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Eficiência do s-metolachlor no controle de Brachiaria plantaginea na cultura do feijão sob dois manejos de irrigação

S-Metolachlor efficiency in Brachiaria plantaginea control in bean crop under two irrigation management

Resumos

Objetivou-se neste trabalho avaliar a eficiência do s-metolachlor no controle de Brachiaria plantaginea na cultura do feijão, em duas condições de irrigação associadas às aplicações do herbicida. O trabalho foi conduzido a campo, entre os meses de setembro e dezembro de 1998, em solo Podzólico Câmbico, fase terraço, com 35,0 dag kg-1 de argila e 3,6 dag kg-1 de matéria orgânica. Foram realizados dois ensaios, tendo como única diferença na metodologia entre ambos o fato de que no primeiro foi aplicada uma lâmina de 20 mm de água imediatamente antes do tratamento com o herbicida, e, no segundo, a aplicação da mesma lâmina foi imediatamente após a aplicação do herbicida. Foram avaliadas seis doses do s-metolachlor (0; 0,48; 0,72; 0,96; 1,20; e 1,92 kg ha-1), associadas a duas épocas de avaliação (20 e 35 dias após a emergência). A eficiência de controle de B. plantaginea não foi influenciada pelo manejo inicial da irrigação, mostrando-se superior a 81,0% para doses a partir de 0,96 kg ha-1. O s-metolachlor manteve bom controle de B. plantaginea até os 35 DAE, tempo suficiente para ocorrer o sombreamento total do solo pela cultura do feijão.

umidade do solo; planta daninha; Phaseolus vulgaris


The objective of this work was to evaluate the s-metolachlor efficiency, in the control of Brachiaria plantaginea in the bean crop, under two irrigation conditions associated to the herbicide application. The work was conducted in the field, from September to December 1998, in a Cambic Podzolic soil, terrace phase, with 35.0 dag kg-1 of clay and 3.6 dag kg-1 of organic matter. Two experiments were accomplished, differing only in the methodology used by cach, i.e., in the first, a 20 mm water lamina was applied immediately before herbicide treatment and, in the second the same water lamina was applied immediately after herbicide application. Six doses of s-metolachlor (0; 0.48; 0.72; 0.96; 1.20; and 1.92 kg ha-1) were evaluated associated to two evaluation times (20 and 35 days after emergence). The control efficiency of B. plantaginea was not influenced by the initial of the irrigation management, which was superior to 81.0% for doses starting from 0.96 kg ha-1. The s-metolachlor gave a good B. plantaginea control up to 35 DAE, when there was sufficient for a complete covering of the soil by the bean crop.

soil moisture; weed; Phaseolus vulgaris


ARTIGOS

Eficiência do s-metolachlor no controle de Brachiaria plantaginea na cultura do feijão sob dois manejos de irrigação

S-Metolachlor efficiency in Brachiaria plantaginea control in bean crop under two irrigation management

Procópio, S.O.I; Silva, A.A.II; Ferreira, L.R.II; Miranda, G.V.II; Santos, J.B.III; Araújo, G.A.A.II

IDoutorando, Dep. de Fitotecnia da Universidade Federal de Viçosa - UFV

IIProf. do Dep. de Fitotecnia da UFV

IIIAcadêmico, Dep. de Fitotecnia da UFV, 36571-000 Viçosa-MG

RESUMO

Objetivou-se neste trabalho avaliar a eficiência do s-metolachlor no controle de Brachiaria plantaginea na cultura do feijão, em duas condições de irrigação associadas às aplicações do herbicida. O trabalho foi conduzido a campo, entre os meses de setembro e dezembro de 1998, em solo Podzólico Câmbico, fase terraço, com 35,0 dag kg-1 de argila e 3,6 dag kg-1 de matéria orgânica. Foram realizados dois ensaios, tendo como única diferença na metodologia entre ambos o fato de que no primeiro foi aplicada uma lâmina de 20 mm de água imediatamente antes do tratamento com o herbicida, e, no segundo, a aplicação da mesma lâmina foi imediatamente após a aplicação do herbicida. Foram avaliadas seis doses do s-metolachlor (0; 0,48; 0,72; 0,96; 1,20; e 1,92 kg ha-1), associadas a duas épocas de avaliação (20 e 35 dias após a emergência). A eficiência de controle de B. plantaginea não foi influenciada pelo manejo inicial da irrigação, mostrando-se superior a 81,0% para doses a partir de 0,96 kg ha-1. O s-metolachlor manteve bom controle de B. plantaginea até os 35 DAE, tempo suficiente para ocorrer o sombreamento total do solo pela cultura do feijão.

Palavras-chave: umidade do solo, planta daninha, Phaseolus vulgaris.

ABSTRACT

The objective of this work was to evaluate the s-metolachlor efficiency, in the control of Brachiaria plantaginea in the bean crop, under two irrigation conditions associated to the herbicide application. The work was conducted in the field, from September to December 1998, in a Cambic Podzolic soil, terrace phase, with 35.0 dag kg-1 of clay and 3.6 dag kg-1 of organic matter. Two experiments were accomplished, differing only in the methodology used by cach, i.e., in the first, a 20 mm water lamina was applied immediately before herbicide treatment and, in the second the same water lamina was applied immediately after herbicide application. Six doses of s-metolachlor (0; 0.48; 0.72; 0.96; 1.20; and 1.92 kg ha-1) were evaluated associated to two evaluation times (20 and 35 days after emergence). The control efficiency of B. plantaginea was not influenced by the initial of the irrigation management, which was superior to 81.0% for doses starting from 0.96 kg ha-1. The s-metolachlor gave a good B. plantaginea control up to 35 DAE, when there was sufficient for a complete covering of the soil by the bean crop.

Key words: soil moisture, weed, Phaseolus vulgaris.

INTRODUÇÃO

O metolachlor pertence ao grupo químico das cloroacetamidas, estando registrado para uso no Brasil nas culturas de feijão, milho, soja e cana-de-açúcar. Apresenta as seguintes características físico-químicas: solubilidade em água de 448 ppm a 20 ºC; densidade de 1,117 g cm-3 a 20 ºC; pressão de vapor de 1,3 x 10-6 mm Hg a 20 ºC; pKa zero (herbicida não-iônico); Kow de 794 a 25 ºC; e Koc médio de 200 L kg-1 de solo (Rodrigues & Almeida, 1998).

O s-metolachlor caracteriza-se por ser uma nova formulação do metolachlor, em que o fabricante concentrou apenas o isômero mais ativo da molécula, devendo assim possiur maior atividade biológica, em comparação à formulação antiga (O'Connell et al., 1998).

O primeiro herbicida do grupo das cloroacetamidas foi lançado em 1958 nos Estados Unidos, porém o metolachlor só entrou no mercado norte-americano em 1977 (USEPA, 1997). Apesar do longo tempo em uso, o mecanismo primário de ação desses herbicidas (incluindo o metolachlor) ainda não é totalmente conhecido. Sabe-se apenas que alguns processos fisiológicos são inibidos por esses herbicidas, como a divisão e elongação celular e a síntese de proteínas, lipídios, antocianinas, a-amilase e ácido giberélico (Deal & Hess, 1980; Fuerst, 1987; Colvin & Stall, 1998). Fuerst (1987) afirmou que há suspeitas de que tais herbicidas atuam neutralizando a coenzima A (CoA), devido ao fato de esta participar de praticamente todos os processos fisiológicos inibidos por esses herbicidas. Vidal (1997) comentou que alguns cientistas têm especulado que esses herbicidas apresentam atividade em muitas enzimas, ou seja, têm mais de um sítio de ação. Segundo este autor, isto justifica a não-ocorrência de caso de resistência de plantas daninhas aos referidos herbicidas no mundo.

De acordo com Rodrigues & Almeida (1998), o metolachlor atua nas regiões meristemáticas, principalmente da gema terminal do coleóptilo, onde provoca o rompimento das membranas celulares e inibe a divisão das células, paralisando, assim, o crescimento das raízes e da plântula. Pillai et al. (1979) afirmaram que esses herbicidas são, em geral, inibidores de crescimento, afetando o desenvolvimento da parte aérea e de raízes após a germinação das sementes de plantas suscetíveis. No entanto, segundo Deal & Hess (1980), os herbicidas do grupo das cloroacetamidas não inibem a germinação nem causam imediata paralisação do crescimento, mas inibem o estabelecimento da espécie suscetível.

As chuvas e/ou irrigações interferem na ação dos herbicidas, dependendo do momento em que ocorrem, do volume e da intensidade. Segundo Silva et al. (1997), o teor de umidade no solo se relaciona com a eficiência de praticamente todos os herbicidas. Isto significa que a maioria dos herbicidas não é suficientemente eficiente se aplicada em solos secos. Deve-se ressaltar que a água é uma molécula bastante polar e pode competir com os herbicidas por sítios de adsorção nos colóides do solo. Em solos secos, os compostos são firmemente adsorvidos, enquanto em solos úmidos eles se apresentam mais disponíveis à absorção das plantas.

Em relação às aplicações em pré-emergência, a umidade do solo se constitui no principal parâmetro condicional, podendo até mesmo impedir e/ou adiar a pulverização destes produtos, pois é a responsável pela sua dispersão até as sementes das plantas daninhas. Normalmente, à medida que se aumenta o tempo entre a aplicação e a ocorrência de chuvas ou irrigações, a efetividade do produto diminui. Também, o controle poderá ficar comprometido quando as plantas daninhas germinarem antes da ocorrência de chuvas.

Este trabalho teve como objetivo estudar a eficiência do s-metolachlor no controle de Brachiaria plantaginea na cultura do feijão em duas condições de irrigação associadas à sua aplicação.

MATERIAL E MÉTODOS

Os ensaios foram conduzidos a campo, em um solo Podzólico Vermelho-Amarelo Câmbico Distrófico, fase terraço, na Estação Experimental de Coimbra-MG, pertencente à Universidade Federal de Viçosa, tendo sido instalados em setembro de 1998. As principais características físicas e químicas desse solo estão na Tabela 1.

Os trabalhos constaram de dois ensaios (ensaios 1 e 2), realizados simultaneamente. Na Figura 1 estão apresentados os dados de precipitação pluvial (mm) e umidade relativa do ar (%) e, na Figura 2, as temperaturas máxima e mínima (°C) e a insolação (h), referentes ao período dos ensaios.



A metodologia utilizada e as avaliações realizadas nos ensaios 1 e 2 foram semelhantes, tendo como única diferença o manejo inicial da irrigação. No ensaio 1, foi realizada uma irrigação de 20 mm (no sistema de aspersão) imediatamente antes da aplicação do smetolachlor; no ensaio 2, a mesma irrigação foi feita imediatamente após a aplicação do smetolachlor. Os tratamentos avaliados foram compostos da combinação de seis doses do herbicida s-metolachlor (0; 0,48; 0,72; 0,96; 1,20; e 1,92 kg ha-1) e de duas épocas de avaliação (20 e 35 DAE), totalizando 12 tratamentos. O cultivar de feijão utilizado foi o Rudá. O delineamento experimental utili zado foi o de blocos casualizados, em parcelas subdivididas com quatro repetições, em que o fator da subparcela foi a época de avaliação e o fator da parcela principal, a dose do smetolachlor. A parcela experimental foi formada de quatro linhas da cultura (espaçamento de 0,5 m) com 5 m de comprimento, num total de 10 m², sendo a área útil formada das duas linhas centrais, retirando-se 0,5 m de cada extremidade (4 m de comprimento), o que resultou numa área útil de 4 m².

Para a instalação dos ensaios, foi utilizado o preparo convencional do solo na área experimental, constando de uma aração e duas gradagens. A adubação de plantio utilizada foi de 500 kg ha-1 da fórmula 04:14:08. Aos 25 dias após a emergência da cultura (DAE), foi feita uma adubação de cobertura, com 60 kg ha-1 de N (300 kg de sulfato de amônio) mais 60 kg ha-1 de K2O (100 kg de cloreto de potássio), e uma adubação foliar de 70 g ha-1 de molibdato de amônio.

A semeadura foi realizada manualmente, numa profundidade de 4 cm, visando obter aproximadamente 15 plantas por metro (300.000 plantas por hectare).

O s-metolachlor foi aplicado logo após a semeadura do feijão, em pré-emergência tanto da cultura como das plantas daninhas, utilizando-se um pulverizador costal pressurizado com CO2, equipado com barra de 2,0 m, contendo cinco pontas de pulverização (bicos) Teejet 110.03 (Spraying Systems Co.). A pressão de trabalho do pulverizador foi de 3,0 kgf cm-² e o volume de aplicação, de 200 L ha-1. A fim de garantir melhor precisão na aplicação, as parcelas foram protegidas lateralmente com uma barreira de lona plástica de 1,0 m de altura, visando evitar possível deriva do s-metolachlor.

Para avaliar a eficiência do controle de B. plantaginea (aparecimento espontâneo na área) pelo s-metolachlor, foram realizadas duas avaliações visuais aos 20 e 35 DAE, em que 0% significa nenhum controle e 100%, controle total.

Foram avaliadas as pressuposições para análise de variância normalidade e homogeneidade das variáveis, por meio dos testes de Lilliefors e Cochran, respectivamente, sendo os cálculos baseados nos erros. Todas as variáveis que atenderam às exigências foram submetidas à análise de variância. O efeito das doses do s-metolachlor foi avaliado por meio de análise de regressão, cujos modelos foram escolhidos com base no coeficiente de determinação (R2), na significância dos coeficientes de regressão pelo teste t de Student e na adequação biológica. Também foi realizada análise conjunta entre os ensaios 1 e 2.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Ensaio 1: Influência de doses de smetolachlor no controle de Brachiaria plantaginea na cultura do feijão, com irrigação antes da aplicação do herbicida

O controle de Brachiaria plantaginea variou com as doses do s-metolachlor nas duas épocas de avaliação (20 e 35 DAE). Não houve diferença com relação ao controle de B. plantaginea nas duas épocas avaliadas, indicando que o residual do herbicida no solo (período efetivo de controle) foi suficiente para manter o controle inicial até praticamente o fechamento da cultura (35 DAE). A ocorrência de interação não-significativa indicou que as doses do smetolachlor e as épocas de avaliação são independentes, ou seja, o controle de B. plantaginea em qualquer dose não varia entre as duas épocas de avaliação. Esse fato não é esperado, pois, normalmente, quanto menor a dose, menor o residual do herbicida no solo. Todavia, pode ter ocorrido na área experimental um fluxo único e uniforme de germinação de B. plantaginea. Na Tabela 2 são mostradas as médias de controle do smetolachlor nas duas épocas avaliadas.

Segundo Almeida et al. (1983), Gelmini & Roston (1980 e 1983) e Vieira (1970 e 1985), citados por Ferreira et al. (1998), o período crítico de prevenção da interferência das plantas daninhas no feijoeiro situa-se entre 15 e 30 dias após a emergência da cultura.

Na dose do s-metolachlor recomendada pela empresa fabricante (0,96 kg ha-1), o herbicida apresentou uma média de controle das duas épocas de 88,13%. De acordo com Asociación Latinoamericana de Malezas (ALAM, 1974), o controle obtido nesta dose foi caracterizado como "muito bom". Trindade et al. (1995), realizando um ensaio de campo num solo de textura argilosa contendo 2,7% de matéria orgânica, obtiveram controle médio de 78,0% de B. plantaginea com a aplicação de 2,4 kg ha-1 do herbicida metolachlor. Na Figura 3, verifica-se que, em doses superiores a 0,48 kg ha-1, o incremento do controle foi significativo, porém muito reduzido em relação ao incremento da dose do s-metolachlor. Entretanto, na dose máxima (1,92 kg ha-1), o controle de B. plantaginea foi quase total (97,88%). Resultados semelhantes foram obtidos por Rezende & Laca-Buendia (1993), os quais observaram que o metolachlor, nas doses de 1,92 e 2,88 kg ha-1, controlou 100,0% de B. plantaginea, num solo contendo 43,0% de argila, 3,3% de matéria orgânica e pH em água de 7,0.


Ensaio 2: Influência de doses do s-metolachlor no controle de Brachiaria plantaginea na cultura do feijão, com irrigação imediatamente após a aplicação do herbicida

Verificou-se, de modo semelhante ao do ensaio 1 (irrigação antes da aplicação do smetolachlor), que houve apenas variação entre as doses do s-metolachlor, independentemente da época avaliada (20 ou 35 DAE). O controle de B. plantaginea foi mantido até os 35 DAE, tempo suficiente para cobrir o período total de prevenção da interferência (PTPI), principalmente na "época das águas", quando predominam alta temperatura e alta umidade, o que favorece o rápido fechamento da cultura, causando, assim, o sombreamento de plantas daninhas que porventura emerjam após esse período. Na Tabela 3 são mostradas as médias de controle de B. plantaginea nas duas épocas avaliadas.

De modo semelhante ao ensaio 1, o controle médio de B. plantaginea entre as épocas pelo s-metolachlor, na dose de 0,96 kg ha-1, ficou caracterizado pela escala da ALAM como "muito bom" (81,58%). Esses resultados estão de acordo com os de Laca-Buendia & Ferreira (1995), os quais, trabalhando em solos argilo-arenosos ou argilosos com teores médios de matéria orgânica, observaram controle "muito bom" a "ótimo" (ALAM, 1974) de B. plantaginea quando aplicaram doses de metolachlor superiores a 1,92 kg ha-1. A tendência de aumento no controle com o incremento da dose do smetolachlor foi muito próxima da apresentada no ensaio 1; nas doses acima de 0,48 kg ha-1, a resposta ao aumento do controle de B. plantaginea foi pequena, mas significativa. Na dose máxima avaliada do s-metolachlor (1,92 kg ha-1), o controle de B. plantaginea também foi quase total (97,88%) (Figura 4).


Análise conjunta dos ensaios 1 e 2

Pela análise conjunta dos ensaios 1 e 2, verificou-se que os tratamentos apresentaram comportamentos semelhantes em ambos os ensaios (interação experimentos x tratamentos não-significativa), ou seja, o controle de B. plantaginea não foi influenciado pelo manejo inicial da irrigação juntamente com a aplicação do s-metolachlor.

Do ponto de vista prático, B. plantaginea mostrou-se de grande valia na análise dos possíveis efeitos do manejo inicial da irrigação sobre a atividade biológica do herbicida smetolachlor, como também na verificação da eficiência da dose recomendada pelo fabricante do herbicida. Isso pode ser afirmado pelo fato de B. plantaginea ser uma das gramíneas anuais menos sensíveis ao metolachlor. Portanto, sua utilização como planta indicadora foi muito importante, pois, caso a espécie indicadora fosse muito sensível, poderia não acusar possíveis mudanças na movimentação do produto no solo . Segundo Lorenzi (2000), a espécie daninha B. plantaginea é classificada como suscetível (85,0 a 95,0% de controle) ao metolachlor, enquanto, segundo esse mesmo autor, outras gramíneas, também altamente infestantes da cultura do feijão, como Cenchrus echinatus, Digitaria horizontalis, Eleusine indica e Echinochloa crusgalli, são classificadas como altamente suscetíveis (acima de 95,0% de controle).

A não-influência na atividade biológica do s-metolachlor pelo manejo inicial da irrigação pode ser explicada pelo fato de a lâmina de 20 mm aplicada após a pulverização do herbicida não ter sido suficiente para movimentar o s-metolachlor para regiões abaixo da grande concentração de sementes de B. plantaginea no solo, pois, em gramíneas, já se sabe que o local de maior absorção do metolachlor é o coleóptilo (Gerber et al., 1974; Ketchersid et al., 1981), ou seja, para boa eficiência sobre gramíneas, o produto deve estar localizado na zona do solo acima das sementes dessas espécies.

LITERATURA CITADA

Recebido para publicação em 21/2/2001 e na forma revisada em 2/7/2001.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    06 Out 2009
  • Data do Fascículo
    Dez 2001

Histórico

  • Aceito
    02 Jul 2001
  • Recebido
    21 Fev 2001
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