Acessibilidade / Reportar erro

Estudo comparativo entre tela de polipropileno e poliglecaprone com tela de polipropileno na formação de aderências intraperitoneais

RESUMO

Objetivo:

comparar a formação de aderências intraperitoneais em ratos, com o uso de tela de polipropileno e tela composta de polipropileno e poliglecaprone.

Métodos:

vinte ratos Wistar machos, foram alocados em dois grupos. No grupo 1 os ratos receberam tela de polipropileno no lado direito e tela de polipropileno e poliglecaprone no lado esquerdo. No grupo 2 inverteu-se a posição das telas. Analisou-se a presença ou não de aderências após 30 dias, sendo incluídas apenas aderências sobre as telas. Os resultados foram submetidos à análise estatística, adotando-se como nível de significância p≤0,05.

Resultados:

todas as telas se apresentaram com aderências. Verificou-se que, na tela de polipropileno, a porcentagem de superfície coberta por aderências variou entre 10,5 a 100%, com média 34,07±24,21% enquanto que na tela de polipropileno e poliglecaprone a porcentagem de tela coberta por aderências variou entre 8,5 a 100%, com média 44,7±32,85% (p=0,12) .

Conclusão:

ambas as telas dão origem às aderências, não havendo vantagem de aplicação no reparo intraperitoneal de uma em relação à outra.

Descritores:
Hérnia; Aderências Teciduais; Telas Cirúrgicas; Estudo Comparativo

ABSTRACT

Objective:

to compare intraperitoneal adhesion formation in rats when using polypropylene and polypropylene with poliglecaprone meshes.

Methods:

we used twenty male, Wistar rats, divided in two groups. In group 1, the rats received the polypropylene mesh on their right side and the polypropylene with poliglecaprone mesh on their left side. In group 2 the position of the meshes was inverted. After 30 days, we analyzed the presence or not of adhesion formation, including only those over the meshes. The findings undergone an analysis through the Mann-Whitney test, at a level of significance of p≤0.05.

Results:

all meshes presented adhesions. We verified that, for the polypropylene meshes, the percentage of their surface covered by adhesions varied from 10.5 to 100%, with an average of 34.07±24.21%, while for the polypropylene with poliglecaprone mesh, the percentage covered by adhesions varied between 8.5% and 100%, with an average of 44.7±32.85% (p=0.12).

Conclusion:

both meshes lead to adhesion formation, none being superior to the other.

Keywords:
Hernia; Tissue Adhesions; Surgical Mesh; Comparative Study.

INTRODUÇÃO

Hérnia incisional ou eventração se caracteriza como a protrusão de conteúdos abdominais através de uma região enfraquecida da parede abdominal, seja por trauma ou como resultado de incisões cirúrgicas. É uma complicação frequente em cirurgias abdominais, ocorrendo em 2% a 35% das laparotomias11. Fikatas P, Schoening W, Lee JE, Chopra SS, Seehofer D, Guckelberger O, et al. Incidence, risk factors and management of incisional hernia in a high volume liver transplant center. Ann Transplant. 2013;18:223-30.

2. Nakayama M, Yoshimatsu K, Yokomizo H, Yano Y, Okayama S, Satake M, et al. Incidence and risk factors for incisional hernia after open surgery for colorectal cancer. Hepatogastroenterology. 2014;61(133):1220-3.
-33. Höer J, Lawong G, Klinge U, Schumpelick V. [Factors influencing the development of incisional hernia. A retrospective study of 2,983 laparotomy patients over a period of 10 years]. Chir. 2002;73(5):474-80. German. e acarretando significativa morbimortalidade. Uma parcela considerável desses pacientes apresenta-se com estrangulamento intestinal (2%) e encarceramento (6 a 15%)44. Luijendijk RW, Hop WC, van den Tol MP, de Lange DC, Braaksma MM, Ijzermans JN, et al. A comparison of suture repair with mesh repair for incisional hernia. N Engl J Med. 2000;343(6):392-8..

O reparo de hérnias incisionais é cirúrgico, contando com várias técnicas descritas. O advento do uso de próteses conseguiu reduzir de maneira significativa o índice de recorrências, se comparado à correção primária44. Luijendijk RW, Hop WC, van den Tol MP, de Lange DC, Braaksma MM, Ijzermans JN, et al. A comparison of suture repair with mesh repair for incisional hernia. N Engl J Med. 2000;343(6):392-8.. Através da abordagem laparoscópica, as telas atingiram a cavidade abdominal. Dessa forma, por estarem em contato com estruturas abdominais, trouxeram complicações como aderências, fístulas e obstruções intestinais55. Brown CN, Finch JG. Which mesh for hernia repair? Ann R Coll Surg Engl. 2010;92(4):272-8.,66. Cevasco M, Itani KM. Ventral hernia repair with synthetic, composite, and biologic mesh: characteristics, indications, and infection profile. Surg Infect (Larchmt). 2012;13(4):209-15.. Uma revisão sistemática realizada por Castro et al.77. Castro PM, Rabelato JT, Monteiro GG, del Guerra GC, Mazzurana M, Alvarez GA. Laparoscopy versus laparotomy in the repair of ventral hernias: systematic review and meta-analysis. Arq Gastroenterol. 2014;51(3):205-11. mostra que 4,7% dos pacientes submetidos à laparoscopia necessitaram de enterectomias, condição capaz de elevar a mortalidade para 2,8% a 7,7%8.

As aderências peritoneais, relacionadas ao processo natural de cicatrização, estão presentes em 90% dos pacientes submetidos à cirurgia abdominal e podem trazer complicações como: obstrução intestinal, infertilidade, dor abdominal e pélvica crônicas, além de dificuldades na reoperação99. Liakakos T, Thomakos N, Fine PM, Dervenis C, Young RL. Peritoneal adhesions: etiology, pathophysiology, and clinical significance. Recent advances in prevention and management. Dig Surg. 2001;18(4):260-73.. Um estudo feito por van Goor1010. van Goor H. Consequences and complications of peritoneal adhesions. Colorectal Dis. 2007;9 Suppl 2:25-34. chama, ainda, a atenção para maiores tempo da internação, do ato cirúrgico e a necessidade de conversão de uma laparoscopia em laparotomia. A tela cirúrgica mais utilizada é a tela de polipropileno, devido à flexibilidade, estimulação do crescimento celular, resposta inflamatória satisfatória, fácil manipulação e baixo preço. No entanto, essa prótese induz a formação de aderências quando em contato com conteúdos intra-abdominais1111. Burger JW, Halm JA, Wijsmuller AR, ten Raa S, Jeekel J. Evaluation of new prosthetic meshes for ventral hernia repair. Surg Endosc. 2006;20(8):1320-5. Epub 2006 Jul 24., de forma que devem ser pesquisadas telas que provoquem menos complicações, mas que mantenham a resistência e a força tênsil dos tecidos1212. Lamber B, Grossi JVM, Manna BB, Montes JHM, Bigolin AV, Cavazzola LT. Pode a tela de poliéster coberta com colágeno diminuir as taxas aderências intraperitoneais na correção de hérnia incisional? ABCD, arq bras cir dig. 2013;26(1):13-7..

Dentro desse contexto, foram desenvolvidas diversas próteses, diferindo em aspectos como o material de sua composição, tamanho dos poros, peso, elasticidade, reação tissular, absorção e biocompatibilidade1313. Seiler C, Baumann P, Kienle P, Kuthe A, Kuhlgatz J, Engemann R, et al. A randomised, multi-centre, prospective, double blind pilot-study to evaluate safety and efficacy of the non-absorbable Optilene Mesh Elastic versus the partly absorbable Ultrapro Mesh for incisional hernia repair. BMC Surg. 2010;10(21):1-7.. Uma revisão feita por Araújo et al.1414. Araújo U, Czeczko N. The choice of the mesh composition to use in the intraperitoneal position in the surgical repair of abdominal wall defects. ABCD Arq Bras Cir Dig. 2010;23(2):118-21. recomenda o emprego de telas de composição mista para o uso intraperitoneal. Entre essas telas, figura a Ultrapro(r), uma prótese parcialmente absorvível, composta por partes iguais de polipropileno e poliglecaprone, contando com boa biocompatibilidade, incorporação e alta força tênsil apesar do peso leve1515. Schug-Pass C, Tamme C, Sommerer F, Tannapfel A, Lippert H, Köckerling F. A lightweight, partially absorbable mesh (Ultrapro) for endoscopic hernia repair: experimental biocompatibility results obtained with a porcine model. Surg Endosc . 2008;22(4):1100-6..

O objetivo do presente estudo consiste em comparar a formação de aderências intraperitoneais entre as telas de polipropileno e polipropileno associado à poliglecaprone.

MÉTODOS

O projeto foi levado à Comissão de Ética para o Uso em Animais (CEUA) do Setor de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) sob processo de número 23075.006274/2014-48. Foi aprovado em 20 de março de 2014, recebendo o certificado no 769. Obedeceu a Lei Federal no 11.794, de 08 de outubro de 2008, e seguiu as orientações da Sociedade Brasileira de Ciência em Animais de Laboratório e à Diretriz Brasileira para o Cuidado e Utilização de Animais para Fins Científicos e Didáticos editadas pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, em 2013.

Utilizaram-se 20 ratos (Rattus norvegicus albinus, Rodentia mammalia), da linhagem Wistar provenientes do Biotério Central da Universidade Federal do Paraná, machos, com idade entre 100 e 120 dias e peso entre 316 a 400 gramas, com média de 360,5±19,32 gramas. Alojados em caixas de polipropileno, de dimensões apropriadas para a espécie, em número de cinco animais por caixa, permaneceram no Biotério da Disciplina de Técnica Cirúrgica e Cirurgia Experimental da UFPR durante o tempo em que foi realizado o estudo. O ciclo claro/escuro foi 12 horas e a temperatura ambiente e a umidade do ar foram próprias do ambiente, sem regulação artificial. O acesso à água e à ração foi livre.

Distribuíram-se os animais da amostra, de maneira aleatória, em dois grupos sendo dez ratos para cada grupo. Em todos os animais foram inseridas duas telas diferentes na parede ventral em face intraperitoneal, de maneira que cada animal foi seu próprio controle. Para o grupo 1 as telas foram dispostas da seguinte maneira: tela polipropileno inserida na superfície peritoneal no lado direito e tela de polipropileno com poliglecaprone (Ultrapro(r)) no lado esquerdo. Para o grupo 2 esta disposição das telas foi invertida, sendo que no lado direito ficaram as telas de polipropileno com poliglecaprone (Ultrapro(r)) e, no lado esquerdo, as telas de polipropileno. A eutanásia foi realizada após 28 dias em ambos os grupos.

A anestesia ficou a cargo de médico veterinário e foi conseguida com 0,1ml/100g de peso de uma solução composta de quetamina (50mg) e 1ml de xilazina (20mg). Complementou-se a anestesia com isofluorano inalatório. Fez-se a tricotomia da parede abdominal ventral e a antissepsia com polivinilpirrolidona-iodo. Procedeu-se à laparotomia mediana, xifopúbica, com uma incisão de 4cm. Fixaram-se as telas de polipropileno e de polipropileno com poliglecaprone (Ultrapro(r)), medindo 10mm de largura por 20mm de comprimento, ao peritônio parietal conforme o grupo a que pertencesse o animal (Figura 1). Conseguiu-se a fixação com fio de polipropileno 5.0, com ponto transfixante, peritônio-músculo-aponeuróticos, em cada vértice (Figura 2). Em seguida fez-se a laparorrafia com síntese contínua, em dois planos, o primeiro do peritônio e músculo-aponeurótico e o segundo, o da pele, utilizando-se fio monofilamentar de náilon 4.0.

Figura 1
Porcentagem da área da tela coberta por aderências no grupo I. Nota: lado direito - polipropileno; lado esquerdo - polipropileno com poliglecaprone.

Figura 2
Porcentagem da área da tela coberta por aderências no Grupo II. Nota: lado direito - polipropileno com poliglecaprone; lado esquerdo - polipropileno.

Para a analgesia do pós-operatório imediato usou-se 10mg/kg de dipirona, por via intramuscular. Após a recuperação anestésica devolveram-se os animais às suas caixas. Realizou-se a eutanásia após 28 dias do procedimento, sob a vigência da anestesia, conforme protocolo descrito nas Diretrizes da Prática de Eutanásia do CONCEA, 2013, e Guia Brasileiro de Boas Práticas em Eutanásia em Animais do Conselho Federal de Medicina Veterinária, 2013. A indução foi realizada com Thiopental sódico 10mg/kg por via endovenosa. Manutenção com anestesia inalatória Isoflurano e parada cardiorrespiratória com cloreto de potássio 10% 5mg/kg por via endovenosa.

Abriu-se a cavidade abdominal com uma incisão em U, de base superior, que, quando levantada, permitiu a avaliação das aderências. Analisou-se a presença ou ausência, sendo incluídas apenas aderências sobre as telas e excluídas as aderências sobre a linha de sutura mediana e sobre os pontos transfixantes, uma vez que, independente da tela utilizada há tendência do tecido em formar aderências nos locais de sutura1616. Schreinemacher MH, Emans PJ, Gijbels MJ, Greve JW, Beets GL, Bouvy ND. Degradation of mesh coatings and intraperitoneal adhesion formation in an experimental model. Br J Surg. 2009;96(3):305-13..

Para a avaliação foram projetadas as áreas acometidas por aderências em papel milimetrado, com desenho de mesma dimensão da tela (20x10 mm). Para se ter precisão dos resultados, aderências viscerais foram seccionadas e rebatidas para análise da porção previamente oculta da tela. Destas projeções sobre o papel milimetrado obteve-se a porcentagem de tela coberta por aderência. Quando a tela estava aderida ao peritônio era considerada incorporada e quando se mantinha apenas pontos de fixação, como não incorporada. Pôde-se ainda registrar quais vísceras estavam aderidas à tela.

Os resultados foram submetidos à análise estatística por meio do teste não paramétrico de Mann-Whitney para a avaliação das médias e ao teste exato de Fisher para as frequências, adotando-se como nível para rejeição da hipótese de nulidade p<0,05 ou 5%.

RESULTADOS

No presente estudo não houve complicações pós-operatórias ou óbitos. Uma tela de polipropileno e sete telas de polipropileno com poliglecaprone não mostraram incorporação ao peritônio parietal, isto é, estavam fixas à parede apenas pelos pontos (Tabela 1). Todas as telas, tanto de polipropileno quanto de polipropileno com poliglecaprone apresentaram aderências.

Tabela 1
Número de telas incorporadas.

No Grupo 1 a porcentagem de tela cirúrgica coberta por aderências no lado direito (polipropileno) variou de 12% a 49% de superfície, com média de 25,69±13,61%, enquanto que no lado esquerdo (polipropileno com poliglecaprone), a porcentagem de tela coberta variou entre 13% e 100% de superfície com média de 49,45%±25,57 (p<0,05) (Tabela 2, Figura 1).

Tabela 2
Porcentagem da área da tela coberta por aderências no Grupo 1.

No Grupo 2 a porcentagem de tela coberta por aderências, no lado direito, (polipropileno com poliglecaprone) variou entre 8,5 e 100%, com média de 39,95±36,77% de superfície, que no lado esquerdo (polipropileno), a porcentagem de tela coberta variou entre 15% e 100%, com média de 42,45±28,07% (p>0,05) (Tabela 3, Figura 2).

Tabela 3
Porcentagem da área da tela coberta por aderências no Grupo 2.

Ao analisar as telas, independentemente dos grupos, verificou-se que, na tela de polipropileno, a porcentagem de superfície coberta por aderências variou entre 10,5 a 100%, com média 34,07±24,21%, enquanto que na tela de polipropileno com poliglecaprone, a porcentagem de tela coberta por aderências variou entre 8,5% e 100%, com média 44,7±32,85% (p=0,12) (Tabela 4, Figura 3). Participaram das aderências o omento (98,5%) e o funículo espermático (80%) em ambas as telas. O fígado esteve aderido 20% das vezes (5% nas telas de polipropileno e 15% das telas de polipropileno com poliglecaprone) e o intestino delgado (2,5%) (Figura 4).

Tabela 4
Porcentagem da área coberta por aderências em ambas as telas, independente do lado em que foram colocadas.

Figura 3
Porcentagem de aderências por tela, independentemente do lado em que foram colocadas.

Figura 4
Aderências nos animais 6 e 10 do Grupo I (tela de polipropileno à direita e polipropileno com poliglecaprone à esquerda). Nota: * = cordão espermático; # = omento

DISCUSSÃO

O uso de telas cirúrgicas no reparo de hérnias incisionais, por via intra-abdominal, pode induzir à formação de aderências, obstrução intestinal e fístulas55. Brown CN, Finch JG. Which mesh for hernia repair? Ann R Coll Surg Engl. 2010;92(4):272-8.,66. Cevasco M, Itani KM. Ventral hernia repair with synthetic, composite, and biologic mesh: characteristics, indications, and infection profile. Surg Infect (Larchmt). 2012;13(4):209-15.. O contato direto da prótese com as vísceras contribui de maneira significativa para o processo1111. Burger JW, Halm JA, Wijsmuller AR, ten Raa S, Jeekel J. Evaluation of new prosthetic meshes for ventral hernia repair. Surg Endosc. 2006;20(8):1320-5. Epub 2006 Jul 24.. Em um estudo de Halm et al.1717. Halm JA, de Wall LL, Steyerberg EW, Jeekel J, Lange JF. Intraperitoneal polypropylene mesh hernia repair complicates subsequent abdominal surgery. World J Surg. 2007;31(2):423-9., 76% dos pacientes que receberam a tela pela via intraperitoneal desenvolveram aderências, sendo necessário, em 20% deles, ressecção intestinal. Além disso, complicações estiveram presentes em 77% dos pacientes que necessitaram de reoperação, representando aumento da incidência de complicações pós-operatórias. A complicação mais temida, a obstrução intestinal, está associada a maiores taxas de morbidade e mortalidade99. Liakakos T, Thomakos N, Fine PM, Dervenis C, Young RL. Peritoneal adhesions: etiology, pathophysiology, and clinical significance. Recent advances in prevention and management. Dig Surg. 2001;18(4):260-73.,1010. van Goor H. Consequences and complications of peritoneal adhesions. Colorectal Dis. 2007;9 Suppl 2:25-34., a qual impulsiona a busca por uma composição de tela que apresente menores complicações, mantendo a resistência e a força à tração.

De maneira geral, uma tela inserida intraperitonealmente, induz a uma reação de corpo estranho e à formação de aderências, que representam um processo patológico da cicatrização peritoneal1818. Borrazzo EC, Belmont MF, Boffa D, Fowler DL. Effect of prosthetic material on adhesion formation after laparoscopic ventral hernia repair in a porcine model. Hernia. 2004;8(2):108-12. Epub 2003 Nov 21.. Entre os principais causadores de aderências encontram-se a presença de corpos estranhos, a inflamação peritoneal, a isquemia, a abrasão e o trauma1919. Cheong YC, Laird SM, Li TC, Shelton JB, Ledger WL, Cooke ID. Peritoneal healing and adhesion formation/reformation. Hum Reprod Update. 2001;7(6):556-66.. O trauma cirúrgico desencadeia um processo inflamatório que compreende alterações vasculares, celulares e a formação de matriz de fibrina, que gradualmente resulta na elaboração de um tecido composto por fibroblastos, macrófagos, e outras células inflamatórias. Esse processo de reparação peritoneal está envolvido com a incorporação da prótese, podendo evoluir com a formação de aderências2020. Kamel RM. Prevention of postoperative peritoneal adhesions. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol. 2010;150(2):111-8..

Com o advento da abordagem laparoscópica, e o consequente aumento na incidência de aderências55. Brown CN, Finch JG. Which mesh for hernia repair? Ann R Coll Surg Engl. 2010;92(4):272-8.,66. Cevasco M, Itani KM. Ventral hernia repair with synthetic, composite, and biologic mesh: characteristics, indications, and infection profile. Surg Infect (Larchmt). 2012;13(4):209-15.,1010. van Goor H. Consequences and complications of peritoneal adhesions. Colorectal Dis. 2007;9 Suppl 2:25-34., a procura por telas com menores complicações ganhou força. Para uma tela ser considerada ideal, esta deveria possuir uma série de características, como: não induzir à formação de aderências, não desencadear reações alérgicas ou de corpo estranho; não ser carcinogênica, adesiva ou erosiva; resistir à infecção, ser ajustável à parede abdominal, apresentar boa resistência e força tênsil1111. Burger JW, Halm JA, Wijsmuller AR, ten Raa S, Jeekel J. Evaluation of new prosthetic meshes for ventral hernia repair. Surg Endosc. 2006;20(8):1320-5. Epub 2006 Jul 24.. Porém, para Minossi et al.2121. Minossi JG, Silva AL, Spadella CT. O uso da prótese na correção das hérnias da parede abdominal é um avanço, mas o seu uso indiscriminado, um abuso. Rev Col Bras Cir. 2008;35(6):416-24. nenhum material apresentaria todos os quesitos. O tipo de material, sua gramatura e porosidade influenciam na formação de aderências, na intensidade da reação inflamatória e na consistência e organização tecidual do peritônio em recuperação2222. Klosterhalfen B, Junge K, Klinge U. The lightweight and large porous mesh concept for hernia repair. Expert Rev Med Devices. 2005;2(1):103-17..

Os estudos experimentais com telas cirúrgicas para a avaliação da biocompatibilidade e formação de aderências utilizam modelos animais, como: coelhos2323. Aramayo AL, Lopes Filho GJ, Barbosa CA, Amaral VF, Costa LA. Abdominal wall healing in incisional hernia using different biomaterials in rabbits. Acta Cir Bras. 2013;28(4):307-16.

24. Bellon JM, Rodriguez M, Garcia-Honduvilla N, Gomez-Gil V, Pascual G, Bujan J. Postimplant behavior of lightweight polypropylene meshes in an experimental model of abdominal hernia. J Invest Surg. 2008;21(5):280-7.
-2525. Bellón JM, Rodríguez M, García-Honduvilla N, Pascual G, Gómez Gil V, Buján J. Peritoneal effects of prosthetic meshes used to repair abdominal wall defects: monitoring adhesions by sequential laparoscopy. J Laparoendosc Adv Surg Tech A. 2007;17(2):160-6., ovelhas2626. Zinther NB, Wara P, Friis-Andersen H. Shrinkage of intraperitoneal onlay mesh in sheep: coated polyester mesh versus covered polypropylene mesh. Hernia. 2010;14(6):611-5., porcos1515. Schug-Pass C, Tamme C, Sommerer F, Tannapfel A, Lippert H, Köckerling F. A lightweight, partially absorbable mesh (Ultrapro) for endoscopic hernia repair: experimental biocompatibility results obtained with a porcine model. Surg Endosc . 2008;22(4):1100-6. e, principalmente, ratos1111. Burger JW, Halm JA, Wijsmuller AR, ten Raa S, Jeekel J. Evaluation of new prosthetic meshes for ventral hernia repair. Surg Endosc. 2006;20(8):1320-5. Epub 2006 Jul 24.,2727. Kist C, Manna BB, Montes JHM, Bigolin AV, Grossi JVM, Cavazzola LT. Estudo comparativo de aderências intraperitoneais associadas ao uso das telas de polipropileno e de malha leve de polipropileno revestida com ácido graxo ômega-3. Rev Col Bras Cir . 2012;39(3):201-6.. As variáveis analisadas incluem incidência, extensão, qualidade e, em alguns estudos, tensão de ruptura e tenacidade.

A tela de polipropileno, com alta gramatura (80 a 100 g/m²) e tamanho médio de poros (0,8mm), é a mais empregada atualmente5. Consagrada pela sua excelente biocompatibilidade, capacidade de incorporação e manutenção da força de tração da parede abdominal e baixo custo, está associada à alta incidência de aderências1414. Araújo U, Czeczko N. The choice of the mesh composition to use in the intraperitoneal position in the surgical repair of abdominal wall defects. ABCD Arq Bras Cir Dig. 2010;23(2):118-21.,2222. Klosterhalfen B, Junge K, Klinge U. The lightweight and large porous mesh concept for hernia repair. Expert Rev Med Devices. 2005;2(1):103-17.. Em estudos experimentais, a formação de aderências é observada em 100% das telas, recobrindo de 50 a 100% da superfície da prótese1111. Burger JW, Halm JA, Wijsmuller AR, ten Raa S, Jeekel J. Evaluation of new prosthetic meshes for ventral hernia repair. Surg Endosc. 2006;20(8):1320-5. Epub 2006 Jul 24.,1212. Lamber B, Grossi JVM, Manna BB, Montes JHM, Bigolin AV, Cavazzola LT. Pode a tela de poliéster coberta com colágeno diminuir as taxas aderências intraperitoneais na correção de hérnia incisional? ABCD, arq bras cir dig. 2013;26(1):13-7.,2727. Kist C, Manna BB, Montes JHM, Bigolin AV, Grossi JVM, Cavazzola LT. Estudo comparativo de aderências intraperitoneais associadas ao uso das telas de polipropileno e de malha leve de polipropileno revestida com ácido graxo ômega-3. Rev Col Bras Cir . 2012;39(3):201-6.. Os autores descreveram o omento como a estrutura mais frequentemente envolvida, seguido do fígado e das alças intestinais.

No presente estudo, aderências foram observadas em 100% dos animais em que a tela de polipropileno foi implantada. A porcentagem da superfície coberta por aderências variou entre 10,5 e 100%, com média 34,07±24,21%. Observou-se maior formação de aderências no lado esquerdo, onde a porcentagem de tela coberta variou entre 15 e 100% com média de 42,45±28,07%, contra 12 a 49% de superfície coberta e média de 25,69±13,61% no lado direito. Além disso, apenas uma das 20 telas implantadas não mostrou incorporação ao peritônio parietal.

As aderências envolvendo intestino delgado representam maior risco para desenvolver obstrução intestinal1919. Cheong YC, Laird SM, Li TC, Shelton JB, Ledger WL, Cooke ID. Peritoneal healing and adhesion formation/reformation. Hum Reprod Update. 2001;7(6):556-66., entretanto, em alguns casos, o omento pode também contribuir. As telas de polipropileno de alta gramatura, com peso maior do que 40mg/m², estão relacionadas à complicações, como desconforto abdominal, infecção e fístulas. Por sua vez, a porosidade do material influencia a colonização celular e a reação inflamatória. As telas com poros estreitos induzem a uma sutil colonização celular, porém intensa reação inflamatória e formação de aderências. Em contrapartida, as telas macroporosas, além de serem mais flexíveis, garantem menor reação de corpo estranho, possibilitando a sua integração aos tecidos sem a formação de cápsula fibrosa1414. Araújo U, Czeczko N. The choice of the mesh composition to use in the intraperitoneal position in the surgical repair of abdominal wall defects. ABCD Arq Bras Cir Dig. 2010;23(2):118-21.,2222. Klosterhalfen B, Junge K, Klinge U. The lightweight and large porous mesh concept for hernia repair. Expert Rev Med Devices. 2005;2(1):103-17..

Diante deste contexto, a associação da tela de polipropileno com filamentos de poliglecaprone permitiria menores complicações em comparação à tela de polipropileno clássica. O componente absorvível da tela, poliglecaprone, facilitaria a manipulação intraoperatória da tela, seja por via endoscópica ou aberta1515. Schug-Pass C, Tamme C, Sommerer F, Tannapfel A, Lippert H, Köckerling F. A lightweight, partially absorbable mesh (Ultrapro) for endoscopic hernia repair: experimental biocompatibility results obtained with a porcine model. Surg Endosc . 2008;22(4):1100-6.. A tela utilizada no presente estudo, composta por partes iguais de polipropileno de baixo peso (28g/m²) com poros grandes (3-4mm) e poliglecaprone caracteriza-se pela sua boa biocompatibilidade imunoquímica e histológica, além de extensa incorporação e alta força tênsil1111. Burger JW, Halm JA, Wijsmuller AR, ten Raa S, Jeekel J. Evaluation of new prosthetic meshes for ventral hernia repair. Surg Endosc. 2006;20(8):1320-5. Epub 2006 Jul 24.,1515. Schug-Pass C, Tamme C, Sommerer F, Tannapfel A, Lippert H, Köckerling F. A lightweight, partially absorbable mesh (Ultrapro) for endoscopic hernia repair: experimental biocompatibility results obtained with a porcine model. Surg Endosc . 2008;22(4):1100-6..

Em um modelo experimental utilizando ratos Wistar, Burger et al.1111. Burger JW, Halm JA, Wijsmuller AR, ten Raa S, Jeekel J. Evaluation of new prosthetic meshes for ventral hernia repair. Surg Endosc. 2006;20(8):1320-5. Epub 2006 Jul 24. compararam a tela de polipropileno com poliglecaprone a outras telas, avaliando a formação de aderências, a incorporação e a força tênsil. A análise se deu após sete e 30 dias a partir do procedimento. A tela de polipropileno com poliglecaprone não se mostrou superior à de polipropileno.

Schreinemacher et al.1616. Schreinemacher MH, Emans PJ, Gijbels MJ, Greve JW, Beets GL, Bouvy ND. Degradation of mesh coatings and intraperitoneal adhesion formation in an experimental model. Br J Surg. 2009;96(3):305-13. também não encontraram diferenças significantes entre as telas de polipropileno e polipropileno com poliglecaprone, quando analisaram a formação de aderências e a incorporação após sete e 30 dias de pós-operatório em ratos, em um estudo com seis telas. Os autores relataram uma menor área coberta por aderências no grupo avaliado aos 30 dias, porém essa diferença não foi significante. Nesse grupo, ainda, todos os animais que receberam a tela de polipropileno com poliglecaprone desenvolveram aderências viscerais, contra 35% naqueles com a tela de polipropileno. Quanto à incorporação, não houve diferenças significantes entre as telas.

Bellón et al.2525. Bellón JM, Rodríguez M, García-Honduvilla N, Pascual G, Gómez Gil V, Buján J. Peritoneal effects of prosthetic meshes used to repair abdominal wall defects: monitoring adhesions by sequential laparoscopy. J Laparoendosc Adv Surg Tech A. 2007;17(2):160-6. analisaram a tela de polipropileno com poliglecaprone e outras telas na correção de defeitos da parede abdominal, em coelhos. Com respeito à formação de aderências, não houve diferença significante quando comparada à tela de polipropileno. Ainda, as aderências puderam ser observadas à laparoscopia após 72 horas do procedimento, não havendo diferença quando analisadas com sete e 14 dias de pós-operatório.

Aramayo et al.2323. Aramayo AL, Lopes Filho GJ, Barbosa CA, Amaral VF, Costa LA. Abdominal wall healing in incisional hernia using different biomaterials in rabbits. Acta Cir Bras. 2013;28(4):307-16. produziram, em 40 coelhos, uma hérnia incisional e avaliaram três telas utilizadas para o reparo. A área da adesão induzida pela tela de polipropileno foi significantemente maior quando comparada à tela de polipropileno com poliglecaprone.

Bellón et al.2424. Bellon JM, Rodriguez M, Garcia-Honduvilla N, Gomez-Gil V, Pascual G, Bujan J. Postimplant behavior of lightweight polypropylene meshes in an experimental model of abdominal hernia. J Invest Surg. 2008;21(5):280-7., em um modelo experimental utilizando coelhos, compararam a tela de polipropileno de baixo peso com a tela de polipropileno com poliglecaprone. Após análises com 14 e 90 dias após o procedimento, concluíram que a formação de aderências na face peritoneal das telas foi significantemente menos extensa na tela com componente absorvível, aos 90 dias. As estruturas aderidas foram o omento e as alças intestinais.

Os resultados do atual trabalho concordam com os apresentados pelos diferentes estudos no que concerne à formação de aderências. Todas as telas induziram à formação de aderências e não houve diferença significante entre elas. Na tela de polipropileno com poliglecaprone, a porcentagem dela coberta por aderências variou entre 8,5 e 100%, com média 44,7±32,85% (p=0,12). Ao avaliar cada animal dentro de um grupo, percebe-se uma diferença expressiva entre cada um na formação de aderências, a qual dificulta o estabelecimento de um padrão. Essa variação pode estar relacionada à resposta individual de cada um dos animais. Essa tela apresentou, ainda, maior incidência de adesões com o fígado, sendo 15% contra 5% das de polipropileno.

Quando inserida no lado esquerdo, a porcentagem de tela coberta foi significantemente maior em relação à tela de polipropileno. Porém, quando analisadas independentemente do lado onde foram inseridas, nenhuma das telas se mostrou significantemente superior à outra. A diferente disposição intra-abdominal dos órgãos entre os lados e a maior mobilidade do omento, que esteve presente em 98,5% das aderências da amostra, pode justificar essa disparidade. Com respeito à incorporação, a diferença foi significante. Das 20 telas implantadas, sete não mostraram incorporação, em oposição a apenas uma das telas de polipropileno.

Entre as modificações aplicadas nas próteses utilizadas em laparorrafias, a adição de materiais absorvíveis à composição da tela tem como finalidade reduzir a indução à reação de corpo estranho, além de aprimorar a complacência da parede abdominal2828. Cobb WS, Burns JM, Peindl RD, Carbonell AM, Matthews BD, Kercher KW, et al. Textile analysis of heavy weight, mid-weight, and light weight polypropylene mesh in a porcine ventral hernia model. J Surg Res. 2006;136(1):1-7.. Em teoria, essas alterações garantiriam menor formação de aderências. Porém, diante do apresentado, a tela de composição mista com componente absorvível não se mostrou superior à tela cirúrgica padrão. Para alguns autores, ainda, a reação de corpo estranho induzida por telas semiabsorvíveis foi maior nos momentos iniciais a partir do procedimento, tendo normalizado em uma análise tardia por Bellón et al.2424. Bellon JM, Rodriguez M, Garcia-Honduvilla N, Gomez-Gil V, Pascual G, Bujan J. Postimplant behavior of lightweight polypropylene meshes in an experimental model of abdominal hernia. J Invest Surg. 2008;21(5):280-7..

É importante observar que fica difícil a extrapolação dos resultados dos estudos experimentais para a prática em humanos, tendo em vista que esses modelos utilizam, em sua maioria, roedores. A resposta biológica dos animais utilizados nos experimentos pode ser diferente da apresentada por humanos. Além disso, os diferentes tempos de análise empregados pelos diferentes estudos, bem como, as suas diferentes metodologias, contribuem para a limitação da aplicação dos estudos experimentais na prática médica. Apesar da crescente busca ainda não se tem disponível uma tela que não produza aderências, e o seu uso, principalmente quando deixadas em contato com as vísceras abdominais, continua um desafio.

A análise dos resultados permite concluir que, em ratos, ambas as telas estudadas possuem igual capacidade de formação de aderências.

REFERENCES

  • 1
    Fikatas P, Schoening W, Lee JE, Chopra SS, Seehofer D, Guckelberger O, et al. Incidence, risk factors and management of incisional hernia in a high volume liver transplant center. Ann Transplant. 2013;18:223-30.
  • 2
    Nakayama M, Yoshimatsu K, Yokomizo H, Yano Y, Okayama S, Satake M, et al. Incidence and risk factors for incisional hernia after open surgery for colorectal cancer. Hepatogastroenterology. 2014;61(133):1220-3.
  • 3
    Höer J, Lawong G, Klinge U, Schumpelick V. [Factors influencing the development of incisional hernia. A retrospective study of 2,983 laparotomy patients over a period of 10 years]. Chir. 2002;73(5):474-80. German.
  • 4
    Luijendijk RW, Hop WC, van den Tol MP, de Lange DC, Braaksma MM, Ijzermans JN, et al. A comparison of suture repair with mesh repair for incisional hernia. N Engl J Med. 2000;343(6):392-8.
  • 5
    Brown CN, Finch JG. Which mesh for hernia repair? Ann R Coll Surg Engl. 2010;92(4):272-8.
  • 6
    Cevasco M, Itani KM. Ventral hernia repair with synthetic, composite, and biologic mesh: characteristics, indications, and infection profile. Surg Infect (Larchmt). 2012;13(4):209-15.
  • 7
    Castro PM, Rabelato JT, Monteiro GG, del Guerra GC, Mazzurana M, Alvarez GA. Laparoscopy versus laparotomy in the repair of ventral hernias: systematic review and meta-analysis. Arq Gastroenterol. 2014;51(3):205-11.
  • 8
    LeBlanc KA, Elieson MJ, Corder JM 3rd. Enterotomy and mortality rates of laparoscopic incisional and ventral hernia repair: a review of the literature. JSLS. 2007;11(4):408-14.
  • 9
    Liakakos T, Thomakos N, Fine PM, Dervenis C, Young RL. Peritoneal adhesions: etiology, pathophysiology, and clinical significance. Recent advances in prevention and management. Dig Surg. 2001;18(4):260-73.
  • 10
    van Goor H. Consequences and complications of peritoneal adhesions. Colorectal Dis. 2007;9 Suppl 2:25-34.
  • 11
    Burger JW, Halm JA, Wijsmuller AR, ten Raa S, Jeekel J. Evaluation of new prosthetic meshes for ventral hernia repair. Surg Endosc. 2006;20(8):1320-5. Epub 2006 Jul 24.
  • 12
    Lamber B, Grossi JVM, Manna BB, Montes JHM, Bigolin AV, Cavazzola LT. Pode a tela de poliéster coberta com colágeno diminuir as taxas aderências intraperitoneais na correção de hérnia incisional? ABCD, arq bras cir dig. 2013;26(1):13-7.
  • 13
    Seiler C, Baumann P, Kienle P, Kuthe A, Kuhlgatz J, Engemann R, et al. A randomised, multi-centre, prospective, double blind pilot-study to evaluate safety and efficacy of the non-absorbable Optilene Mesh Elastic versus the partly absorbable Ultrapro Mesh for incisional hernia repair. BMC Surg. 2010;10(21):1-7.
  • 14
    Araújo U, Czeczko N. The choice of the mesh composition to use in the intraperitoneal position in the surgical repair of abdominal wall defects. ABCD Arq Bras Cir Dig. 2010;23(2):118-21.
  • 15
    Schug-Pass C, Tamme C, Sommerer F, Tannapfel A, Lippert H, Köckerling F. A lightweight, partially absorbable mesh (Ultrapro) for endoscopic hernia repair: experimental biocompatibility results obtained with a porcine model. Surg Endosc . 2008;22(4):1100-6.
  • 16
    Schreinemacher MH, Emans PJ, Gijbels MJ, Greve JW, Beets GL, Bouvy ND. Degradation of mesh coatings and intraperitoneal adhesion formation in an experimental model. Br J Surg. 2009;96(3):305-13.
  • 17
    Halm JA, de Wall LL, Steyerberg EW, Jeekel J, Lange JF. Intraperitoneal polypropylene mesh hernia repair complicates subsequent abdominal surgery. World J Surg. 2007;31(2):423-9.
  • 18
    Borrazzo EC, Belmont MF, Boffa D, Fowler DL. Effect of prosthetic material on adhesion formation after laparoscopic ventral hernia repair in a porcine model. Hernia. 2004;8(2):108-12. Epub 2003 Nov 21.
  • 19
    Cheong YC, Laird SM, Li TC, Shelton JB, Ledger WL, Cooke ID. Peritoneal healing and adhesion formation/reformation. Hum Reprod Update. 2001;7(6):556-66.
  • 20
    Kamel RM. Prevention of postoperative peritoneal adhesions. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol. 2010;150(2):111-8.
  • 21
    Minossi JG, Silva AL, Spadella CT. O uso da prótese na correção das hérnias da parede abdominal é um avanço, mas o seu uso indiscriminado, um abuso. Rev Col Bras Cir. 2008;35(6):416-24.
  • 22
    Klosterhalfen B, Junge K, Klinge U. The lightweight and large porous mesh concept for hernia repair. Expert Rev Med Devices. 2005;2(1):103-17.
  • 23
    Aramayo AL, Lopes Filho GJ, Barbosa CA, Amaral VF, Costa LA. Abdominal wall healing in incisional hernia using different biomaterials in rabbits. Acta Cir Bras. 2013;28(4):307-16.
  • 24
    Bellon JM, Rodriguez M, Garcia-Honduvilla N, Gomez-Gil V, Pascual G, Bujan J. Postimplant behavior of lightweight polypropylene meshes in an experimental model of abdominal hernia. J Invest Surg. 2008;21(5):280-7.
  • 25
    Bellón JM, Rodríguez M, García-Honduvilla N, Pascual G, Gómez Gil V, Buján J. Peritoneal effects of prosthetic meshes used to repair abdominal wall defects: monitoring adhesions by sequential laparoscopy. J Laparoendosc Adv Surg Tech A. 2007;17(2):160-6.
  • 26
    Zinther NB, Wara P, Friis-Andersen H. Shrinkage of intraperitoneal onlay mesh in sheep: coated polyester mesh versus covered polypropylene mesh. Hernia. 2010;14(6):611-5.
  • 27
    Kist C, Manna BB, Montes JHM, Bigolin AV, Grossi JVM, Cavazzola LT. Estudo comparativo de aderências intraperitoneais associadas ao uso das telas de polipropileno e de malha leve de polipropileno revestida com ácido graxo ômega-3. Rev Col Bras Cir . 2012;39(3):201-6.
  • 28
    Cobb WS, Burns JM, Peindl RD, Carbonell AM, Matthews BD, Kercher KW, et al. Textile analysis of heavy weight, mid-weight, and light weight polypropylene mesh in a porcine ventral hernia model. J Surg Res. 2006;136(1):1-7.
  • Fonte de financiamento: nenhum.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Nov-Dec 2016

Histórico

  • Recebido
    20 Jun 2016
  • Aceito
    29 Set 2016
Colégio Brasileiro de Cirurgiões Rua Visconde de Silva, 52 - 3º andar, 22271- 090 Rio de Janeiro - RJ, Tel.: +55 21 2138-0659, Fax: (55 21) 2286-2595 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: revista@cbc.org.br