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Imagem corporal de gestantes: associação com variáveis sociodemográficas, antropométricas e obstétricas

Body image of pregnant women: association with sociodemographic, anthropometric, and obstetric variables

Resumos

OBJETIVO:

Comparar atitudes corporais de gestantes nas categorias do índice de massa corporal, em diferentes períodos e condições de risco gestacional, bem como analisar a relação das variáveis de estudo com as atitudes corporais de gestantes.

MÉTODOS:

Foram incluídas 386 gestantes de todos os períodos gestacionais, que frequentavam o pré-natal nos setores público e privado de uma cidade do Sudeste do Brasil, entre 18 e 46 anos (média de 29,32±6,04 anos), excluindo-se mulheres com dados incompletos. Os instrumentos utilizados para avaliação foram: "Body Attitudes Questionnaire", "Critério de Classificação Econômica Brasil" e questionário sociodemográfico. Ademais, foram coletados dados antropométricos e obstétricos. Foram realizadas análises estatísticas descritivas, comparativas e correlacionais.

RESULTADOS:

As atitudes corporais das gestantes foram similares entre todos os trimestres gestacionais (F=0,39; p=0,9). Já aquelas negativas aumentaram gradativamente entre os grupos de peso baixo (108,2±12,5), adequado (116,2±16,0), sobrepeso (125,1±14,3) e obesidade (132,9±16,4), e também entre gestantes com risco habitual (120,0±17,1) e alto risco gestacional (124,9±16,7). As variáveis sociodemográficas, econômicas e obstétricas não influenciaram significativamente a variância das atitudes corporais. O índice de massa corporal explicou 11,3% da variância das atitudes corporais nas grávidas.

CONCLUSÕES:

O estado nutricional e a condição de risco apresentaram relação com atitudes corporais negativas e, por isso, devem ser avaliadas em gestantes, tendo em vista a saúde materna e infantil.

Imagem corporal; Gravidez; Adulto; Estado nutricional; Cuidado pré-natal


PURPOSE:

To compare body attitudes of pregnant women in various body mass index categories, during different gestational periods and under gestational risk conditions, as well as to analyze the association of the study variables with the body attitudes of pregnant women.

METHODS:

We included 386 pregnant women in all gestational periods, aged 18 to 46 years (mean 29.32±6.04 years ), who attended prenatal care in the public and private sectors of a city in Southeastern Brazil, excluding women with incomplete data. The instruments for assessment were "Body Attitudes Questionnaire", "Critério de Classificação Econômica Brasil", and a sociodemographic questionnaire. In addition, anthropometric and obstetric data were collected. Descriptive, comparative, and correlational statistical analyses were performed.

RESULTS:

The body attitudes of pregnant women were similar in all pregnancy trimesters (F=0.39; p=0.9). Negative body attitudes increased gradually among low weight (108.2±12.5), appropriate weight (116.2±16.0), overweight (125.1±14.3), and obese (132.9±16.4) groups, and among pregnancy women with normal (120.0±17.1) and high-risk pregnancies (124.9±16.7). The sociodemographic, economic, and obstetric variables did not influence the variance of body attitudes. The body mass index explained 11.3% of the variance of body attitudes in pregnant women.

CONCLUSIONS:

Nutritional status and risk conditions showed an association with negative body image and should therefore be evaluated in pregnant women for a better maternal and child health.

Body image; Pregnancy; Adult; Nutritional status; Prenatal care


Introdução

O período gestacional pode ser considerado como uma situação ímpar na vida de uma mulher, no qual ocorrem rápidas alterações em um curto período, aproximadamente 40 semanas1Watson B, Fuller-Tyszkiewicz M, Broadbent J, Skouteris H. The meaning of body image experiences during the perinatal period: a systematic review of the qualitative literature. Body Image. 2015;14(3):102-13. , 2Clark A, Skouteris H, Wertheim EH, Paxton SJ, Milgrom J. The relationship between depression and body dissatisfaction across pregnancy and the postpartum: a prospective study. J Health Psychol. 2009;14(1):27-35.. Esse processo compreende tanto modificações fisiológicas quanto psicológicas, sociais e culturais1Watson B, Fuller-Tyszkiewicz M, Broadbent J, Skouteris H. The meaning of body image experiences during the perinatal period: a systematic review of the qualitative literature. Body Image. 2015;14(3):102-13. , 3Hodgkinson EL, Smith DM, Wittkowski A. Women's experiences of their pregnancy and postpartum body image: a systematic review and meta-synthesis. BMC Pregnancy Childbirth. 2014;14:330.. A maioria destas alterações é parte natural da gravidez e de fundamental importância, pois tem como objetivo proporcionar condições para o adequado crescimento e desenvolvimento fetal, em equilíbrio com o organismo materno1Watson B, Fuller-Tyszkiewicz M, Broadbent J, Skouteris H. The meaning of body image experiences during the perinatal period: a systematic review of the qualitative literature. Body Image. 2015;14(3):102-13. , 4Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Gestação de alto risco: manual técnico. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2012.. Além de repercutir de forma expressiva no dia a dia da gestante, tais mudanças podem ter consequências na imagem corporal da mulher1Watson B, Fuller-Tyszkiewicz M, Broadbent J, Skouteris H. The meaning of body image experiences during the perinatal period: a systematic review of the qualitative literature. Body Image. 2015;14(3):102-13..

Somado a isso, a interação social exerce influência na estrutura da imagem corporal, a qual é entendida como a representação mental do corpo5Ferreira ME, Castro MR, Morgado FF. Imagem corporal: reflexões, diretrizes e práticas de pesquisa. Juiz de Fora (MG): Editora UFJF; 2014.. Atualmente, tem-se o padrão feminino corporal direcionado à magreza5Ferreira ME, Castro MR, Morgado FF. Imagem corporal: reflexões, diretrizes e práticas de pesquisa. Juiz de Fora (MG): Editora UFJF; 2014.. O corpo grávido, ao longo dos nove meses de gestação, naturalmente, não se enquadra neste modelo e move-se para longe de tal ideal, já que há ganho de peso e modificação do formato do corpo1Watson B, Fuller-Tyszkiewicz M, Broadbent J, Skouteris H. The meaning of body image experiences during the perinatal period: a systematic review of the qualitative literature. Body Image. 2015;14(3):102-13. , 2Clark A, Skouteris H, Wertheim EH, Paxton SJ, Milgrom J. The relationship between depression and body dissatisfaction across pregnancy and the postpartum: a prospective study. J Health Psychol. 2009;14(1):27-35.. Por isso, as mudanças físicas podem ser de difícil aceitação pelas mulheres1Watson B, Fuller-Tyszkiewicz M, Broadbent J, Skouteris H. The meaning of body image experiences during the perinatal period: a systematic review of the qualitative literature. Body Image. 2015;14(3):102-13..

Sendo assim, surge a hipótese de que as rápidas mudanças corporais que ocorrem nesse período, somadas à forte idealização social feminina do corpo magro, podem contribuir para que a gestante desenvolva um descontentamento profundo com o próprio corpo e, consequentemente, altere suas atitudes corporais6Fuller-Tyszkiewicz M, Skouteris H, Watson B, Hill B. Body image during pregnancy: an evaluation of the suitability of the body attitudes questionnaire. BMC Pregnancy Childbirth. 2012;12(1):91. . A preocupação com essas possíveis associações tem despertado o interesse de pesquisadores internacionais6Fuller-Tyszkiewicz M, Skouteris H, Watson B, Hill B. Body image during pregnancy: an evaluation of the suitability of the body attitudes questionnaire. BMC Pregnancy Childbirth. 2012;12(1):91.

Bagheri M, Dorosty A, Sadrzadeh-Yeganeh H, Eshraghian M, Amiri E, Khamoush-Cheshm N. Pre-pregnancy body size dissatisfaction and excessive gestational weight gain. Matern Child Health J. 2013;17(4):699-707.

Sui Z, Turnbull D, Dodd J. Effect of body image on gestational weight gain in overweight and obese women. Women Birth. 2013;26(4):267-72.

Sweeney AC, Fingerhut R. Examining relationships between body dissatisfaction, maladaptive perfectionism, and postpartum depression symptoms. J Obstet Gynecol Neonatal Nurs. 2013;42(5):551-61.
- 1010 Silveira ML, Ertel KA, Dole N, Chasan-Taber L. The role of body image in prenatal and postpartum depression: a critical review of the literature. Arch Womens Ment Health. 2015;18(3):409-21..

Entretanto, segundo revisão de literatura realizada por Meireles et al.1111 Meireles JF, Neves CM, Carvalho PH, Ferreira ME. Insatisfação corporal em gestantes: uma revisão integrativa da literatura. Cienc Saúde Coletiva. 2015;20(7):2089-101., apenas uma investigação que avaliou a imagem corporal de grávidas brasileiras foi encontrada. Ademais, o mesmo trabalho apontou achados controversos: enquanto algumas pesquisas apontaram para a melhora dos sentimentos relacionados ao corpo, outras identificaram descontentamento com a forma e o peso corporal ao longo da gestação1111 Meireles JF, Neves CM, Carvalho PH, Ferreira ME. Insatisfação corporal em gestantes: uma revisão integrativa da literatura. Cienc Saúde Coletiva. 2015;20(7):2089-101.. Dessa forma, ainda são necessários estudos nacionais que objetivem analisar esse construto em gestantes. Salienta-se ainda que, durante a gestação, uma imagem corporal negativa deve ser considerada, pois pode causar implicações graves para a saúde materna e infantil1Watson B, Fuller-Tyszkiewicz M, Broadbent J, Skouteris H. The meaning of body image experiences during the perinatal period: a systematic review of the qualitative literature. Body Image. 2015;14(3):102-13. , 6Fuller-Tyszkiewicz M, Skouteris H, Watson B, Hill B. Body image during pregnancy: an evaluation of the suitability of the body attitudes questionnaire. BMC Pregnancy Childbirth. 2012;12(1):91. , 1010 Silveira ML, Ertel KA, Dole N, Chasan-Taber L. The role of body image in prenatal and postpartum depression: a critical review of the literature. Arch Womens Ment Health. 2015;18(3):409-21..

Nesse sentido, o presente estudo teve como objetivo comparar as atitudes relacionadas à imagem corporal de gestantes em seus diferentes períodos de gestação, nas categorias do índice de massa corporal (IMC) e na presença, ou não, da condição de risco gestacional, bem como analisar a relação de variáveis sociodemográficas, econômicas, antropométricas e obstétricas com atitudes relacionadas ao corpo das gestantes.

Métodos

Esta pesquisa obteve aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), sob o número de inscrição 14406413.0.0000.5147, parecer 337.124.

Trata-se de um estudo quantitativo, transversal, descritivo e correlacional1212 Thomas JR, Nelson JK, Silverman SJ. Métodos de pesquisa em atividade física. 5 ed. São Paulo: Artmed; 2012. . A pesquisa foi realizada na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais, de forma que a gestante voluntária estivesse frequentando o pré-natal no município. Foram incluídas na pesquisa gestantes de todos os períodos gestacionais, as quais aceitaram participar voluntariamente da pesquisa e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Participantes que apresentaram dados incompletos foram excluídas do estudo.

As voluntárias responderam a um questionário sociodemográfico a fim de acessar dados de: idade, nível de escolaridade, estado civil, número de filhos, relação com o pai da criança, apoio familiar, planejamento ou não da gestação e desejo inicial ou não da provocação de um aborto.

Para identificar o nível socioeconômico das gestantes, utilizou-se o "Critério de Classificação Econômica Brasil"1313 Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa [Internet]. Critério de Classificação Econômica Brasil. 2012 [citado 2012 Dez 7]. Disponível em: http://www.abep.org/criterioBrasil.aspx
http://www.abep.org/criterioBrasil.aspx...
, que atribui pontos em função de características domiciliares, e a soma da pontuação pode variar de zero a 46, desde A1 a E.

Dos prontuários das pacientes, foram coletados dados obstétricos (idade gestacional e condição de risco gestacional). A partir da idade gestacional em semanas, adotou-se o ponto de corte estabelecido pelo Ministério da Saúde4Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Gestação de alto risco: manual técnico. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2012., que determina: gestantes até a 12ª semana - primeiro trimestre; entre a 13 e 25ª semana - segundo trimestre e a partir da 26ª semana - terceiro trimestre.

Além disso, os médicos responsáveis forneceram dados antropométricos (massa corporal e estatura) das gestantes. Todos os locais utilizavam balanças e estadiômetros da marca Filizola, os quais haviam sido devidamente aferidos e calibrados. Para a classificação do estado nutricional primário, empregou-se o IMC. Após o cálculo, a gestante foi classificada em quatro grupos (baixo peso, adequado, sobrepeso ou obesidade), de acordo com a semana gestacional, como proposto para essa população4Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Gestação de alto risco: manual técnico. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2012..

A fim de avaliar as atitudes corporais das gestantes, aplicou-se o Body Attitudes Questionnaire (BAQ)1414 Scagliusi FB, Polacow VO, Cordás TA, Coelho D, Alvarenga M, Philippi ST, et al. Psychometric testing and applications of the Body Attitudes Questionnaire translated into Portuguese. Percept Mot Skills. 2005;101(1):25-41., que é composto por 44 itens. Tal instrumento de autorrelato é pontuado em escala Likert, com cinco opções de alternativas ("Concordo totalmente" até "Discordo totalmente"). O escore total é mensurado pela soma das respostas, podendo variar de 44 a 220, sendo que quanto maior a pontuação, maiores os sentimentos sobre as seis subescalas: "atração física", "autodepreciação", "gordura total", "saliência do corpo", "percepção da gordura da porção inferior do corpo" e "força e aptidão física". Vale destacar que este instrumento tem sido utilizado em mulheres no período pré-, durante e pós-gestação2Clark A, Skouteris H, Wertheim EH, Paxton SJ, Milgrom J. The relationship between depression and body dissatisfaction across pregnancy and the postpartum: a prospective study. J Health Psychol. 2009;14(1):27-35. , 9Sweeney AC, Fingerhut R. Examining relationships between body dissatisfaction, maladaptive perfectionism, and postpartum depression symptoms. J Obstet Gynecol Neonatal Nurs. 2013;42(5):551-61. , 1111 Meireles JF, Neves CM, Carvalho PH, Ferreira ME. Insatisfação corporal em gestantes: uma revisão integrativa da literatura. Cienc Saúde Coletiva. 2015;20(7):2089-101. , 1515 Duncombe D, Wertheim EH, Skouteris H, Paxton SJ, Kelly L. How well do women adapt to changes in their body size and shape across the course of pregnancy? J Health Psychol. 2008;13(4):503-15.

16 Kamysheva E, Skouteris H, Wertheim EH, Paxton SJ, Milgrom J. Examination of a multi-factorial model of body-related experiences during pregnancy: the relationships among physical symptoms, sleep quality, depression, self-esteem, and negative body attitudes. Body Image. 2008;5(2):152-63.

17 Skouteris H, Carr R, Wertheim EH, Paxton SJ, Duncombe D. A prospective study of factors that lead to body image dissatisfaction during pregnancy. Body Image. 2005;2(4):347-61.
- 1818 Hill B, Skouteris H, McCabe M, Fuller-Tyszkiewicz M. Body image and gestational weight gain: a prospective study. J Midwifery Womens Health. 2013;58(2):189-94.. Para a amostra em questão, o alpha de Cronbach encontrado demonstrou boa consistência interna (α=0,84).

Inicialmente, foi realizado contato com obstetras de consultórios particulares e públicos da cidade de Juiz de Fora (MG). Os objetivos e métodos do estudo foram explanados, bem como solicitou-se uma autorização para aplicar os questionários nas gestantes, em salas de espera dos consultórios. Após o consentimento, foram agendados os melhores horários para a coleta de dados, segundo a agenda de cada médico. Nos dias estabelecidos, as gestantes receberam explicação sobre a pesquisa e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Todos os questionários foram preenchidos em um mesmo dia e não houve delimitação de tempo para o preenchimento dos mesmos.

Para as análises estatísticas, utilizou-se o software SPSS 19.0 e, em todos os casos, o nível de significância foi de p<0,05. Para cada variável categórica analisada, optou-se pela descrição em frequências absoluta e relativa. Para os dados numéricos, foi realizada análise de médias e desvios padrão. O alpha de Cronbach verificou a consistência interna do BAQ, considerando valor superior a 0,70 como adequado1919 Streiner DL. Starting at the beginning: an introduction to coefficient alpha and internal consistency. J Pers Assess. 2003;80(1):99-103.. Observou-se a distribuição dos dados e a hipótese nula foi confirmada, seguindo-se com testes paramétricos. O teste t de Student foi realizado a fim de comparar as médias do BAQ entre as condições de risco (risco habitual e alto risco). O teste de variância ANOVA one-way foi empregado para comparar as médias do BAQ entre os grupos por períodos gestacionais (primeiro, segundo e terceiro trimestre) e estados nutricionais (baixo peso, adequado, sobrepeso e obesidade). Em caso de significância estatística, seguiu-se com o post hoc de Bonferroni. O teste de correlação de Pearson foi realizado a fim de verificar a associação entre as variáveis do estudo (BAQ, idade, IMC, nível socioeconômico e idade gestacional). Em seguida, conduziu-se a regressão linear forward para averiguar a influência que as variáveis, que estiveram significativamente relacionadas, exerciam sobre as atitudes corporais das gestantes (BAQ). A ordem de entrada dos dados respeitou a magnitude do coeficiente de correlação de Pearson, e aquelas com maior grau de associação com o BAQ foram as primeiras a serem introduzidas no modelo de regressão.

Resultados

Foram coletados dados de 417 gestantes, as quais frequentavam consultas de pré-natal na cidade de Juiz de Fora (MG). Entretanto, 31 foram excluídas por apresentarem dados incompletos. Portanto, a amostra final desta investigação contou com 386 voluntárias (média de 29,32±6,04 anos), sendo 198 do setor público (média de 28,10±6,67 anos) e 188 do privado (média de 30,61±5,01 anos).

Com relação à caracterização sociodemográfica das gestantes, a maioria tinha uma boa relação com o pai da criança (93,3%), apoio familiar (96,4%) e não havia considerado o aborto (94,8%). Além disso, 54,9% haviam planejado a gravidez. Observa-se que grande parcela da amostra é casada e estava em sua primeira gestação. Destaca-se ainda que as participantes se enquadravam majoritariamente nas classes B e C dos extratos socioeconômicos. Quanto à condição gestacional, 88,2% estavam no segundo ou terceiro trimestre de gestação. Além disso, 49,5% apresentavam sobrepeso ou obesidade e 74,1% eram grávidas na condição de risco habitual (Tabela 1).

Tabela 1.
Caracterização da amostra

A Tabela 2 mostra uma análise descritiva (média e desvio padrão) das subescalas do BAQ e do escore total deste questionário. Também demonstra os resultados da comparação das médias por período gestacional. Destaca-se que tanto o escore total quanto as subescalas não se diferiram entre os grupos de primeiro, segundo e terceiro trimestres.

Tabela 2.
Comparação de médias das subescalas do BAQ e BAQ total entre os períodos gestacionais

A partir da comparação das atitudes corporais quanto aos grupos por estado nutricional, os resultados foram significantes (F=36,32; p=0,0001). O post hoc de Bonferroni identificou diferenças entre todos os grupos por estado nutricional para as médias do BAQ, as quais aumentaram gradativamente entre os grupos de peso baixo (108,28±12,57), adequado (116,23±16,09), sobrepeso (125,18±14,31) e obesidade (132,9±16,41). Dessa forma, as gestantes com baixo peso tiveram uma imagem corporal mais positiva quando compradas àquelas com peso adequado (p=0,01), sobrepeso (p=0,0001) e obesidade (p=0,0001). Além disso, mulheres com peso adequado tinham reduzida preocupação relacionada ao corpo quando comparadas àquelas com sobrepeso (p=0,0001) e obesidade (p=0,0001), e gestantes com sobrepeso em relação àquelas obesas (p=0,004).

Quanto à comparação por condição de risco, verificou-se que as gestantes classificadas com risco habitual apresentaram (t=-2,48; p=0,013) média menor do BAQ (120,01 ± 17,10) do que aquelas com alto risco gestacional (124,99±16,74).

A partir das associações entre as variáveis do estudo (dados completos não demonstrados), realizou-se uma análise de regressão linear múltipla forward, tendo os escores do BAQ como variável critério. Em primeiro lugar, o IMC foi inserido por apresentar maior valor de correlação (r=0,339; p<0,05), seguido pelo nível socioeconômico (r=-0,132; p<0,05). O IMC foi responsável por 11,3% da variância dos escores do BAQ (F=49,89; p=0,0001). A variável nível socioeconômico não acrescentou explicação ao modelo e, por essa razão, foi excluída ao final da regressão.

Discussão

A partir dos achados encontrados, notou-se que os sentimentos de "atração física", "autodepreciação", "gordura total", "saliência do corpo", "percepção de gordura nos membros inferiores do corpo" e "força e aptidão física" não foram diferentes entre os grupos por período gestacional. Dessa forma, as emoções e os pensamentos relacionados ao corpo de gestantes, possivelmente, foram similares entre todos os trimestres gestacionais. A análise das subescalas do BAQ em relação aos diferentes períodos gestacionais foi realizada anteriormente por pesquisadores internacionais2Clark A, Skouteris H, Wertheim EH, Paxton SJ, Milgrom J. The relationship between depression and body dissatisfaction across pregnancy and the postpartum: a prospective study. J Health Psychol. 2009;14(1):27-35. , 1515 Duncombe D, Wertheim EH, Skouteris H, Paxton SJ, Kelly L. How well do women adapt to changes in their body size and shape across the course of pregnancy? J Health Psychol. 2008;13(4):503-15. , 1717 Skouteris H, Carr R, Wertheim EH, Paxton SJ, Duncombe D. A prospective study of factors that lead to body image dissatisfaction during pregnancy. Body Image. 2005;2(4):347-61. . Diferentemente dos achados da presente investigação, os estudos apontaram mudanças na imagem corporal ao longo da gestação.

Com relação à subescala "gordura total", estudos constataram que as gestantes se sentiam mais gordas antes da gestação do que em seu decorrer2Clark A, Skouteris H, Wertheim EH, Paxton SJ, Milgrom J. The relationship between depression and body dissatisfaction across pregnancy and the postpartum: a prospective study. J Health Psychol. 2009;14(1):27-35. , 1515 Duncombe D, Wertheim EH, Skouteris H, Paxton SJ, Kelly L. How well do women adapt to changes in their body size and shape across the course of pregnancy? J Health Psychol. 2008;13(4):503-15. , 1717 Skouteris H, Carr R, Wertheim EH, Paxton SJ, Duncombe D. A prospective study of factors that lead to body image dissatisfaction during pregnancy. Body Image. 2005;2(4):347-61. . Além disso, essa preocupação foi maior no início da gravidez do que em momentos precedentes ao parto. Da mesma forma, para a subescala "saliência do corpo", Clark et al.2Clark A, Skouteris H, Wertheim EH, Paxton SJ, Milgrom J. The relationship between depression and body dissatisfaction across pregnancy and the postpartum: a prospective study. J Health Psychol. 2009;14(1):27-35. e Duncombe et al.1515 Duncombe D, Wertheim EH, Skouteris H, Paxton SJ, Kelly L. How well do women adapt to changes in their body size and shape across the course of pregnancy? J Health Psychol. 2008;13(4):503-15. relataram que as mulheres no período pré-gestacional achavam o peso e a forma corporais mais proeminentes do que no terceiro trimestre de gestação. Desse modo, a cobrança social do corpo magro aparentemente se dissipa ao longo dos períodos gestacionais, provocando um relaxamento da pressão durante essa fase para atingir o corporal ideal.

Embora as mulheres antes de engravidarem se sentissem mais gordas e com elevada saliência corporal, elas também se notavam mais atraentes, segundo a subescala "atração física"1717 Skouteris H, Carr R, Wertheim EH, Paxton SJ, Duncombe D. A prospective study of factors that lead to body image dissatisfaction during pregnancy. Body Image. 2005;2(4):347-61. . Diferentemente, Clark et al.2Clark A, Skouteris H, Wertheim EH, Paxton SJ, Milgrom J. The relationship between depression and body dissatisfaction across pregnancy and the postpartum: a prospective study. J Health Psychol. 2009;14(1):27-35. e Duncombe et al.1515 Duncombe D, Wertheim EH, Skouteris H, Paxton SJ, Kelly L. How well do women adapt to changes in their body size and shape across the course of pregnancy? J Health Psychol. 2008;13(4):503-15. verificaram que a atratividade corporal se manteve constante, assim como no presente estudo. Para a mesma subescala, as mulheres no período pré-gestacional se sentiam mais fortes do que ao longo do desenvolvimento do feto2Clark A, Skouteris H, Wertheim EH, Paxton SJ, Milgrom J. The relationship between depression and body dissatisfaction across pregnancy and the postpartum: a prospective study. J Health Psychol. 2009;14(1):27-35. , 1515 Duncombe D, Wertheim EH, Skouteris H, Paxton SJ, Kelly L. How well do women adapt to changes in their body size and shape across the course of pregnancy? J Health Psychol. 2008;13(4):503-15. , 1717 Skouteris H, Carr R, Wertheim EH, Paxton SJ, Duncombe D. A prospective study of factors that lead to body image dissatisfaction during pregnancy. Body Image. 2005;2(4):347-61. . Portanto, conforme apontaram Meireles et al.1111 Meireles JF, Neves CM, Carvalho PH, Ferreira ME. Insatisfação corporal em gestantes: uma revisão integrativa da literatura. Cienc Saúde Coletiva. 2015;20(7):2089-101., os achados sobre imagem corporal em gestantes ainda permanecem incongruentes.

As subescalas "autodepreciação" e "percepção da gordura na porção inferior" não foram avaliadas nos estudos mencionados, não permitindo comparações. De acordo com a validação brasileira1414 Scagliusi FB, Polacow VO, Cordás TA, Coelho D, Alvarenga M, Philippi ST, et al. Psychometric testing and applications of the Body Attitudes Questionnaire translated into Portuguese. Percept Mot Skills. 2005;101(1):25-41., o BAQ contempla diversos aspectos das atitudes corporais globais das mulheres. Dessa forma, recomenda-se que o instrumento seja utilizado na sua totalidade.

Além disso, a partir dos resultados encontrados, verificou-se que a média de escore total do BAQ foi superior à pesquisa realizada nos Estados Unidos (média de 110,37 pontos; DP=14,37 pontos)9Sweeney AC, Fingerhut R. Examining relationships between body dissatisfaction, maladaptive perfectionism, and postpartum depression symptoms. J Obstet Gynecol Neonatal Nurs. 2013;42(5):551-61.. A amostra do presente estudo pode ter apresentado atitudes corporais mais negativas do que as gestantes americanas, muito embora os valores não tenham sido comparados estatisticamente. Vale ressaltar que o instrumento em questão não apresenta ponto de corte próprio, impossibilitando a classificação das gestantes quanto às suas atitudes corporais. Entretanto, ainda não há, no Brasil, questionário validado para esta população a fim de se verificar este componente da imagem corporal.

Por meio dos dados obstétricos, as gestantes foram classificadas quanto à condição de risco gestacional - risco habitual e alto risco. A presente pesquisa avaliou as médias do BAQ com relação a esta classificação, sendo que gestantes de alto risco apresentaram crenças e sentimentos mais negativos relacionados ao corpo. A gestação classificada como alto risco, por si só, já merece maior atenção por parte dos profissionais que lidam diretamente com essa paciente, pois nesta condição a saúde física da mãe e/ou do feto pode estar mais comprometida4Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Gestação de alto risco: manual técnico. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2012.. Ademais, ressalta-se o aspecto da saúde psicológica, já que a condição de risco influenciou os sentimentos a respeito do próprio corpo de gestante nas mulheres avaliadas. Vale destacar que a avaliação do BAQ, por grupo de condição de risco em gestantes brasileiras, é inédita na literatura e merece atenção dos pesquisadores.

Com base nos resultados da comparação do BAQ por estado nutricional, verificou-se que a preocupação com o próprio corpo das gestantes aumentou à medida que o IMC também aumentou. Esses dados são semelhantes não só com os achados da população em geral5Ferreira ME, Castro MR, Morgado FF. Imagem corporal: reflexões, diretrizes e práticas de pesquisa. Juiz de Fora (MG): Editora UFJF; 2014., como também com estudos anteriormente realizados na população de gestantes8Sui Z, Turnbull D, Dodd J. Effect of body image on gestational weight gain in overweight and obese women. Women Birth. 2013;26(4):267-72. , 2020 Hauff LE, Demerath EW. Body image concerns and reduced breastfeeding duration in primiparous overweight and obese women. Am J Hum Biol. 2012;24(3):339-49. . No estudo de Sui et al.8Sui Z, Turnbull D, Dodd J. Effect of body image on gestational weight gain in overweight and obese women. Women Birth. 2013;26(4):267-72., a insatisfação das grávidas com o peso e a forma corporal foi significativamente superior entre obesas do que aquelas com sobrepeso. De forma semelhante, Hauff e Demerath2020 Hauff LE, Demerath EW. Body image concerns and reduced breastfeeding duration in primiparous overweight and obese women. Am J Hum Biol. 2012;24(3):339-49. observaram que gestantes com sobrepeso/obesidade expressaram não apenas maiores preocupações com a aparência física quando comparadas àquelas com silhuetas mais magras, como também períodos mais curtos de amamentação.

Somado a estes achados, a regressão linear do presente estudo demonstrou que somente o IMC foi responsável pela variância dos escores do BAQ. Sui et al.8Sui Z, Turnbull D, Dodd J. Effect of body image on gestational weight gain in overweight and obese women. Women Birth. 2013;26(4):267-72. também verificaram que o IMC foi preditor significante de imagem corporal negativa em gestantes australianas. Além disso, Kamysheva et al.1616 Kamysheva E, Skouteris H, Wertheim EH, Paxton SJ, Milgrom J. Examination of a multi-factorial model of body-related experiences during pregnancy: the relationships among physical symptoms, sleep quality, depression, self-esteem, and negative body attitudes. Body Image. 2008;5(2):152-63. constataram, pela mesma análise, que o IMC influenciou negativamente a atratividade das gestantes, ou seja, quanto maior o IMC delas, menores foram os sentimentos sobre a "atração física". Portanto, manter um IMC adequado associa-se a menores preocupações com o corpo, podendo influenciar positivamente na saúde materno-infantil2121 Silva JC, Amaral AR, Ferreira BS, Petry JF, Silva MR, Krelling PC. [Obesity during pregnancy: gestational complications and birth outcomes]. Rev Bras Ginecol Obstet. 2014;36(11):509-13. Portuguese..

É importante enfatizar o ineditismo desta investigação no Brasil, bem como o seu tamanho amostral que supera o de pesquisas internacionais2Clark A, Skouteris H, Wertheim EH, Paxton SJ, Milgrom J. The relationship between depression and body dissatisfaction across pregnancy and the postpartum: a prospective study. J Health Psychol. 2009;14(1):27-35. , 6Fuller-Tyszkiewicz M, Skouteris H, Watson B, Hill B. Body image during pregnancy: an evaluation of the suitability of the body attitudes questionnaire. BMC Pregnancy Childbirth. 2012;12(1):91. , 7Bagheri M, Dorosty A, Sadrzadeh-Yeganeh H, Eshraghian M, Amiri E, Khamoush-Cheshm N. Pre-pregnancy body size dissatisfaction and excessive gestational weight gain. Matern Child Health J. 2013;17(4):699-707. , 1515 Duncombe D, Wertheim EH, Skouteris H, Paxton SJ, Kelly L. How well do women adapt to changes in their body size and shape across the course of pregnancy? J Health Psychol. 2008;13(4):503-15. , 1616 Kamysheva E, Skouteris H, Wertheim EH, Paxton SJ, Milgrom J. Examination of a multi-factorial model of body-related experiences during pregnancy: the relationships among physical symptoms, sleep quality, depression, self-esteem, and negative body attitudes. Body Image. 2008;5(2):152-63. , 1818 Hill B, Skouteris H, McCabe M, Fuller-Tyszkiewicz M. Body image and gestational weight gain: a prospective study. J Midwifery Womens Health. 2013;58(2):189-94. , 2222 McPhie S, Skouteris H, Fuller-Tyszkiewicz M, Hill B, Jacka F, O'Neil A. Relationships between mental health symptoms and body mass index in women with and without excessive weight gain during pregnancy. Midwifery. 2015;31(1):138-46.. Contudo, não foi realizado um cálculo amostral que levasse em consideração as características obstétricas. Além disso, este estudo valeu-se do BAQ, o qual é validado para a população feminina adulta brasileira1414 Scagliusi FB, Polacow VO, Cordás TA, Coelho D, Alvarenga M, Philippi ST, et al. Psychometric testing and applications of the Body Attitudes Questionnaire translated into Portuguese. Percept Mot Skills. 2005;101(1):25-41., mas não tem todas as suas qualidades psicométricas testadas em grávidas. No entanto, a consistência interna desse questionário foi avaliada e considerada adequada para a amostra em questão (α=0,84)1919 Streiner DL. Starting at the beginning: an introduction to coefficient alpha and internal consistency. J Pers Assess. 2003;80(1):99-103.. Foram identificados achados divergentes para as subescalas deste instrumento, que possivelmente se justificam em função das diferentes metodologias adotadas pelos estudos internacionais destacados2Clark A, Skouteris H, Wertheim EH, Paxton SJ, Milgrom J. The relationship between depression and body dissatisfaction across pregnancy and the postpartum: a prospective study. J Health Psychol. 2009;14(1):27-35. , 1515 Duncombe D, Wertheim EH, Skouteris H, Paxton SJ, Kelly L. How well do women adapt to changes in their body size and shape across the course of pregnancy? J Health Psychol. 2008;13(4):503-15. , 1717 Skouteris H, Carr R, Wertheim EH, Paxton SJ, Duncombe D. A prospective study of factors that lead to body image dissatisfaction during pregnancy. Body Image. 2005;2(4):347-61. , os quais avaliaram as gestantes longitudinalmente.

Dessa forma, a utilização do corte transversal também pode ser considerada uma limitação, já que impossibilita a verificação dos efeitos de causalidade. Nesta pesquisa, a voluntária respondeu apenas uma única vez ao questionário, foi classificada pelo seu período gestacional, para então ser comparada às demais. Sendo assim, não é possível afirmar se as atitudes corporais de gestantes no primeiro trimestre se modificam ou se mantêm estáveis nos demais trimestres. Por outro lado, esta metodologia tem sido amplamente utilizada na avaliação da imagem corporal de gestantes7Bagheri M, Dorosty A, Sadrzadeh-Yeganeh H, Eshraghian M, Amiri E, Khamoush-Cheshm N. Pre-pregnancy body size dissatisfaction and excessive gestational weight gain. Matern Child Health J. 2013;17(4):699-707. , 2323 Mills A, Schmied VA, Dahlen HG. 'Get alongside us', women's experiences of being overweight and pregnant in Sydney, Australia. Matern Child Nutr. 2013;9(3):309-21.

24 Sohn M, Bye E. Pregnancy and body image: analysis of clothing functions of maternity wear. Clothing Textiles Res J. 2015;33(1):64-78.
- 2525 Radoš SN, Vraneš HS, Šunjić M. Limited role of body satisfaction and body image self-consciousness in sexual frequency and satisfaction in pregnant women. J Sex Res. 2014;51(5):532-41..

Concluiu-se que as atitudes corporais avaliadas em gestantes foram similares entre todos os trimestres gestacionais. Além disso, gestantes classificadas com alto risco e elevado IMC apresentaram imagem corporal mais negativa. Por fim, apenas o IMC foi preditor significativo de atitudes relacionadas à imagem corporal em grávidas. Sendo assim, a avaliação da imagem corporal nesta população é recomendada a fim de que um maior conhecimento sobre esse construto possa beneficiar essas mulheres, tendo em vista a sua saúde e o seu bem-estar psicológico.

Agradecimentos

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) pela Bolsa de mestrado concedida à primeira autora.

Referências

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jul 2015

Histórico

  • Recebido
    14 Maio 2015
  • Aceito
    24 Jun 2015
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