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O papel da expressão imunoistoquímica do P16ink4a e do P53 na predição da recorrência da nic-ag após tratamento por conização

Resumos

Objetivo

: avaliar a expressão dos biomarcadores p16INK4a e p53, nas peças de conização de pacientes com neoplasia intraepitelial cervical de alto grau (NIC-AG), correlacionando com a capacidade de predizer o risco de recorrência.

Métodos

: estudo retrospectivo de pacientes com NIC-AG em biópsia de colo uterino, tratadas por conização, entre janeiro de 1999 e janeiro de 2006 e seguimento mínimo de 18 meses. A expressão dos biomarcadores p16 e p53 foi avaliada através de técnica de microarranjos teciduais e correlacionada com a recorrência da doença. Para análise utilizou-se o teste das proporções (qui-quadrado), considerando valor p<0,05, IC95% e cálculos de sensibilidade, especificidade e acurácia destes imunomarcadores na predição de recorrência.

Resultados

: oitenta e três pacientes, idade entre 16 e 86 anos (35±11,7), divididas em dois grupos: 30 com recorrência da NIC-AG (grupo estudo) e 53 sem recorrência (grupo controle). A média de idade, paridade, hábito de fumar e técnica de conização foram semelhantes nos dois grupos. A expressão do p53 esteve presente em 43% do grupo estudo e 57% do grupo controle e para o p16 esteve presente em 43% do grupo estudo e 57% do grupo controle (p>0,05). O p53 apresentou valor preditivo positivo (VPP) de 42% e valor preditivo negativo (VPN) de 73%, sensibilidade de 70%, especificidade de 47% e acurácia de 59%. O p16, VPP de 42% e VPN de 72%, sensibilidade de 66%, especificidade de 49% e acurácia de 56%.

Conclusão

: a expressão imunoistoquiímica do p53 e do p16 apresentaram baixa sensibilidade e baixa especificidade como marcadores capazes de predizer a recorrência da NIC-AG tratada por conização.

Neoplasia Intraepitelial Cervical; Conização; Recidiva; Marcadores Biológicos


Objective:

Io evaluate the expression of p16INK4a and p53 biomarkers in conization specimens from patients with high grade cervical intraepithelial neoplasia (HG-CIN), correlating them with the ability to predict the recurrence.

Methods

: we conducted a retrospective study of patients with HG-CIN in cervical biopsy treated with conization between January 1999 and January 2006 who had a minimum follow-up of 18 months. The expression of the p16 and p53 was assessed by tissue microarrays and correlated with disease recurrence. For analysis, we used the test of proportions (chi-square), considering value p<0.05, 95% CI and calculations of sensitivity, specificity and accuracy of these immunomarkers in predicting recurrence.

Results

: the series comprised 83 patients aged between 16 and 86 years (35±11.7), divided into two groups: 30 with HG-CIN recurrence (study group) and 53 without recurrence (control group). Mean age, parity, smoking and conization technique were similar in both groups. The p53 expression was present in 43% of the study group and 57% of the control group, and the p16 was present in 43% of the study group and in 57% of the control group (p>0.05). p53 had a positive predictive value (PPV) of 42% and negative predictive value (NPV) of 73%, sensitivity 70%, specificity of 47% and accuracy of 59%. The p16, PPV 42%, NPV 72%, sensitivity 66%, specificity of 49% and accuracy of 56%.

Conclusion

: immunohistochemistry expression of p53 and p16 showed low sensitivity and low specificity as predictors of HG-CIN recurrence after conization treatment.

Cervical Intraepithelial Neoplasia; Conization; Recurrence; Biological Markers


INTRODUÇÃO

O câncer do colo uterino ainda se apresenta como um problema de saúde pública no Brasil e no mundo, tanto por sua alta incidência, como por sua elevada morbimortalidade11. WHO. Cervical cancer. Internet. Acessado em: 15 set 2012. Disponível em: http://www.who.int/en/
http://www.who.int/en/...
,22. INCA. Câncer de colo uterino/ taxas brutas de incidência, estimativa 2012. Internet. Acessado em: 15 set 2012. Disponível em: http://www.inca.gov.br/estimativas/2012.
http://www.inca.gov.br/estimativas/2012...
.

O que particulariza este câncer em relação às demais neoplasias é o fato de que se desenvolve a partir de lesões pré-invasivas bem definidas, de comportamento conhecido, e de evolução lenta, as chamadas "neoplasias intraepiteliais cervicais (NIC)"33. Sarian LO, Derchain SFM, Bastos JFB. Métodos diagnósticos para o rastreamento do câncer de colo [editorial]. Rev Bras Ginecol Obstet 2010;32(8):363-7..

Além da recorrência da lesão nos primeiros anos de seguimento, as mulheres que foram tratadas de NIC 2 ou 3 permanecem em risco de desenvolver um carcinoma invasor por um longo período de tempo44. Wright TC Jr, Massad LS, Dunton CJ, Spitzer M, Wilkinson EJ, Solomon D, et al. 2006 consensus guidelines for the management of women with cervical intraepithelial neoplasia or adenocarcinoma in situ. Am J Obstet Gynecol. 2007;197(4):340-5..

Os índices de recorrência pós-tratamento conservador variam entre 13 e 26%, nos trabalhos mais recentes55. Fonseca FV, Tomasich FDS, Jung JE. Lesões cervicais intraepiteliais de alto grau: avaliação dos fatores determinantes de evolução desfavorável após conização. Rev Bras Ginecol Obstet. 2011;33(11):334-40.

6. Lubrano A, Medina N, Benito V, Arencibia O, Falcón JM, Leon L, et al. Follow-up after LLETZ: a study of 682 cases of CIN 2-Cin 3 in a single institution. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol. 2012;161(1):71-4.
-77. Nogara PR, Manfroni LA, da Silva MC, Consolaro ME. The "see and treat" strategy for identifyng cytologic high-grade precancerous cervical lesions among low-income Brazilian women. Int J Gynaecol Obstet. 2012;118(2):103-6.. Ainda não é possível predizer quais casos de NIC irão progredir ou regredir. Seguimento regular por citologia pode proporcionar boa eficácia através da detecção das alterações celulares e conseguir, com isso, significante redução nos índices de morbimortalidade do câncer do colo uterino através do diagnóstico precoce, entretanto, o custo-efetividade deste seguimento ainda está em debate88. Termini L, Villa LL. Biomarcadores na triagem do câncer do colo uterino. J bras doenças sex transm. 2008;20(2):125-31..

A detecção de alterações celulares originadas pela expressão desregulada das oncoproteínas virais aparece como promissor na caracterização de marcadores de progressão tumoral. A identificação e o estabelecimento do padrão de alteração dessas proteínas poderão definir marcadores com alto poder preditivo positivo44. Wright TC Jr, Massad LS, Dunton CJ, Spitzer M, Wilkinson EJ, Solomon D, et al. 2006 consensus guidelines for the management of women with cervical intraepithelial neoplasia or adenocarcinoma in situ. Am J Obstet Gynecol. 2007;197(4):340-5..

A proteína supressora tumoral celular p16INK4a tem sido identificada como um marcador da infecção por HPV (human papiloma vírus). Em uma infecção HPV transformante, os oncogenes virais E6 e E7 interferem substancialmente com a apoptose e a regulação do ciclo celular. Células afetadas expressam fortemente a p16 para controlar a ativação do ciclo celular irregular, podendo ser detectado por imunohistoquímica99. Tsoumpou I, Arbyn M, Kyrgiou M, Wentzensen N, Koliopoulos G, Martin-Hirsch P, et al. p16(INK4a) immunostaining in cytological and histological specimens from the uterine cervix: a systematic reviem and meta-analysis. Cancer Treat Rev. 2009;35(3):210-20.,1010. O'Neill CJ, McCluggage WG. p16 expression in the female genital tract and its value in diagnosis. Adv Anat Pathol. 2006;13(1):8-15..

A proteína 53 (p53) é uma proteína supressora tumoral que, nos seres humanos, é codificada pelo gene TP531111. Giannoudis A, Herrington CS. Differential expression of p53 and p21 in low grade cervical squamous intraepithelial lesions infected with low, intermediate, and high risk human papillomaviruses. Cancer. 2000;89(6):1300-7.. Como "guardiã do genoma" pode parar o ciclo celular em resposta a um dano ao DNA da célula. O oncogene viral E6 do HPV modifica a proteína p53 e a inativa, interferindo no controle do ciclo celular1111. Giannoudis A, Herrington CS. Differential expression of p53 and p21 in low grade cervical squamous intraepithelial lesions infected with low, intermediate, and high risk human papillomaviruses. Cancer. 2000;89(6):1300-7..

A importância da inativação da p53 na carcinogênese cervical tem sido bem documentada, entretanto, estudos têm falhado em demonstrar diferentes escores de imunorreatividade da p53 em neoplasia intraepitelial cervical e o câncer cervical. Também têm reportado resultados conflitantes da relação entre a expressão do p53 e a progressão da neoplasia intraepitelial do colo uterino1212. Bragança JF, Sarian LO, Pitta DR, Maito AB, Vassalo J, Pignataro F, et al. Expression of p16 and cervical infection with high-risk human papillomaviruses are not related to p53 activity in cervical intraepithelial neoplasia. Int J Gynecol Cancer. 2008;18(5):1060-4..

Poucos estudos têm correlacionado a capacidade de predizer a recorrência da NIC-AG tratada, com a expressão das proteínas tumorais por imunoistoquímica1313. Nam EJ, Kim JW, Kim SW, Kim YT, Kim JH, Yoon BS, et al. The expressions of the Rb pathway in cervical intraepithelial neoplasia: predictive and prognostic significance. Gynecol Oncol. 2007;104(1):207-11.,1414. Ovestad IT, Gudlaugsson E, Skaland I, Malpica A, Munk AC, Janssen EA, et al. The impact of epithelial biomarkers, local immune response and human papillomavirus genotype in the regression of cervical intraepithelial neoplasia grades 2-3. J Clin Pathol. 2011;64(4):303-7..

Tendo em vista a importância da avaliação do papel dos biomarcadores na predição da progressão das lesões de NIC-AG, o presente estudo visa avaliar a expressão dos biomarcadores p16INK4a e p53, nas peças de conização de pacientes com diagnóstico de neoplasia intraepitelial cervical, utilizando a imunoistoquímica em microarranjos teciduais, e correlacionando esta expressão com a capacidade de predizer recorrência da doença.

MÉTODOS

Foram avaliadas 83 pacientes com diagnóstico histológico de neoplasia intraepitelial cervical de alto grau (NIC 2 e 3), que foram tratadas por conização, no Hospital Erasto Gaertner, Curitiba/PR, no período de janeiro de 1999 a janeiro de 2006.

A amostra de pacientes foi dividida em dois grupos: - Grupo ESTUDO (pacientes com recorrência da NIC-AG, após o tratamento por conização, em seguimento mínimo de 18 meses); - Grupo CONTROLE (pacientes com ausência de recorrência da doença, após tratamento por conização, em seguimento mínimo de 18 meses).

O estudo foi devidamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HEG sob o protocolo no 1947.

Seleção da amostra

Critérios de inclusão: mulheres acompanhadas no Serviço de Patologia Cervical do HEG, entre 16 e 86 anos de idade, que foram submetidas à citologia, colposcopia e biópsia do colo uterino comprovando NIC-AG, e tratadas por conização, identificando qualquer grau de NIC no produto histológico do cone, e com seguimento mínimo de 18 meses. O seguimento foi considerado adequado quando era realizado através de citologia, colposcopia, e, se necessário, biópsia, em intervalo semestral.

Critérios de exclusão: dados insuficientes de prontuário, tempo de seguimento clínico pós-conização inferior a 18 meses, pacientes submetidas à histerectomia por doença benigna, presença de carcinoma invasor em biópsia ou no produto da conização, ausência de evidência de neoplasia intraepitelial cervical após avaliação microscópica do produto de conização e blocos de parafina em condições inadequadas para a realização da imunoistoquímica.

Foi determinado como recorrência da doença a presença de NIC 1, 2 ou 3 em citologia, colposcopia e/ou biópsia de colo uterino durante o seguimento clínico.

Técnica de preparo e leitura das lâminas para realização da imunohistoquímica

A expressão das proteínas foi observada em lâminas de tissue microarray confeccionadas a partir do bloco de parafina do produto de conização.

Foram confeccionados novos cortes histológicos, a partir dos blocos de parafina originais do produto da conização de cada paciente, pela técnica detissue microarray, para serem submetidas à aplicação dos imunomarcadores p53 e p16INK4a, de forma artesanal, no Laboratório de Patologia Experimental da PUCPR.

Cada lâmina de tissue foi confeccionada com 20 amostras, sendo uma de cada paciente, totalizando seis lâminas detissue para cada imunomarcador, sem identificação do grupo pertencente, de modo que a leitura da reação imunoistoquímica fosse feita evitando viés de contaminação.

Os kits de imunoistoquímica utilizados foram: - Anticorpo p53 pré-diluído (monoclonal de rato, clone DO-7, diluído 1:100, Biocare Medical(r), Concord, USA); - Anticorpo p16 pré-diluído (monoclonal de rato, clone 16p04-jc2, diluído 1:100, Bio Sb(r), Santa Barbara, California, USA).

Após preparo, as lâminas foram submetidas aos seguintes processos: desparafinização; recuperação antigênica com citrato pH 6,0; bloqueio de peroxidase endógena; diluição de cada anticorpo a 1:100 e aplicação do anticorpo primário sobre cada lâmina, depois lavagem com PBS específico de cada imunomarcador; aplicação do anticorpo secundário e, finalmente, aplicação do DAB específico e contracoloração.

Foram determinados os seguintes elementos imunoistoquímicos: positividade da reação e sua intensidade (análise qualitativa), padrão de positividade da reação (análise quantitativa) e imunolocalização (avaliada somente para o anticorpo p16).

Os elementos imunoistoquímicos foram definidos em semelhança à pesquisa de Jung et al., publicada em 2010, em seu estudo de marcadores de progressão tumoral1515. Jung JE, Anselmi Júnior R, Gennaro L, Leme FEG, Martins APC, Hirth CG, et al. Immunohistochemical assessment of E-cadherin, b-catenin, CEACAM-1 and PTEN: tumor progression markers in melanoma. J Bras Patol Med Lab. 2010;46(2):111-8..

A análise qualitativa foi dividida em reação positiva e negativa. A reação foi considerada positiva quando impregnou de coloração amarronada os núcleos e/ou o citoplasma de ao menos 25% da amostra viável e avaliável do tumor. A reação negativa foi considerada quando não houve nenhuma coloração característica da reação imunoistoquímica.

A reação positiva foi dividida em dois grupos: positiva forte (quando a intensidade da coloração foi semelhante ao controle utilizado) e positiva fraca (quando a intensidade da coloração foi substancialmente menor do que a do controle positivo utilizado, só podendo ser observada com clareza com aumento de 100 vezes).

A análise quantitativa foi classificada como: positividade difusa (a reação foi positiva numa extensão que englobava mais de 50% da amostra viável e avaliável), positividade multifocal intensa (a reação foi positiva numa extensão que englobava entre 25 e 50% da amostra viável e avaliável do tumor) e positividade multifocal leve (a reação foi positiva numa extensão que englobava menos de 25% da amostra viável e avaliável).

Para o p16 ainda foi determinado a imunolocalização e ficou assim classificado: padrão nuclear de positividade, padrão citoplasmático de positividade, padrão nuclear e citoplasmático de positividade simultâneos.

O imunomarcador demonstrou coloração castanho-amarronada, em nível nuclear, para os cortes positivos para o p53 e castanho-amarronada, em nível nuclear e citoplasmático, para o p16 (Figura 1).

Figura 1
- O contraste da expressão imunoistoquímica dos biomarcadores p16INK4 e p53 em peças histológicas contendo neoplasia intraepitelial cervical.

Depois de aplicados esses critérios, o estudo resultou em 83 pacientes, sendo 30 no grupo estudo e 53 pacientes no grupo controle (organograma, Figura 2).

Figura 2
- Diagrama Consort (Desenho do Estudo).

Análise estatística

Foi realizada análise estatística das variáveis, utilizando-se o programa SPSS 12.0, buscando Intervalo de Confiança superior a 95% e nível de significância de 5%.

Para a equiparação dos dois grupos estudados foram avaliadas as variáveis idade, paridade, tipo de tratamento realizado e tempo de seguimento pós-tratamento.

Para a comparação da variável idade foi utilizado o teste t deStudent. Para comparação da variável paridade foi utilizado o teste não paramétrico de Mann-Whitney.

Na análise dos imunomarcadores, a comparação da positividade de imunorreação entre os grupos estudo e controle foi realizada por meio do teste do qui-quadrado e/ou teste exato de Fisher e identificado o valor de p. Realizado ainda o cálculo do valor preditivo positivo (VPP) e do valor preditivo negativo (VPN), sensibilidade, especificidade e acurácia de cada marcador para predizer a recorrência.

RESULTADOS

O grupo estudo apresentou média de idade de 36±12 anos (IC95%: 33-40), média de paridade de 3±2 filhos (IC95%: 2-4), 42% tinham hábito de fumar e 95% delas foram tratadas com conização por cautério de alta frequência (CAF) e 5% com conização a bisturi a frio.

O grupo controle apresentou média de idade de 34±12 anos (IC95%: 31-37), média de paridade de 3±2 filhos (IC95%: 2-3), 50% tinham hábito de fumar e 92% delas foram tratadas por CAF e 8% com conização por bisturi a frio.

Não houve diferença estatística entre os grupos quando comparados por idade (p=0.2), paridade (p=0.2), hábito de fumar (p=0.5) e técnica de conização (p=0.7).

Das 83 pacientes analisadas, todas tinham resultado de NIC 2 ou 3 em biópsia de colo uterino prévia à conização e o produto histológico da conização exibiu resultados entre NIC 1 e 3. No produto de conização do grupo controle: três casos de NIC 1, 25 casos de NIC 2, 26 casos de NIC 3. No produto de conização do grupo estudo: três casos de NIC 1, nove casos de NIC 2, 18 casos de NIC 3, não demonstrando diferença estatística quanto ao grau da gravidade da NIC no produto final da conização, entre os grupos, no que tange ao risco de recorrência (p=0.1).

Na análise dos imunomarcadores, cada grupo foi avaliado individualmente para recorrência e/ou cura clínica e feito o cálculo do valor preditivo positivo (VPP) e do valor positivo negativo (VPN) do teste, a sensibilidade, a especificidade e a acurácia de cada marcador na previsão desta recorrência.

O p53 esteve presente em 43% (n=21) das pacientes do grupo estudo e em 57% (n=28) do grupo controle, e da mesma forma, não foi identificado em 73% (n=25) das pacientes do grupo controle e em 26% (n=9) do estudo. Não exibiu, portanto, valor de significância estatística para predizer recorrência da doença, com valor de p igual a 0,1 (Tabela 1).

Tabela 1
- Análise quali-quantitativa da reação imunoistoquímica do p16 e do p53 como testes capazes de prever recorrência da NIC-AG tratada por conização.

O p16 foi encontrado em 43% (n=20) das pacientes do grupo estudo e em 57% (n=27) do grupo controle. Em contraposto, não foi detectado em 72% (n=26) das pacientes do grupo controle e 28% (n=10) do grupo estudo. Da mesma forma, também não evidenciou valor de significância estatística para predizer recorrência, com valor de p=0,1 (Tabela 1).

Baseado nesses dados, para o P53 o VPP foi 42% e o valor VPN, 73%. Este apresentou sensibilidade de 70%, especificidade de 47% e acurácia de 59% para predizer a recorrência da NIC.

Para o p16, o VPP do exame foi 42% e o VPN, 72%, na mesma situação, demonstrando sensibilidade de 66%, especificidade de 49% e acurácia de 56% do teste para predizer recorrência da doença.

Não houve diferença significante na análise quantitativa da reação imunoistoquímica entre os grupos estudados para o p53 (Tabela 1).

Na análise quantitativa do p16, o único padrão identificado com clareza da reação imunoistoquímica, foi o que distinguiu entre forte, fraco e negativo para a proteína, pois dentre os que exibiram reação forte, 58% deles estavam no grupo estudo, os que exibiram reação fraca 74% estavam no grupo controle e dos que não exibiram reação, 72% estavam no grupo controle, identificando um valor de p=0,02 (Tabela 1).

Também para o p16, quando comparados os grupos na análise quantitativa, identificou-se que 70% dos que não exibiram reação estavam no grupo controle e que aqueles com reação de padrão forte/difuso/corando núcleo e citoplasma, 61% deles estavam no grupo estudo (Tabela1).

DISCUSSÃO

Ao longo das últimas décadas, diversos estudos epidemiológicos e laboratoriais têm demonstrado que o carcinoma invasor do colo uterino é uma doença complexa, com muitos determinantes ambientais e genéticos33. Sarian LO, Derchain SFM, Bastos JFB. Métodos diagnósticos para o rastreamento do câncer de colo [editorial]. Rev Bras Ginecol Obstet 2010;32(8):363-7.. Apesar do adequado tratamento da lesão precursora, a recorrência da NIC ocorrerá em média em 1 a 25% dos casos, o que aumenta o risco para o câncer invasor1616. Keating JT, Cviko A, Riethdorf S, Reithdorf L, Quade BJ, Sun D, et al. Ki-67, cyclin E, and p16INK4 are complimentary surrogate biomarkers for human papilloma virus-related cervical neoplasia. Am J Surg Pathol. 2001;25(7):884-91.,1717. Nam K, Ryu A, Jeon S, Kim J, Kwak J, Park B. Clinical significance of a negative loop electrosurgical excision procedure biopsy in patients with biopsy-confirmed high-grade cervical intraepithelial neoplasia. J Low Genit Tract Dis. 2015;19(2):103-9..

Determinar o risco de desenvolvimento e o prognóstico, bem como, o sucesso do tratamento em resposta a uma determinada medicação e/ou procedimento, constituem a principal razão para a identificação de biomarcadores88. Termini L, Villa LL. Biomarcadores na triagem do câncer do colo uterino. J bras doenças sex transm. 2008;20(2):125-31..

Muitos estudos recentes têm verificado a importância do p16 e do p53 na neoplasia cervical99. Tsoumpou I, Arbyn M, Kyrgiou M, Wentzensen N, Koliopoulos G, Martin-Hirsch P, et al. p16(INK4a) immunostaining in cytological and histological specimens from the uterine cervix: a systematic reviem and meta-analysis. Cancer Treat Rev. 2009;35(3):210-20.,1212. Bragança JF, Sarian LO, Pitta DR, Maito AB, Vassalo J, Pignataro F, et al. Expression of p16 and cervical infection with high-risk human papillomaviruses are not related to p53 activity in cervical intraepithelial neoplasia. Int J Gynecol Cancer. 2008;18(5):1060-4.

13. Nam EJ, Kim JW, Kim SW, Kim YT, Kim JH, Yoon BS, et al. The expressions of the Rb pathway in cervical intraepithelial neoplasia: predictive and prognostic significance. Gynecol Oncol. 2007;104(1):207-11.
-1414. Ovestad IT, Gudlaugsson E, Skaland I, Malpica A, Munk AC, Janssen EA, et al. The impact of epithelial biomarkers, local immune response and human papillomavirus genotype in the regression of cervical intraepithelial neoplasia grades 2-3. J Clin Pathol. 2011;64(4):303-7.,1717. Nam K, Ryu A, Jeon S, Kim J, Kwak J, Park B. Clinical significance of a negative loop electrosurgical excision procedure biopsy in patients with biopsy-confirmed high-grade cervical intraepithelial neoplasia. J Low Genit Tract Dis. 2015;19(2):103-9.

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Um estudo coreano1313. Nam EJ, Kim JW, Kim SW, Kim YT, Kim JH, Yoon BS, et al. The expressions of the Rb pathway in cervical intraepithelial neoplasia: predictive and prognostic significance. Gynecol Oncol. 2007;104(1):207-11. tentou correlacionar a via relacionada ao pRb com o risco de recorrência. Analisou 265 blocos histológicos de pacientes tratadas de NIC e submeteu a reação imunoistoquímica para p16 e encontrou percentual menor da reação imunoistoquímica nas pacientes de NIC 1, 2 e 3 que apresentaram recorrência do que no grupo que não encontrou recorrência, semelhante ao estudo aqui realizado.

Um estudo mais recente2626. Valasoulis G, Koliopoulos G, Founta C, Kyrgiou M, Tsoumpou I, Valari O, et al. Alterations in human papillomavirus-related biomarkers after treatment of cervical intraepithelial neoplasia. Gynecol Oncol. 2011;121(1):43-8., desenvolvido na Grécia, procurou identificar as principais alterações que ocorriam nos biomarcadores relacionados ao HPV após seis meses do tratamento da NIC e tentou identificar como sua expressão poderia prever a falha deste tratamento. E, embora a maioria dos marcadores avaliados, entre eles o p16, obtivesse altas taxas de negativação de sua expressão, concluíram ser ainda necessária a análise de mais casos de falha terapêutica para poder identificar um marcador com acurácia elevada para poder garantir um seguimento de qualidade.

Outro estudo também recente1414. Ovestad IT, Gudlaugsson E, Skaland I, Malpica A, Munk AC, Janssen EA, et al. The impact of epithelial biomarkers, local immune response and human papillomavirus genotype in the regression of cervical intraepithelial neoplasia grades 2-3. J Clin Pathol. 2011;64(4):303-7., analisando 55 casos de NIC 2 e 3 em peças de biópsias de colo uterino, estudou como os marcadores relacionados às vias do pRb e do P53 poderiam ser úteis na identificação da regressão da lesão. Concluiu que o alto percentual de expressão do pRb e do p53 estiveram relacionados à maior chance de regressão, o que, de certa forma, vem de encontro ao estudo aqui relacionado, que não conseguiu relacionar a superexpressão do p16 e do p53 com a recorrência da doença.

De forma diferente, alguns estudos mais antigos tentaram relacionar a expressão do p53 e do p162727. Brenna SMF. Expressão proteica de p53 e c-myc como marcadores no prognóstico do carcinoma de colo uterino. Rev Bras Ginecol Obstet. 2000;22(8):529.,2828. Novik PR. Estudo do valor prognóstico da expressão imunoistoquímica de p53 e p16 no carcinoma do colo do útero estádios Ib e IIa. Rev Bras Ginecol Obstet. 2003;25(6):453. com o prognóstico do carcinoma invasor. O primeiro2727. Brenna SMF. Expressão proteica de p53 e c-myc como marcadores no prognóstico do carcinoma de colo uterino. Rev Bras Ginecol Obstet. 2000;22(8):529. conseguiu relacionar a superexpressão do p53 com mau prognóstico do carcinoma invasor do colo uterino e correlacionou esta expressão com menor sobrevida livre da doença e maior risco de recorrência. Entretanto o segundo2828. Novik PR. Estudo do valor prognóstico da expressão imunoistoquímica de p53 e p16 no carcinoma do colo do útero estádios Ib e IIa. Rev Bras Ginecol Obstet. 2003;25(6):453., avaliando a expressão do p53 e do p16 em pacientes com estádio clínico 1b e 2a de carcinoma de colo uterino, não conseguiu identificar esta correlação com fatores prognósticos.

Como ainda não há na literatura um padrão absoluto na leitura destes imunomarcadores, os critérios estabelecidos neste estudo foram determinados baseados na orientação do fabricante, nos padrões estipulados pela maioria dos trabalhos estudados e também na avaliação subjetiva dos autores, determinando os seguintes elementos imunoistoquímicos: positividade da reação e sua intensidade (análise qualitativa), padrão de positividade da reação (análise quantitativa) e imunolocalização (avaliada somente para o anticorpo p16).

A maioria dos estudos relacionados acima99. Tsoumpou I, Arbyn M, Kyrgiou M, Wentzensen N, Koliopoulos G, Martin-Hirsch P, et al. p16(INK4a) immunostaining in cytological and histological specimens from the uterine cervix: a systematic reviem and meta-analysis. Cancer Treat Rev. 2009;35(3):210-20.consegue identificar uma relação direta entre o percentual de positividade da expressão destes marcadores com a gravidade da doença, entretanto tem dificuldade de encontrar um padrão absoluto e 100% reprodutível que possa identificar a gravidade das lesões99. Tsoumpou I, Arbyn M, Kyrgiou M, Wentzensen N, Koliopoulos G, Martin-Hirsch P, et al. p16(INK4a) immunostaining in cytological and histological specimens from the uterine cervix: a systematic reviem and meta-analysis. Cancer Treat Rev. 2009;35(3):210-20.. Talvez esta subjetividade possa ser encarada como um fator limitante da utilização desta tecnologia.

Autores americanos17 17. Nam K, Ryu A, Jeon S, Kim J, Kwak J, Park B. Clinical significance of a negative loop electrosurgical excision procedure biopsy in patients with biopsy-confirmed high-grade cervical intraepithelial neoplasia. J Low Genit Tract Dis. 2015;19(2):103-9.encontraram percentual de positividade de 100% na expressão do p16 em lesões intraepiteliais de alto grau, porém correlacionou essa positividade com a presença de HPV de alto risco oncogênico, mostrando uma forte associação entre positividade difusa e forte e lesões por HPV de alto risco1717. Nam K, Ryu A, Jeon S, Kim J, Kwak J, Park B. Clinical significance of a negative loop electrosurgical excision procedure biopsy in patients with biopsy-confirmed high-grade cervical intraepithelial neoplasia. J Low Genit Tract Dis. 2015;19(2):103-9..

Neste mesmo estudo1717. Nam K, Ryu A, Jeon S, Kim J, Kwak J, Park B. Clinical significance of a negative loop electrosurgical excision procedure biopsy in patients with biopsy-confirmed high-grade cervical intraepithelial neoplasia. J Low Genit Tract Dis. 2015;19(2):103-9., encontraram na expressão do p16 positividade difusa em 70,2% dos casos de lesão de alto grau e 37,5% das lesões de baixo grau e que 84,8% da positividade difusa do p16 esteve relacionada à presença de HPV de alto risco oncogênico1717. Nam K, Ryu A, Jeon S, Kim J, Kwak J, Park B. Clinical significance of a negative loop electrosurgical excision procedure biopsy in patients with biopsy-confirmed high-grade cervical intraepithelial neoplasia. J Low Genit Tract Dis. 2015;19(2):103-9..

No presente estudo, pôde-se ver a positividade maior do p16 nas pacientes cuja evolução da NIC 3 foi desfavorável, o que pode correlacionar-se com o tipo de HPV, uma vez que tipos diferentes de HPV podem apresentar graus diferentes de imunoexpressão, mas isto foi uma limitação dessa pesquisa, pois não foi genotipado o HPV no presente estudo.

Comparando os dois grupos ora estudados, não se evidenciou diferença significante na positividade do p16 entre o grupo controle e estudo, porém a positividade comparativa nos dois grupos, no mesmo grau de NIC foi maior no grupo estudo; e 61% dos casos com positividade forte e difusa estavam no grupo com evolução desfavorável, sugerindo uma tendência desta situação e que um estudo com maior número de casos talvez possa confirmar esse padrão de marcação do p16 como próprio de evolução desfavorável e/ou infecção transformante por HPV de alto risco.

Um estudo desenvolvido na Costa Rica, generalizando seus dados para uma coorte de 10.000 mulheres, encontrou um valor preditivo positivo de 13,9% do p16 nas NIC 3 e um valor preditivo negativo de 100%, concluindo que estudos futuros ainda são necessários para avaliar quando o manejo clínico deve ser modificado, baseado nos resultados da positividade do p162222. Wang SS, Trunk M, Schiffman M, Herrero R, Sherman ME, Burk RD, et al. Validation of p16INK4a as a marker of oncogenic human papillomavirus infection in cervical biopsies from a population-based cohort in Costa Rica. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev. 2004;13(8):1355-60..

Uma meta-análise, em 2006, pondera que nos últimos anos, o p16 tem sido extensivamente estudado como auxílio diagnóstico em vários cenários da doença ginecológica. Assim, como muitos marcadores, o p16 não é 100% sensível e específico para todas as lesões. Entretanto, há muitas áreas em que indubitavelmente se reconhece seu valor, frequentemente em combinação com outros marcadores, o que inclui a identificação de lesões de alto grau focal do colo uterino e a separação de lesões de alto grau de lesões benignas, mimetizando o alto grau1010. O'Neill CJ, McCluggage WG. p16 expression in the female genital tract and its value in diagnosis. Adv Anat Pathol. 2006;13(1):8-15..

Outra meta-análise mais recente, concluiu que apesar das boas evidências da correlação da gravidade infecção pelo HPV com a positividade do p16, sua reprodutibilidade ainda é insuficiente para padronizá-lo na prática clínica99. Tsoumpou I, Arbyn M, Kyrgiou M, Wentzensen N, Koliopoulos G, Martin-Hirsch P, et al. p16(INK4a) immunostaining in cytological and histological specimens from the uterine cervix: a systematic reviem and meta-analysis. Cancer Treat Rev. 2009;35(3):210-20..

Avaliando-se os dados encontrados de positividade do p53 no presente estudo, quando se avalia sua expressão no grupo controle e no grupo estudo, não se encontrou nenhum padrão mais frequente de positividade na análise quantitativa do imunomarcador, reforçando a ideia de melhor valor preditivo negativo que positivo desse imunomarcador, demonstrando que quando o marcador é negativo a chance de ocorrer evolução desfavorável da NIC pós-conização é muito pequena, mas quando é positivo, não se pode prever a sua evolução, a não ser pelo seguimento clínico.

Estudando as lesões intraepiteliais de baixo grau e correlacionado com o tipo de HPV presente, alguns autores1111. Giannoudis A, Herrington CS. Differential expression of p53 and p21 in low grade cervical squamous intraepithelial lesions infected with low, intermediate, and high risk human papillomaviruses. Cancer. 2000;89(6):1300-7. concluíram que a expressão do p53 em lesões de baixo grau aumenta progressivamente em infecções por HPV de baixo risco oncogênico e se expressa menos, proporcionalmente, em infecções por HPV de intermediário e alto risco oncogênico, fato que pode estar relacionado às diferentes funções da proteína E6 conforme o tipo de HPV e a degradação da p531111. Giannoudis A, Herrington CS. Differential expression of p53 and p21 in low grade cervical squamous intraepithelial lesions infected with low, intermediate, and high risk human papillomaviruses. Cancer. 2000;89(6):1300-7..

Outros pesquisadores1919. Mittal KR, Lin O, Chan W, Goswani S, Demopoulos RI. Cervical squamous dysplasias and carcinomas with immunodetectable p53 frequently contain HPV. Gynecol Oncol. 1995;58(3):289-94.,3232. Shukla S, Dass J, Pujani M. p53 and bcl2 expression in malignant and premalignant lesions of uterine cervix and their correlation with human papiloma vírus 16 and 18. South Asian J Cancer. 2014;3(1):48-53. não conseguiram identificar um padrão de expressão do p53 gradualmente maior quanto maior a gravidade da doença, concluindo, por seus dados, que alterações na p53 exercem um importante papel na patogênese do carcinoma escamoso cervical, porém a expressão do p53 não é suficiente para concluir sobre a carcinogênese cervical1919. Mittal KR, Lin O, Chan W, Goswani S, Demopoulos RI. Cervical squamous dysplasias and carcinomas with immunodetectable p53 frequently contain HPV. Gynecol Oncol. 1995;58(3):289-94..

De maneira semelhante ao nosso estudo, três outros estudos1212. Bragança JF, Sarian LO, Pitta DR, Maito AB, Vassalo J, Pignataro F, et al. Expression of p16 and cervical infection with high-risk human papillomaviruses are not related to p53 activity in cervical intraepithelial neoplasia. Int J Gynecol Cancer. 2008;18(5):1060-4.,2525. Tosun G, Sendag F, Zeybek B, Cosan Terek M, Guven C, Zekiogly O, et al. Immunohistochemical expressions of p16 and p53 proteins in cervical intraepithelial neoplasia and in benign cervical tissue. Eur J Gynaecol Oncol. 2010;31(6):627-31.,3030. Wang JL, Zheng BY, Li XD, Angström T, Lindström MS, Wallin KL. Predictive significance of the alterations of p16INK4A, p14ARF, p53, and proliferating cell nuclear antigen expression in the progression of cervical cancer. Clin Cancer Res. 2004;10(7):2407-14. avaliaram simultaneamente a positividade do p16 e do p53 nas lesões cervicais HPV-induzidas, entretanto, avaliaram o aumento da positividade dos marcadores com a gravidade da NIC, mas não com a possibilidade de recorrência.

Levando em consideração todos esses dados, ao que parece, a expressão tanto do p16 quanto do p53, em biópsias de conização, evidenciam fortemente a relação de gravidade da infecção do HPV com o desenvolvimento da neoplasia intraepitelial cervical, mas não podem ser considerados marcadores capazes de prever a recorrência da doença após tratamento por conização.

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  • Fonte de financiamento: nenhuma.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Feb 2016

Histórico

  • Recebido
    16 Set 2015
  • Aceito
    08 Dez 2015
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