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Flora fanerogâmica não-arbórea do cerrado na Estação Ecológica de Assis, Estado de São Paulo

Non-arboreal phanerogamic cerrado flora of Assis Ecological Station, state of São Paulo

Resumos

A vegetação de cerrado no Estado de São Paulo sobrevive em poucas áreas naturais remanescentes cuja flora, exceto pelas espécies arbóreas, é pouco conhecida. O presente estudo teve como objetivo caracterizar a flora fanerogâmica não-arbórea das diferentes fisionomias da vegetação (campo úmido, cerrado sensu stricto, cerradão e mata ciliar) na Estação Ecológica de Assis (22°33'65" e 22°36'68" S e 50°22'29" e 50°23'00" W), Estado de São Paulo, Brasil, e compará-la a outras áreas de cerrado no estado, para verificar possíveis endemismos ou a presença de espécies raras, que mereçam providências especiais de manejo para sua conservação. Nas diferentes fisionomias da vegetação no interior da unidade de conservação foram registradas 301 espécies fanerógamas não-arbóreas, pertencentes a 199 gêneros e 61 famílias. As famílias com os maiores números de espécies foram: Fabaceae, Asteraceae, Bignoniaceae e Poaceae. A riqueza de espécies foi decrescente do cerrado sensu stricto (146 espécies ou 48,8%), seguido pelo cerradão (48 espécies ou 15,9%), campo úmido (47 espécies ou 15,6%) e, por último, a mata ciliar (15 espécies ou 5,0%). Comparada às outras áreas analisadas de cerrado no Estado de São Paulo, a diversidade da flora não-arbórea local é elevada. O alto nível de ocorrências únicas para as formas de vida inventariadas (102 espécies ou 34%) tem sido igualmente observado em outros estudos, indicando que ou os endemismos são mais comuns para espécies vegetais não-arbóreas do que para arbóreas ou os métodos de inventário não têm sido adequados para representar toda a riqueza dessas espécies em cada local. Estratégias de conservação e inventários botânicos devem valorizar especialmente a flora não-arbórea, uma vez que as espécies da flora arbórea apresentam-se mais amplamente distribuídas e melhor inventariadas.

conservação; diversidade; flora do cerrado; inventário florístico


The cerrado vegetation in São Paulo State is restricted to a few remnants which non-arboreal flora has rarely been studied. The present study aimed at characterizing the non-arboreal phanerogamic flora occurring in distinct "cerrado" vegetation types (wet camp, cerrado sensu stricto, woodland cerrado and riparian forest) at Assis Ecological Station (22°33'65" to 22°36'68" S and 50°22'29" to 50°23'00" W), Assis municipality, São Paulo State, Brazil, and, by comparison with other "cerrado" sites in the state, verifying possible occurrence of endemic or rare species. A floristic survey was carried out and a total of 301 species, 199 genera and 61 families of non-arboreal phanerogamic plants were found. The richest families for the studied life forms in the area were: Fabaceae, Asteraceae, Bignoniaceae and Poaceae. Richness in the physiognomies, in decreasing order, was 146 species in the cerrado sensu stricto (48.8%), 48 species in the woodland cerrado (15.9%), 47 in the wet camp (15.6%), and, at last, the riparian forest, with 15 species (5.0%). Compared to other cerrado areas, the diversity of the local non-arboreal flora is high. There is, also, a high number of species (102 or 34%) exclusive from the studied area. High proportions of non-arboreal species occurring in a single locality have been also observed in other studies, indicating that either endemism can be higher among these life-forms than among arboreal species or inventory methods were not adequate to survey the total richness of the studied areas. Conservation strategies and botanical inventories must especially consider the non-arboreal flora, since arboreal species are both more widespread and proportionally better known.

cerrado vegetation; conservation; diversity; floristic inventory


ARTIGOS

Flora fanerogâmica não-arbórea do cerrado na Estação Ecológica de Assis, Estado de São Paulo

Non-arboreal phanerogamic cerrado flora of Assis Ecological Station, state of São Paulo

Davi Rodrigo RossattoI, 1 1 . Autor para correspondência: drrossatto@gmail.com ; Maria Teresa Zugliani ToniatoII; Giselda DuriganIII

IUniversidade de Brasília, Instituto de Ciências Biológicas, Departamento de Botânica, Laboratório de Fisiologia Vegetal, Instituto Central de Ciências Módulo 01, Caixa Postal 04457, 70904-970 Brasília, DF, Brasil

IIInstituto Florestal, Estação Experimental de Bauru, Avenida Rodrigues Alves, 38-25 – Horto Florestal, 17030-000 Bauru, SP, Brasil

IIIInstituto Florestal, Floresta Estadual de Assis, Estrada Vicinal Assis-Lutécia km 9. Caixa Postal 104, 19802-970 Assis, SP, Brasil

RESUMO

A vegetação de cerrado no Estado de São Paulo sobrevive em poucas áreas naturais remanescentes cuja flora, exceto pelas espécies arbóreas, é pouco conhecida. O presente estudo teve como objetivo caracterizar a flora fanerogâmica não-arbórea das diferentes fisionomias da vegetação (campo úmido, cerrado sensu stricto, cerradão e mata ciliar) na Estação Ecológica de Assis (22°33'65" e 22°36'68" S e 50°22'29" e 50°23'00" W), Estado de São Paulo, Brasil, e compará-la a outras áreas de cerrado no estado, para verificar possíveis endemismos ou a presença de espécies raras, que mereçam providências especiais de manejo para sua conservação. Nas diferentes fisionomias da vegetação no interior da unidade de conservação foram registradas 301 espécies fanerógamas não-arbóreas, pertencentes a 199 gêneros e 61 famílias. As famílias com os maiores números de espécies foram: Fabaceae, Asteraceae, Bignoniaceae e Poaceae. A riqueza de espécies foi decrescente do cerrado sensu stricto (146 espécies ou 48,8%), seguido pelo cerradão (48 espécies ou 15,9%), campo úmido (47 espécies ou 15,6%) e, por último, a mata ciliar (15 espécies ou 5,0%). Comparada às outras áreas analisadas de cerrado no Estado de São Paulo, a diversidade da flora não-arbórea local é elevada. O alto nível de ocorrências únicas para as formas de vida inventariadas (102 espécies ou 34%) tem sido igualmente observado em outros estudos, indicando que ou os endemismos são mais comuns para espécies vegetais não-arbóreas do que para arbóreas ou os métodos de inventário não têm sido adequados para representar toda a riqueza dessas espécies em cada local. Estratégias de conservação e inventários botânicos devem valorizar especialmente a flora não-arbórea, uma vez que as espécies da flora arbórea apresentam-se mais amplamente distribuídas e melhor inventariadas.

Palavras-chave: conservação, diversidade, flora do cerrado, inventário florístico

ABSTRACT

The cerrado vegetation in São Paulo State is restricted to a few remnants which non-arboreal flora has rarely been studied. The present study aimed at characterizing the non-arboreal phanerogamic flora occurring in distinct "cerrado" vegetation types (wet camp, cerrado sensu stricto, woodland cerrado and riparian forest) at Assis Ecological Station (22°33'65" to 22°36'68" S and 50°22'29" to 50°23'00" W), Assis municipality, São Paulo State, Brazil, and, by comparison with other "cerrado" sites in the state, verifying possible occurrence of endemic or rare species. A floristic survey was carried out and a total of 301 species, 199 genera and 61 families of non-arboreal phanerogamic plants were found. The richest families for the studied life forms in the area were: Fabaceae, Asteraceae, Bignoniaceae and Poaceae. Richness in the physiognomies, in decreasing order, was 146 species in the cerrado sensu stricto (48.8%), 48 species in the woodland cerrado (15.9%), 47 in the wet camp (15.6%), and, at last, the riparian forest, with 15 species (5.0%). Compared to other cerrado areas, the diversity of the local non-arboreal flora is high. There is, also, a high number of species (102 or 34%) exclusive from the studied area. High proportions of non-arboreal species occurring in a single locality have been also observed in other studies, indicating that either endemism can be higher among these life-forms than among arboreal species or inventory methods were not adequate to survey the total richness of the studied areas. Conservation strategies and botanical inventories must especially consider the non-arboreal flora, since arboreal species are both more widespread and proportionally better known.

Key words:cerrado vegetation, conservation, diversity, floristic inventory

Introdução

A vegetação de cerrado cobria, originalmente, cerca de 23% do território brasileiro, apresentando uma área core nos estados da região Centro-Oeste e regiões disjuntas nos estados do Sudeste e Nordeste (Ratter et al. 1997). Estima-se que no estado de São Paulo o bioma Cerrado ocupava originalmente cerca de 1.837.150 ha em 1962, sendo reduzido a apenas 211.925 ha em 2000-2001 (São Paulo 2005), o que representa uma perda de 88% de sua área em quatro décadas. Menos de 10% da área total remanescente do Cerrado está protegida na forma de Unidades de Conservação estaduais, incluindo as Áreas de Proteção Ambiental (APAs). Além dessas áreas, alguns fragmentos estão legalmente amparados por serem categorizados como Áreas de Preservação Permanente (APPs) ou por se enquadrarem nos 20% de Reserva Legal obrigatória, estabelecidos pela lei 7.803/89, a serem preservados em todas as propriedades rurais (São Paulo 1997).

O levantamento florístico é um dos estudos iniciais para o conhecimento da vegetação de determinado local, fornecendo informações importantes para a compreensão dos padrões de distribuição geográfica das espécies, para a verificação de possíveis endemismos e para acrescentar conhecimentos que podem subsidiar a determinação de áreas prioritárias para a conservação (Felfili & Silva-Junior 1993, Mendonça et al. 1998). Compilações a respeito da flora do Cerrado de todo o Brasil, realizadas no final da década de 1990, mostraram uma riqueza em torno de 5.000 espécies de plantas vasculares (Mendonça et al. 1998, Castro et al. 1999). No entanto, levantamento recente, reunindo informações da literatura e de materiais depositados em herbários (Walter 2006), resultou em 11.046 espécies, mostrando que a diversidade vegetal encontrada na extensa área de domínio do Cerrado supera consideravelmente os números e as previsões anteriormente divulgados.

Encontram-se na literatura muitos estudos a respeito da flora do Cerrado das diversas regiões do Estado de São Paulo, destacando-se entre os mais recentes os trabalhos de Coral et al. (1990) em Agudos; Mantovani & Martins (1993), em Moji Guaçu; Batalha et al. (1997), em Pirassununga; Christianini & Cavassan (1998), em Bauru; Araújo et al. (1999), em Franca; Durigan et al. (1999), em Assis; Batalha & Mantovani (2001) e Weiser & Godoy (2001), em Santa Rita do Passa Quatro; Durigan et al. (2002), em Brotas; Teixeira et al. (2004) em Patrocínio Paulista e Tannus & Assis (2004), em Itirapina.

Apesar dos diversos inventários florísticos já realizados no Cerrado, autores como Mendonça et al. (1998) e Felfili et al. (2004) consideram insuficiente o conhecimento florístico existente, devido à grande diversidade vegetal do cerrado, ao predomínio de estudos realizados com a forma de vida arbórea, e ao grande número de tipos fisionômicos e variações de tipos de solo e relevo dentro da área de domínio do Cerrado. Assim, estima-se que especialmente a riqueza da flora herbáceo-arbustiva dos cerrados seja pouco conhecida, com base na escassez de estudos deste componente da comunidade vegetal (Ratter et al. 1997, Tannus & Assis 2004). No Estado de São Paulo, apenas os levantamentos realizados por Mantovani & Martins (1993), Christianini & Cavassan (1998), Batalha et al. (1997), Batalha & Mantovani (2001) e Tannus & Assis (2004) foram dirigidos às formas de vida não-arbóreas, sendo os demais exclusivos ou priorizando a flora arbórea, tendo as outras formas de vida apenas como informação complementar.

Estudos aprofundados do componente herbáceo-arbustivo são importantes, pois muitos autores têm relatado variações significativas em sua composição entre as diferentes regiões de cerrado, seja no próprio Estado de São Paulo (Tannus & Assis 2004) ou em áreas do Brasil central (Felfili et al. 2004). A flora do Cerrado é considerada muito rica e, em vista do acelerado desaparecimento do cerrado, a ampliação do conhecimento de sua vegetação se faz urgente, frente à necessidade de priorizar áreas para a preservação e dar suporte aos trabalhos de manejo visando à conservação ou à restauração do ecossistema em áreas que tenham sido desmatadas.

O presente estudo teve como objetivo caracterizar a flora fanerogâmica não-arbórea das diferentes fisionomias da vegetação na Estação Ecológica de Assis, SP, comparando-a com outras áreas de cerrado no estado, para verificar possíveis endemismos ou a presença de espécies raras, que mereçam providências especiais de manejo para sua conservação.

Material e Métodos

Área de estudo – A Estação Ecológica de Assis está localizada no Município de Assis, região sudoeste do Estado de São Paulo, distante cerca de 12 km da sede do município, ocupando atualmente área de 1.760,64 ha. Localiza-se entre as coordenadas geográficas 22°33'20" a 22°37'41" de latitude Sul e 50°24'48" a 50°21'27" de longitude Oeste, entre altitudes de 500 e 588 m, em relevo suave ondulado.

A Estação Ecológica situa-se em zona de transição entre climas Cwa e Cfa, segundo a classificação de Köppen, tipos climáticos que diferem essencialmente na duração da estação seca. Na região de estudo as chuvas são concentradas no verão e a precipitação média anual gira em torno de 1.400 mm, com temperaturas médias ao redor de 21,8 °C, podendo ocorrer geadas severas (ver Brando & Durigan 2004). Os solos da Estação Ecológica de Assis são geralmente arenosos, ácidos e de baixa fertilidade. Juhász et al. (2006), em levantamento ultra detalhado ao longo de uma vertente no interior da unidade, encontraram os seguintes tipos de solo (classificados de acordo com Embrapa 1999): Latossolo Vermelho distrófico típico (LVd); Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico típico (LVAd); Latossolo Amarelo distrófico típico (LAd) e Gleissolo Háplico Tb distrófico argissólico (GXbd).

Trata-se de uma das áreas mais ao sul da extensa região de domínio do Cerrado, onde a vegetação savânica forma, com a floresta estacional semidecidual, um mosaico geralmente associado às características físico-químicas dos solos. A vegetação da Estação Ecológica de Assis caracteriza-se como Cerrado sensu lato, predominando a fisionomia cerradão. Também são encontradas fisionomias florestais ripárias (paludícolas ou não), junto às quais se encontram pequenos trechos de campo úmido, segundo a classificação de fisionomias proposta por Ribeiro & Walter (1998). Ainda na área da Estação ocorrem manchas de vegetação com estrato arbóreo descontínuo, com fisionomia de cerrado sensu stricto e uma pequena faixa ecotonal, onde ocorrem espécies da floresta estacional semidecidual (Durigan et al. 1999).

Levantamento florístico – Foram realizadas coletas de material botânico a partir do ano de 1999, intensificadas por meio de um inventário sistemático, realizado quinzenalmente, entre setembro/2004 a janeiro/2006, tendo sido coletado somente material em estágio reprodutivo durante todo o período. Trilhas, aceiros e o interior da área de estudo foram percorridos nas expedições de coleta, buscando abranger as diferentes fisionomias da vegetação, com o objetivo de amostrar o maior número possível de espécies fanerógamas não-arbóreas em estágio reprodutivo. As espécies coletadas foram classificadas quanto à forma de vida de acordo com a classificação proposta por Durigan et al. (2004), sendo assim definidas: • arbusto: vegetal variando entre 1 a 5 metros de altura, resistente e lenhoso, sem tronco predominante, ramificando-se desde a base; • subarbusto: altura geralmente inferior a 1 m, normalmente herbáceo, porém lenhoso na base do caule; • erva: planta de pequeno porte, cujo caule possui pouco ou nenhum tecido lenhoso; • trepadeira: planta herbácea ou lenhosa, com ramos longos, delgados e flexíveis ou com gavinhas, que cresce geralmente apoiada sobre plantas eretas lenhosas.

Para cada espécime coletado foram anotados porte, hábito, altura, coloração das flores e/ou frutos, características das folhas e outras informações relevantes para auxiliar na identificação. As amostras do material coletado foram herborizadas segundo os procedimentos usuais, conforme proposto por Fidalgo & Bononi (1984). As espécies foram identificadas com auxílio de literatura especializada (Wanderley et al. 2001, 2002, 2003, 2005), auxílio de taxonomistas e comparação com material de herbários, especialmente com a Coleção Botânica da Floresta Estadual de Assis e com o acervo do Herbário D. Bento Pickel (SPSF), do Instituto Florestal de São Paulo. As exsicatas das espécies coletadas foram registradas e incorporadas aos acervos supracitados.

A listagem florística apresentada e utilizada nas análises foi extraída da flora arbustivo-arbórea local já conhecida (Durigan et al. 1999), à qual foram acrescentadas as espécies coletadas neste levantamento e não registradas anteriormente. Todas as espécies foram agrupadas nas famílias reconhecidas por The Angiosperm Phylogeny Group – APG II (2003).

Efetuaram-se cálculos de similaridade florística entre a Estação Ecológica de Assis e outras áreas de Cerrado no Estado de São Paulo (figura 1), visando a analisar a diversidade desse componente da comunidade vegetal em uma escala regional. Foram selecionados para comparação tanto os estudos direcionados especificamente para a flora não-arbórea, como outros mais abrangentes, dos quais foram consideradas neste estudo apenas as formas de vida não-arbóreas.


Para montagem da matriz de presença e ausência das espécies em cada uma das áreas, efetuou-se, primeiramente, a checagem de sinonímia botânica. Utilizando-se a matriz, foi realizada análise de agrupamento pela média (UPGMA), utilizando-se o programa NT-SYS para Windows, versão 2.10, para obtenção de um dendrograma. O dendrograma foi transformado numa matriz cofenética, sendo esta correlacionada com a matriz de similaridade inicial através do teste de Mantel, utilizando-se 1000 permutações.

Resultados

Flora não-arbórea da Estação Ecológica de Assis – Foram registradas, até o momento, na Estação Ecológica de Assis, 301 espécies vegetais não-arbóreas, pertencentes a 199 gêneros e 61 famílias de fanerógamas (tabela 1). As famílias melhor representadas em número de espécies foram Fabaceae (32 espécies), Asteraceae (29), Bignoniaceae (18), Poaceae (18), Rubiaceae (16), Melastomataceae (12) e Myrtaceae (12). Mimosa foi o gênero com o maior número de espécies registradas (nove), seguido por Eugenia e Vernonia, com sete espécies cada, Arrabidaea, com seis espécies e Chamaecrista, com cinco espécies, uma delas com quatro variedades (tabela 1). A maior riqueza florística para espécies fanerógamas não-arbóreas foi registrada na fisionomia cerrado sensu stricto, com 147 espécies (49 exclusivas desta fisionomia), seguido pelo cerradão, com 48 espécies (20 exclusivas), campo úmido, com 47 espécies (10 exclusivas) e, por último, a mata ciliar, com 15 espécies (11 exclusivas). Cerca de 14% das espécies foram registradas em duas fisionomias, geralmente ocorrendo em cerrado sensu stricto e cerradão (figura 2).


As espécies não-arbóreas da Estação Ecológica de Assis (tabela 1) estão assim distribuídas entre as formas de vida: 94 arbustos (30,9%), 43 subarbustos (14,1%), 110 ervas (36,2%), 55 trepadeiras (18,1%) e duas palmeiras (0,7%).

Novas ocorrências – Considerando-se apenas os dados obtidos após a última publicação sobre a flora local (Durigan et al. 1999), foram acrescentadas por este estudo 88 espécies (ou 41%) e oito famílias (Apiaceae, Dioscoreaceae, Droseraceae, Eriocaulaceae, Mayacaceae, Phytolaccaceae, Turneraceae e Zingiberaceae) à flora anteriormente conhecida.

A ampliação da lista de espécies não-arbóreas da Estação Ecológica de Assis deveu-se principalmente a informações provenientes das coletas efetuadas nas fisionomias cerrado sensu stricto e campo úmido, sendo que nesta última foi encontrada a maioria das novas ocorrências de famílias. Das 88 novas ocorrências, 33 (38%) foram registradas exclusivamente no cerrado sensu stricto, 33 (38%) no campo úmido, 13 (15%) no cerradão (a maioria trepadeiras), cinco novas ocorrências em cerrado e cerradão e quatro em mata ciliar.

Ocorrência de espécies exclusivas da Estação Ecológica Assis – Comparando-se os dados totais deste com outros estudos que tratam da flora não-arbórea em áreas de cerrado no Estado de São Paulo, verificou-se que 102 espécies têm ocorrência exclusiva na Estação Ecológica de Assis. Este número corresponde a 34% das espécies não-arbóreas registradas até o momento nesta unidade de conservação. Dentre as espécies exclusivas predominam as ervas (30,4%, com 31 espécies), seguidas das trepadeiras (27,5%, 28 espécies), arbustos (24,5%, 25 espécies) e subarbustos (17,6%, 18 espécies).

Similaridade florística entre áreas – A similaridade florística da flora não-arbórea da Estação Ecológica de Assis com as outras áreas analisadas foi baixa. A maior similaridade foi encontrada entre Assis e Emas (20,3%), seguida por Santa Rita do Passa Quatro (19,8%). Os menores índices de similaridade foram encontrados entre Assis e os levantamentos realizados em Agudos (6,3%), Franca (6,2%) e Bauru (1,8%). A correlação entre a matriz de similaridade original e a matriz cofenética foi alta (r = 0,98), sendo significativas as relações apresentadas na Figura 3, de acordo com o teste de Mantel (P < 0.01).


Discussão

A riqueza da flora fanerogâmica não-arbórea na Estação Ecológica de Assis (301 espécies) foi inferior à encontrada em áreas de cerrado de Moji-Guaçu por Mantovani & Martins (1993) com 402 espécies, e também ao registrado em Itirapina, por Tannus & Assis (2004) com 384 espécies. Foi superior, porém, à maioria dos estudos realizados sobre vegetação não-arbórea em outras áreas de cerrado no Estado de São Paulo: o cerrado de Emas, em Pirassununga, com 259 espécies (Batalha et al. 1997); Santa Rita do Passa Quatro, com 141 espécies amostradas por Weiser & Godoy (2001) e 236 espécies amostradas por Batalha & Mantovani (2001); Bauru, onde Christianini & Cavassan (1998) amostraram 52 espécies; Agudos, com 70 espécies amostradas por Coral et al. (1991); Franca, onde Araújo et al. (1999) registraram 36 espécies e, em Brotas, Durigan et al. (2002) mencionaram 29 espécies. Cabe ressaltar que alguns desses estudos foram fitossociológicos, com critérios distintos de inclusão, não tendo por objetivo caracterizar a flora herbáceo-arbustiva de determinada área. Além disso, nem todos contemplaram todos os hábitats e formas de vida considerados no levantamento realizado na Estação Ecológica de Assis.

As famílias que se destacam pelo número de espécies na Estação Ecológica de Assis estão entre as mais ricas em espécies nos estudos da flora geral dos cerrados no Estado de São Paulo e em alguns estudos em outras regiões (Filgueiras 2002). Porém, há alternância nas famílias mais representativas entre diferentes estratos ou fisionomias da vegetação. Segundo Filgueiras (2002) geralmente as famílias dominantes em estudos da flora herbácea são Fabaceae e Asteraceae. Tannus & Assis (2004) encontraram Bignoniaceae, Euphorbiaceae e Myrtaceae como famílias mais ricas em número de espécies no campo sujo e Cyperaceae e Poaceae em campo úmido. Em fisionomia de cerrado sensu stricto, em Santa Rita do Passa Quatro, Fabaceae e Asteraceae foram as famílias mais numerosas (Batalha & Mantovani 2001) e, em Bauru, a família Rubiaceae foi a mais numerosa (Christianini & Cavassan 1998). Numa vereda em Uberlândia, MG, as famílias com mais espécies foram Poaceae, Asteraceae, Cyperaceae e Melastomataceae (Araújo et al. 2002).

Na Estação Ecológica de Assis, onze famílias, que ocorreram apenas no campo úmido, foram representadas por apenas uma espécie. Estas espécies correspondem a 25% da riqueza desta fisionomia. Famílias como Apiaceae, Acanthaceae, Begoniaceae, Droseraceae e Mayacaceae são geralmente restritas a ambientes mais úmidos, como campos e brejos, sendo assim mais sensíveis a processos de antropização. Segundo Araújo et al. (2002) e Guimarães et al. (2002), áreas como campos úmidos, veredas e brejos merecem maiores esforços de preservação, pois sua riqueza florística pode ser muito facilmente perdida.

Os gêneros com maior número de espécies (Mimosa, Eugenia, Vernonia e Chamaecrista) são muito diversificados e comuns nas fisionomias mais abertas de cerrado (Filgueiras 2002). Outros estudos têm mostrado os gêneros Byrsonima e Eugenia (Weiser & Godoy 2001) e Vernonia e Chamaecrista (Batalha & Mantovani 2001) como os mais comuns em áreas de cerrado sensu stricto, Eupatorium, Rhynchospora e Hyptis em veredas e locais úmidos (Araújo et al. 2002) e Vernonia, Eupatorium, Rhynchospora e Utricularia em campo sujo e campo úmido (Tannus & Assis 2004).

Geralmente a vegetação de cerrado sensu stricto tende a apresentar maior número de espécies herbáceas (Filgueiras 2002), em comparação com outras fisionomias de cerrado. Resultados semelhantes aos do presente estudo foram obtidos por Felfili et al. (1994), que também encontraram maior número de espécies para a fisionomia cerrado sensu stricto, seguido do cerradão e da mata ciliar.

Dentre todas as espécies que tiveram ocorrência exclusiva na Estação Ecológica de Assis, na comparação com as outras áreas analisadas no Estado de São Paulo, destacam-se as do gênero Piper e as formas de vida herbácea e trepadeira, que perfizeram as maiores porcentagens de espécies exclusivas. Em alguns casos, há aparente especificidade por hábitat no local do estudo. As espécies de Piper ocorreram apenas nas matas ciliares. No campo úmido, as ervas representaram 97% das espécies exclusivas deste hábitat, destacando-se Echinodorus longipetalus, Leiotrix flavescens, Rodriguezia decora, Tibouchina cerastifolia e Xyris tenella. As trepadeiras exclusivas da área de estudo pertenciam a famílias como Apocynaceae, Bignoniaceae, Convolvulaceae e Menispermaceae, sendo que a maior parte das espécies (78%) ocorreu nas formações florestais (cerradão e mata ciliar). Uma vez que trepadeiras não foram amostradas na maioria das áreas utilizadas para comparação, é importante destacar apenas que, na Estação Ecológica de Assis, esta forma de vida está associada aos tipos florestais, que tendem a aumentar progressivamente em áreas de Cerrado protegidas contra o fogo e outras formas de perturbação (Durigan et al. 1987, Durigan & Ratter 2006).

A riqueza de espécies fanerógamas não-arbóreas na Estação Ecológica de Assis é relativamente alta, embora seja inferior à observada em algumas das áreas comparadas, contendo vegetação de cerrado no Estado de São Paulo. No entanto, a riqueza florística do estrato arbóreo desta Unidade de Conservação é a mais alta já registrada no Brasil, tomando-se por base as 376 áreas de cerrado analisadas por Ratter et al. (2003). A predominância absoluta da fisionomia cerradão e o constante adensamento da vegetação de cerrado na região (Durigan et al. 1987, Durigan & Ratter 2006) podem explicar a riqueza proporcionalmente maior da flora arbórea. Também a esse adensamento pode ser atribuído o gradual desaparecimento de espécies heliófitas de pequeno porte. Das espécies não-arbóreas listadas por Durigan et al. (1999), com dados de coletas iniciadas em 1986, 97 não foram encontradas em campo durante as expedições de coleta do presente estudo. Essas espécies, em sua maioria, podem estar se tornando mais raras na área, ou restritas a pequenos trechos não percorridos durante o inventário para este estudo. No entanto, não se pode descartar a hipótese de que estejam ocorrendo extinções locais, decorrentes do desaparecimento gradual das fisionomias abertas de cerrado, ambientes apropriados para a ocorrência de espécies heliófitas de pequeno porte.

Geralmente as plantas do componente herbáceo são mais sensíveis a pequenos distúrbios do que as árvores do cerrado (Filgueiras 2002). Mudanças na composição de espécies podem ocorrer, principalmente envolvendo espécies raras, representadas por poucos indivíduos que podem ter desaparecido em decorrência de alterações no hábitat. Felfili et al. (2000) demonstraram que, apesar de pequenas, mudanças ocorreram na composição florística de uma área de cerrado sensu stricto em um período de nove anos.

Comparações entre coletas botânicas realizadas em uma mesma área, em tempos e localidades diferentes, podem indicar mudanças na composição florística, bem como produzir resultados que se complementam e são capazes de ampliar o conhecimento da flora, mesmo em regiões consideradas relativamente bem conhecidas.

Das 301 espécies ocorrentes na Estação Ecológica de Assis, 45 (15%) não aparecem na lista de espécies vegetais dos cerrados do Brasil (Mendonça et al. 1998). Este número de espécies exclusivas é o mais elevado entre as áreas de cerrado do Estado de São Paulo utilizadas para comparação. Batalha & Mantovani (2001) apontaram, para o cerrado da ARIE Pé-de-Gigante, apenas 16 espécies não ocorrentes naquela lista.

Todas as áreas submetidas à análise de similaridade neste estudo encontram-se na grande região fitogeográfica denominada "Cerrados do Sudeste" por Ratter et al. (2003), com base em espécies arbóreas de todo o Brasil. Todavia, considerando-se que 25% é o limite mínimo para duas áreas serem consideradas floristicamente semelhantes pelo índice de Jaccard (Müller-Dombois & Ellenberg 1974), com exceção de Emas, Moji-Guaçu e Santa Rita do Passa Quatro, que se assemelham, os resultados apresentados no dendrograma (figura 3) indicam que, de modo geral, as áreas de cerrado são floristicamente distintas para a flora não-arbórea, mesmo dentro de um padrão fitogeográfico único para o estrato arbóreo. Essa constatação já havia sido feita por Felfili & Silva Júnior (1993) e Felfili et al. (2004).

De modo geral, as relações de similaridade florística observadas entre as áreas para plantas não-arbóreas não acompanham as relações observadas por Durigan et al. (2003) para o estrato arbóreo. Esses autores encontraram dois grandes grupos distintos, um formado pelas áreas de cerradão do oeste do Estado de São Paulo e outro formado pelas áreas com fisionomias mais abertas, geralmente localizadas na face leste do estado. Embora as três áreas que se agrupam na figura 3 estejam na face leste, o agrupamento esperado para a face oeste não se confirma. A baixa similaridade entre fragmentos de cerrado dispersos pelo estado configura uma elevada diversidade gama para a flora não-arbórea da vegetação de cerrado.

Almeida et al. (2005) constataram a pouca repetição de espécies de Asteraceae entre localidades, sugerindo que os remanescentes do cerrado paulista são áreas isoladas, frágeis e com alta proporção de espécies exclusivas. O tamanho reduzido de muitos desses remanescentes sugere também que muitas das espécies raras tenham populações pequenas, de baixa viabilidade em longo prazo, e com reduzida oportunidade de fluxo genético ou recolonização a partir de outras áreas.

As grandes diferenças florísticas encontradas podem, por outro lado, ser explicadas por inventários insuficientes, incapazes de detectar toda a riqueza florística dessas formas de vida com os métodos que vêm sendo utilizados. De uma ou de outra forma, esforços precisam ser direcionados à intensificação de inventários florísticos para formas de vida não-arbóreas e estratégias de conservação devem dar alta relevância a essas espécies, que podem estar muito mais seriamente ameaçadas do que as árvores, seja pela possível distribuição endêmica, pela extinção de habitat ou pelas transformações ecológicas esperadas diante de um cenário iminente de mudanças climáticas globais.

Agradecimentos – Os autores agradecem a Elisângela Pessine, Juliana Paulino e Rafael Taminato pelo auxílio nas coletas em campo; a Geraldo A.D.C. Franco e a João Aurélio Pastore (Instituto Florestal), pelo auxílio na identificação das espécies amostradas; a Eduardo da Silva Pinheiro pela confecção do mapa com as áreas de estudo; a Gabriel H. Rua (Embrapa – Cenargen) pelo auxílio na identificação das espécies de Poaceae e Cyperaceae e aos funcionários dos herbários SPSF (Instituto Florestal) e CEN (Embrapa – Cenargen) pelo apoio prestado.

(recebido: 23 de novembro de 2006; aceito: 12 de junho de 2008)

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    . Autor para correspondência:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      21 Jan 2009
    • Data do Fascículo
      Set 2008

    Histórico

    • Recebido
      23 Nov 2006
    • Aceito
      12 Jul 2008
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