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Desenvolvimento de um modelo experimental de endometriose em coelha

Development of an experimental model of endometriosis in rabbits

RESUMO DE TESE

Desenvolvimento de um modelo experimental de endometriose em coelha

Development of an experimental model of endometriosis in rabbits

Aluno: Julio César Rosa e Silva

Orientador: Prof. Dr. Antonio Alberto Nogueira

Dissertação de Mestrado apresentada a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo - Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, em 11 de maio de 2004

INTRODUÇÃO: a endometriose se caracteriza pela presença de tecido endometrial em atividade fora da cavidade uterina. Várias são as teorias que tentam explicar a sua etiopatogenia, porém nenhuma delas isoladamente é satisfatória. Em humanos, a heterogeneidade das lesões, dos sinais e sintomas associados a endometriose e os aspectos éticos dificultam o desenvolvimento de metodologias científicas para melhor compreendermos a sua etiologia e fisiopatologia, por isso, técnicas com modelos experimentais em animais têm sido desenvolvidas.

OBJETIVOS: desenvolvimento de um modelo experimental de endometriose em coelhas, de modo que possibilite caracterizar a progressão e a evolução temporal da doença, com sua avaliação macroscópica em dois tempos diferentes: 4 e 8 semanas após o implante da lesão, utilizando-se a laparoscopia para obtenção das imagens e análise histológica posterior.

MATERIAL E MÉTODOS: foram utilizadas 30 coelhas Nova Zelândia adultas nas quais a endometriose foi induzida por meio da fixação de um fragmento de corno uterino de 5,0 x 5,0 mm no peritônio da parede pélvica. Os animais foram submetidos à laparoscopia diagnóstica, com o objetivo de verificar a viabilidade e documentar o aspecto visual endoscópico das lesões, sendo 15 deles sacrificados após quatro semanas (Grupo I) e 15 após oito semanas (Grupo II) da indução. Os implantes foram medidos em seu maior diâmetro e retirados, sendo posteriormente fixados e processados para análise morfológica. Os grupos foram comparados quanto à presença de lesão visualizada à laparoscopia, seu maior diâmetro, presença de aderências e histologia da mesma.

RESULTADOS: a presença de lesão visualizada à laparoscopia após 4 semanas foi de 100%, sendo 64% císticas. Após 8 semanas, a porcentagem de lesões foi de 80% sendo 66% císticas. As aderências estavam presentes em 80% das coelhas após 8 semanas (sendo 13% nos implantes) e em 71 % das coelhas após 4 semanas (ausentes nos implantes). O maior diâmetro das lesões após 8 semanas de implante foi maior que após 4 semanas (p<0,0001). A análise histológica mostrou apenas tecido endometrial (glândula e estroma) em atividade nos 2 grupos.

CONCLUSÃO: a utilização desse modelo experimental de endometriose em coelhas mostrou ser possível reproduzir a doença nesse animal, sendo viável e de fácil execução. Permitiu documentar as características e a progressão dos implantes através da laparoscopia, verificando-se seu crescimento e desenvolvimento histopatológico, sendo observado que as lesões após oito semanas são maiores que após 4 semanas., mas com mesmo aspecto histológico.

Palavras-chave: Endometriose. Modelo experimental. Laparoscopia.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    02 Set 2004
  • Data do Fascículo
    Jul 2004
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