Acessibilidade / Reportar erro

Efeito residual dos herbicidas imazaquin e imazethapyr, aplicados na soja, sobre o milho safrinha

Carryover effects of Imazaquin and Imazethapyr on corn planted right after soybean

Resumos

Com o objetivo de se avaliar os efeitos da persistência dos herbicidas imazaquin e imazethapyr na cultura do milho safrinha em sucessão à da soja, tratada com estes produtos, foi instalado um ensaio na Fazenda Escola da Universidade Estadual de Londrina, solo argiloso (75% de argila), na safra agrícola 1995/96. O delineamento experimental adotado foi o de blocos ao acaso, com parcelas subdivididas em faixas. Os tratamentos principais foram constituídos pelos herbicidas: 1.Testemunha; 2.Imazaquin PPI -120 g.i.a./ha; 3.Imazaquin PPI - 240 g.i.a./ha; 4.Imazethapyr PRE - 80 g.i.a./ha e 5.Imazethapyr PRE - 160 g.i.a./ha. Os tratamentos secundários foram constituídos pelas épocas de semeadura do milho: 0 (zero), 30, 60, 90, 120 e 150 dias após a aplicação - DAA. As avaliações, tanto de fitotoxicidade visual como de biomassa seca das plantas e produtividade do milho, revelaram uma maior sensibilidade da cultura ao imazaquin do que ao imazethapyr, embora a quantidade (ppb) de imazethapyr encontrada nas análises cromatográficas das amostras de solo (HPLC) tenha sido maior que a de imazaquin. Nos primeiros plantios, o imazaquin causou dano praticamente total às plantas, enquanto o imazethapyr proporcionou uma injúria de 30-40% na dose normal(80 g.i.a./ha). Nos plantios após 120 DAA esses sintomas foram diminuindo gradativamente até desaparecerem. A curva de regressão dos dados de colheita revelou intervalos de 87 e 112 dias para imazethapyr e imazaquin, respectivamente, para que não mais houvesse diminuição na produtividade do milho semeado após a aplicação da dose normal destes produtos. Correlacionando-se os parâmetros avaliados, observou-se que, mesmo havendo fitotoxicidade no início do desenvolvimento das plantas de milho, essas se recuperaram, tendo produtividade normal após os referidos intervalos. Dos parâmetros avaliados no bioensaio com pepino (Cucumis sativus), a biomassa seca das plantas confirmou a maior sensibilidade do pepino em relação ao milho, sendo prejudicada pela ação residual dos herbicidas no solo até o intervalo mínimo de 127 e 135 DAA para imazethapyr - 80 g.i.a./ha e imazaquin - 120 g.i.a./ha, respectivamente.

resíduo; cromatografia; bioensaio; imidazolinonas; fitotoxicidade


The effects of imazaquin and imazethapyr on corn (safrinha) planted right after the soybean were studied on a clay soil (75% clay) in Londrina, State of Paraná, Brazil, during the season 1995/96. Imazaquin was applied to soybean at 120 and 240 gai/ha PPI and imazethapyr was applied at 80 and 160 gai/ha at pre emergence. Corn was planted every 30 days from application till harvest (150 DAA). The corn crop was much more sensitive to imazaquin than to imazethapyr although the residue of imazethapyr found in the soil samples (HPLC) was higher than imazaquin till 90 DAA. In the first month after application the residual of imazaquin caused high crop injury to corn while imazethapyr caused 30-40% injury at normal rate. Yield results showed no damage after 87 days for imazethapyr (80 gai/ha) and after 112 days for imazaquin (120 g.i.a./ha) application. After these periods, the corn plants showed somewhat early crop injury. In a bioassay test cucumber (Cucumis sativus) showed higher sensitivity compared to corn. The dry weight data showed no difference after 127 days for imazethapyr application and after 135 days for imazaquin application.

herbicide persistence; herbicide carryover; imidazolinone; phytotoxicity


Efeito residual dos herbicidas imazaquin e imazethapyr, aplicados na soja, sobre o milho safrinha

Carryover effects of Imazaquin and Imazethapyr on corn planted right after soybean

Adolfo V. UlbrichI, Benedito N. RodriguesII, João de LimaIII

IAluno de pós-graduação, nível mestrado, UEL. C.P. 2251, CEP 86100-000, Londrina/PR.

IIPesquisador Científico, PhD, Instituto Agronômico do Paraná e orientador do Curso de Mestrado da UEL/EMBRAPA/IAPAR C.P. 481, CEP 86001-970, Londrina/PR

IIIEng. Químico, M.Sc., Laboratório de Ecofisiologia, Instituto Agronômico do Paraná. C.P. 481, CEP 86001-970, Londrina/PR

RESUMO

Com o objetivo de se avaliar os efeitos da persistência dos herbicidas imazaquin e imazethapyr na cultura do milho safrinha em sucessão à da soja, tratada com estes produtos, foi instalado um ensaio na Fazenda Escola da Universidade Estadual de Londrina, solo argiloso (75% de argila), na safra agrícola 1995/96. O delineamento experimental adotado foi o de blocos ao acaso, com parcelas subdivididas em faixas. Os tratamentos principais foram constituídos pelos herbicidas: 1.Testemunha; 2.Imazaquin PPI -120 g.i.a./ha; 3.Imazaquin PPI - 240 g.i.a./ha; 4.Imazethapyr PRE - 80 g.i.a./ha e 5.Imazethapyr PRE - 160 g.i.a./ha. Os tratamentos secundários foram constituídos pelas épocas de semeadura do milho: 0 (zero), 30, 60, 90, 120 e 150 dias após a aplicação - DAA. As avaliações, tanto de fitotoxicidade visual como de biomassa seca das plantas e produtividade do milho, revelaram uma maior sensibilidade da cultura ao imazaquin do que ao imazethapyr, embora a quantidade (ppb) de imazethapyr encontrada nas análises cromatográficas das amostras de solo (HPLC) tenha sido maior que a de imazaquin. Nos primeiros plantios, o imazaquin causou dano praticamente total às plantas, enquanto o imazethapyr proporcionou uma injúria de 30-40% na dose normal(80 g.i.a./ha). Nos plantios após 120 DAA esses sintomas foram diminuindo gradativamente até desaparecerem. A curva de regressão dos dados de colheita revelou intervalos de 87 e 112 dias para imazethapyr e imazaquin, respectivamente, para que não mais houvesse diminuição na produtividade do milho semeado após a aplicação da dose normal destes produtos. Correlacionando-se os parâmetros avaliados, observou-se que, mesmo havendo fitotoxicidade no início do desenvolvimento das plantas de milho, essas se recuperaram, tendo produtividade normal após os referidos intervalos. Dos parâmetros avaliados no bioensaio com pepino (Cucumis sativus), a biomassa seca das plantas confirmou a maior sensibilidade do pepino em relação ao milho, sendo prejudicada pela ação residual dos herbicidas no solo até o intervalo mínimo de 127 e 135 DAA para imazethapyr - 80 g.i.a./ha e imazaquin - 120 g.i.a./ha, respectivamente.

Palavras chave: resíduo, cromatografia, bioensaio, imidazolinonas, fitotoxicidade.

ABSTRACT

The effects of imazaquin and imazethapyr on corn (safrinha) planted right after the soybean were studied on a clay soil (75% clay) in Londrina, State of Paraná, Brazil, during the season 1995/96. Imazaquin was applied to soybean at 120 and 240 gai/ha PPI and imazethapyr was applied at 80 and 160 gai/ha at pre emergence. Corn was planted every 30 days from application till harvest (150 DAA). The corn crop was much more sensitive to imazaquin than to imazethapyr although the residue of imazethapyr found in the soil samples (HPLC) was higher than imazaquin till 90 DAA. In the first month after application the residual of imazaquin caused high crop injury to corn while imazethapyr caused 30-40% injury at normal rate. Yield results showed no damage after 87 days for imazethapyr (80 gai/ha) and after 112 days for imazaquin (120 g.i.a./ha) application. After these periods, the corn plants showed somewhat early crop injury. In a bioassay test cucumber (Cucumis sativus) showed higher sensitivity compared to corn. The dry weight data showed no difference after 127 days for imazethapyr application and after 135 days for imazaquin application.

Key words: herbicide persistence, herbicide carryover, imidazolinone, phytotoxicity.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

LITERATURA CITADA

Recebido para publicação em 22/05/98 e na forma revisada em 14/08/98.

  • BASHAN, G.W., LAVY, I.L. Microbial and photolic dissipation of imazaquin in soil. Weed Sci., v. 35, p. 865-870, 1987.
  • CANTWELL, J.R., LIEBL, R.A., SLIFE, F.W. Biodegradation characteristics of imazaquin and imazethapyr. Weed Sci., v. 37, p. 815-819, 1989.
  • CURRAN, W.S., KNAKE, E.L., LIEBL, R.A. Corn (Zea mays) injury following use of clomazone, chlorimuron, imazaquin, and imazethapyr. Weed Technol., v. 5, p. 539-544, 1991.
  • CURRAN, W.S., LIEBL, R.A., SIMMONS, F.W. Effects of tillage and application method on clomazone, imazaquin, and imazethapyr persistence. Weed Sci., v. 40, p. 482-489, 1992.
  • FLINT, J.L., WITT, W.W. Microbial degradation of imazaquin and imazethapyr. Weed Sci., v. 45, p. 586-591, 1997.
  • GOETZ, A.J., WEHTJE, G., WALKER, R.H., HAJEK, B. Soil solution and mobility characterization of imazaquin. Weed Sci., v. 34, p. 788-793, 1986.
  • IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Anu. Estat. Brasil, v. 56, p. 551, 1996.
  • JOHNSON, D.H., TALBERT, R.E. Cotton (Gossypium hirsutum) response to imazaquin and imazethapyr soil residues. Weed Sci., v. 44, p. 156-161, 1996.
  • LOUX, M.M., LIEBL, R.A., SLIFE, F.W. Availability and persistence of imazaquin, imazethapyr, and clomazone in soil. Weed Sci., v. 37, p. 259-267, 1989.
  • LOUX, M.M., REESE, K.D. Effects of soil pH on adsoption and persistence of imazaquin. Weed Sci., v. 40, p. 490-496, 1992.
  • LOUX, M.M., REESE, K.D. Effect of soil type and pH on pesistence and carryover of imidazolinone herbicides. Weed Technol., v. 7, p. 452-458, 1993.
  • MARSH, B.H., LLOYD, R.W. Soil pH effect on imazaquin persistence in soil. Weed Technol, v. 10, p. 337-340, 1996.
  • MILANOVA, S., GRIGOROV, P. Movement and persistence of imazaquin, xyfluorfen, flurochloridone and terbacil in soil. Weed Res., v. 36, p. 31-36, 1996.
  • MILLS, J.A., WITT, W.W. Efficacy, phytotoxicity, and persistence of imazaquin, imazethapyr, and clomazone in no-till double-crop soybeans (Glycine max). Weed Sci., v. 37, p. 353-359, 1989.
  • MOYER, J.R., ESAU, R. Imidazolinone herbicide effects on following rotational crops in Southern Alberta. Weed Technol., v. 10, p. 100-106, 1996.
  • ONOFRI, A. Biological activity, field persistence and safe recropping intervals for imazethapyr and rimsulfuron on a silty-clay soil. Weed Res., v. 36, p. 73-83, 1996.
  • PIMENTEL GOMES, F. Curso de estatística experimental. 9 ed. Piracicaba: Nobel, 1981. 430p.
  • POLGE, N.D., BARRETT, M. Temperature effects on imazaquin soil bioavailability, uptake, and metabolism in corn (Zea mays). Weed Sci., v. 45, p. 198-204, 1997.
  • RENNER, K.A., MEGGITT, W.F., PENNER, D. Effect of soil pH on imazaquin and imazethapyr adsorption to soil and phytotoxicity to corn (Zea mays). Weed Sci., v. 36, p. 78-83, 1988.
  • RODRIGUES, B.N., ALMEIDA, F.S. Guia de Herbicidas. 3.ed. Londrina: Ed. Autores, 1995, 675p.
  • SANTELMANN, P.W. Herbicide bioassay. In: Southern Weed Science society. Research Methods in Weed Science, 2 ed. Auburn: Truelove, B., 1977, p. 79-87.
  • SHANER, D.L., ANDERSON, P.C., STIDHAM, M.A. Imidazolinones, potent inhibitors of acetohydroxyacid synthase. Plant Physiol., v. 75, p. 545-546, 1984.
  • STOUGAARD, R.N., SHEA, P.J., MARTIN, A.R. Effects of soil type and pH on adsorption, mobility, and efficacy of imazaquin and imazethapyr. Weed Sci., v. 38, p. 67-73, 1990.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    16 Jun 2010
  • Data do Fascículo
    Dez 1998

Histórico

  • Aceito
    14 Ago 1998
  • Recebido
    22 Maio 1998
Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas Departamento de Fitotecnia - DFT, Universidade Federal de Viçosa - UFV, 36570-000 - Viçosa-MG - Brasil, Tel./Fax::(+55 31) 3899-2611 - Viçosa - MG - Brazil
E-mail: rpdaninha@gmail.com