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Tradução, adaptação transcultural e validação de escala que avalia o profissionalismo interprofissional

Translation, cross-cultural adaptation and scale validation to assess interprofessional professionalism

Resumo:

Introdução:

Nas últimas décadas, a educação interprofissional vem ganhando cada vez mais visibilidade na área da saúde, a partir do reconhecimento de que essa abordagem é capaz de melhorar a qualidade da assistência à saúde e contribuir para a qualificação dos profissionais de saúde e a formação dos estudantes de diversas graduações. No entanto, no Brasil, ainda são escassas as experiências, bem como as publicações relativas ao tema.

Objetivo:

Este estudo teve como objetivo apresentar os procedimentos e a análise estatística relacionados às etapas de tradução e adaptação transcultural da Interprofessional Professionalism Assessment (IPA), ferramenta observacional, publicada em 2018, elaborada na língua inglesa, capaz de mensurar o profissionalismo interprofissional entre estudantes e profissionais da saúde, no contexto do cuidado centrado no paciente.

Método:

O estudo transcorreu na Faculdade Pernambucana de Saúde,,no período de julho de 2020 a outubro de 2021. A amostra foi composta por três tradutores, cinco especialistas e 201 estudantes do curso de Medicina, que foram submetidos ao questionário com a finalidade de testar a confiabilidade e validade da versão final em português. Considerou-se aceitável o alfa de Cronbach igual ou superior a 0,70.

Resultado:

O estudo cumpriu rigorosamente as exigências metodológicas recomendadas internacionalmente para as etapas de tradução, retrotradução, painel de especialistas, teste, reteste e teste final. Gerou-se a versão traduzida para o português e adaptada para a cultura brasileira. Após o teste da versão final, realizado com estudantes do internato do curso médico, obteve-se coeficiente alfa de Cronbach igual a 0,94.

Conclusão:

A confiabilidade obtida foi considerada elevada, refletindo a boa consistência interna do instrumento produzido.

Palavras-chave:
Educação Interprofissional; Profissionalismo; Tradução

Abstract:

Introduction:

In recent decades, interprofessional education has been gaining increasing visibility in the health area, based on the recognition that this approach is capable of improving the quality of health care and contributing to the qualification of health professionals and the training of students of various degrees. However, in Brazil, there are still few experiences and publications related to this theme.

Objectives:

To translate into Brazilian Portuguese and carry out a cross-cultural adaptation of the “Interprofessional professionalism assessment” scale, an instrument originally published in 2018 and designed to measure interprofessional professionalism among students and health professionals, in the context of patient-centered care.

Methods:

The study took place at the Faculdade Pernambucana de Saúde, from July 2020 to October 2021. The sample consisted of three translators, five specialists and two hundred and one medical course students, who were submitted to the questionnaire in order to test the reliability and validity of the final version in Portuguese. Cronbach’s Alpha equal to or greater than 0.70 was considered acceptable.

Results:

The study strictly complied with the methodological requirements recommended internationally for the stages of translation, back-translation, expert panel, test, retest and final test, the version translated to the Portuguese and adapted to the Brazilian culture was generated. After the test of the final version, performed with students from the medical course boarding school, Cronbach’s Alpha coefficient equal to 0.94 was obtained.

Conclusion:

The reliability obtained was considered high, reflecting the good internal consistency of the instrument produced.

Keywords:
Interprofessional education; Professionalism; Translation

INTRODUÇÃO

De acordo com o Centre for the Advancement of Interprofessional Education (CAIPE), a educação interprofissional (EIP) permite que duas ou mais profissões aprendam entre si, com e sobre as outras, a fim de melhorar a colaboração e a qualidade da assistência. Nas últimas décadas, esse tema vem ganhando cada vez mais visibilidade na área da saúde, a partir do reconhecimento de que essa abordagem é capaz de melhorar a qualidade da assistência à saúde e contribuir para a qualificação dos profissionais de saúde e a formação dos estudantes de diversas graduações11. Costa M, Peduzzi M, Freire Filho JR, Silva C. 2018. Educação interprofissional em saúde [acesso em 05 ago de 2020]. Disponível em: Disponível em: https://neipc.ufes.br/sites/neipc.ufes.br/files/field/anexo/educacao-interprofissional-em-saude.pdf
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Com as mudanças no perfil epidemiológico da população e com o aumento da expectativa de vida e da prevalência das condições crônicas de saúde que requerem acompanhamento prolongado, emergiu a demanda por uma abordagem integral que contemplasse as múltiplas dimensões das necessidades de saúde dos usuários22. Vilaça ME. As redes de atenção à saúde. Cienc Saude Colet. 2010;15(5):2297-305. doi: https://doi.org/10.1590/S1413-81232010000500005.
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),(33. Frenk J, Chen L, Bhutta ZA, Cohen J, Crisp N, Evans T, et al. Health professionals for a new century: transforming education to strengthen health systems in an interdependent world. Lancet. 2010;376(9756):1923-58.. Frequentemente, nesse contexto, diferentes profissionais de saúde estão envolvidos nos cuidados da assistência. Para isso, torna-se fundamental que haja uma boa qualidade da comunicação e colaboração entre esses diferentes profissionais, para maior resolubilidade e efetividade na atenção à saúde44. Zwarenstein M, Goldman J, Reeves S. Interprofessional collaboration: effects of practice-based interventions on professional practice and healthcare outcomes. Cochrane Database Systematic Reviews. 2009; Jul 8; (3): 1-9..

Dados substanciais dão suporte à ideia de que cada profissão de saúde deve funcionar como parte de um time interdependente e interprofissional. Dessa forma, torna-se necessária e urgente a criação de novos modelos de educação em saúde que enfatizem as competências baseadas no trabalho em equipe e que se contraponham à estrutura hierarquizada entre as profissões e à valorização de conhecimentos e habilidades individuais55. Fraher EP, Ricketts TC, Lefebvre A, Newton WP. The role of academic health centers and their partners in reconfiguring and retooling the existing workforce to practice in a transformed health system. Acad Med. 2013 Dec;88(12):1812-6. doi: https:/doi.org/10.1097/ACM.0000000000000024.
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)-(77. Thibault GE. Reforming health professions education will require culture change and closer ties between classroom and practice. Health Aff (Millwood). 2013 Nov;32(11):1928-32. doi: https:/doi.org/10.1377/hlthaff.2013.0827.
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A EIP é considerada uma estratégia inovadora que pode desempenhar um papel importante na redução da crise mundial da força de trabalho em saúde e no enfrentamento de muitos desafios dos sistemas de saúde. Entre os benefícios descritos, incluem-se: a melhoria das práticas e da produtividade no ambiente de trabalho, a melhoria da segurança dos pacientes, o aumento da confiança dos trabalhadores de saúde, a redução dos custos assistenciais e a facilitação do acesso à assistência à saúde88. Araujo EC, Batista SSH, Gerab IF, Ii B, Cariri R, Ii CDA, et al. Marco para ação em educação interprofissional e prática colaborativa. Cad Saude Publica. 2010;377(1):9-62 [acesso em 05 ago 2020]. Disponível em: Disponível em: http://www.fen.ufg.br/revista/v14/n1/v14n1a10.htm.%5Cnhttp://www.who.int/hrh/nursing_midwifery/en/ .
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. No entanto, no Brasil, a EIP ainda se apresenta como um desafio no campo da política nacional de saúde, prevalecendo iniciativas isoladas que até o momento não foram capazes de ser incorporadas à cultura da formação em saúde99. Toassi R. Interprofissionalidade e formação na saúde: onde estamos? Porto Alegre: Rede Unida; 2017. v. 6 [acesso em 04 ago 2020]. Disponível em: Disponível em: http://historico.redeunida.org.br/editora/biblioteca-digital/serie-vivencias-em-educacao-na-saude/vol-06-interprofissionalidade-e-formacao-na-saude-pdf .
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O grande desafio encontrado é mensurar de forma válida e confiável o impacto da interprofissionalidade. Nos últimos 30 anos, numerosos instrumentos internacionais foram elaborados, desenvolvidos e testados com o objetivo de avaliar a colaboração interprofissional9. No entanto, construir e validar transculturalmente instrumentos é um processo complexo, e existe uma verdadeira escassez de instrumentos de avaliação da EIP, aprendizagens compartilhadas e práticas colaborativas disponíveis no Brasil1010. Frost JS, Hammer DP, Nunez LM, Adams JL, Chesluk B, Grus C, et al. The intersection of professionalism and interprofessional care: development and initial testing of the Interprofessional Professionalism Assessment (IPA). J Interprof Care. 2019 Jan-Feb;33(1):102-15. doi: https:/doi.org/10.1080/13561820.2018.1515733.
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Nesse contexto, dada a notória carência de instrumentos e estudos brasileiros na investigação de processos relacionados à avaliação da interprofissionalidade, este artigo apresenta os procedimentos e a análise estatística relacionados às etapas de tradução e adaptação transcultural da Interprofessional Professionalism Assessment (IPA), ferramenta observacional, publicada em 2018, elaborada na língua inglesa, capaz de mensurar o profissionalismo interprofissional, com boa validade e confiabilidade (alfa de Cronbach 0,98). Foi criada inicialmente com o propósito de avaliar comportamentos relacionados ao trabalho em equipe e ao profissionalismo em estudantes da área de saúde do último ano da graduação. Sua publicação lançou as bases para avaliação do profissionalismo interprofissional em várias áreas de saúde, em diferentes cenários. Pode ser utilizada por estudantes ou profissionais de saúde para que possam avaliarem a si mesmos ou os outros. É composta por 26 itens, distribuídos entre seis domínios: comunicação, respeito, excelência, altruísmo/cuidado, ética e responsabilidade. As respostas são dadas em escala de Likert, podendo variar de “discorda totalmente” a “concorda completamente”1010. Frost JS, Hammer DP, Nunez LM, Adams JL, Chesluk B, Grus C, et al. The intersection of professionalism and interprofessional care: development and initial testing of the Interprofessional Professionalism Assessment (IPA). J Interprof Care. 2019 Jan-Feb;33(1):102-15. doi: https:/doi.org/10.1080/13561820.2018.1515733.
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MÉTODO

Após a devida autorização da autora da escala, realizou-se um estudo metodológico de tradução e adaptação transcultural para a língua portuguesa, entre os meses de agosto de 2020 e outubro de 2021, na Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS). O estudo transcorreu em momento extremamente oportuno, coincidindo com o aumento da visibilidade sobre o tema EIP dentro da instituição, inclusive com a criação do Centro de Atenção e Aprendizagem Interprofissional em Saúde (CAAIS), que objetiva primordialmente coordenar o processo de planejamento, acompanhamento e avaliação das iniciativas de EIP em saúde na FPS.

A população participante foi composta por três tradutores, comitê de especialistas formado por cinco professores e 201 estudantes da graduação de Medicina devidamente matriculados na FPS. As estimativas de amostra para os testes foram baseadas no referencial teórico proposto por Terwee et al.1111. Terwee CB, Bot SD, Boer MR de, Windt DA van der, Knol DL, Dekker J, et al. Quality criteria were proposed for measurement properties of health status questionnaires. J Clin Epidemiol. 2007 Jan;60(1):34-42. doi: https:/doi.org/10.1016/j.jclinepi.2006.03.012.
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e Beaton et al.1212. Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976). 2000 Dec 15;25(24):3186-91. doi: https:/doi.org/10.1097/00007632-200012150-00014.
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. Seguindo o referencial teórico de Beaton et al.1212. Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976). 2000 Dec 15;25(24):3186-91. doi: https:/doi.org/10.1097/00007632-200012150-00014.
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, o mais consagrado na literatura para trabalhos de adaptação transcultural, a pesquisa foi subdividida em quatro fases: traduções/síntese e retrotradução, comitê de especialistas, teste/reteste e teste final, conforme descrito a seguir.

  • Fase 1: A primeira etapa teve como finalidade realizar as traduções para a língua-alvo (português) e a retrotradução para a língua original do instrumento (inglês). Com esse objetivo, foram contratados três professores de inglês, graduados em Letras e pós-graduados em Tradução da Língua Inglesa, com mais de cinco anos de experiência profissional no ensino do idioma. Um deles tinha a língua inglesa como língua nativa e possuía extensa experiência em traduções de trabalhos acadêmicos. A comprovação dos pré-requisitos foi avaliada via Currículo Lattes.

  • Fase 2: A fim realizar a adaptação transcultural da escala, partindo das versões traduzidas na etapa anterior, foi formado um comitê de especialistas bilíngues, composto por cinco professores provenientes do colegiado do mestrado em Educação para o Ensino na Área de Saúde da FPS, sendo dois deles experts em metodologia científica, dois especialistas em comunicação provenientes do laboratório de comunicação da FPS e um com experiência em interprofissionalidade na área da saúde.

  • Fase 3: A versão pré-final do instrumento foi aplicada nos moldes de teste e reteste, como autoavaliação, entre estudantes de graduação de Medicina, até o quarto ano do curso, regularmente matriculados na FPS.

  • Fase 4: Realizou-se o teste final, tendo sido aplicada a escala como autoavaliação entre estudantes de Medicina que estavam cursando os estágios clínicos do Internato (últimos dois anos do curso).

Foram incluídos especialistas e estudantes que aceitaram participar, mediante assinatura e encaminhamento do TCLE, sendo elegíveis estudantes do primeiro ao oitavo período para a fase 3 e do nono ao décimo segundo período para a fase 4. Excluíram-se da pesquisa aqueles que não assinaram o TCLE, bem como aqueles que, durante o período da coleta dos dados, encontravam-se afastados de suas atividades por motivo de licença médica ou férias. Cada estudante só pôde participar de uma fase do estudo.

Para aplicação dos questionários, utilizou-se a plataforma SurveyMonkey. A compilação dos dados foi exportada para o Microsoft Excel, e realizou-se a análise estatística para obtenção do alfa de Cronbach no software Epi Info. Considerou-se aceitável o valor igual ou superior a 0,70, conforme descrito na literatura1313. Maroco J, Garcia-Marques T. Qual a fiabilidade do alfa de Cronbach? Questões antigas e soluções modernas? Laboratório de Psicologia. 2013;4(1): 65-90.)-(1616. Bland JM, Altman DG. Statistics notes: Cronbach’s alpha. BMJ. 1997 Feb 22;314(7080):572-2..

O protocolo da pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da FPS: CAAE nº 46274721.1.0000.5569. Os autores declaram que não possuem conflito de interesse. O financiamento para a pesquisa foi dos próprios autores.

RESULTADOS

Na primeira fase da pesquisa, inicialmente dois tradutores realizaram de forma individual a tradução do instrumento da língua inglesa para o português. A seguir, juntos, eles criaram uma síntese dessas traduções, resolvendo, de forma consensual, as disparidades encontradas. Partindo dessa versão-síntese, foi realizada, por outro tradutor, a retrotradução para o idioma original, sem que ele tivesse tido acesso prévio ao instrumento original. Esse é um processo de verificação de validade para ter certeza de que a versão traduzida está refletindo o mesmo conteúdo da versão original1111. Terwee CB, Bot SD, Boer MR de, Windt DA van der, Knol DL, Dekker J, et al. Quality criteria were proposed for measurement properties of health status questionnaires. J Clin Epidemiol. 2007 Jan;60(1):34-42. doi: https:/doi.org/10.1016/j.jclinepi.2006.03.012.
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. Os tradutores foram identificados por meio do conhecimento do orientador desta pesquisa, tendo sido contactados pela pesquisadora responsável via e-mail e telefone para esclarecimentos sobre os objetivos do estudo. Após a aceitação do convite, toda a comunicação nessa etapa se deu via e-mail.

Na fase 2, o comitê de especialistas se reuniu virtualmente, por meio da plataforma Cisco Webex, com a pesquisadora responsável e o seu orientador, tendo sido realizadas análises das traduções obtidas na etapa anterior, considerando todos os itens da escala. Para cada um deles, o grupo opinou sobre qual tradução considerava mais pertinente, ao mesmo tempo que realizava ajustes com vistas à adaptação idiomática e transcultural quando necessário. Ao final do processo, que durou aproximadamente uma hora e meia, foi criada a versão pré-final do instrumento, pronta para ser aplicada em campo. Todo o processo das traduções e validação pelo painel de especialistas encontra-se discriminado no Quadro 1.

Durante a etapa 3, realizaram-se teste e reteste, por meio da aplicação da versão pré-final entre, respectivamente, 39 e 37 estudantes dos anos iniciais graduação do curso de Medicina da FPS. O intervalo entre as aplicações da escala foi de uma semana e teve o objetivo de realizar a validação semântica do conteúdo do instrumento, por meio da verificação do entendimento de cada item pelos estudantes. Essa etapa ocorreu virtualmente por meio de sessões on-line utilizando a plataforma Cisco Webex com no máximo 12 estudantes por vez. O instrumento foi disponibilizado aos participantes no Survey Online, e subsequentemente as respostas foram exportadas para uma planilha de Excel. Durante a sessão, solicitou-se aos participantes que avaliassem cada item e informassem, caso houvesse, alguma palavra, expressão ou sentença de significado desconhecido, dúbio, ambíguo ou ofensivo, bem como, caso houvesse, que sugerissem como deveria ser alterado o texto. Dentre os participantes, 19 (48,7%) eram do sexo masculino, e 20 (51,3%), do sexo feminino. A idade média foi de 21,1 anos. A análise estatística evidenciou alfa de Cronbach de 0,95 na fase de teste e 0,97 no reteste.

Para a quarta e última fase, os estudantes de Medicina que cursavam do nono ao décimo segundo período foram convocados para a pesquisa por meio do e-mail fornecido pela coordenação do internato da FPS. Tanto o TCLE quanto o instrumento e um questionário sociodemográfico foram disponibilizados aos participantes por meio do Survey Online. Subsequentemente as respostas foram exportadas para uma planilha de Excel para análise estatística. Um total de 125 estudantes aceitou participar e encaminhou suas respostas. Dos participantes, 90 (72,5%) eram do sexo feminino, e 34 (27,5%), do sexo masculino. A idade média foi de 26,7 anos. A maior parte (45 estudantes - 42%) estava cursando rodízios com cenário de prática em enfermaria de clínica médica, seguidos por 36 (32,5%) que estagiavam em cirurgia geral. Dos participantes, 113 (94%) declararam que, durante as atividades acadêmicas, tinham contato com estudantes e profissionais de outras áreas da saúde, destacando-se a maior interação com os profissionais das áreas de Enfermagem (59,3%) e Técnico de Enfermagem (20,3%), seguidos pela área de Nutrição (11,5%). Nessa etapa, a análise estatística da distribuição das respostas ao instrumento em validação evidenciou alfa de Cronbach de 0,94.

Tabela 1
Análise da consistência interna por meio do coeficiente alfa de Cronbach para cada item do questionário nas fases de teste e reteste.
Tabela 2
Características sociodemográficas dos estudantes no teste final (N = 125).
Tabela 3
Padrões de respostas durante o teste final e o alfa de Cronbach por item.
Quadro 1
Versão original das questões da IPA, traduções, síntese das traduções, retrotradução e versão validada no painel de especialistas.

DISCUSSÃO

A adaptação de transcultural de instrumentos de pesquisa vem ganhando cada vez mais notoriedade nas atuais pesquisas da área da saúde, permitindo o surgimento de novas ferramentas para o desenvolvimento científico1717. Manzi-Oliveira AB, Balarini FB, Marques LA da S, Pasian SR. Adaptação transcultural de instrumentos de avaliação psicológica: levantamento dos estudos realizados no Brasil de 2000 a 2010. Psico USF. 2011;16:367-81 [acesso em 27 jan 2022]. Disponível em: Disponível em: https://www.scielo.br/j/pusf/a/kTKcNWCK6XJMMgHVJc9JHRQ/?lang=pt .
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. Trata-se de um processo complexo que exige grande rigor metodológico, visto que é de fundamental importância que os valores refletidos em cada item sejam equivalentes entre uma cultura e outra1818. Khalaila R. Translation of questionnaires into Arabic in cross-cultural research: techniques and equivalence issues. J Transcult Nurs. 2015;24(4):363-70.. Os procedimentos adotados nesse processo devem ser criteriosos e cuidadosos, uma vez que a tradução e adaptação transcultural são tão importantes quanto a construção de um novo instrumento. Também é imprescindível que a aplicação e interpretação dos testes sejam meticulosas1919. Reichenheim ME, Moraes CL. Operacionalização de adaptação transcultural de instrumentos de aferição usados em epidemiologia. Rev Saúde Pública. 2007;41(4):665-73 [acesso em 27 jan 2022]. Disponível em: Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/32282/34426 .
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Historicamente, a adaptação de instrumentos elaborados em outra cultura se resumia apenas a uma simples tradução literal, porém atualmente já é sabido que esse é apenas um dos passos para a adaptação transcultural2020. Cronbach LJ. Coefficient alpha and the internal structure of tests. Psychometrika. 1951 Sep;16(3):297-334.. No entanto, não há consenso sobre as todas as etapas necessárias ao processo, existindo vários guidelines internacionais com diferentes propostas metodológicas. Entre eles, destaca-se como o mais utilizado pela comunidade científica o guideline de Beaton et al.1212. Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976). 2000 Dec 15;25(24):3186-91. doi: https:/doi.org/10.1097/00007632-200012150-00014.
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, o qual sugere as seguintes fases: tradução/síntese das traduções, retrotradução, comitê de especialistas e pré-teste. Uma revisão integrativa publicada em 2018 avaliou métodos de adaptação transcultural de instrumentos na área da enfermagem e verificou que, dentre 96 publicações, utilizaram-se 27 modelos de adaptação transcultural diferentes, entretanto o proposto por Beaton et al.1212. Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976). 2000 Dec 15;25(24):3186-91. doi: https:/doi.org/10.1097/00007632-200012150-00014.
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foi utilizado em 49% deles2121. Machado RS, Fernandes ADBF, Oliveira ALCB de, Soares LS, Gouveia MTO, Silva GRF da. Métodos de adaptação transcultural de instrumentos na área da enfermagem. Rev Gaúch Enferm. 2018;39:1-11.e20170164-4 [acesso em 9 fev 2022]. Disponível em: Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/rgenf/article/view/84224/48579 .
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Para a avaliação da prática no contexto da EIP, a literatura sugere a utilização de instrumentos validados, em vez da elaboração de instrumentos próprios2222. Freeth D, Hammick M, Reeves S, Koppel L, Barr H. Effective interprofessional education: development, delivery and evaluation. Oxford: Blackwell, CAIPE; 2005.),(2323. Carpenter J, Dickkinson H. Interprofessional education and training. Bristo: Policy Press; 2008.. Entre os instrumentos internacionais desenvolvidos, destaca-se a Assessment of Interprofessional Team Collaboration Scale II (AITCS II), desenvolvida para medir a colaboração interprofissional entre os membros de uma equipe2424. Orchard CA, King GA, Khalili H, Bezzina MB. Assessment of Interprofessional Team Collaboration Scale (AITCS): development and testing of the instrument. J Contin Educ Health Prof. 2012;32(1):58-67. doi: https:/doi.org/10.1002/chp.21123.
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),(2525. Orchard C, Mahler C, Khalili H. Assessment of the Interprofessional Team Collaboration Scale for Students-AITCS-II (Student): development and testing. J Allied Health. 2021;50(1):e1-e7.. Em 2018, foi publicado um estudo que realizou o processo de tradução para o português brasileiro, adaptação transcultural e validação desse instrumento, tendo sido cumpridas as seguintes etapas: avaliação de equivalências conceitual e de itens, e avaliação de equivalências semântica, operacional e de mensuração. Obtiveram-se elevados valores no teste de consistência interna e concordância (> 0,8)2626. Bispo EP de F, Rossit RAS. Processo de validação e adaptação transcultural do Assessment of Interprofessional Team Collaboration Scale II (AITCS II). Journal of Management & Primary Health Care. 2018 Sep 19;8(3):10-1..

Em 2021, a Jefferson Scale of Attitudes Toward Interprofessional Collaboration, ferramenta composta por 20 itens que permitem avaliar como é percebido o trabalho interprofissional desenvolvido entre profissionais de saúde, também foi traduzida para o português do Brasil e adaptada transculturalmente, seguindo as cinco etapas propostas por Beaton et al.1212. Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976). 2000 Dec 15;25(24):3186-91. doi: https:/doi.org/10.1097/00007632-200012150-00014.
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: tradução, síntese, retrotradução, comitê de especialistas e pré-teste. O valor alfa de Cronbach calculado para a escala foi de 0,71, demonstrando uma boa confiabilidade interna do instrumento2727. Abed MM, Pereira ERS, Grosseman S. Adaptação transcultural da Escala Jefferson de Atitudes Relacionadas à Colaboração Interprofissional. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. 2021;6(10):22-44 [acesso em 08 fev 2022]. Disponível em: Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/escala-jefferson .
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A IPA, comparativamente aos demais instrumentos já disponíveis em língua portuguesa, apresenta como vantagem primordial o fato de conseguir avaliar a qualidade do trabalho colaborativo mantendo o foco nos comportamentos relacionados ao profissionalismo1010. Frost JS, Hammer DP, Nunez LM, Adams JL, Chesluk B, Grus C, et al. The intersection of professionalism and interprofessional care: development and initial testing of the Interprofessional Professionalism Assessment (IPA). J Interprof Care. 2019 Jan-Feb;33(1):102-15. doi: https:/doi.org/10.1080/13561820.2018.1515733.
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. O profissionalismo ganha relevância importante nesse cenário, visto que, por definição, engloba um conjunto de competências relacionadas ao uso criterioso da comunicação, do conhecimento, das habilidades técnicas, dos valores, da ética e das reflexões na prática diária, para o benefício do indivíduo e da comunidade2828. Mendonça ET, Cotta RMM, Lelis VP, Carvalho Junior PM. Avaliação do profissionalismo em estudantes da área da saúde: uma revisão sistemática. Interface Comun Saúde Educ. 2016;20(58):679-90. Como fragilidade, pode ser apontada a extensão do questionário, visto que é composto por 26 itens, no entanto outros instrumentos já disponíveis possuem quantitativo semelhante de itens.

O presente estudo cumpriu adequadamente as principais etapas de tradução, retrotradução, comitê de especialistas, teste e reteste, bem como ainda incrementou os resultados com a realização de teste final, atendendo às principais recomendações internacionais para realização de estudos que envolvem a adaptação transcultural de ferramentas.

A etapa de traduções transcorreu sem maiores dificuldades, pois, apesar de o questionário conter 26 itens, as sentenças são concisas, objetivas e de fácil entendimento, o que refletiu na existência de poucas disparidades relevantes entre as duas versões independentes. A retrotradução se destacou como um mecanismo de validação adicional para garantir que realmente houvesse adequada equivalência das traduções com o instrumento original. O comitê de especialistas pôde comparar todas as versões de traduções e realizar as necessárias adaptações para a cultura brasileira sem maiores polêmicas ou discordâncias entre os membros.

O grupo de estudantes que participou do teste e reteste foi receptivo e colaborativo durante o processo de análise semântica dos itens do instrumento e foi estimulado a opinar sobre as sentenças e sugerir melhoras para o texto, caso considerasse relevante. Os participantes externaram que a ferramenta estava totalmente inteligível e que foi capaz de gerar um efeito reflexivo, tendo despertado a sensação de que os itens serviam como norteadores para orientá-los quanto às atitudes no âmbito do profissionalismo e do trabalho colaborativo interprofissional na área da saúde.

A fase de teste final reforçou que a versão aplicada aos estudantes do internato era concisa, objetiva e de fácil entendimento, podendo ser respondida em pouco minutos e sem dificuldades pelo público-alvo.

O coeficiente alfa de Cronbach é o índice estatístico mais rotineiramente utilizado para avaliar a confiabilidade de testes e questionários em construção. É capaz de mensurar a consistência interna, a qual descreve a magnitude com que todos os itens mensuram o mesmo conceito, bem como avalia como esses itens se conectam e se inter-relacionam. Seus valores variam de 0 a 12020. Cronbach LJ. Coefficient alpha and the internal structure of tests. Psychometrika. 1951 Sep;16(3):297-334.. Valores acima de 0,7 são consideráveis aceitáveis por diversos autores1313. Maroco J, Garcia-Marques T. Qual a fiabilidade do alfa de Cronbach? Questões antigas e soluções modernas? Laboratório de Psicologia. 2013;4(1): 65-90.)-(1515. Taber KS. The use of Cronbach’s alpha when developing and reporting research instruments in science education. Research in Science Education. 2017 June 7;48(6):1273-96 [acesso em 04 de agosto de 2020]. Disponível em: Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s11165-016-9602-2 .
https://link.springer.com/article/10.100...
. Os valores de alfa de Cronbach obtidos neste estudo foram considerados altamente satisfatórios nas fases de teste, reteste e teste final (respectivamente 0,95, 0,96 e 0,94), comprovando a alta confiabilidade do questionário desenvolvido em português.

Há muito tempo já é sabido que a educação na área de saúde frequentemente ocorre em silos, enfatizando conhecimentos e habilidades individuais, criando uma estrutura hierarquizada entre as profissões55. Fraher EP, Ricketts TC, Lefebvre A, Newton WP. The role of academic health centers and their partners in reconfiguring and retooling the existing workforce to practice in a transformed health system. Acad Med. 2013 Dec;88(12):1812-6. doi: https:/doi.org/10.1097/ACM.0000000000000024.
https:/doi.org/10.1097/ACM.0000000000000...
),(66. Bont A de, Exel J van, Coretti S, Ökem ZG, Janssen M, Hope KL, et al. Reconfiguring health workforce: a case-based comparative study explaining the increasingly diverse professional roles in Europe. BMC Health Serv Res. 2016 Nov 8;16(1):637. doi: https:/doi.org/10.1186/s12913-016-1898-0.
https:/doi.org/10.1186/s12913-016-1898-0...
. Esforços devem ser empreendidos para evitar o tribalismo das profissões, que se refere à cultura da formação separada que acaba construindo identidades profissionais muito rígidas e que, historicamente, tem se configurado como uma barreira para a comunicação entre os profissionais de diferentes categorias profissionais2929. Weller J, Boyd M, Cumin D. Teams, tribes and patient safety: overcoming barriers to effective teamwork in healthcare. Postgrad Med J. 2014 Mar;90(1061):149-54. doi: https:/doi.org/10.1136/postgradmedj-2012-131168.
https:/doi.org/10.1136/postgradmedj-2012...
.Dessa forma, identifica-se como limitação do estudo o fato de a amostra populacional participante das fases de teste/reteste e teste final ter sido composta por estudantes apenas do curso de Medicina.

Figura 1
Instrumento traduzido e adaptado para o português.

CONCLUSÃO

Considerando os objetivos propostos neste estudo, de traduzir e adaptar o questionário IPA para a língua portuguesa, pode-se afirmar que as etapas de tradução e retrotradução foram adequadamente cumpridas de acordo com as principais referências metodológicas internacionais e posteriormente submetidas a um painel de especialistas, a fim de produzir uma versão pré-final que foi aplicada em campo ao seu público-alvo. A confiabilidade mensurada pelo coeficiente alfa de Cronbach foi considerada elevada, refletindo a boa consistência interna do instrumento.

Diante da busca crescente por profissionais de saúde colaborativos e preparados para a prática interprofissional, o produto técnico deste trabalho será apropriado para a mensuração dessas habilidades, permitindo demonstrar, de forma prática e objetiva, a sua aplicabilidade e o impacto gerado nos cenários tanto acadêmicos quanto profissionais. Assim, a disponibilização dessa escala em língua portuguesa contribuirá para a formulação de políticas e o planejamento em educação, bem como pode auxiliar na realização de pesquisas futuras sobre interprofissionalidade.

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  • 2
    Avaliado pelo processo de double blind review.
  • FINANCIAMENTO

    Declaramos não haver financiamento.

Editado por

Editora-chefe: Rosiane Viana Zuza Diniz. Editora associada: Maria Helena Senger.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Jul 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    22 Jun 2022
  • Aceito
    31 Mar 2023
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