Acessibilidade / Reportar erro

Suscetibilidade diferencial de espécies convolvuláceas ao flumioxazin determinada através de curvas de dose-resposta

Differential susceptibility of the convolvulaceae species to flumioxazin through dose-response curves

Resumos

As plantas daninhas denominadas vulgarmente como corda-de-viola, pertencentes aos gêneros Ipomoea e Merremia, estão entre as mais importantes do Brasil. A identificação das espécies em campo, bem como o conhecimento da suscetibilidade específica a herbicidas, notadamente a flumioxazin, cuja tolerância específica é variável, são informações essenciais para uma recomendação racional de manejo. Com o intuito de determinar a suscetibilidade diferencial das convolvuláceas Ipomoea purpurea, Ipomoea hederifolia, Ipomoea triloba, Merremia cissoides e Merremia aegyptia, foram construídas curvas de dose-resposta com o flumioxazin, para obtenção dos controles percentuais de 50, 80, 95 e 99. Para isso, foram conduzidos dois experimentos em casa de vegetação; para cada espécie de planta daninha, os tratamentos herbicidas foram: 0, 7,81, 15,63, 31,25, 62,5, 125, 250, e 500 g de flumioxazin ha-1, aplicados em condições de pré-emergência. A partir dos resultados, conclui-se que a suscetibilidade ao flumioxazin, em ordem decrescente, é: Merremia aegyptia < Ipomoea hederifolia < Ipomoea triloba < Ipomoea purpurea < Merremia cissoides. As doses que proporcionam 80% de controle são, respectivamente pela ordem de espécies, de 238,6; 173,1; 84,7; 43,8; e 16,8 g de flumioxazin ha-1. Merremia aegyptia não é satisfatoriamente controlada pelo flumioxazin.

Ipomoea spp.; Merremia spp.; corda-de-viola; controle


The weeds commonly known as morning glory belong to the genus Ipomoea and Merremia, and are among the most important in Brazil. The identification of these species under field conditions and knowledge of their specific susceptibility to herbicides, notably to flumioxazyn, presenting variable specific tolerance, is essential for the elaboration of rational management recommendations. Aiming to determine the differential susceptibility of the convolvulacea Ipomoea purpurea, Ipomoea hederifolia, Ipomoea triloba, Merremia cissoides and Merremia aegyptia, dose-response curves were built with the herbicide flumioxazyn to obtain the control levels of 50, 80, 95, and 99%. Thus, two experiments were conducted under greenhouse conditions, and for each species, the herbicide treatments were: 0; 7.81, 15.63, 31.25, 62.5, 125, 250, and 500 g of flumioxazyn ha-1, applied in pre-emergence conditions. Based on the results obtained, it was concluded that susceptibility to the herbicide flumioxazyn, in crescent order, is as follows: Merremia aegyptia < Ipomoea hederifolia < Ipomoea triloba < Ipomoea purpurea < Merremia cissoides. The doses providing 80% of control are respectively, according to the species order, 238.6; 173.1; 84.7; 43.8 and 16.8 g of flumioxazyn ha-1. Merremia aegyptia is not satisfactorily controlled by flumioxazyn.

Ipomoea spp; Merremia spp; morning glory; control


ARTIGOS

Suscetibilidade diferencial de espécies convolvuláceas ao flumioxazin determinada através de curvas de dose-resposta

Differential susceptibility of the convolvulaceae species to flumioxazin through dose-response curves

Nicolai, M.I; Obara, F.E.B.II; Melo, M.S.C.III; Souza Júnior, J.A.IV; Cantalice-Souza, R.V; Christoffoleti, P.J.VI

IGerente técnico - Agrocon Assessoria Agronômica Ltda. – Piracicaba-SP, <mnicolai2009@gmail.com>

IIMestrando ESALQ/USP, Piracicaba-SP, <flavioobara@hotmail.com>

IIIDoutorando ESALQ/USP. Piracicaba-SP, <melomsc@yahoo.com.br>

IVConsultor Técnico de Pesquisa IHARABRAS IND. QUIMICAS, Sorocaba-SP, <jantonio@ihara.com.br>

VDoutorando ESALQ/USP, Piracicaba-SP, <renanibp@hotmail.com>

VIProfessor Associado, Dep. de Produção Vegetal, ESALQ/USP, Piracicaba-SP, <pjchrist@usp.br>

RESUMO

As plantas daninhas denominadas vulgarmente como corda-de-viola, pertencentes aos gêneros Ipomoea e Merremia, estão entre as mais importantes do Brasil. A identificação das espécies em campo, bem como o conhecimento da suscetibilidade específica a herbicidas, notadamente a flumioxazin, cuja tolerância específica é variável, são informações essenciais para uma recomendação racional de manejo. Com o intuito de determinar a suscetibilidade diferencial das convolvuláceas Ipomoea purpurea, Ipomoea hederifolia, Ipomoea triloba, Merremia cissoides e Merremia aegyptia, foram construídas curvas de dose-resposta com o flumioxazin, para obtenção dos controles percentuais de 50, 80, 95 e 99. Para isso, foram conduzidos dois experimentos em casa de vegetação; para cada espécie de planta daninha, os tratamentos herbicidas foram: 0, 7,81, 15,63, 31,25, 62,5, 125, 250, e 500 g de flumioxazin ha-1, aplicados em condições de pré-emergência. A partir dos resultados, conclui-se que a suscetibilidade ao flumioxazin, em ordem decrescente, é: Merremia aegyptia < Ipomoea hederifolia < Ipomoea triloba < Ipomoea purpurea < Merremia cissoides. As doses que proporcionam 80% de controle são, respectivamente pela ordem de espécies, de 238,6; 173,1; 84,7; 43,8; e 16,8 g de flumioxazin ha-1. Merremia aegyptia não é satisfatoriamente controlada pelo flumioxazin.

Palavras-chave:Ipomoea spp., Merremia spp., corda-de-viola, controle.

ABSTRACT

The weeds commonly known as morning glory belong to the genus Ipomoea and Merremia, and are among the most important in Brazil. The identification of these species under field conditions and knowledge of their specific susceptibility to herbicides, notably to flumioxazyn, presenting variable specific tolerance, is essential for the elaboration of rational management recommendations. Aiming to determine the differential susceptibility of the convolvulacea Ipomoea purpurea, Ipomoea hederifolia, Ipomoea triloba, Merremia cissoides and Merremia aegyptia, dose-response curves were built with the herbicide flumioxazyn to obtain the control levels of 50, 80, 95, and 99%. Thus, two experiments were conducted under greenhouse conditions, and for each species, the herbicide treatments were: 0; 7.81, 15.63, 31.25, 62.5, 125, 250, and 500 g of flumioxazyn ha-1, applied in pre-emergence conditions. Based on the results obtained, it was concluded that susceptibility to the herbicide flumioxazyn, in crescent order, is as follows: Merremia aegyptia < Ipomoea hederifolia < Ipomoea triloba < Ipomoea purpurea < Merremia cissoides. The doses providing 80% of control are respectively, according to the species order, 238.6; 173.1; 84.7; 43.8 and 16.8 g of flumioxazyn ha-1. Merremia aegyptia is not satisfactorily controlled by flumioxazyn.

Keywords:Ipomoea spp., Merremia spp., morning glory, control.

INTRODUÇÃO

Com a mudança do sistema de colheita da cana – inicialmente se usava fogo e agora adota-se o sistema de cana crua – houve também mudança fitossociológica no agroecoessistema da cana-de-açúcar (Kuva, 2006; Correia et al., 2010). Espécies que não eram consideradas problemas passaram a ter grande importância para o controle. Entres as espécies, destacam-se as cordas-de-viola (Ipomoea spp. e Merremia spp.). As plantas desses gêneros são semelhantes morfologicamente e conhecidas pelos mesmos nomes comuns, o que atrapalha a devida identificação e pode prejudicar o manejo (Christoffoleti et al., 2007). A corda-de-viola (Ipomoea spp.) pode causar reduções do número final de colmos e de produtividade para cana-de-açúcar, no sistema de cana crua (Kuva, 2006; Procópio et al., 2008; Nicolai, 2009; Perim et al., 2009).

Entre os métodos de controle de plantas daninhas, o químico é o mais utilizado na agricultura e também na cultura da cana-de-açúcar, tanto em pré como em pós-emergência (Procópio et al., 2008; Carvalho et al., 2009; Campos et al., 2009). Os herbicidas poupam trabalho e energia, devido à redução na necessidade de tratos manuais e preparo mecanizado. Além disso, podem reduzir a quantidade de fertilizantes e irrigação, com a eliminação da competição (Zimdahl, 2007).

O flumioxazin já é utilizado nas culturas de soja, algodão e feijão, e agora tem sido considerada uma nova ferramenta para o manejo de plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar (Andrei, 2009; Rodrigues & Almeida, 2011). O ingrediente ativo flumioxazin atua inibindo a enzima protoporfirinogênio IX oxidase (PROTOX ou PPO), levando ao acúmulo de protoporfirinogênio IX, que é transformado em radicais livres pela luz, que destrói as membranas celulares e do tonoplasto, o que resulta em dano irreversível em plantas suscetíveis (Price et al., 2004a; Carvalho & López-Ovejero, 2008). Por se tratar de um produto diferenciado, o herbicida flumioxazin possui características bastante particulares, como absorção caulicular, baixa solubilidade, ausência de volatilidade e facilidade para migrar dos coloides do solo para a solução do solo – características essas que permitem seu uso nas épocas seca, semiúmida e úmida do ano (Christoffoleti et al., 2009; Jaremtchuk et al., 2009).

No entanto, existem diferenças quanto à eficiência dos herbicidas, dependendo da composição florística da comunidade infestante. Assim, as espécies do mesmo gênero ou família podem responder de forma distinta, sendo necessárias recomendações específicas (Carvalho et al., 2006). Esse fato já foi constatado com as espécies dos gêneros Ipomoea e Merremia para os herbicidas sulfentrazone e amicarbazone aplicados em pré-emergência (Campos et al., 2009), porém a literatura é escassa em relação ao uso de flumioxazin para controle dessas infestantes dos canaviais.

O objetivo deste trabalho foi determinar a suscetibilidade diferencial de espécies da família Convolvulaceae (Ipomoea purpurea, Ipomoea hederifolia, Ipomoea triloba, Merremia cissoides e Merremia aegyptia) ao flumioxazin.

MATERIAL E MÉTODOS

Os experimentos foram desenvolvidos em casa de vegetação do Departamento de Produção Vegetal da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", em Piracicaba, SP, durante os meses de abril a julho de 2009 e março a junho de 2011. As sementes das espécies de corda-de-viola Ipomoea purpurea, Ipomoea hederifolia, Ipomoea triloba, Merremia aegyptia e Merremia cissoides foram adquiridas na empresa Agrocosmos Agrícola, de Engenheiro Coelho, SP, e semeadas em vasos plásticos de 1,1 L, preenchidos com solo médio (20% de argila, 74% de areia, 6% de silte e MO de 27 g dm-3). Foram semeadas 20 sementes por vaso, para cada espécie.

A aplicação dos tratamentos herbicidas foi feita após a semeadura das plantas daninhas, no dia 13 de abril de 2009, em pré-emergência. Na aplicação dos tratamentos herbicidas foi utilizado um pulverizador costal manual, trabalhando à pressão constante de 2,0 bar, pressurizado com CO2, equipado com dois bicos do tipo leque XR 110.02, espaçados de 0,5 m, aplicando-se um volume de calda correspondente a 200 L ha-1. Para cada espécie, os tratamentos herbicidas constituíram-se de oito doses de flumioxazin, descritas a seguir, em gramas de ingrediente ativo por hectare: 7,81, 15,63, 31,25, 62,5, 125, 250, e 500. O delineamento experimental adotado foi o de blocos ao acaso, com quatro repetições. Os vasos foram irrigados diariamente através de um sistema de irrigação automática, para que não ocorresse deficiência hídrica, tampouco excesso de água. A irrigação simulou uma chuva uniforme, para todos os tratamentos, no volume de 5 mm diários, totalizando 300 mm ao término das avaliações.

Após a aplicação dos tratamentos, foi realizada avaliação percentual de controle aos 15, 30, 45 e 60 dias (DAT), em que 0 representava ausência total de sintomas e 100, morte da planta (Velini, 1995). Aos 60 DAT, procedeu-se à coleta das plantas, para obtenção de massa seca, e posterior pesagem. Com os dados de massa seca, foi calculado o percentual de redução em relação à dose 0 do herbicida. Optou-se pela apresentação das curvas geradas, com a média dos dois experimentos, apenas aos 60 DAT. Os dados de controle e massa seca do experimento foram ajustados ao modelo de regressão não linear do tipo logístico. As variáveis foram ajustadas ao modelo proposto por Streibig (1988).

em que: y = porcentagem de controle; x = dose do herbicida; e a, b e c = parâmetros da curva, de modo que a é a diferença entre o ponto máximo e mínimo da curva, b, a dose que proporciona a porcentagem de 50% da resposta da variável, e c, a declividade da curva.

Para comparação da suscetibilidade diferencial entre as espécies e definição de doses ótimas de controle, foram calculadas as porcentagens de controle de 50, 80, 95 e 99%, cujos valores foram obtidos a partir das equações das curvas de dose-resposta (parâmetros não apresentados) e representam a dose de flumioxazin, em gramas de ingrediente ativo por hectare, para controle de 50, 80, 95 e 99%, respectivamente (Christoffoleti, 2002; Carvalho et al., 2006; Christoffoleti et al., 2006; Campos et al., 2009).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O resultado da análise da variância constatou significância dos fatores avaliados em ambos os experimentos. Para maior compreensão dos procedimentos estatísticos de comparação de espécies e análise por regressões, optou-se por apresentar o quadro da análise da variância dos três experimentos, em formato resumido (Tabela 1).

As espécies de corda-de-viola diferiram entre si quanto ao controle exercido pelo flumioxazin em pré-emergência, aos 60 DAT. As doses do herbicida também causaram efeito significativo sobre as espécies estudadas (Figuras 1 e 2). As curvas indicam diferentes comportamentos para as cinco espécies de corda-de-viola. A menor inclinação da curva indica maior amplitude entre as doses necessárias para o controle das plantas daninhas avaliadas (Christoffoleti, 2002). Neste estudo, as três espécies do gênero Ipomoea apresentaram comportamento bem similar em relação ao percentual de controle, ao passo que as espécies de Merremia spp. foram bastante distintas: M. cissoides é altamente suscetível e M. aegyptia tem menor suscetibilidade.



O mesmo comportamento foi observado para a massa seca das plantas de corda-de-viola. As espécies I. purpurea, I. hederifolia e I. triloba se apresentaram bastante semelhantes no tocante à redução causada pelas doses crescentes de flumioxazin (Figura 3), enquanto as espécies de Merremia spp. foram distintas (Figura 4). O comportamento diferencial de espécies de corda-de-viola em relação à aplicação de inibidores da PROTOX já é conhecido tanto em pós-emergência, em que I. grandifolia foi menos sensível ao herbicida carfentrazone (Christoffoleti et al., 2006), quanto em pré-emergência das plantas daninhas, em que I. triloba foi mais tolerante ao sulfentrazone (Campos et al., 2009).



Basicamente, os mecanismos que as plantas utilizam para tolerar e/ou resistir a uma molécula são os seguintes: menor absorção e/ou translocação, maior metabolização do herbicida em substâncias menos fitotóxicas, compartimentalização da molécula, falta de afinidade do herbicida pelo sítio de ação específico e superprodução da enzima-alvo (Holt et al., 1993). Estudos com flumioxazin marcado com 14C mostraram que Ipomoea hederacea, considerada suscetível a essa molécula, apresentou taxa de metabolismo mais lenta do que a de amendoim e fedegoso (Senna obtusifolia), consideradas tolerantes (Price et al., 2004b). As espécies avaliadas neste estudo, que correspondem à mesma família da Ipomoea hederacea do trabalho de Price et al. (2004b), apresentam, provavelmente, diferenças no metabolismo de flumioxazin, o que levou à necessidade de doses diferentes para o controle satisfatório.

A Tabela 2 resume os níveis de controle importantes para compreensão das variações de dose descritas em forma de curva, conforme já confeccionado por Christoffoleti et al. (2006), que extraíram da curva de seu trabalho dados de controle de 50% para ordenar as espécies de corda-de-viola quanto à suscetibilidade ao carfentrazone. Dentro de cada patamar de controle, encontra-se comportamento distinto de cada especie. Para geração de um resultado voltado ao uso prático em campo, selecionou-se o nível de controle de 80% (Frans et al., 1986), para confecção da classificação por suscetibilidade, observando-se que a espécie que apresenta a menor dose de flumioxazin e classificada como de maior suscetibilidade ao flumioxazin foi Merremia cissoides. Por outro lado, entre as cinco espécies, a que necessitou de maior dose de flumioxazin foi justamente Merremia aegyptia. Essa discrepância de dose para espécies de mesmo gênero já foi observada por Dias et al. (2009), os quais indicam que erros de recomendação de dose de herbicidas pelo desconhecimento da espécie ou da dose necessária para ela comprometem a viabilidade do uso de determinados herbicidas. Ainda, esses autores afirmam que a associação com outros herbicidas gera o controle almejado. Os resultados de controle de flumioxazin sobre as espécies Merremia cissoides e Merremia aegyptia mostram claramente a necessidade da correta identificação, bem como do uso de outro herbicida, isolado ou em associação, para o controle de Merremia aegyptia. Correia et al. (2010), ao avaliarem a eficácia de diversos herbicidas utilizados em cana-de-açúcar, nas épocas seca e úmida do ano, para o controle de Merremia aegyptia, concluíram que sempre se faz necessária a associação entre dois herbicidas, seja na mesma aplicação ou em aplicações sequenciais, quando se quer obter controle satisfatório dessa espécie. A dose de flumioxazin para obtenção de 80% de controle de Merremia aegyptia é 90,9% maior que a dose recomendada em bula (Andrei, 2009; Rodrigues & Almeida, 2011) para controle de I. purpurea.

Com relação às espécies de Ipomoea spp., nota-se que Ipomoea triloba e Ipomoea purpurea apresentam o mesmo comportamento, mostrando doses de 80% de controle, muito próximas ao recomendado comercialmente. Essa situação altera-se quando considerado ao nível de 95% de controle, já que o controle de Ipomoea purpurea se assemelha ao de Ipomoea hederifolia. Para Mathis & Oliver (1980), essa variação é normal quando as espécies apresentam comportamento semelhante. Isso indica que as espécies de Ipomoea spp. possuem doses de controle diferentes, conforme Tabela 2, porém sua amplitude é menor que para o gênero Merremia spp. Quando Carvalho et al. (2006) mostraram que os herbicidas trifloxysulfuron-sodium e chlorimuron-ethyl geravam médias de controle acima de 80% para diferentes espécies do gênero Amaranthus, também mencionaram que o chlorimuron-ethyl era mais eficaz para Amaranthus retroflexus, porém a similaridade desses controles garantiu o herbicida citado como alternativa de manejo também para A. spinosus, A. viridis e A. hybridus.

Como conclusão, obteve-se uma linha decrescente de suscetibilidade ao flumioxazin, definida da seguinte forma: Merremia aegyptia < Ipomoea hederifolia < Ipomoea triloba < Ipomoea purpurea < Merremia cissoides. As doses ótimas (80%) são, respectivamente, de 238,6, 173,1, 84,7, 43,8 e 16,8 g do ingrediente ativo flumioxazin por hectare. Merremia aegyptia não é controlada pela flumioxazin.

LITERATURA CITADA

Recebido para publicação em 16.3.2011 e aprovado em 27.6.2012.

  • ANDREI, E. Compęndio de defensivos agrícolas: Guia prático de produtos fitossanitários para uso agrícola. 8.ed. Săo Paulo: Andrei, 2009. 1380 p.
  • CAMPOS, L. H. F. et al. Suscetibilidade de Ipomoea quamoclit, I. triloba e Merremia cissoides aos herbicidas sulfentrazone e amicarbazone. Planta Daninha, v. 27, n. 4, p. 831-840, 2009.
  • CARVALHO, S. J. P.; LOPEZ OVEJERO, R. F. Resistęncia de plantas daninhas ao herbicidas inibidores da PROTOX (Grupo E). In: CHRISTOFFOLETI, P. J. et al. Aspectos de resistęncia de plantas daninhas a herbicidas 3.ed. Piracicaba: Associaçăo Brasileira de Açăo a Resistęncia de Plantas Daninhas aos Herbicidas (HRAC-BR), 2008. p. 69-77.
  • CARVALHO, S. J. P. et al. Herbicide selectivity by differential metabolism: considerations for reducing crop damages. Sci. Agric., v. 66, n. 1, p. 136-142, 2009.
  • CARVALHO, S. J. P. et al. Suscetibilidade diferencial de plantas daninhas do gęnero Amaranthus aos herbicidas trifloxysulfuron-sodium e chlorimuron-ethyl. Planta Daninha, v. 24, n. 3, p. 541-548, 2006.
  • CHRISTOFFOLETI, P. J. et al. Comportamento dos herbicidas aplicados ao solo na cultura da cana-de-açúcar Piracicaba: CP 2, 2009. 72 p.
  • CHRISTOFFOLETI, P. J. et al. Conservation of natural resources in Brazilian agriculture: implications on weed biology and management. Crop Protec., v. 26, n. 3, p. 383-389, 2007.
  • CHRISTOFFOLETI, P. J. et al. Carfentrazone-ethyl aplicado em pós-emergęncia para o controle de Ipomoea spp. e C. benghalensis na cultura da cana-de-açúcar. Planta Daninha, v. 24, n. 1, p. 83-90, 2006.
  • CHRISTOFFOLETI, P. J. Curvas de dose-resposta de biótipos resistente e suscetível de Bidens pilosa L. aos herbicidas inibidores da ALS. Sci. Agríc., v. 59, n. 3, p. 513-519, 2002.
  • CORREIA, N. M.; BRAZ, B. A.; FUZITA, W. E. Eficácia de herbicidas aplicados nas épocas seca e úmida para o controle de Merremia aegyptia na cultura da cana-de-açúcar. Planta Daninha, v. 28, n. 3, p. 631-642, 2010.
  • DIAS, A. C. R.; NICOLAI, M.; CHRISTOFFOLETI, P. J. Capim-colchăo - identificaçăo e manejo na cultura da cana-de-açúcar Piracicaba: USP/ESALQ, 2009. 60 p.
  • FRANS, R. E. et al. Experimental design and the thecniques for measuring and analysis plant responses to weed control pratices. In: Research methods in weed science 3.ed. Champaign, Southern Weed Science Society, 1986. p. 29-46.
  • HOLT, J. S. et al. Mechanisms and agronomic aspects of  herbicide resistance. Ann. Rev. Plant Physiol. Plant Molec. Biol., v. 44, p. 203-291, 1993.
  • JAREMTCHUK, C. C. et al. Efeito residual de flumioxazin sobre a emergęncia de plantas daninhas em solos de texturas distintas. Planta Daninha, v. 27, n. 1, p. 191-196, 2009.
  • KUVA, M. A. Banco de sementes, fluxo de emergęncia e fitossociologia de comunidade de plantas daninhas em agroecossistema de cana crua 2006. 105 f. Tese (Doutorado em Produçăo Vegetal) Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2006.
  • MATHIS, W. D.; OLIVER, L. R. Control of six morningglory (Ipomoea spp) species in soybeans (Glycine max). Weed Sci., v. 28, n. 4, p. 409-415, 1980.
  • NICOLAI, M. Fluxos de emergęncia, épocas de aplicaçăo de herbicidas e sistemas de manejo de plantas daninhas em cana-de-açúcar 2009. 160 f. Tese (Doutorado em Fitotecnia) Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Universidade de Săo Paulo, Piracicaba, 2009.
  • PERIM, L. et al. Eficácia do herbicida amicarbazone no controle em pós-emergęncia de espécies de corda-de-viola (Ipomoea grandifolia e Merremia cissoides). R. Bras. Herbic., v. 8, n. 1, p. 19-26, 2009.
  • PRICE, A. J. et al. Physiological basis for cotton tolerance to flumioxazin applied postemergence directed. Weed Sci., v. 52, n. 1, p. 1-7, 2004a.
  • PRICE, A. J et al. Physiological behavior of root-absorbed flumioxazin in peanut, ivyleaf morningglory (Ipomoea hederacea), and sicklepod (Senna obtusifolia). Weed Sci., v. 52, p. 718-724, 2004b.
  • PROCÓPIO, S. O.; SILVA, A. A.; VARGAS, L. Manejo e controle de plantas daninhas em cana-de-açúcar In: VARGAS, L.; ROMAN, E. S. Manual de manejo e controle de plantas daninhas. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2008. 780 p.
  • RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. S. (Ed.). Guia de herbicidas 6.ed. Londrina: Ediçăo dos Autores, 2011. 697 p.
  • STREIBIG, J. C. Herbicide bioassay.  Weed Res., v. 28, n. 6, p. 479-484, 1988.
  • VELINI, E. D. Estudo e desenvolvimento de métodos experimentais e amostrais adaptados ŕ matologia 1995. 250 f. Tese (Doutorado em Agronomia) Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 1995.
  • ZIMDAHL, R. L. Fundamentals of weed science 3.ed. San Diego: Academic Press, 2007. 666 p.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    10 Dez 2012
  • Data do Fascículo
    Mar 2013

Histórico

  • Recebido
    16 Mar 2011
  • Aceito
    27 Jun 2012
Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas Departamento de Fitotecnia - DFT, Universidade Federal de Viçosa - UFV, 36570-000 - Viçosa-MG - Brasil, Tel./Fax::(+55 31) 3899-2611 - Viçosa - MG - Brazil
E-mail: rpdaninha@gmail.com