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Dopplerfluxometria Aplicada ao Duto Venoso no Primeiro Trimestre: Ênfase na Detecção das Aneuploidias

Resumos de Teses

Dopplerfluxometria Aplicada ao Duto Venoso no Primeiro Trimestre: Ênfase na Detecção das Aneuploidias

Autor: Carlos Geraldo Viana Murta

Orientador: Prof. Dr. Antônio Fernandes Moron

Co-orientador: Prof. Dr. Márcio Augusto Pinto Ávila

Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, para obtenção do Título de Doutor em Medicina, em 19 de novembro de 2001.

Objetivo: Investigar a aplicabilidade da dopplerfluxometria do duto venoso, tanto em situação de normalidade quanto na detecção das aneuploidias, entre a 10ª e 14ª semanas de gestação. Propõe-se também novo cálculo de risco para a síndrome de Down, bem como a análise da reprodutibilidade do Doppler do duto venoso.

Pacientes e métodos: 606 fetos foram submetidos prospectivamente à dopplerfluxometria do duto venoso e à medida da tanslucência nucal. Em 157 casos realizou-se estudo citogenético, e, em 449 casos, o resultado teve como base o fenótipo do recém-nascido. Na análise estatística foram predominantemente utilizados: o teste paramétrico t de Student, análise de variância e a regressão linear. Posteriormente, calculou-se: sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e negativo, probabilidade de falso-positivo e razões de probabilidades. Adicionalmente, a forma geométrica e o padrão de fluxo normal do duto venoso foram analisados.

Resultados: Entre a 10ª e 14ª semana, definiu-se a nova forma geométrica do duto venoso como cilíndrica. O fluxo não variou entre 11 e 13 semanas, e a reprodutibilidade foi considerada satisfatória. Ocorreram 37 casos de aneuploidias. Nesses, o fluxo no duto venoso durante a contração atrial foi ausente ou reverso em 33 casos (sensibilidade de 89,2%). Entre os fetos normais (n = 569), apenas 8 (1,4%) apresentaram fluxo anormal. Ao se considerar os 23 casos de síndrome de Down, o fluxo no duto venoso foi anormal durante a contração atrial em 21 casos (taxa de detecção de 91,3%, especificidade de 98,6%, valor preditivo positivo e negativo de 72,4% e 99,6%, respectivamente; e razão de probabilidade positiva, e negativa, de 64,9 e 0,1, respectivamente).

Conclusões: A estimativa do fluxo no duto venoso entre a 10ª e 14ª semanas de gestação deve ser aplicável como teste de rastreamento de segundo nível das anomalias cromossômicas, reduzindo a necessidade de procedimentos invasivos derivados exclusivamente da medida da translucência nucal de 5% para menos de 0,5%, com apenas uma pequena diminuição da sensibilidade (aproximadamente de 10%). Sugere-se a possibilidade de novo cálculo de risco para trissomia do 21 com base na dopplervelocimetria do duto venoso. Utilizando-se o programa de risco da Fetal Medicine Foundation como risco basal, ter-se-ia um fator multiplicador de 0,1 (razão de probabilidade negativa), caso de fluxo no duto normal, ou de 65 (razão de probabilidade positiva), caso de fluxo anormal. Depreende-se, assim, novo risco fetal.

Palvras-chave: Dopplerfluxometria. Duto venoso. Rastreamento. Anomalias cromossômicas.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    18 Jun 2002
  • Data do Fascículo
    Mar 2002
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