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Estudo de Fatores Relacionados com a Violência Sexual contra Crianças, Adolescentes e Mulheres Adultas

Resumo de Tese

Estudo de Fatores Relacionados com a Violência Sexual contra Crianças, Adolescentes e Mulheres Adultas

Autor: Jeferson Drezett Ferreira

Orientador: Prof. Dr. César Eduardo Fernandes

Tese apresentada ao Curso de Pós-Graduação do Centro de Referência da Saúde da Mulher e de Nutrição, Alimentação e Desenvolvimento Infantil; São Paulo; Área de Concentração em Ginecologia, para a obtenção do título de Doutor em Medicina, 19 de abril de 2000.

Entre julho de 1994 e agosto de 1999 foram estudadas, retrospectivamente, 1189 pacientes vítimas de estupro e/ou atentado violento ao pudor atendidas no Centro de Referência da Saúde da Mulher. As pacientes foram alocadas em três grupos de estudo: 71 crianças (idade < 10 anos); 546 adolescentes (idade ³10 e <20 anos) e 572 adultas (idade ³ que 20 anos). O objetivo foi estudar, comparativamente: tipo de crime sexual; constrangimento imposto; presunção de violência; identificação, tipificação e número de agressores; atividade da vítima no momento do crime; ocorrência e tipificação do trauma genital e extragenital; início de atividade sexual prévia ao crime. Concluímos que o estupro predominou entre adolescentes (59,2%) e adultas (62,1%) e o atentado violento ao pudor entre crianças (46,5%). A grave ameaça foi o principal constrangimento imposto às adolescentes (63,2%) e adultas (67,8%) e a violência presumida, às crianças (63,4%). A violência presumida, devido à deficiência mental, foi expressiva entre adolescentes (35,1%) e adultas (70%), enquanto que, nas crianças, a inocencia consilli foi fator exclusivo. O uso de substâncias hipnóticas foi mais freqüente nas adultas (20%). Agressor desconhecido prevaleceu entre adolescentes (86,6%) e adultas (88,1%). Nas crianças predominaram agressores identificáveis (84,5%), principalmente aqueles do núcleo familiar. Nas adultas destacaram-se os parceiros e ex-parceiros (25,2%). O vizinho foi agressor mais freqüente entre adolescentes (27,6%) e adultas (27,9%). O crime sexual ocorreu durante atividades cotidianas em espaços públicos, nas adolescentes (78,2%) e adultas (82,9%), e dentro de espaços privados nas crianças (70,5%). O trauma genital foi mais freqüente entre crianças (8,2%), e os extragenitais observados somente em adolescentes (11%) e adultas (14,4%). A maioria das adultas referiu ter atividade sexual prévia ao crime (88,5%), enquanto que 37,1% das adolescentes ainda não havia iniciado vida sexual.

Palavras-chave: Infância e adolescência. Violência sexual. Trauma genital.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    03 Out 2003
  • Data do Fascículo
    Ago 2000
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