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Polinização e dispersão de sementes em Myrtaceae do Brasil

Pollination and seed dispersal of Brazilian Myrtaceae

Resumos

Myrtaceae é uma das famílias de plantas mais importantes em várias formações vegetais brasileiras, especialmente nas florestas. Suas flores hermafroditas, de cor geralmente clara e com numerosos estames e os frutos carnosos são procurados por diversas espécies de animais. Esta revisão teve como objetivo sumarizar o conhecimento da ecologia reprodutiva das mirtáceas brasileiras, reunindo informações sobre os polinizadores e os dispersores de sementes do maior número de espécies. Os dados foram levantados da literatura, complementados com dados não publicados dos autores e outros pesquisadores. A maioria dos estudos de polinização foi desenvolvida no cerrado e os de dispersão na floresta atlântica. As flores de Myrtaceae são visitadas principalmente por abelhas, que coletam pólen e são os polinizadores da maioria das espécies. O maior número de visitas é de abelhas das subfamílias Meliponinae e Bombinae (Apidae). Outros insetos como moscas e vespas também visitam as flores das mirtáceas, poucas vezes atuando como polinizadores. A polinização por aves foi relatada em Acca sellowiana (O. Berg) Burret e Myrrhinium atropurpureum Schott, cujo recurso floral principal são as pétalas carnosas e doces. As aves e os macacos são os principais dispersores de sementes das mirtáceas brasileiras, sendo que outros mamíferos, répteis, peixes e formigas interagem de forma eventual, podendo contribuir para a dispersão de sementes. As informações sobre os agentes polinizadores e dispersores de sementes de Myrtaceae no Brasil ainda são escassas, sendo que seu conhecimento é essencial para a conservação das espécies e florestas brasileiras.

Myrtaceae; polinização; dispersão de sementes; ecologia reprodutiva; floresta tropical


Myrtaceae is one of the most important plant families in Brazilian vegetation, especially forests. Its white, hermaphrodite flowers, with numerous stamens, and the fleshy fruits are exploited by a variety of animal species. This revision aimed to summarize the knowledge of the reproductive ecology of Brazilian Myrtaceae, bringing together information about the pollinators and seed dispersers of a great number of species. Data were compiled from the literature, complemented with unpublished information from the authors and other researchers. The majority of the pollination studies were carried out in Cerrado vegetation, whereas seed dispersal studies were conducted mainly on Atlantic forest. Pollen is the major resource offered by Myrtaceae flowers. The flowers are visited mainly by bees, the pollinators of almost all species studied until now. The greatest number of visits to flowers is from Meliponinae and Bombinae bees (Apidae). Other insects such as flies and wasps also visit myrtaceous flowers, occasionally acting as pollinators. Bird pollination was reported for Acca sellowiana (O. Berg) Burret and Myrrhinium atropurpureum Schott, in which the main floral resource are the fleshy and sweet petals. Birds and monkeys are the main seed dispersers of Brazilian Myrtaceae, although other mammals, reptiles, fish and ants may interact and casually disperse seeds. Information on the pollination and seed dispersal agents of Myrtaceae in Brazil are still scarce, and its knowledge is essential to species preservation and the conservation of the Brazilian forests.

Myrtaceae; pollination; seed dispersal; reproductive ecology; tropical forest


ARTIGO DE REVISÃO REVIEW PAPER

Polinização e dispersão de sementes em Myrtaceae do Brasil

Pollination and seed dispersal of Brazilian Myrtaceae

Eliana GresslerI; Marco A. PizoI, II; L. Patrícia C. MorellatoI, 1 1 Autor para correspondência: pmorella@rc.unesp.br

IUniversidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências, Departamento de Botânica, Grupo de Fenologia e Dispersão de Sementes, Caixa Postal 199, 13506-900 Rio Claro, SP, Brasil

IIEndereço atual: Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Centro 2, 93022-000 São Leopoldo, RS, Brasil

RESUMO

Myrtaceae é uma das famílias de plantas mais importantes em várias formações vegetais brasileiras, especialmente nas florestas. Suas flores hermafroditas, de cor geralmente clara e com numerosos estames e os frutos carnosos são procurados por diversas espécies de animais. Esta revisão teve como objetivo sumarizar o conhecimento da ecologia reprodutiva das mirtáceas brasileiras, reunindo informações sobre os polinizadores e os dispersores de sementes do maior número de espécies. Os dados foram levantados da literatura, complementados com dados não publicados dos autores e outros pesquisadores. A maioria dos estudos de polinização foi desenvolvida no cerrado e os de dispersão na floresta atlântica. As flores de Myrtaceae são visitadas principalmente por abelhas, que coletam pólen e são os polinizadores da maioria das espécies. O maior número de visitas é de abelhas das subfamílias Meliponinae e Bombinae (Apidae). Outros insetos como moscas e vespas também visitam as flores das mirtáceas, poucas vezes atuando como polinizadores. A polinização por aves foi relatada em Acca sellowiana (O. Berg) Burret e Myrrhinium atropurpureum Schott, cujo recurso floral principal são as pétalas carnosas e doces. As aves e os macacos são os principais dispersores de sementes das mirtáceas brasileiras, sendo que outros mamíferos, répteis, peixes e formigas interagem de forma eventual, podendo contribuir para a dispersão de sementes. As informações sobre os agentes polinizadores e dispersores de sementes de Myrtaceae no Brasil ainda são escassas, sendo que seu conhecimento é essencial para a conservação das espécies e florestas brasileiras.

Palavras-chave: Myrtaceae, polinização, dispersão de sementes, ecologia reprodutiva, floresta tropical

ABSTRACT

Myrtaceae is one of the most important plant families in Brazilian vegetation, especially forests. Its white, hermaphrodite flowers, with numerous stamens, and the fleshy fruits are exploited by a variety of animal species. This revision aimed to summarize the knowledge of the reproductive ecology of Brazilian Myrtaceae, bringing together information about the pollinators and seed dispersers of a great number of species. Data were compiled from the literature, complemented with unpublished information from the authors and other researchers. The majority of the pollination studies were carried out in Cerrado vegetation, whereas seed dispersal studies were conducted mainly on Atlantic forest. Pollen is the major resource offered by Myrtaceae flowers. The flowers are visited mainly by bees, the pollinators of almost all species studied until now. The greatest number of visits to flowers is from Meliponinae and Bombinae bees (Apidae). Other insects such as flies and wasps also visit myrtaceous flowers, occasionally acting as pollinators. Bird pollination was reported for Acca sellowiana (O. Berg) Burret and Myrrhinium atropurpureum Schott, in which the main floral resource are the fleshy and sweet petals. Birds and monkeys are the main seed dispersers of Brazilian Myrtaceae, although other mammals, reptiles, fish and ants may interact and casually disperse seeds. Information on the pollination and seed dispersal agents of Myrtaceae in Brazil are still scarce, and its knowledge is essential to species preservation and the conservation of the Brazilian forests.

Key words: Myrtaceae, pollination, seed dispersal, reproductive ecology, tropical forest

Introdução

A família Myrtaceae compreende cerca de 100 gêneros e 3.500 espécies de árvores e arbustos que se distribuem por todos os continentes, à exceção da Antártica, mas com nítida predominância nas regiões tropicais e subtropicais do mundo (Barroso 1991, Marchiori & Sobral 1997). As mirtáceas têm sido organizadas tradicionalmente em duas subfamílias, Leptospermoideae e Myrtoideae, esta última incluindo todas as mirtáceas americanas, exceto o gênero monotípico Tepualia (Marchiori & Sobral 1997). Atualmente, a nova classificação infra-família proposta por Wilson et al. (2005) reconhece duas subfamílias, Myrtoideae e Psiloxyloideae, e 17 tribos. Todas as mirtáceas brasileiras estão incluídas na Tribo Myrteae (sensu Wilson et al. 2005). Representada por aproximadamente 1.000 espécies, Myrtaceae é uma das famílias mais importantes do Brasil (Landrum & Kawasaki 1997) destacando-se, com mais de uma centena de espécies, os gêneros Eugenia, Myrcia e Calyptranthes, enquanto o restante dos gêneros possui menos de 60 espécies brasileiras (Barroso & Perón 1994, Landrum & Kawasaki 1997).

Myrtaceae é uma das famílias lenhosas dominantes em várias formações vegetais brasileiras, especialmente na floresta atlântica onde mais de 50 espécies podem ocorrer sintopicamente (Peixoto & Gentry 1990, Landrum & Kawasaki 1997, Tabarelli & Mantovani 1999, Oliveira Filho & Fontes 2000, Guilherme et al. 2004). O entendimento da ecologia e história natural da floresta atlântica, aqui considerada em seu sentido mais amplo (Oliveira Filho & Fontes 2000), um dos biomas mais ameaçados e de maior biodiversidade da Terra (Fonseca 1985, Morellato & Haddad 2000), envolve necessariamente o conhecimento das mirtáceas.

As mirtáceas brasileiras geralmente não produzem madeiras valiosas, restringindo-se ao fornecimento de lenha, à utilização em pequenas peças ou objetos e outras formas de uso local (Marchiori & Sobral 1997). Por outro lado, há numerosas espécies frutíferas, algumas exploradas comercialmente (e.g. a goiabeira, Psidium guajava L., a jabuticabeira, Myrciaria cauliflora (Mart.) O. Berg, e a pitangueira, Eugenia uniflora L.). Essas espécies representam apenas uma pequena fração do grande potencial econômico da família, tendo em vista o grande número de frutos comestíveis produzidos por espécies não comerciais (Landrum & Kawasaki 1997). Algumas espécies estão desaparecendo da natureza antes mesmo que se tenha conhecimento básico de sua biologia (Landrum & Kawasaki 1997), como pode ser visto pelas listas de espécies de Myrtaceae ameaçadas no Brasil divulgadas recentemente (Biodiversitas 2006).

Apesar de sua importância na estrutura das florestas e outras formações vegetais nativas, estudos de cunho ecológico abordando especificamente as mirtáceas brasileiras ainda são escassos (Souza 1997, Fidalgo 2002, Pizo 2003, Sugahara & Takaki 2004, Gressler 2005). A polinização por abelhas, com o pólen como recurso principal, parece ser o sistema predominante (Nic Lughadha & Proença 1996), embora estudos detalhados tenham sido feitos para poucas espécies (Proença 1992, Proença & Gibbs 1994, Maués & Couturier 2002, Fidalgo 2002, Torenzan-Silingardi & Oliveira 2004). Vários autores reconhecem a escassez de informações sobre a biologia reprodutiva dos representantes da subfamília Myrtoideae em geral (van Wyk & Lowrey 1988, Beardsell et al. 1993, Proença & Gibbs 1994, Torenzan-Silingardi & Del-Claro 1998). Até a publicação do trabalho de Proença & Gibbs (1994), não havia estudos disponíveis sobre aspectos amplos da biologia da polinização para qualquer grupo de mirtáceas neotropicais. Todas as espécies de Myrtaceae brasileiras possuem frutos carnosos (Landrum & Kawasaki 1997) cujas sementes são potencialmente dispersas por vertebrados frugívoros. As informações sobre quais vertebrados consumiriam frutos de mirtáceas ainda permanecem no campo das conjecturas, já que geralmente apenas observações eventuais estão disponíveis para poucas espécies (Kuhlmann & Kuhn 1947, Pizo 2002). Ainda menor é o conhecimento sobre a eficiência de diferentes vertebrados como dispersores de sementes. Até o presente, o trabalho de Pizo (2002) é o único estudo abrangente que analisa os modos de dispersão e os dispersores de sementes de espécies de Myrtaceae da floresta pluvial atlântica. O autor mostra que a grande variedade de características dos frutos (tamanho, cor, número e tamanho das sementes) apresentada pelas espécies de Myrtaceae está associada a um grupo diversificado de dispersores de sementes, principalmente aves e macacos.

A presente revisão tem por objetivo sumarizar o conhecimento da ecologia reprodutiva das mirtáceas brasileiras, reunindo informações especialmente sobre os polinizadores e os dispersores de sementes do maior número de espécies. Esperamos que esta revisão possa representar um ponto de partida para futuras pesquisas enfocando a ecologia da polinização e dispersão das espécies de Myrtaceae e de outras famílias importantes nas vegetações brasileiras.

Foram tomados como base para esta revisão os estudos com espécies nativas de Myrtaceae realizados no Brasil; fora do país foram considerados somente os estudos em que a espécie em questão ocorre naturalmente em território nacional. A maior parte dos dados foi levantada na literatura, complementada com observações de campo e dados não publicados dos autores e outros pesquisadores. No caso da polinização, devido à escassez de estudos, para alcançar uma visão mais abrangente na família foram incluídos comentários sobre algumas espécies de mirtáceas exóticas, quando pertinente. A polinização foi considerada efetiva quando mencionado que as estruturas reprodutivas da flor (estigma e estames) eram tocadas durante a visita do animal. Não foram incluídos registros sobre visitas da abelha africanizada Apis mellifera L., 1758 e sobre o sistema reprodutivo das mirtáceas. De uma forma geral, os dados de polinização levantados nesta revisão complementam aqueles apresentados por Nic Lughadha & Proença (1996) para o Brasil.

Quanto aos dispersores das sementes de Myrtaceae no Brasil, também foram incluídas comunicações pessoais de outros pesquisadores. A maioria dos dados provém de estudos sobre a dieta de animais frugívoros e apenas os registros indicando a efetiva dispersão das sementes (i.e., engolir sementes inteiras sem quebrá-las, regurgitar ou defecar sementes viáveis) foram considerados. Quando esses aspectos da frugivoria não eram relatados pelos autores, a possível ação do animal sobre as sementes foi inferida com base no comportamento de animais taxonomicamente relacionados e/ou na morfologia do aparelho digestivo (boca, dentição, presença de uma moela forte ou não). Não foram considerados registros de animais alimentando-se de frutos imaturos.

A polinização em Myrtaceae

Flores de Myrtaceae – As flores das mirtáceas brasileiras são hermafroditas, geralmente de cor branca, com estames numerosos, corola e cálice 4-5-mero e ovário ínfero (Barroso 1991, Landrum & Kawasaki 1997). A estrutura geral das flores varia pouco entre as espécies quando comparada com outras grandes famílias (Nic Lughadha & Proença 1996; figuras 1-8). Flores menores são mais comuns, embora o tamanho varie de pequeno (< 1,5 cm de diâmetro), como em Calyptranthes e Myrcia (figuras 4, 7) a relativamente grande (> 2,0 cm), como em Acca e Campomanesia (figuras 1, 5).


As pétalas e/ou os estames atuam como atrativos visuais aos polinizadores, mas os estames são, geralmente, as estruturas mais notáveis na flor aberta (Nic Lughadha & Proença 1996), envolvidos na atração visual e olfativa dos polinizadores (figuras 1-8). O aroma também desempenha importante papel na atração dos polinizadores, sendo geralmente descrito como doce (Nic Lughadha & Proença 1996), e produzido por osmóforos presentes principalmente no estigma, anteras, cálice e corola das flores (Souza 1997, Maués & Couturier 2002). Em Myrcia cf. lingua (O. Berg) Mattos & D. Legrand e Psidium cinereum Mart. ex DC., ocorrentes na área de cerrado no estado de São Paulo, o forte odor adocicado é exalado com o início da liberação do pólen nas anteras (E. Gressler et al., dados não publicados). No gênero Myrcianthes, revisado por Grifo (1992), o aroma das flores foi descrito tanto como doce quanto levemente azedo.

O pólen é o principal recurso oferecido aos polinizadores, sendo o recurso primário pelo qual as abelhas, provavelmente o grupo mais importante de polinizadores de Myrtaceae, visitam as flores (Nic Lughadha & Proença 1996). São poucas as evidências de produção de néctar, observada em Myrciaria dubia (Peters & Vasquez 1986-1987, Maués & Couturier 2002), Psidium guajava e Eugenia spp. (Ramalho et al. 1990), Myrciaria cauliflora (Malerbo et al. 1991) e Plinia glomerata (Pirani & Cortopassi-Laurino 1993), consistindo no principal recurso oferecido aos visitantes em espécies do gênero Myrcianthes (Grifo 1992). A abertura das flores ocorre usualmente no início da manhã (entre 4h00 e 6h00) e a flor dura, em geral, apenas um dia (Peters & Vasquez 1986-1987, Proença & Gibbs 1994, Fidalgo 2002, Maués & Couturier 2002, E. Gressler, et al., dados não publicados).

Polinizadores e visitantes florais – Foram levantados os polinizadores e visitantes florais de 45 espécies de Myrtaceae brasileiras distribuídas em 14 gêneros (tabela 1). A maioria dos estudos sobre a polinização de mirtáceas brasileiras enfoca alguns poucos aspectos como biologia floral e a relação de visitantes observados, sendo raros aqueles que comprovam se os visitantes são realmente polinizadores efetivos da(s) espécie(s) sob investigação. Espécies ocorrentes no cerrado foram as mais estudadas, e abelhas foi o grupo mais comum de visitantes florais (tabela 1).

Abelhas – As abelhas foram os polinizadores mais freqüentes das mirtáceas ocorrentes no Brasil (35 espécies; tabela 1), sendo o maior número das visitas de abelhas da família Apidae, como verificado anteriormente por Nic Lughadha & Proença (1996) em sua revisão sobre a biologia reprodutiva de Myrtoideae. O grande número de registros de Meliponinae se deve, em parte, ao fato de muitos trabalhos investigarem as plantas (fontes de pólen/néctar) procuradas por abelhas dessa subfamília de Apidae (Absy & Kerr 1977, Absy et al. 1980, Absy et al. 1984, Knoll & Imperatriz-Fonseca 1987, Cortopassi-Laurino & Ramalho 1988, Guibu et al. 1988, Ramalho et al. 1989, Marquez-Souza 1996, Carvalho et al. 1999, 2001, Ramalho 2004). Segundo Proença & Gibbs (1994) a importância de Colletidae na polinização das Myrtaceae neotropicais pode estar sendo subestimada, pois Proença (1992) observou Ptiloglossa sp. (Colletidae) polinizando Siphoneugena densiflora O. Berg no pré-amanhecer, período não considerado nos estudos baseados unicamente em observações diurnas.

O cerrado reúne o maior número de estudos específicos sobre a biologia reprodutiva de mirtáceas (tabela 1), e as abelhas formam o principal grupo de polinizadores das mirtáceas na região central do Brasil, área de ocorrência natural da maior parte do cerrado no país (Proença & Gibbs 1994, Oliveira & Gibbs 2000). Estudos considerando os modos de polinização na comunidade de plantas do cerrado confirmam esta tendência (Silberbauer-Gottsberger & Gottsberger 1988, Oliveira & Gibbs 2000, 2002). O estudo de Silberbauer-Gottsberger & Gottsberger (1988) incluiu 18 espécies de Myrtaceae, mas como os autores não distinguiram os polinizadores por espécie observada, seus dados não puderam ser adicionados à tabela 1. Em outro estudo amplo sobre a biologia reprodutiva de espécies do cerrado, Oliveira & Gibbs (2000) observaram que Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O. Berg (figura 2) e Siphoneugena densiflora são polinizadas por abelhas de tamanho médio a grande (Bombus, Apidae: Bombinae), como verificado por Proença & Gibbs (1994), e espécies pequenas de Melipona e Trigona (Apidae: Meliponinae). Oliveira & Paula (2001) sugeriram que pequenos insetos, incluindo abelhas, podem ser os polinizadores de Calyptranthes widgreniana O. Berg., Eugenia florida DC. e Myrcia rostrata DC. (figura 7) em floresta de galeria associada ao cerrado no Brasil central.

O estudo de Proença & Gibbs (1994) foi o primeiro que abordou a biologia reprodutiva de um grupo de mirtáceas simpátricas, ocorrentes em uma área de cerrado no Brasil central. Abelhas do gênero Bombus spp. (incluindo B. atratus e B. morio) foram os prováveis principais polinizadores de sete das oito espécies investigadas. Torezan-Silingardi & Del-Claro (1998) apontam Eulaema nigrita Lepeletier, 1841 (Apidae: Bombinae) como polinizador efetivo e Bombus sp. como polinizadores eventuais de Campomanesia pubescens (DC.) O. Berg (figura 5) em uma área de cerrado no estado de São Paulo. No estudo de Proença & Gibbs (1994), apenas Bombus spp. são incluídas como polinizadores desta espécie. Em outra área de cerrado e matas de galeria em Minas Gerais, Torenzan-Silingardi & Oliveira (2004) observaram que as flores de Myrcia rostrata e M. tomentosa (Aubl.) DC. foram visitadas por diversas espécies de abelhas, sendo polinizadas por Scaptotrigona e Trigona (Apidae: Meliponinae) e abelhas da família Halictidae (exceto M. tomentosa), resultados similares aos de Oliveira & Gibbs (2000).

Na região Norte do Brasil, a maioria dos estudos com mirtáceas nativas não trata especificamente da polinização, abordando a fenologia e listando espécies vegetais procuradas por abelhas, sendo conduzidos predominantemente em áreas onde são cultivadas. Em áreas de cultivo no Amazonas, várias espécies de insetos, incluindo abelhas e moscas (sirfídeos), visitaram as flores do araçá-boi, Eugenia stipitata McVaugh (figura 6), sendo as abelhas os polinizadores principais, em especial Meliponinae e Bombinae, e os gêneros mais comuns Eulaema e Melipona (Falcão et al. 1988, 2000). Na mesma área de estudo de Falcão et al. (1988), o maior número de visitas de insetos às flores do araçá-pera, Psidium acutangulum DC. foi da ordem Hymenoptera, e Eulaema bombiformis (Packard, 1869), E. mocsaryi (Friese, 1899), Melipona pseudocentris (Cockerel, 1912), M. lateralis Erichson, 1848, Megalopta sp. e Ptilotrigona lurida (Smith, 1854) foram as espécies de abelhas mais encontradas (Falcão et al. 1992). A maioria das abelhas visitantes do araçá-pera foi também observada no araçá-boi (Falcão et al. 1988, 2000) e no camu-camu, Myrciaria dubia (Kunth) McVaugh (Falcão et al. 1989). Em floresta de terra firme na Amazônia Central, os principais visitantes e polinizadores de 11 espécies de Myrtaceae foram as abelhas Megalopta sp., Melipona spp., Trigona spp., Epicharis sp. e espécies de Anthophoridae (Souza 1997, tabela 1). No Pará, Maués & Couturier (2002) observaram que as abelhas sem ferrão (Apidae: Meliponinae) são os visitantes mais importantes e os polinizadores efetivos do camu-camu, Myrciaria dubia (figura 8), sendo Nannotrigona punctata (Smith, 1854), Trigona branneri Cockerell, 1912 e T. pallens (Fabricius, 1798) as espécies mais freqüentes. O pólen constitui a maior recompensa aos visitantes do camu-camu, havendo também produção de néctar e procura deste recurso pelas abelhas (Maués & Couturier 2002). Na Amazônia peruana, Peters & Vasquez (1986-1987) relatam que os nectários do camu-camu exsudam uma fragrância doce que atrai as abelhas e que as flores são polinizadas por Melipona erbunea fuscopilosa (Moure & Kerr, 1950) e Trigona postica (Latreille, 1807). Apesar da possibilidade de polinização pelo vento, as abelhas são consideradas os polinizadores mais importantes do camu-camu (Peters & Vasquez 1986-1987, Maués & Couturier 2002).

Entre as escassas informações para a floresta atlântica, no Sudeste e Sul do Brasil, Ramalho (2004) relata intensa visitação às flores de Myrcia tomentosa por várias abelhas (Apidae: Meliponinae), principalmente espécies de Melipona e Plebeia. Em diferentes localidades do estado de São Paulo, Pirani & Cortopassi-Laurino (1993) observaram a coleta de pólen e néctar de flores de Plinia glomerata por Bombus sp., Melipona quadrifasciata Lepeletier, 1836 e Tetragonisca angustula (Latreille, 1811) (Apidae: Bombinae e Meliponinae). A mamangava Bombus morio (Swederus, 1787) foi a abelha visitante mais comum de seis mirtáceas em floresta de planície litorânea em São Paulo (tabela 1), seguida pela abelha sem-ferrão Melipona rufiventris Lepeletier, 1836, sendo ambas consideradas os polinizadores efetivos (Fidalgo 2002). No Sul do estado de São Paulo, abelhas da subfamília Meliponinae polinizaram Calycorectes australis D. Legrand (E. Gressler et al., dados não publicados; figura 3).

Os visitantes e polinizadores de várias espécies de reconhecida importância econômica foram estudados em diversas partes do país (tabela 1). Em um pomar na Bahia, os polinizadores potenciais da goiabeira (Psidium guajava) foram Nannotrigona punctata, Trigona spinipes (Fabricius, 1793) e Melipona scutellaris Latreille, 1811 (Apidae: Meliponinae), e da pitangueira (Eugenia uniflora) Melipona scutellaris e Trigona spinipes (Castro 2002). No interior de São Paulo, foi encontrado pólen da goiabeira nas bolotas de Partamona helleri (Friese, 1900) e Plebeia droryana (Friese, 1900) – Apidae: Meliponinae (Carvalho et al. 1999). As abelhas Bombus morio e B. atratus Franklin, 1913 (Apidae: Bombinae) foram observadas coletando pólen da goiabeira em vegetação secundária no Sudeste do Brasil (Camillo & Garófalo 1989). Em plantações no interior de São Paulo, os insetos mais freqüentes nas flores da jabuticabeira (Myrciaria cauliflora) foram as abelhas Tetragonisca angustula e Trigona spinipes – Apidae: Meliponinae (Malerbo et al. 1991). Segundo estes autores, as flores da jabuticabeira atraem as abelhas exclusivamente para a coleta de pólen, sendo seu néctar pobre em açúcares. A goiabeira-serrana, Acca sellowiana (O. Berg) Burret (figura 1), uma frutífera de grande potencial comercial (Mattos 1986) que ocorre naturalmente do Norte do Rio Grande do Sul ao Paraná (Lorenzi 1998), é a mirtácea brasileira mais estudada quanto ao sistema de polinização, objetivando aumentar sua produtividade. A polinização por aves, sugerida por diversos autores (tabela 1), é descrita detalhadamente adiante.

Os primeiros casos de polinização por vibração, ou "buzz pollination" (Proença 1992, Endress 1994) em mirtáceas brasileiras foram constatados em Siphoneugena densiflora por Ptiloglossa sp. (Colletidae), em Myrcia torta DC. – antes Myrcia dictiophylla (O. Berg) Mattos & D. Legrand – por Augochloropsis sp. (Halictidae) e em Myrcia rhodeosepala Kiaersk. e Blepharocalyx salicifolius por Bombus spp. (Apidae: Bombinae) por Proença (1992) e Proença & Gibbs (1994). A polinização por vibração em espécies de Myrtaceae brasileiras foi considerada surpreendente por Proença (1992), pois as espécies possuem anteras de deiscência longitudinal e não poricidas, usualmente encontradas em outras famílias de plantas com polinização vibrátil. Esse comportamento de vibração dos estames foi comum em mirtáceas da Amazônia central, efetuado por sete espécies de abelhas: Melipona cf. captiosa Moure, 1962, Melipona fulva Lepeletier, 1836, Megalopta sp., Paratetrapedia sp., Xylocopa sp. e espécies de Anthophoridae (Souza 1997). Torezan-Silingardi & DelClaro (1998) observaram polinização por vibração em Campomanesia pubescens por Eulaema nigrita em uma área de cerrado no estado de São Paulo. Recentemente, polinização por abelhas pela vibração dos estames, especialmente por Bombus morio, foi descrita para seis espécies de Myrtaceae de floresta atlântica (Fidalgo 2002).

Outros insetos – Os relatos sobre a visita de outras espécies de insetos que não abelhas às flores das mirtáceas brasileiras são relativamente escassos, e referem-se, principalmente, a moscas (em especial os sirfídeos), vespas e besouros. Na maioria dos estudos estes insetos foram considerados apenas visitantes florais ou polinizadores ocasionais das mirtáceas (tabela 1). Entretanto, em floresta de terra firme na Amazônia Central, depois das abelhas, a mosca Ormidia sp. (Syrphidae) foi o polinizador potencial mais importante de 10 espécies de Myrtaceae, em especial Myrciaria floribunda (H. West ex Willd.) O. Berg (Souza 1997). Duas espécies de formigas, Crematogaster sp. e Ectatoma quadridens (Fabricius, 1973), visitaram as flores de Psidium acutangulum na Amazônia, aparentemente não realizando a polinização (Falcão et al. 1992).

Aves – Em Myrtaceae, a ornitofilia é comum em espécies australianas, mas rara nas americanas (Roitman et al. 1997). Os únicos casos conhecidos dentre as mirtoídeas americanas ocorrem em Acca e Myrrhinium, dois gêneros neotropicais com numerosos estames robustos e vermelhos, semelhantes aos de muitas mirtáceas polinizadas por aves da Australásia (Nic Lughadha & Proença 1996). As flores destes gêneros não produzem odor nem néctar e apresentam como recurso floral para os polinizadores as pétalas carnosas (Mattos 1986, Stewart 1987, Ducroquet 1993, Ducroquet & Hickel 1997, Roitman et al. 1997) que mudam de cor e tornam-se doces e suculentas com a deiscência das anteras (Landrum 1986). Segundo Roitman et al. (1997), a polinização de Acca e Myrrhinium é um caso especial, pois a maioria dos casos conhecidos de ornitofilia, nos neotrópicos, relata aves que procuram néctar, como os beija-flores, e raramente aves passeriformes (Sazima et al. 1993, Sazima & Sazima 1999).

No Brasil, os principais polinizadores da goiabeira-serrana, Acca sellowiana, são aves que tocam as flores ao se alimentarem de suas pétalas (Popenoe 1912), havendo atualmente vários registros de aves se alimentando das pétalas da goiabeira-serrana (Stewart 1986, 1987, Ducroquet & Hickel 1997, figura 1). Visitas por beija-flores são raras em Acca e, quando ocorrem, as aves não conseguem polinizar devido aos bicos longos (Ducroquet & Hickel 1997). Em área cultivada em Santa Catarina, várias espécies de aves frugívoras foram observadas alimentando-se de flores da goiabeira-serrana, as mais freqüentes sendo o sanhaço-azulão, Thraupis sayaca (L., 1766) e o sanhaço-papa-laranja, T. bonariensis (Gmelin, 1789), da família Emberizidae (Ducroquet & Hickel 1997). Todas as espécies de aves capturadas carregavam pólen na cabeça, indicando serem os principais polinizadores de A. sellowiana naquela região (Ducroquet & Hickel 1997), embora os insetos, presentes em menor número nas flores, também contribuam para a polinização (Ducroquet 1993). Para os insetos, a distância entre o estigma e o plano das anteras dificultaria a polinização (Ducroquet & Hickel 1997). Todavia, Hickel & Ducroquet (2000) relatam a presença de pólen da goiabeira-serrana aderido às patas das abelhas Trigona spinipes, Tetragonisca angustula, Plebeia sp., Bombus atratus (todas Apidae) e Xylocopa augusti Lepeletier, 1841 e X. frontalis (Olivier, 1789) (Anthophoridae), sendo que as três últimas espécies tocam o estigma das flores, podendo atuar como polinizadores. Ducroquet & Hickel (1997) sugerem que, no Brasil, a maioria das aves que come os frutos de A. sellowiana também come suas pétalas.

Na Argentina, Roitman et al. (1997) observaram que o sabiá-laranjeira, Turdus rufiventris Vieillot, 1818 (Muscicapidae) e Saltator aurantiirostris Vieillot, 1817 (Emberizidae: Cardinalinae) foram as aves visitantes mais comuns de Myrrhinium atropurpureum Schott, atuando como polinizadores juntamente com outras espécies de aves menos freqüentes nas flores. Segundo estes autores, em M. atropurpureum, que também ocorre no Sul do Brasil, a prevalência da ornitofilia é reforçada pela redução no número de estames de polistêmone para diplostêmone (e conseqüentemente na quantidade de pólen oferecida), pela presença de pétalas carnosas e adocicadas e pela virtual ausência de visitas por insetos nativos.

Mamíferos – Nenhum registro de mirtáceas brasileiras polinizadas ou visitadas por mamíferos foi encontrado. Na Austrália, uma espécie de morcego é descrita como polinizador de menor importância de Syzygium tierneyanum (Muell.) Hartley & Perry, que floresce à noite (Hopper 1980). Roitman et al. (1997) não descartam a possibilidade de quiropterofilia em Myrrhinium atropurpureum na Argentina, mas não realizaram observações noturnas.

Vento – A importância da polinização pelo vento é ainda incerta nas mirtáceas americanas. Em todos os estudos que sugerem a possibilidade de polinização pelo vento em mirtáceas brasileiras, as abelhas são consideradas os polinizadores mais importantes (Peters & Vasquez 1986-1987, Grifo 1992, Degenhart et al. 2001, Maués & Couturier 2002). Maués & Couturier (2002) relatam que o pólen de Myrciaria dubia é relativamente pequeno se comparado ao de outras mirtáceas (Barth & Barbosa 1972), com superfície granulosa e seca, o que tornaria fácil seu transporte pelo vento.

A dispersão de sementes em Myrtaceae

Frutos de Myrtaceae – Todas as espécies de mirtáceas ocorrentes no Brasil produzem frutos carnosos, ou seja, frutos com sementes envolvidas por uma polpa carnosa tipicamente rica em água e carboidratos e pobre em proteínas e lipídeos (Landrum & Kawasaki 1997, Pizo 2002). O tamanho dos frutos varia enormemente, desde 0,4 até 7,5 cm de largura e de 0,4 até 8,0 cm de comprimento (M.A. Pizo, dados não publicados). A cor dos frutos quando maduros é igualmente variável, incluindo preto (atro-purpúreo), vermelho, amarelo, laranja, cinza e verde, com predomínio da primeira (figuras 9-16; Pizo 2002). Alguns gêneros são bastante homogêneos quanto à coloração dos frutos, como Campomanesia (figura 9) que sempre produz frutos amarelos, alaranjados ou verdes, enquanto outros como Eugenia são altamente variáveis (figuras 10-12). A maioria dos gêneros produz poucas sementes (1-3) por fruto, porém Campomanesia (4-18 sementes) e Psidium (até 250 sementes) fogem a este padrão (Pizo 2002). A testa que recobre as sementes é delgada na maioria dos gêneros, porém, bastante rígida em Campomanesia e, especialmente, em Psidium (Landrum & Sharp 1989).

Dispersores de sementes – Os potenciais dispersores das sementes de 115 espécies de Myrtaceae nativas do Brasil, representando 17 gêneros, foram identificados (tabela 2). Os gêneros melhor representados foram Eugenia e Myrcia com 35 e 27 espécies, respectivamente. Alguns gêneros apresentaram ampla variedade de dispersores, com destaque para Psidium com registro para nove dos dez grupos de dispersores aqui considerados, enquanto outros são mais conservativos, como Campomanesia, Gomidesia e Myrcia (tabela 2). Ao contrário dos estudos de polinização, a maioria dos estudos com informações sobre os potenciais dispersores das sementes de mirtáceas no Brasil foram realizados na floresta atlântica, com alguns poucos estudos feitos em áreas de cerrado e da Amazônia.

Aves – As aves formam o principal grupo de dispersores das mirtáceas brasileiras (tabela 2). As aves registradas alimentando-se dos frutos de Myrtaceae variaram bastante de tamanho, desde 24 g – tangará-dançarino, Chiroxiphia caudata (Schaw & Nodder, 1793) até aproximadamente 1,5 kg – jacutinga, Pipile jacutinga (Spix, 1825). O maior fruto disperso por aves é o de Eugenia mosenii (Kausel) Sobral (figura 11), com 2 cm de diâmetro, comido apenas por aves de grande porte (e.g. tucanos). Esse fruto está provavelmente próximo do limite máximo de tamanho para a dispersão por aves, pois a largura do bico das aves frugívoras neotropicais atuais atinge seu limite máximo em aproximadamente 3 cm (Wheelwright 1985, Silva & Tabarelli 2000). Frutos maiores são comidos aos pedaços e, nestes casos, a dispersão efetiva das sementes depende de seu tamanho. Os grandes frutos do gênero Psidium possuem, tipicamente, várias (até 250) sementes pequenas (largura < 0,5 cm) e são freqüentemente dispersos por aves (tabela 2) que, ao ingerirem porções da polpa, ingerem também algumas sementes.

Embora muitas das espécies de Myrtaceae dispersas por aves sejam também comidas por mamíferos, especialmente macacos, algumas são, provavelmente, dispersas exclusivamente pelas aves. Estas são plantas que habitam o sub-bosque das florestas e tipicamente produzem poucos (< 20) frutos maduros, como por exemplo Calyptranthes lanceolata O. Berg, Eugenia cuprea (O. Berg) Mattos (figura 10) e Gomidesia flagellaris D. Legrand (figura 13).

Mamíferos – Os macacos são os mamíferos que mais freqüentemente dispersam as sementes de Myrtaceae (tabela 2). Eles variam enormemente de tamanho, desde aproximadamente 500 g – sagüis, Saguinus spp. – até cerca de 9 kg – mono-carvoeiro, Brachyteles arachnoides (É. Geoffroy, 1806). O gênero Campomanesia parece ser predominantemente disperso por mamíferos, especialmente macacos, em áreas florestais; oito das nove espécies para as quais há informação são dispersas por macacos. A única exceção foi C. pubescens, espécie de cerrado e campos, que é dispersa por mamíferos carnívoros como o lobo guará, Chrysocyon brachyurus (Illiger, 1815). As espécies de Campomanesia com registro de consumo por aves, C. guazumifolia (Cambess.) O. Berg e C. xanthocarpa O. Berg (figura 9), são dispersas por aves de grande porte, como o jacu, Penelope superciliaris Temminck, 1815. De fato, a maioria das espécies neste gênero possui frutos com diâmetro superior a 1,5 cm (Landrum 1986), portanto, superior à largura do bico da maioria das aves frugívoras (Wheelwright 1985). As aves, no entanto, podem comer alguns frutos de Campomanesia aos pedaços, evitando, porém, as sementes e, portanto, não realizando a dispersão (Landrum 1986).

Diferentemente dos Megachiroptera da região Paleotrópica (Marshall 1985), os morcegos neotropicais aparentemente alimentam-se de poucos frutos de Myrtaceae, pois apenas cinco espécies foram registradas (tabela 2). Para algumas espécies, no entanto, a ação dos morcegos parece aumentar o sucesso de germinação das sementes, como em Eugenia stictosepala Kiaersk. (M.A. Pizo, dados não publicados).

O coati, Nasua nasua (L., 1766), os cachorros-do-mato, Cerdocyon thous (L., 1766) e Pseudalopex vetulus (Lund, 1842) e o lobo-guará foram os mamíferos carnívoros registrados como dispersores de sementes de Myrtaceae (tabela 2). Com exceção de plantas baixas encontradas em vegetações xerófitas como o cerrado, como Myrcia fallax (Rich.) DC. e Psidium guineense Sw., é provável que estes animais comam os frutos de maneira oportunista, à medida que os encontram caídos sob as plantas. O mesmo pode ser dito a respeito dos ungulados, especialmente a anta, Tapirus terrestris (L., 1758) e os veados, Mazama spp. Entretanto, sementes intactas foram encontradas nas fezes de todos estes animais, o que indica efetiva dispersão das sementes (tabela 2).

Poucas espécies têm suas sementes dispersas exclusivamente por roedores, como Eugenia cambucarana Kiaersk., E. multicostata D. Legrand (figura 12) e E. neoverrucosa Sobral (Pizo 2002). Os frutos destas espécies são morfologicamente homogêneos: são grandes (> 3 cm de diâmetro), verdes ou amarelos, costados ou muricados, com uma a três sementes grandes e bastante rígidas. É provável que estas espécies sejam dispersas por cotias, Dasyprocta spp., e ratos-de-espinho, Proechimys spp. Na Amazônia foi registrada a dispersão de sementes, possivelmente secundária, de Eugenia patrisii Vahl por pacas, Agouti paca (L., 1766) e cutiarana, Myoprocta acouchy (Erxleben, 1777) (Macedo 1977). Obviamente não se pode descartar a possibilidade dos roedores eventualmente atuarem como dispersores secundários de Myrtaceae, assim como acontece com outras famílias de plantas (Forget & Milleron 1991). O gambá, Didelphis marsupialis L., 1758 foi o único marsupial registrado alimentando-se de frutos de Myrtaceae (Cordero & Nicolas 1987).

Répteis – Sementes de Eugenia uniflora foram encontradas no estômago de Tupinambis merianae (Duméril & Bibron, 1839), família Teiidae (Mercolli & Yanosky 1990). Sementes desta espécie recolhidas das fezes de indivíduos cativos de T. merianae tiveram um sucesso de germinação superior a 75% (Castro & Galetti 2004). A ingestão de frutos de Myrtaceae por répteis no Brasil, no entanto, provavelmente representa eventos esporádicos que ocorrem quando os animais encontram frutos caídos sob as plantas.

Peixes – Apenas três espécies foram registradas como potencialmente dispersas por peixes, todas em matas de várzea da região amazônica (tabela 2). Mais uma vez é provável que os peixes atuem apenas esporadicamente na dispersão das sementes de indivíduos de Myrtaceae cujos frutos caem naturalmente ou são derrubados na água por outros dispersores, como aves e mamíferos. Entretanto, será difícil avaliar a real importância dos peixes como dispersores de Myrtaceae encontradas em matas de várzea e de galeria até que maior número de estudos com este grupo de vertebrados, em geral muito mal conhecido quanto à dispersão de sementes, esteja disponível no Brasil.

Formigas – Embora não haja frutos de Myrtaceae primariamente adaptados à dispersão por formigas (mirmecocóricos, sensu van der Pijl 1982) no Brasil, estes insetos interagem com uma variedade de frutos que encontram no solo e podem, eventualmente, atuar como dispersores secundários de alguns deles, especialmente os menores (< 1 g; Pizo & Oliveira 2000). Na restinga do Parque Estadual da Ilha do Cardoso, estado de São Paulo, por exemplo, plântulas de Myrcia rostrata e Psidium cattleyanum Sabine estão significativamente associados aos ninhos de Odontomachus chelifer (Latreille, 1802), subfamília Ponerinae, formiga de grande porte (» 1 cm de comprimento) que carrega frutos caídos das árvores para seus ninhos a fim de alimentar as larvas e, posteriormente, descartam para fora do ninho sementes intactas e isentas de polpa (Passos & Oliveira 2003).

Conclusões e perspectivas

A predominância de polinização por abelhas e dispersão de sementes por vertebrados frugívoros nas mirtáceas brasileiras, previsível com base em sua morfologia floral bastante conservativa e frutos exclusivamente carnosos, foi reafirmada nesta revisão. Diversificação maior foi observada em relação à dispersão de sementes. A variada morfologia dos frutos, principalmente quanto ao tamanho, coloração e número de sementes, permitiu identificar diferentes grupos de dispersores, de pequenas a grandes aves frugívoras, macacos e morcegos.

Myrtaceae é uma das famílias apícolas mais importantes do Brasil, sendo citada em quase todos os estudos que envolvem a determinação das espécies vegetais de interesse para abelhas. O principal recurso floral oferecido aos visitantes é o pólen, eventualmente associado à presença de néctar. As flores geralmente pequenas das mirtáceas brasileiras, e das Myrtoideae americanas como um todo, são polinizadas principalmente por pequenos insetos, especialmente as abelhas, embora a polinização pelo vento (poucas evidências) e por aves, possa ocorrer de forma limitada. O tamanho da flor está diretamente relacionado ao tamanho da abelha visitante (Proença & Gibbs 1994, E. Gressler et al., dados não publicados). A maioria das flores das mirtáceas brasileiras apresenta características da síndrome da melitofilia, confirmando a polinização por abelhas como a síndrome mais comum (Nic Lughadha & Proença 1996). A polinização por vibração aparece como potencialmente importante em Myrtoideae e pode ser mais difundida do que se pensa. Trabalhos futuros podem confirmar a real importância da anemofilia na família.

Ainda há poucos estudos sobre a polinização de mirtáceas sul-americanas, visto que muitas espécies ainda são desconhecidas, notadamente na floresta atlântica brasileira, grande centro de diversificação desta família (Landrum & Kawasaki 1997). Após dez anos da realização da revisão sobre a biologia reprodutiva de Myrtoideae por Nic Lughadha & Proença (1996), ainda permanecem em aberto as questões levantadas por esses autores relativas à freqüência de ocorrência da polinização por vibração e como evoluiu a polinização por aves em que as pétalas são oferecidas como recompensa.

Devido à rápida expansão geográfica da abelha africanizada Apis mellifera na região neotropical, uma preocupação básica dos biólogos passou a ser o seu impacto sobre a fauna de abelhas nativas, incluindo as centenas de espécies da subfamília Meliponinae (Apidae) que são os principais polinizadores das mirtáceas brasileiras (Imperatriz-Fonseca et al. 1993, Nic Lughadha & Proença 1996, tabela 1). Apis mellifera tem a capacidade de dominar os recursos florais e deslocar os polinizadores nativos e muitas vezes é considerada "ladra de pólen", pois apesar de realizar visitas freqüentes à flores, não as poliniza e esgota seus recursos (Roubik 1978, 1979, Schaeffer et al. 1983, Roubik et al. 1986, Torenzan-Silingardi & Del-Claro 1998). Além disso, Malerbo et al. (1991) observaram que a freqüência de visitas das abelhas nativas aumenta conforme diminui a freqüência de A. mellifera nas flores da jabuticabeira (Myrciaria cauliflora), confirmando dados anteriores de que a presença da abelha exótica desestimula a coleta pelas abelhas nativas brasileiras. Arruda (1997) relata que A. mellifera, juntamente com as vespas, são responsáveis pelo elevado deslocamento de sirfídeos (moscas) das flores. Dessa forma, ao reduzir a variedade de visitantes e a disponibilidade de alimento para os polinizadores nativos, A. mellifera pode afetar a polinização de espécies de mirtáceas nativas, uma possibilidade que deve ser investigada seriamente.

O levantamento dos agentes dispersores de uma família tão diversa quanto Myrtaceae e que ocorre em uma área geográfica extensa como o Brasil ainda é, naturalmente, incompleto. As informações da literatura são escassas e freqüentemente provêm de estudos focados nos animais e não nas plantas. Além disso, alguns grupos de animais, como aves e macacos, são mais freqüentemente estudados que outros (e.g. outros mamíferos, peixes), o que adiciona certo viés ao conjunto de dados. Apesar disso, alguns padrões surgiram e merecem destaque.

Aves e macacos são os principais dispersores de Myrtaceae no Brasil e, a julgar por dados não publicados que pudemos levantar de outros países, são também os principais dispersores em toda a região neotropical. Um estudo anterior mostrou que algumas características morfológicas distinguem os frutos de Myrtaceae dispersos por estes dois grupos de animais (Pizo 2002). De especial importância são os tamanhos do fruto e de suas sementes. Frutos pequenos (i.e., < 1 cm diâmetro) são freqüentemente dispersos por aves, que somente podem atuar como dispersoras de frutos grandes (i.e., diâmetro > 3 cm) se estes tiverem sementes pequenas (e.g. Psidium). Os macacos, por sua vez, são menos limitados por estas características morfológicas e potencialmente podem dispersar grande variedade de frutos.

Os outros dispersores registrados neste levantamento aparentemente interagem apenas de forma eventual e pontual com os frutos de Myrtaceae. Deve-se ressaltar, entretanto, que o presente levantamento está fortemente baseado em estudos feitos em áreas florestais, especialmente da floresta atlântica. É possível que em áreas com vegetação mais baixa (e.g. o cerrado em suas várias fisionomias) os mamíferos não-primatas, especialmente os canídeos, ganhem importância como dispersores de Myrtaceae (Gottsberger & Silberbauer-Gottsberger 1983).

Conhecer os agentes dispersores das plantas é essencial para qualquer programa que vise a preservação in situ de suas populações. Apesar disso, espécies de Myrtaceae com potencial econômico estão desaparecendo da natureza sem que saibamos quais são seus agentes dispersores (e.g. Campomanesia phaea; Kawasaki & Landrum 1997). Outras podem estar ameaçadas devido ao desaparecimento dos dispersores de suas sementes (Silva & Tabarelli 2000, Cordeiro & Howe 2003). Por exemplo, Eugenia mosenii e E. melanogyna (D. Legrand) Sobral parecem depender fortemente de aves frugívoras de grande porte para dispersão de suas sementes, enquanto Eugenia cambucarana, E. multicostata e E. neoverrucosa são dispersas exclusivamente por roedores de médio a grande porte, especialmente cutias (Pizo 2002). Estes são exatamente os animais que, devido à caça e/ou alteração do hábitat (Willis 1979, Redford 1992), desaparecem de ambientes perturbados (Asquith et al. 1999). Assim, podemos prever o desaparecimento a longo prazo ou, no mínimo, a alteração dos padrões de recrutamento nas populações destas plantas que ocorrem nos inúmeros fragmentos de vegetação nativa espalhados pelo Brasil (Ranta et al. 1998).

Agradecimentos – Somos gratos a Carolyn E. B. Proença e outro revisor anônimo pela análise do manuscrito e sugestões e à Fundação Florestal do Estado de São Paulo por permitir a realização de trabalhos de campo no Parque Estadual Intervales, onde parte dos dados aqui apresentados foi coletada. Lúcia Kawasaki e Valesca B. Zipparro foram fundamentais na solução de problemas taxonômicos. Adriana A. Fidalgo, Cinara S.B. Curra, Flávio H.G. Rodrigues, Iubatã P. de Faria, Maria Anália D. Souza, Marilise Krügel, Mauro Galetti, Milene Martins, Sandra B. Mikich, Wesley R. Silva e William Zaca gentilmente forneceram dados não publicados. Carolyn E.B. Proença, Jean P.H. Ducroquet, Sidney A.N. Ferreira, Helena M. Torenzan-Silingardi e Márcia M. Maués gentilmente cederam fotos de Myrtaceae. Este estudo foi financiado pela Fapesp, International Foundation for Science, British Ecological Society, Idea Wild e CNPq. E. Gressler recebeu bolsa de mestrado e é bolsista de doutorado da Fapesp; M.A. Pizo recebeu bolsa de pós-doutorado da Fapesp e L.P.C. Morellato e M.A. Pizo são bolsistas de Produtividade em Pesquisa do CNPq.

(recebido: 6 de junho de 2005; aceito: 14 de setembro de 2006)

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    Autor para correspondência:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      02 Abr 2007
    • Data do Fascículo
      Dez 2006

    Histórico

    • Aceito
      14 Set 2006
    • Recebido
      06 Jun 2005
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