofundar os conhecimentos, as habilidades intelectuais, os valores e as condutas profissionais nos próprios serviços de saúde.

Quando questionados sobre a contribuição do produto final, os alunos egressos mencionaram que essas produções repercutiram fortemente na pesquisa acadêmica, no ensino de forma geral, abrangendo a preceptoria, a residência, a graduação e os processos de educação na saúde, que assumem um lugar de destaque com a perspectiva da saúde de forma mais ampla, compreendida como prevenção, promoção e recuperação. Os egressos também indicaram que há repercussão dos produtos finais na organização do trabalho na APS nas dimensões de gestão e clínica.

Essas perspectivas anunciadas pelos egressos atendem aos anseios esperados para os mestrados profissionais, em que se deseja que o desenvolvimento do produto final tenha plena articulação com a prática dos profissionais e possa impactar de algum modo as ações deles a fim de ressignificá-las e/ou qualificá-las.

CONCLUSÕES

O PROFSAÚDE, além de ser a primeira iniciativa de pós-graduação stricto sensu a distância na área de saúde coletiva, é oferecido por uma rede de IES, o que lhe confere fortaleza e possibilita a integração entre regiões.

A estrutura em rede nacional permite que a política de formação se distribua nas diferentes regiões, contribuindo no sentido da equidade não só da formação em saúde, como também da repercussão na assistência.

As medidas de isolamento social adotadas no combate à pandemia tornam a experiência em EAD ainda mais valiosa e necessária. É importante, portanto, o investimento em pesquisas de egressos dessa modalidade de curso para que possamos entender seu alcance e suas limitações, e aperfeiçoar as iniciativas.

Outro destaque da pesquisa de egressos é a caracterização do SUS como campo de práticas e de produção de conhecimento. O curso possibilita ao profissional-aluno a aquisição de ferramentas para examinar seu cotidiano e propor soluções aos desafios da APS. Nessa experiência, cada equipe de saúde da família é ao mesmo tempo sujeito e objeto de pesquisa, entendendo os territórios como locus de conhecimento a ser gerado e compartilhado.

O estudo realizado com egressos demonstrou que a formação recebida no curso tem alcançado os objetivos desejados para os cursos de mestrado profissional, já que mudanças advindas da formação foram evidenciadas nas respostas desses profissionais.

Destaca-se que as motivações para realização do curso, os impactos no cotidiano de trabalho e na carreira profissional, e a repercussão do produto final do curso são fatores que configuram positivamente uma avaliação dos cursos. No caso deste estudo, somam-se os fatores de curso em rede e a modalidade de ensino em EAD. Ainda que a pesquisa não tenha se debruçado sobre analisar os impactos da EAD, entende-se que ela se mostra uma modalidade de ensino adequada às dimensões territoriais do Brasil, à sua diversidade regional e à necessidade de levar o ensino a regiões onde a oferta de cursos ainda é pequena.

Políticas de Estado complexas e articuladas, como a que propiciou a criação do mestrado profissional em Saúde da Família no Brasil, têm potencial de transformações importantes em campos interdependentes e sustentadores de qualidade de vida, como a saúde e a educação.

Deseja-se que o estudo possa contribuir para uma reflexão sobre a importância de estudos com egressos, em especial os advindos de uma formação em mestrados profissionais.

Por fim, a valorização da experiência do profissional aproxima a pesquisa acadêmica e a realidade do serviço, colocando em perspectiva questões como interdisciplinaridade, complexidade do setor saúde, determinação social da saúde, entre outras.

REFERÊNCIAS

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    Quintana PB, Rosales C, Vivas-Francesconi G, Novaes CC, Rocha VPS, Rocha TAH. Análisis de la producción de conocimiento de los agresados de la especialización en salud de la familia del Programa Mais Médicos. Rev Panam Salud Publica. 2020; 44:1-10 [acesso em 11 ago 2021]. Disponível em: Disponível em: https://iris.paho.org/handle/10665.2/52152
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    Avaliado pelo processo de double blind review.
  • FINANCIAMENTO

    Declaramos não haver financiamento.

Editado por

Editora-chefe: Rosiane Viana Zuza Diniz. Editor associado: Fernando Almeida.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    06 Mar 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    18 Jan 2022
  • Aceito
    06 Dez 2022
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