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Correlação dos aspectos laparoscópicos com os achados histológicos na endometriose peritoneal à luz da teoria evolutiva

Resumo de Tese

Correlação dos Aspectos Laparoscópicos com os Achados Histológicos na Endometriose Peritoneal à Luz da Teoria Evolutiva

Autor: Francesco Antônio Viscomi

Orientador: Prof. Dr. Rogério Dias

Tese apresentada ao curso de Pós-Graduação em Ginecologia da Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP, para obtenção do Título de Doutor, em 11/12/98.

A correlação dos aspectos laparoscópicos com os achados histológicos na endometriose peritoneal tem estimulado vários estudos com o objetivo de facilitar a compreensão da teoria evolutiva da endometriose. Neste estudo foi avaliado a correlação dos aspectos laparoscópicos com a história e a profundidade da lesão endometriótica peritoneal à luz da teoria evolutiva da endometriose. Foram selecionadas aleatoriamente para o estudo, 67 pacientes submetidas à laparoscopia, sendo 41 pacientes por algia pélvica, 17 por infertilidade, 5 por tumor anexial e 4 por outras indicações. A idade das pacientes variou entre 15 e 45 anos. Em relação à paridade, 79,1% eram nulíparas. A avaliação laparoscópica baseou-se no aspecto visual do implante suspeito de endometriose peritoneal, a qual foi biopsiado. Somente os implantes que confirmaram o diagnóstico histológico de endometriose foram considerados no presente estudo. De acordo com o aspecto laparoscópico, as lesões foram agrupadas em: Grupo V ¾ Lesões Vermelhas, Grupo N ¾ Lesões Negras, Grupo B ¾ Lesões Brancas. Os parâmetros histológicos estudados foram: presença de hemossiderina no estroma, vascularização estromal, número de mitoses, presença de debris intraluminais, presença de fibrose no estroma, profundidade da lesão, característica do epitélio glandular e do estroma e relação estroma/glândula.

A análise comparativa das variáveis idade e paridade não mostrou diferença significante nos diferentes grupos de estudo. A presença de hemossiderina no estroma se mostrou equivalente nos 3 grupos. A análise da presença de vasos no estroma da lesão endometriótica que foi classificada de I a III de acordo com a quantidade, mostrou diferença significante nos 3 grupos, sendo que a vascularização exuberante (nível III) esteve presente em 60% das lesões vermelhas (grupo V) e 10% nas lesões brancas (grupo B). O número de mitoses não mostrou diferença significante nos 3 grupos. Em relação à presença de debris intraluminais, houve diferença significante entre os 3 grupos, estando presente em 58,33% das lesões negras (grupo N). A presença de tecido fibrótico na lesão endometriótica apresentou associação estatisticamente significante nos 3 grupos, sendo mais freqüente no grupo B (lesões brancas) 70,59%.

A profundidade da lesão mostrou associação estatisticamente significante entre os grupos de estudo. As lesões vermelhas (grupo V) mostraram-se superficiais em 100% dos casos. As lesões negras (grupo N) apresentaram-se superficiais em 55,56%, intermediárias em 38,89% e profundas em 5,56%. As lesões brancas (grupo B) mostraram-se superficiais em 28%, intermediárias em 68% e profundas em 4%.

A característica funcional do epitélio também mostrou associação estatisticamente significante nos grupos, sendo o epitélio com características secretora encontrado em 68,42% das lesões do grupo V, 15,79% do grupo B, enquanto que o epitélio incaracterístico foi encontrado em 19,35% do grupo V, 38,71% do grupo N e 41,94% do grupo B. As características estromais mostraram associação estatisticamente significante entre os grupo de estudo, estando presente em 79,17% das lesões do grupo V, 50% do grupo N e 24% do grupo B. a relação estroma/glândula não mostrou associação estatisticamente significante entre os grupos de estudo.

Das variáveis analisadas nos diferentes grupos de estudo, em seis houve associação estatisticamente significante, reforçando a teoria evolutiva da endometriose peritoneal.

Palavras-chave: Laparoscopia. Endometriose.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    13 Mar 2007
  • Data do Fascículo
    Abr 1999
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