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Editorial

EDITORIAL

Durante os 31 fascículos de existência da Revista Brasileira de Botânica, um patrimônio de seriedade e respeito foi construído por vários Editores-chefe que já foram responsáveis pela revista. Esse patrimônio científico tornou a RBB uma das revistas indicadas pelos coordenadores de Pós-Graduação do país como referência. Como Presidente da Sociedade Botânica de São Paulo (SBSP) e atual Editor Chefe da Revista Brasileira de Botânica, cabe a mim a responsabilidade de lutar pela manutenção do prestígio da revista, conquistado com o esforço de várias equipes que já compuseram o Corpo Editorial da RBB, um patrimônio que pertence a todos os sócios da SBSP. Nesse momento em que a CAPES divulga novos parâmetros de avaliação das publicações científicas, algumas mudanças são necessárias para nos adaptarmos ao o novo cenário. Como Alice no país das maravilhas, precisamos correr se quisermos ficar no mesmo lugar, e precisamos correr o dobro, se quisermos avançar.

Embora possa parecer óbvio, gostaria de colocar dois dos principais motivos pelos quais os novos critérios da CAPES não podem ser ignorados. Em primeiro lugar, o nível de impacto das publicações de docentes da Pós-Graduação é um fator importante na avaliação dos cursos de Pós-Graduação, o que, por sua vez, influencia na concessão de bolsas, verbas, financiamento de projetos, etc. Ou seja, é essencial que a revista se mantenha como relevante no cenário da Botânica para que possa continuar contando com a colaboração da comunidade de Pesquisadores Brasileiros, sem a qual a revista não faria sentido. Outro aspecto essencial é manter o apoio de instituições de fomento, uma vez que a Sociedade Botânica de São Paulo hoje depende de financiamento dessas instituições para manter a revista. Como todos podem notar, não existe publicidade na RBB e a publicação da maioria dos artigos não é paga, uma vez que a SBSP oferece a publicação gratuitamente aos sócios da sociedade. Tal estrutura torna a RBB deficitária, do ponto de vista financeiro e, conseqüentemente, dependente de financiamento externo, como pode ser observado na primeira página de todos os fascículos da RBB onde são impressos os logotipos das entidades financiadoras.

Como colocado em editoriais anteriores, um dos nossos problemas do ponto de vista dos avaliadores externos é o fato de publicarmos muitos trabalhos em português. A política da Revista Brasileira de Botânica é hoje aceitar trabalhos em português, inglês e espanhol, por julgarmos que o mérito do trabalho é independente da língua de escolha dos autores e que muitos dos nossos colegas botânicos que não dominam outras línguas deveriam ter o direito de publicar seus trabalhos desde que tivessem a qualidade científica adequada. Tal escolha tende a se tornar um problema uma vez que limita a visibilidade e o impacto da revista na comunidade internacional. Uma evolução natural da revista seria publicar somente trabalhos em inglês no futuro. Tal decisão apresenta diversos prós e contras que devem ser ponderados discutidos com (e aprovados pelo) Conselho Editorial. Deve ser também discutido com os sócios na assembléia da SBSP. Assim sendo, não se trata de uma mudança simples e rápida, nem pode ser implementada no meio do volume mas deverá ser implementada dentro dos próximos dois anos.

Outro aspecto menos drástico é a mudança do sistema de submissão e avaliação para um sistema completamente eletrônico (online). Esperamos que tal mudança reduza os gastos de correio e acelere o processo de avaliação, mas é necessário o trabalho conjunto de todo o Corpo Editorial e dos Editores de Área e assessores. Aqui também, será necessário um trabalho articulado que deverá levar pelo menos um ano para ser implementado.

É importante salientar que não se trata de aceitar incondicionalmente os critérios de avaliação externos sem nenhuma discussão. São mudanças que visam o aumento da visibilidade da revista e a otimização dos processos de avaliação. Quaisquer que sejam os critérios de avaliação das revistas para os próximos anos, acreditamos que as mudanças propostas serão importantes para a evolução da RBB no médio prazo.

Lembro aos sócios que em janeiro de 2009 haverá Assembléia Ordinária da SBSP onde as propostas e alternativas serão discutidas e uma nova diretoria será eleita. Caso a assembléia eleja uma nova diretoria que não esteja disposta a realizar tais mudanças, todas essas propostas poderão ser desconsideradas. De qualquer forma, os autores de manuscritos aceitos e submetidos podem ficar tranqüilos, pois as alterações, se realizadas, serão amplamente divulgadas e um período de transição permitirá que todos os trabalhos em andamento sejam publicados.

Marco Aurélio Silva Tiné

Editor-Chefe da Revista Brasileira de Botânica

Julho/2008 – Dezembro/2008

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    21 Jan 2009
  • Data do Fascículo
    Set 2008
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