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Associação entre a carga viral e os linfócitos T CD4 com as lesões intra-epiteliais do colo uterino em mulheres infectadas pelo vírus da imunodeficiência humana

Association between viral load and T CD4 lymphocytes and cervical intraepithelial lesions in women infected with human immunodeficiency virus

RESUMO DE TESE

Associação entre a carga viral e os linfócitos T CD4 com as lesões intra-epiteliais do colo uterino em mulheres infectadas pelo vírus da imunodeficiência humana

Association between viral load and T CD4 lymphocytes and cervical intraepithelial lesions in women infected with human immunodeficiency virus

Autora: Angela Cristina Labanca de Araújo

Orientador: Prof. Dr. Victor Hugo de Melo

Dissertação apresentada ao Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, para obtenção do título de Mestre, em 19 de dezembro de 2003

OBJETIVOS: avaliar se a contagem de linfócitos T CD4 e a carga viral do HIV influenciam na presença ou gravidade das neoplasias intra-epiteliais cervicais.

PACIENTES E MÉTODOS: estudo transversal, retrospectivo, no qual foram selecionadas 135 pacientes HIV positivas, oriundas do Centro de Treinamento e Referências em Doenças Infecciosas e Parasitárias Orestes Diniz. Todas foram submetidas a biópsia do colo uterino, dosagem da carga viral do HIV e contagem de linfócitos T CD4. Foram estabelecidas para a análise dos dados cinco categorias para a carga viral e células CD4, que demonstram o momento da obtenção dos valores laboratoriais em relação a biópsia, e cortes nas dosagens da carga viral (<400 cópias/ml; de 401 a 50.000 cópias/ml; >50.000 cópias/ml) e contagem de linfócitos T CD4 (<200 células/mm3; de 200 a 350 células/mm3; >350 células/mm3). Realizou-se o teste qui-quadrado, qui-quadrado de tendência linear, análise de variância e regressão logística. Estabeleceu-se a significância estatística para p <0,05 e intervalo de confiança a 95%.

RESULTADOS: não houve tendência de risco da mulher HIV positiva apresentar NIC com o aumento da carga viral ou diminuição das células CD4. Quando comparado a carga viral mais antiga com a presença ou ausência de NIC houve diferença significante (p = 0,04; OR = 3,1 [1,05-9,53]) e sensibilidade de 80% no corte de 400 cópias/ml. A regressão logística confirmou este resultado (OR = 3,2 [1,099,44]). Não houve qualquer associação significante entre a gravidade da NIC com a carga viral do HIV. Nenhuma associação foi encontrada na análise univariada e regressão logística para a contagem das células CD4 com a presença ou gravidade da NIC.

CONCLUSÃO: as pacientes com dosagem da carga viral do HIV maior que 400 cópias/ml realizada até no máximo dois anos antes da biópsia do colo uterino, apresentaram risco 3,1 vezes maior de desencadear NIC. A contagem de linfócitos T CD4 não influenciou na presença ou gravidade da NIC. Também não houve influência da carga viral na gravidade das lesões cervicais.

Palavras-chave: Colo do útero: lesões pré-neoplásicas. HIV. AIDS. Carga viral. Linfócitos T.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    02 Set 2004
  • Data do Fascículo
    Jul 2004
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