EDITORIAL
Comunicação científica em cirurgia
Scientific communication in surgery
Saul Goldenberg, ECBC-SPI Carlos Alberto Guimarães, TCBC-RJII
IFundador e Editor Chefe da Revista Acta Cirúrgica Brasileira; Líder do Grupo de Pesquisa Núcleo de Comunicação Científica em Cirurgia do CNPq
IIEditor da Revista da Faculdade de Medicina de Teresópolis; Membro do Conselho de Revisores da Revista do CBC; Membro do Grupo de Pesquisa Núcleo de Comunicação Científica em Cirurgia do CNPq
A comunicação científica consiste na divulgação dos resultados das pesquisas à comunidade científica, permitindo a disseminação do conhecimento. A comunicação científica em Cirurgia tem merecido nossa constante atenção.
Obediência às regras vigentes: esse é o norte que levou à publicação do periódico Acta Cirúrgica Brasileira e à criação do Núcleo de Comunicação Científica em Cirurgia (NCCC)1, grupo de pesquisa cadastrado no CNPQ, vinculado e certificado pela Coordenadoria de Pós - Graduação e Pesquisa da Unifesp-Epm e filiado à Sociedade Brasileira para o Desenvolvimento da Pesquisa em Cirurgia [Sobradpec], cuja finalidade é acompanhar e realizar apreciação crítica da literatura científica da área da Cirurgia.
A função essencial da linguagem é a da comunicação2. A parte da linguagem geral dedicada à ciência, denomina- se linguagem científica. Uma das suas subdivisões é a linguagem médica, com dois setores primordiais: o da redação e o da terminologia ou nomenclatura3.
Escrever significa representar por meios de caracteres, os quais nem sempre cumprem a índole do idioma e muitas vezes não constam dos nossos dicionários. Já, redigir é exprimir por escrito aquilo que se concebe e se deseja externar, isto é, colocar em forma literária o pensamento. Redigir exige esmero, aprimoramento e refinamento.
Cada setor do conhecimento tem a sua nomenclatura particular. A terminologia ou nomenclatura é um ramo técnico e especializado da linguagem médica. Por exemplo, a Nomina Anatomica (em latim) é internacional, preparada pela Comissão Internacional da Nomenclatura Anatômica e que tem a versão para o idioma português pela Sociedade Brasileira de Anatomia4.
Normalizar é salutar. Evita angústias e confusões, principalmente quando a normalização é consenso e universal5. A adoção e o cumprimento das normas editoriais e bibliográficas, seguindo padrões já estabelecidos, são imprescindíveis para aperfeiçoar o registro, a recuperação e o uso da informação publicada6.
Por iniciativa do seu Editor, a Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões passa a contar, a partir deste número, com uma seção dedicada exclusivamente à Comunicação Científica.
O objetivo principal dessa nova Seção é realizar uma avaliação da forma da apresentação da comunicação científica, investigando os problemas existentes e propondo soluções. Por suas características, essa Seção será multidisciplinar, recebendo contribuições de médicos, cirurgiões e não-cirurgiões, e de outros profissionais das mais variadas áreas.
Como primeira contribuição da nova Seção, tem-se a tradução "Normas para Manuscritos Submetidos às Revistas Biomédicas: Escrita e Edição da Publicação Biomédica" ou, simplesmente, Normas de Vancouver. Nessa belíssima cidade, em 1978, um pequeno grupo de editores de revistas médicas se encontrou informalmente, a fim de estabelecer diretrizes para o formato dos manuscritos submetidos às suas revistas. O grupo ficou conhecido como o Grupo de Vancouver. Suas normas para os manuscritos, inclusive com os formatos das referências elaborados pela Biblioteca Nacional de Medicina, foram publicados, pela primeira vez, em 1979. O Grupo de Vancouver se expandiu e se tornou o Comitê Internacional dos Editores de Revistas Médicas (CIERM), que se reúne anualmente6.
Parabéns, Senhor Editor, por essa iniciativa pioneira. Colegas, leiam e contribuam. Vida longa para a seção Comunicação Científica da Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões!
REFERÊNCIAS
1. Goldenberg S. Núcleo de Comunicação Científica em Cirurgia [NCCC] e Núcleo dos Amigos da Cirurgia Experimental [NACE] da SOBRADPEC [editorial]. Acta Cir Bras. 2002;17(2):87-8.
2. Becker I. Terminologia cirúrgica. In: Goldenberg S, Bevilacqua RG, editores. Bases da cirurgia. 2ª ed. São Paulo: EPU; 1981. p. 5-11.
3. Guimarães CA. A Língua Portuguesa na Medicina. In: Goldenberg S, Guimarães CA, Castro AA, editores. Elaboração e apresentação de comunicação científica. São Paulo; 2001. Disponível em: http://www.metodologia.org/gramatica_2.pdf
4. Terminologia Anatômica. São Paulo: Manole; 2001.
5. Goldenberg S. Normalizar é salutar [editorial]. Acta Cir Bras.2000;15(2); doi: 10.1590/S0102-86502000000200001
6. International Committee of Medical Journal Editors. Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals: Writing and Editing for Biomedical Publication. Fev 2006. Disponível em: http://www.icmje.org/
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
29 Jan 2007 -
Data do Fascículo
Out 2006