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Levantamento florístico das Characeae (Chlorophyta) de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Brasil: Chara

Floristic survey of the Characeae (Chlorophyta) of Mato Grosso and Mato Grosso do Sul states, Brazil: Chara

Resumos

O levantamento florístico do gênero Chara (Characeae, Chlorophyta) nos Estados de Mato Grosso (18°55'05"S, 54°50'39"W) e Mato Grosso do Sul (19°12'03"S, 57°35'32"W), Brasil, resultou na identificação, descrição e ilustração das seis espécies seguintes: Chara fibrosa C. Agardh ex Bruzelius emend. R. D Wood var. hydropitys (Reichenbach) R. D. Wood emend. R. D. Wood f. hydropitys, C. guairensis R. Bicudo, C. kenoyeri Howe, C. martiana Wallman, C. rusbyana Howe e C. socotrensis Nordstedt in Kuhn emend. R. D. Wood. Foram analisadas 93 amostras coletadas em 15 municípios e o material provém de coleções dos herbários CPAP, HMS e SP. A presença de Chara fibrosa var. hydropitys f. hydropitys e de C. guairensis, C. kenoyeri e C. socotrensis é documentada pioneiramente para os Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, respectivamente. A citação de C. martiana é pioneira para ambos os Estados. Chara guairensis foi a espécie que apresentou a mais ampla distribuição geográfica na área estudada, havendo sido coletada em nove localidades distintas, enquanto que C. kenoyeri e C. socotrensis foram as que apresentaram a distribuição geográfica mais restrita, ocorrendo em apenas duas localidades cada uma.

Chara; Chlorophyta; taxonomia; Mato Grosso; Mato Grosso do Sul; Brasil


Survey of genus Chara (Characeae, Chlorophyta) from the States of Mato Grosso (18°55'05"S, 54°50'39"W) and Mato Grosso do Sul (19°12'03"S, 57°35'32"W), Brazil, allowed identification of the following six species: Chara fibrosa C. Agardh ex Bruzelius emend. R. D Wood var. hydropitys (Reichenbach) R. D. Wood emend. R. D. Wood f. hydropitys, C. guairensis R. Bicudo, C. kenoyeri Howe, C. martiana Wallman, C. rusbyana Howe and C. socotrensis Nordstedt in Kuhn emend. R. D. Wood. Ninety three samples collected from 15 different municipalities were studied, the material being deposited at CPAP, HMS and SP herbaria. Presence of Chara fibrosa var. hydropitys f. hydropitys and of C. guairensis, C. kenoyeri and C. socotrensis is documented for the first time for the States of Mato Grosso and Mato Grosso do Sul, respectively. Citation of C. martiana is pioneer for both States. Chara guairensis, identified from 9 different locations, was the best geographically represented species in the area, whereas C. kenoyeri and C. socotrensis were the least represented ones, being collected from only two locations each.

Chara; Chlorophyta; taxonomy; Mato Grosso State; Mato Grosso do Sul State; Brazil


ARTIGOS

Levantamento florístico das Characeae (Chlorophyta) de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Brasil: Chara

Floristic survey of the Characeae (Chlorophyta) of Mato Grosso and Mato Grosso do Sul states, Brazil: Chara

Norma Catarina BuenoI; Carlos Eduardo de Mattos BicudoII,11 Corresponding author: cbicudo@terra.com.br; Stefania BioloI; Thamis MeurerI

IUniversidade Estadual do Oeste do Paraná, Caixa Postal 711, 85814-110 Cascavel, PR, Brasil

IIInstituto de Botânica, Seção de Ecologia, Caixa Postal 3005, 01061-970 São Paulo, SP, Brasil

RESUMO

O levantamento florístico do gênero Chara (Characeae, Chlorophyta) nos Estados de Mato Grosso (18°55'05"S, 54°50'39"W) e Mato Grosso do Sul (19°12'03"S, 57°35'32"W), Brasil, resultou na identificação, descrição e ilustração das seis espécies seguintes: Chara fibrosa C. Agardh ex Bruzelius emend. R. D Wood var. hydropitys (Reichenbach) R. D. Wood emend. R. D. Wood f. hydropitys, C. guairensis R. Bicudo, C. kenoyeri Howe, C. martiana Wallman, C. rusbyana Howe e C. socotrensis Nordstedt in Kuhn emend. R. D. Wood. Foram analisadas 93 amostras coletadas em 15 municípios e o material provém de coleções dos herbários CPAP, HMS e SP. A presença de Chara fibrosa var. hydropitys f. hydropitys e de C. guairensis, C. kenoyeri e C. socotrensis é documentada pioneiramente para os Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, respectivamente. A citação de C. martiana é pioneira para ambos os Estados. Chara guairensis foi a espécie que apresentou a mais ampla distribuição geográfica na área estudada, havendo sido coletada em nove localidades distintas, enquanto que C. kenoyeri e C. socotrensis foram as que apresentaram a distribuição geográfica mais restrita, ocorrendo em apenas duas localidades cada uma.

Palavras-chave:Chara, Chlorophyta, taxonomia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Brasil.

ABSTRACT

Survey of genus Chara (Characeae, Chlorophyta) from the States of Mato Grosso (18°55'05"S, 54°50'39"W) and Mato Grosso do Sul (19°12'03"S, 57°35'32"W), Brazil, allowed identification of the following six species: Chara fibrosa C. Agardh ex Bruzelius emend. R. D Wood var. hydropitys (Reichenbach) R. D. Wood emend. R. D. Wood f. hydropitys, C. guairensis R. Bicudo, C. kenoyeri Howe, C. martiana Wallman, C. rusbyana Howe and C. socotrensis Nordstedt in Kuhn emend. R. D. Wood. Ninety three samples collected from 15 different municipalities were studied, the material being deposited at CPAP, HMS and SP herbaria. Presence of Chara fibrosa var. hydropitys f. hydropitys and of C. guairensis, C. kenoyeri and C. socotrensis is documented for the first time for the States of Mato Grosso and Mato Grosso do Sul, respectively. Citation of C. martiana is pioneer for both States. Chara guairensis, identified from 9 different locations, was the best geographically represented species in the area, whereas C. kenoyeri and C. socotrensis were the least represented ones, being collected from only two locations each.

Key words:Chara, Chlorophyta, taxonomy, Mato Grosso State, Mato Grosso do Sul State, Brazil.

Introdução

As Charophyceae constituem uma classe única de algas graças a seu porte macroscópico e sua grande complexidade morfológica, tanto da organização do talo quanto da estrutura dos gametângios.

Os estudos recentes sobre Characeae no Brasil foram feitos por especialistas nacionais, são todos do tipo ecológico e são os seguintes: Pascoaloto (1992), Necchi Junior & Branco (1992), Necchi Junior & Pascoaloto (1993), Necchi Junior et al. (1994, 1995, 1997, 2000), Necchi Junior & Moreira (1995), Branco & Necchi Junior (1996a, 1996b, 1997, 1998), Thomaz et al. (1999), Vieira Junior & Necchi Junior (2002, 2003, 2006), Vieira Junior et al. (2002, 2003) para ambientes lóticos do Estado de São Paulo. Para ambiente lênticos são Carneiro et al. (1994), Palma-Silva (1998), Palma-Silva et al. (2000, 2002a, 2002b, 2004) e Bueno & Bicudo (2006, 2008). Os estudos do tipo taxonômico são os de Bicudo (1968a, 1968b, 1969, 1972, 1974, 1976, 1977, 1979), Astorino (1983), Bueno et al. (1996), Bueno & Bicudo (1997), Vieira Junior et al. (2003), Picelli-Vicentim et al. (2004) e Prado & Baptista (2005).

O trabalho de Bueno et al. (1996) foi pioneiro ao identificar, descrever e ilustrar três espécies de Chara a partir de material de seis sub-regiões diferentes do Pantanal de Mato Grosso do Sul, incluindo os municípios de Aquidauana, Corumbá e Miranda. As espécies estudadas foram: C. fibrosa C. A. Agardh ex Bruzelius emend. R. D. Wood var. hydropitys (Reichenbach) R. D. Wood emend. R. D. Wood f. hydropitys, C. guairensis R. Bicudo e C. rusbyana Howe.

O presente estudo resultou de coletas realizadas em seis municípios no Estado de Mato Grosso (Bela Vista, Cáceres, Cuiabá, Poconé, Porto Estrela e Várzea Grande) e oito outros no Estado de Mato Grosso do Sul (Aquidauna, Bodoquena, Bonito, Campo Grande, Corumbá, Inocência, Ladário e Porto Murtinho), todos com grande influência do Pantanal brasileiro (Silva & Abdon 1998).

O presente trabalho visou a contribuir com o inventário da flora carofítica brasileira e, mais especificamente, dos estados da Região Centro-Oeste do país, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Material e métodos

Foram analisadas 93 amostras provenientes de coleções dos herbários SP (Instituto de Botânica, São Paulo), HMS (Herbário de Mato Grosso do Sul/Embrapa Gado de Corte, Campo Grande, MS) e CPAP (Centro de Pesquisa Agropecuária do Pantanal/Embrapa Pantanal, Corumbá, MS) (figura 1).


O preparo das lâminas para estudo e identificação taxonômica dos materiais seguiu os métodos descritos em Bicudo (1974) e Bicudo & Menezes (2006). Identificações e descrições taxonômicas abrangendo as principais características diagnósticas estão de acordo com os trabalhos específicos de, entre outros, Wood & Imahori (1964, 1965), Proctor et al. (1971), Bicudo (1974, 1977, 1979), Moore (1986), Bueno et al. (1996), Krause (1997), Picelli-Vicentim et al. (2004) e Vieira Junior et al. (2003). A classificação dos subgêneros e das seções seguiu Wood & Imahori (1965). As medidas foram tomadas em micrômetros (µm) e estão identificadas nas descrições pelas abreviações compr. = comprimento e larg. = largura.

Resultados e discussão

Chara Linnaeus emend. C. Agardh, A. Braun

Caulóide corticado, râmulos corticados e ecorticados, estipulódios desenvolvidos, algumas vezes rudimentares. Râmulos 1-18-segmentados, separados por nós, segmento distal 1 ou mais-celulados. Brácteas 5-7 nos nós dos râmulos. Bractéolas usualmente 2, no lugar dos gametângios. Gametângios quando conjuntos surgem de uma célula nodal periférica. Glóbulo em posição inferior à da núcula na planta.

Chave artificial de identificação das espécies, variedades e formas taxonômicas de Chara presentemente estudadas:

1. Estipulódios diplostéfanos ..................................................................... 2

1. Estipulódios haplostéfanos .................................................................... 5

2. Planta dióica ............................................................................ 3

2. Planta monóica ......................................................................... 4

3. Brácteas pequenas (603-1.497 µm compr.) ................................ C. rusbyana

3. Brácteas grandes (1.518-4.998 µm compr.) ................................ C. kenoyeri

4. Nó basal fértil ........................................................... C. guairensis

4. Nó basal estéril .......................................................... C. martiana

5. Planta corticada ................................ C. fibrosa var. hydropitys f. hydropitys

5. Planta ecorticada ............................................................. C. socotrensis

Gênero Chara L. emend. C. Agardh, A. Braun

Subgênero Chara R. D. Wood

Seção Grovesia R. D. Wood

Subseção Willdenowia R. D. Wood

Chara kenoyeri Howe, Field Museum of Natural History: sér. bot., 4(6):159. 1929.

Figuras 2-14



Plantas dióicas, 20-40 cm alt.; caulóide 578-1.136,7 µm diâm., incrustação calcárea fraca; córtex triplóstico; células espiniformes solitárias, forma variável, 83,3-2.122 µm compr., 41,6-124,8 µm diâm.; estipulódios diplostéfanos, 2 por râmulo verticilado, estipulódios superiores 856-1.976 µm compr., (76,5-)145-208 µm diâm.; estipulódios inferiores 1.352-1.539 µm compr., 166-187 µm diâm. Râmulos verticilados monomórficos 7-14, ecorticados; segmento basal ecorticado, 1.052-1.452 µm compr., 421-484,2 µm diâm.; segmento apical 1-2-celulado, maior que as brácteas que o circundam, rodeado de brácteas, 178,5-1.200 µm compr., 34-102 µm diâm.; brácteas verticiladas 5-10, ápices acuminados, 1.518-4.998 µm compr., 83,3-108,6 µm diâm., bractéolas 2, ápices acuminados, 1.608-2.238 µm compr., 80,2-97,9 µm diâm., bracteletas 1.700-1.750 µm compr., 80-100 µm diâm. Gametângios sejuntos, em nós diferentes da mesma planta ou de um mesmo râmulo verticilado, núcula 1 por nó, 566,4-1.347 µm compr., 358,4-934 µm diâm., convoluções 10-13, corônula com ápices divergentes, 174,9-183,2 µm compr., 241-266 µm diâm.; oósporos 714-745 µm compr., 510-578 µm diâm., fossa 42-75 µm diâm., parede do oósporo finamente granulada; glóbulos 378,9-736,8 µm diâm., escudos 8, triangulares.

Distribuição no Brasil: Espírito Santo (Bicudo 1972, 1974, Proctor et al. 1971), Goiás (Wood & Imahori 1965), Minas Gerais (Bicudo 1972, 1974).

Material examinado: BRASIL. Mato Grosso do Sul: Bonito, 24-IV-2003, V.J. Pott 6175 (HMS5520); V.J. Pott 6215 (HMS5559); Campo Grande, 13-VII-1992, V.J. Pott 1671 (CPAP 9796).

A descrição das plantas está de acordo com a original em Howe (1929). As populações analisadas apresentaram o limite métrico inferior do diâmetro do caulóide, do comprimento das células espiniformes e do comprimento das brácteas verticiladas mais reduzido. Os limites métricos superiores também estão ampliados para as medidas do diâmetro do glóbulo em relação às plantas em Bicudo 1972 e 1974. A amostra HMS5559 apresentou os maiores comprimentos das células espiniformes (2.122 µm). As células espiniformes mais curtas (83,3 µm) foram medidas no material da amostra CPAP9796 que apresentou, por sua vez, os maiores valores do comprimento das brácteas verticiladas (4.998 µm). Ambas situações não tiveram, entretanto, implicação na identificação da espécie.

Esta é a primeira citação da ocorrência da espécie no Estado de Mato Grosso.

Chara guairensis R. Bicudo, Rickia 6:145, pl. 4, fig. 1-11. 1974.


 




Figuras 15-28




Plantas monóicas, 11-70 cm alt.; incrustação calcárea ausente; caulóide (273-)724-963(-1.305) µm diâm., entrenós 1-5 cm compr., córtex triplóstico; células espiniformes solitárias, 291,6-421,4 µm compr., 83-84,2 µm diâm.; estipulódios diplostéfanos, 2 por râmulo, geralmente opostos aos râmulos, superiores 927-1.119 µm compr., 108-168 µm diâm., recobrindo (raro não) o segmento basal, inferiores 409-626 µm compr., 72-96 µm diâm. Râmulos verticilados 9-13, segmento basal ecorticado, 467,9-1.052,5 µm compr., 191,4-547,3 µm diâm., recobertos pelos estipulódios; segmentos intercalares 6-12, corticados; segmento apical ecorticado, rodeado por brácteas; brácteas 5-8, verticiladas, ápices acuminados, 148,8-1.084,8 µm compr., 62,4-547,3 µm diâm., bractéolas 4, ápices acuminados, 610-800 µm compr., 60-550 µm diâm., bracteleta 500-760 µm compr., 60-75 µm diâm. Gametângios sejuntos, em nós diferentes da mesma planta ou de um mesmo râmulo verticilado, situados no 1º-6º nó basal dos râmulos; núcula 1 por nó, 433-1.432 µm compr., 274-441 µm diâm., convoluções 10-13, corônula com ápices divergentes, 106-421 µm compr., 135-349 µm diâm.; oósporos 584-458 µm compr., 266-358 µm diâm., estrias 9-11, fossa ca. 36,3 µm larg., parede do oósporo granulada; glóbulos 249-608 µm diâm., escudos 8, triangulares.

Distribuição no Brasil: Mato Grosso do Sul (Bueno et al. 1996), Paraná (Bicudo 1972, 1974), São Paulo (Picelli-Vicentim et al. 2004, Vieira Junior et al. 2003), Rio Grande do Sul (Prado 2003).

Material examinado: BRASIL. Mato Grosso: Cuiabá, 14-VII-1969, D.M. Vital s.n. (SP104148); 7-VIII-1969, D.M. Vital s.n. (SP104155); Poconé, 03-VIII-1992, N.C. Bueno 383 (CPAP9344); 27-VIII-1996, N.C. Bueno 552 (CPAP10316); Várzea Grande, 05-VIII-1992, N.C. Bueno 390 (CPAP9351). Mato Grosso do Sul: Bodoquena, 5-IX-2005, V.J. Pott 8084 (HMS10876); 10-XII-1969, A.B. Joly s.n. (SP104852); Campo Grande, 2-VIII-2005, V.J. Pott 7400, (HMS8270); Corumbá, 21-VIII-1991, N.C. Bueno 247 (CPAP8313); 27-V-1992, N.C. Bueno 332 (CPAP9293); N.C. Bueno 336 (CPAP9297); N.C. Bueno 338 (CPAP9299); 12-VIII-1972, N.C. Bueno 408 (CPAP10172); 30-VII-1992, N.C. Bueno 475 (CPAP10239); N.C. Bueno 476 (CPAP10240); N.C. Bueno 478 (CPAP10242); N.C. Bueno 479 (CPAP10243); N.C. Bueno 481 (CPAP10245); 28-II-1993, N.C. Bueno 508 (CPAP10272); N.C. Bueno 510 (CPAP10274); 13-II-1993, V.J. Pott 2017 (CPAP10746); Inocência, 19-XII-2004, V.J. Pott 7400 (HMS8270); Miranda, 07-VII-1973, D.M. Vital s.n. (SP116382); Porto Murtinho, 13-XII-2005, V.J. Pott s.n. (HMS11621).

Chara guairensis é prontamente reconhecida pela presença de brácteas longas, nós basais férteis e gametângios sejuntos. A população analisada apresentou os limites métricos inferiores do diâmetro do glóbulo mais reduzidos (249 µm) quando comparados com os respectivos valores da descrição em Bicudo (1974), Vieira Junior et al. (2003) e Picelli-Vicentim et al. (2004). As núculas dos materiais analisados apresentaram, por sua vez, os limites métricos inferiores e superiores do comprimento ampliados (433-1.432 µm compr.) quando comparados com as populações descritas em Bicudo (1974) e Picelli-Vicentim et al. (2004). Tais diferenças não acarretaram, entretanto, qualquer problema no processo de identificação taxonômica dos materiais ora analisados.

A presente é a primeira citação da ocorrência da espécie no Estado de Mato Grosso.

Chara martiana Wallman, Försök tilen systematic uppställning af väsxfamijen Characeae. 66. 1853.

Figuras 29-40


Plantas monóicas, 11-60 cm alt.; caulóide 124,9-358,2 µm diâm.; incrustação calcárea ausente; entrenós 1-3,5 cm compr.; córtex regular, triplóstico; células espiniformes solitárias, 124,9-241,5 µm compr., 33-50 µm diâm.; estipulódios diplostéfanos, superiores 758-591,4 µm compr., 58,3-74,9 µm diâm., recobrindo (raro não) o segmento basal, inferiores 283-624 µm compr., 50-92 µm diâm. Râmulos verticilados 9-13(-15), segmento basal ecorticado, 100-124,9 µm compr., 110-158,3 µm diâm., recobertos pelos estipulódios; segmentos intercalares 6-12, corticados; segmento apical ecorticado, rodeado por brácteas; brácteas 5-8, verticiladas, ápices acuminados, 340-808 µm compr., 32-74 µm diâm., bractéolas 2, ápices acuminados, 420-680 µm compr., 45-89 µm diâm., bracteleta 500-650 µm compr., 60-75 µm diâm. Gametângios sejuntos, em nós diferentes da mesma planta ou de um mesmo râmulo verticilado, situados nos 2º-6º nós dos râmulos; núcula 1 por nó, 533-1011 µm compr., 333-574,7 µm diâm., convoluções 10-13, corônula com ápices divergentes, 113-129,6 µm compr., 129,6-313 µm diâm.; oósporos não observados; glóbulos 199-333 µm diâm., escudos 8, triangulares.

Distribuição no Brasil: Goiás e Piauí (Bicudo 1972, 1974); São Paulo (Bicudo 1972, 1974, Picelli-Vicentim et al. 2004, Necchi Junior et al. 1995, Necchi Junior et al. 1997, Necchi Junior et al. 2000, Vieira Junior 2001); Rio Grande do Sul (Prado 2003).

Material examinado: BRASIL. Mato Grosso: Cáceres, 19-IV-1993, V.J. Pott 2050 (CPAP11229); Poconé, 17-IV-1993, V.J. Pott 1926 (CPAP10455). Mato Grosso do Sul: Corumbá, 30-XII-1979, C.E.M. Bicudo s.n. (SP155089); Bonito, 25-VIII-1991, N.C. Bueno 258 (CPAP8324); Ladário, 29-I-1979, D.M. Vital s.n. (SP154735).

Os espécimes analisados encaixam-se na circunscrição de C. martiana, incluindo gametângios sejuntos ausentes dos nós basais e alternados nos nós dos râmulos verticilados e glóbulos com oito escudos. A presença de brácteas verticiladas está de acordo com Bicudo (1972, 1974) e Picelli-Vicentim et al. (2004). As populações atualmente analisadas têm limites métricos inferiores do diâmetro do caulóide e do glóbulo mais reduzidos se comparados com os valores em Bicudo (1972, 1974), Prado (2003) e Picelli-Vicentim et al. (2004). Tais diferenças apenas mostraram a variação intrapopulacional medida nos materiais analisados sem, contudo, acarretar qualquer implicação no processo de sua identificação taxonômica.

Primeira citação da ocorrência da espécie nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Chara rusbyana Howe, Field Museum of Natural History: sér. bot., 4(6):160. 1929.

Figura 41-54



Plantas dióicas, 11-70 cm alt.; incrustação calcárea ausente; caulóide 400-1.400 µm diâm., entrenós 1-5 cm compr., córtex regular, triplóstico; células espiniformes solitárias, 129,4-433,2 µm compr., 33,3-70,6 µm diâm.; estipulódios diplostéfanos, superiores 608-1830 µm compr., 145-166 µm diâm., recobrindo (raro não) o segmento basal, inferiores 399-1081 µm compr., 140-160 µm diâm. Râmulos verticilados 9-10(-14), segmento basal ecorticado, 814,3-926,6 µm compr., 337-505,4 µm diâm., recobertos pelos estipulódios; segmentos intercalares 6-12, corticados; segmento apical ecorticado, rodeado por brácteas; brácteas 5-8, verticiladas, ápices acuminados, 603-1.497 µm compr., 83,3-124,8 µm diâm., bractéolas 2, ápices acuminados, 400-1.400 µm compr., 320-710 µm diâm., bracteletas 220-1.000 µm compr., 50-120 µm diâm. Gametângios sejuntos, situados no 2º-5º nó dos râmulos; núcula 1 por nó, 533-1159 µm compr., 202-674 µm diâm., convoluções 10-13, corônula com ápices convergentes ou divergentes, 70-250 µm compr., 140-320 µm diâm.; oósporos 405-483,1 µm compr., 275-383 µm diâm., estrias 9-12, fossa 47,1-105,9 µm larg., parede do oósporo granulada; glóbulos 216,5-1.047 µm diâm., escudos 8, triangulares.

Distribuição no Brasil: Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí e Santa Catarina (Bicudo 1972, 1974); Mato Grosso do Sul (Bueno et al. 1996); São Paulo (Bicudo 1972, 1974, Picelli-Vicentim 1990, Picelli-Vicentim et al. 2004); Rio Grande do Sul (Prado 2003).

Material examinado: BRASIL. Mato Grosso do Sul: Aquidauana, 15-VIII-2005, V.J. Pott 7876 (HMS10665); Bodoquena, 2-IX-2005, V.J. Pott 8080 (HMS10872); 5-IX-2005, V.J. Pott 8134 (HMS10926); Bonito, 9-XII-2005, V.J. Pott 8905 (HMS12935); 10-XII-2005, V.J. Pott 8544 (HMS11574); 24-IV-2003, V.J. Pott 6184 (HMS5529); V.J. Pott 6187 (HMS5532); V.J. Pott 6188 (HMS5533); V.J. Pott 6207 (HMS5551); V.J. Pott 6212 (HMS5556); 07-IX-2005, V.J. Pott 8144 (HMS10936); 09-XII-2005, V.J. Pott 8477 (HMS11507); Corumbá, 30-V-1987, V.J. Pott 319 (CPAP3264); 18-VIII-1991, N.C. Bueno 232 (CPAP8298); 24-V-1992, R.A.C. Pereira s.n. (CPAP9170); 14-II-992, N.C. Bueno 302 (CPAP9263); N.C. Bueno 303 (CPAP9264); N.C. Bueno 304 (CPAP9265); N.C. Bueno 305 (CPAP9266); N.C. Bueno 306 (CPAP9267); N.C. Bueno 307 (CPAP9268); N.C. Bueno 308 (CPAP9269); N.C. Bueno 310 (CPAP9271); N.C. Bueno 311 (CPAP9272); 25-V-1992, N.C. Bueno 312 (CPAP9273); 21-V-1992, N.C. Bueno 320 (CPAP9281); N.C. Bueno 322 (CPAP9283); N.C. Bueno 328 (CPAP9289); N.C. Bueno 329 (CPAP9290); N.C. Bueno 330 (CPAP9291); 11-VI-1992, N.C. Bueno 357 (CPAP9318); N.C. Bueno 358 (CPAP9319); N.C. Bueno 359 (CPAP9320); 28-II-1993, N.C. Bueno 507 (CPAP10271); 15-XI-1969, A.B. Joly s.n. (SP104852); 10-XI-1969, A.B. Joly s.n. (SP104852); 01-XI-1993, V.J. Pott 2127 (CPAP11306); Ladário, 29-XI-1979, D.M. Vital s.n. (SP154735); Miranda, 18-IX-1973, D.M. Vital s.n. (SP116379, SP116382, SP116383); 07-VI-1973, D.M. Vital s.n. (SP116385); Porto Murtinho, sem data, V.J. Pott 8146 (HMS10938); 8-XII-2005, V.J. Pott 8447 (HMS11477); 13-XII-2005, V.J. Pott 8908 (HMS12938); V.J. Pott 8910 (HMS12940); V.J. Pott 8911 (HMS12941).

Chara rusbyana assemelha-se, morfologicamente, a C. kenoyeri Howe, da qual difere pela presença de brácteas mais curtas (603-1.497 µm) e râmulos verticilados 9-10 segmentados e os râmulos verticilados podem ser até 14-segmentados. O material examinado está de acordo com Wood & Imahori (1965) e Picelli-Vicentim et al. (2004). O limite métrico máximo do comprimento dos estipulódios superiores (1.830 µm) e dos inferiores (1.081 µm) e do diâmetro do glóbulo (1.047 µm) foram presentemente ampliados. Os limites métricos mínimos do comprimento da núcula e do diâmetro do glóbulo também tiveram seus valores ampliados. Tais diferenças mostraram a variação intrapopulacional observada nos materiais analisados, porém, sem implicar no processo de sua identificação taxonômica.

Subgênero Charopsis (Kützing emend. Ruprecht) Leonhard

Seção Agardhia R. D. Wood

Subseção Agardhia R. D. Wood

Chara fibrosa C. Agardh ex Bruzelius emend. R. D Wood var. hydropitys (Reichenbach) R. D. Wood emend. R. D. Wood f. hydropitys, Taxon 11(1):14. 1962.

Figuras 55-64


Plantas monóicas, 12-20(-80) cm alt.; caulóide 208-524,7 µm diâm.; córtex diplóstico, raro triplóstico; células espiniformes solitárias, 141,6-666,4 µm compr., 41,7-66,6 µm diâm.; entrenós maiores que os râmulos verticilados nas porções intermediárias e reduzidos no ápice da planta, 0,8-5 cm compr., estipulódios haplostéfanos, 1-2 por râmulo verticilado, 749,7-1.157,8 µm compr., 66,6-91,6 µm diâm. Râmulos verticilados monomórficos 7-12, 0,7-1,9 cm compr., 200-310 µm diâm., segmentos 6-7; intercalares 0-2(-3) corticados; segmento basal ecorticado, 1.400-1.900 µm compr., 78-360 µm diâm.; segmento apical ecorticado. Brácteas 2-4, geralmente verticiladas, ápices acuminados, 863,0-1.557 µm compr., 84,2-105,2 µm diâm., bractéolas 2, ápices acuminados, 700-1.600 µm compr., 50-150 µm diâm., bracteleta 780-800 µm compr., 45-149 µm diâm. Gametângios conjuntos ou sejuntos, no 1º-2º nó basal dos râmulos; núculas 358-710 µm compr., 183-385 µm diâm., corônula 58-96 µm compr., 42-134 µm larg.; 11-12 convoluções, oósporos 541,8 µm compr., 397 µm diâm., estrias 10, fossa 38,5-48 µm larg., parede do oósporo irregularmente granulada; glóbulo 191-325 µm diâm., escudos 8, triangulares.

Distribuição no Brasil: Bahia (Braun & Nordstedt 1883, Bicudo 1972), Maranhão (Bicudo 1972), Mato Grosso do Sul (Bicudo 1972, Bueno et al. 1996), Rio Grande do Sul (Astorino 1983, Torgan et al. 2001, Prado 2003).

Material examinado: BRASIL. Mato Grosso: Porto Estrela, 13-V-1995, V.J. Pott 2705 (CPAP139989); 17-VII-1969, D.M. Vital s.n. (SP104150); Bela Vista, 19-IV-2005, V.J. Pott 7714 (HMS9257); Poconé, 27-II-1996, N.C. Bueno 556 (CPAP10318, CPAP10320). Mato Grosso do Sul: Bonito, 9-XII-2005, V.J. Pott 8909 (HMS12939); Campo Grande, 3-IV-1963, Fittkau s.n. (SP96696, SP96697); Porto Murtinho, 9-XII-2005, V.J. Pott 8909 (HMS12939); 12-XII-2005, V.J. Pott 8573 (HMS11603); 13-XII-2005, V.J. Pott 8590 (HMS11620).

Primeira citação da ocorrência da variedade para o Estado de Mato Grosso. Chara fibrosa var. hydropitys f. hydropitys é uma planta monóica, apresenta de 7-12 râmulos verticilados, nó basal fértil, gametângios conjuntos ou sejuntos, estipulódios haplostéfanos visíveis a olho nu e células espiniformes pequenas e inconspícuas. Segundo Bicudo (1972) este parece ser o exemplar mais antigo de Characeae coletado no Brasil, em 1830, identificado como C. longibracteata Salzmann non Kutzing, sinônimo de C. fibrosa Reichenbach (Zaneveld 1940).

As plantas examinadas foram identificadas com Chara fibrosa var. hydropitys f. hydropitys por apresentarem 7-12 râmulos por verticilo, estípulódios haplostéfanos, células espiniformes de tamanho variável, râmulos com alguns (0-2) segmentos corticados (veja Wood & Imahori 1965, Bicudo 1972).

O material presentemente analisado ampliou os limites métricos do diâmetro do caulóide quando comparados com aqueles das plantas analisadas em Bicudo (1972) e Prado (2003). As células espiniformes solitárias podem, segundo Wood & Imahori (1965), variar de rudimentares a bem desenvolvidas, podendo atingir até 1.000 µm compr. No presente material examinado, as menores células espiniformes foram medidas na amostra CPAP139989 e as maiores (126-666,4 µm compr.) na amostra HMS11603. O limite métrico inferior e o superior do comprimento da núcula foram ampliados quando comparado com a informação em Bicudo (1972), Prado (2003) e Wood & Imahori (1965). O limite métrico inferior do diâmetro do glóbulo foi ampliado (191-325 µm diâm.) ao ser comparado com as plantas analisadas em Bicudo (1972), Prado (2003) e Wood & Imahori (1965). Presença de oósporo foi registrada somente na amostra CPAP139989, onde um único oósporo com 542 µm compr. e 397 µm diâm foi observado. O limite métrico superior do comprimento do oósporo foi, consequentemente, ampliado se comparado com Bicudo (1972), Prado (2003) e Wood & Imahori (1965). Tais diferenças não acarretaram, entretanto, qualquer implicação no processo de identificação taxonômica dos materiais analisados.

Seção Charopsis R. D. Wood

Chara socotrensis Nordsted in Kuhn emend R. D. Wood in Wood & Imahori, Rev. Characeae 1:765. 1965.

Figuras 65-72


Plantas monóicas, 12-20 cm alt.; caulóide 374,85-624,7 µm diâm., células espiniformes e córtex ausentes; estipulódios inconspícuos, pequenos, rudimentares; incrustação calcárea presente; entrenós 0,8-5 cm compr., córtex ausente; células espiniformes ausentes, estipulódios haplostéfanos, 1-2 por râmulo verticilado, ápice acuminado, 126,3-210,5 µm compr., 31,8-42,1 µm diâm. Râmulos verticilados monomórficos 6-7, segmentos 6-7, ecorticados; segmento apical 1-2-celulado, célula apical cônica, 157-591 µm compr., 50-75 µm diâm., segmento basal ecorticado 157-591 µm compr., 74,97-216,5 µm diâm.; brácteas 2-4, unilaterais, ápice acuminados, 199,9-208,2 µm compr., 41,6-45,8 µm diâm., bractéolas 2, ocasionalmente rudimentar ou decídua, ápices acuminados, 190-288 µm compr., 40,6-50 µm diâm., bracteleta não observados. Gametângios conjuntos ou solitários, no 1º-2º nó basal dos râmulos, ausentes na base do verticilo de râmulos; núculas isoladas ou geminadas, 358,2-574,8 µm compr., 174,4-308,2 µm diâm., corônula, células piriformes, convergente, 66,6-112,4 µm compr., 100-174,9 µm diâm., 8-10 convoluções; oósporos não observados; glóbulo 166,6-266,6 µm diâm., escudos 8, triangulares.

Distribuição no Brasil: São Paulo (Bicudo 1972).

Material examinado: BRASIL. Mato Grosso do Sul: Bonito, 9-XII-2005, V.J. Pott 8913 (HMS12943); Porto Murtinho, 13-XII-2005, V.J. Pott 8589 (HMS11619).

Chara socotrensis assemelha-se, morfologicamente, a C. braunii Gmelin e C. corallina Klein ex Willdenow emend. R. D. Wood, pois ambas apresentam gametângios nos nós basais dos râmulos verticilados. Em C. corallina, os gametângios podem estar presentes na base do verticilo de râmulos. Mas, C. braunii é monóica, enquanto que C. corallina e C. socotrensis podem ser tanto dióicas quanto monóicas. De acordo com Wood & Imahori (1965), C. braunii tem râmulos terminados por uma pequena coroa de brácteas, que não ocorrem em C. socotrensis.

Para Bicudo (1972, 1979) e Picelli-Vicentim et al. (2004), C. braunii Gmelin var. brasiliensis R. Bicudo são plantas monóicas, com râmulos terminados de ambas as formas, isto é, com o segmento terminal pequeno, unicelular e rodeado de brácteas, formando uma pequena coroa de células; e plantas com segmento terminal 2-3-celulado, com célula terminal pequena e cônica. Chara socotrensis Nordstedt in Kuhn. emend. R. D. Wood f. fulgens (Filarski) R. D. Wood também pode apresentar essa mistura de características, porém as plantas são dióicas.

Chara braunii var. braunii difere de C. braunii var. brasiliensis por que a primeira apresenta oósporos que medem 368-750 × 224-400 µm e a segunda 800-830 × 430-480 µm (Picelli-Vicentim et al. 2004). Tais espécies são, até o momento, as únicas ocorrências em território brasileiro.

Chara braunii apresenta ainda as células da corônula divergente no ápice, quatro segmentos nos râmulos que terminam numa coroa de brácteas reduzidas, os estipulódios são conspícuos e o caulóide apresenta incrustação calcárea aneliforme. No material analisado observamos as células da corônula com ápices convergentes, 6-7 segmentos nos râmulos, segmento terminal 2-celulado e célula terminal pequena e cônica, ausência de coroa de células no ápice dos râmulos, estipulódios inconspícuos e ausência de incrustação calcárea, conforme C. socotrensis (Wood & Imahori 1964, 1965). A população estudada é monóica assim como o material analisado em Bicudo (1972, 1979) e Picelli-Vicentim et al. (2004), reforçando o fato de que as plantas brasileiras, representantes da Seção Charopsis R. D. Wood são plantas monóicas.

Esta é a primeira citação da ocorrência da espécie em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Considerações finais – Informações sobre a ocorrência de Chara sp. nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul são escassas e reduzem-se aos trabalhos de Hoehne (1914, 1923, 1936) e Hoehne & Kulmann (1951). As referências nesses trabalhos estão baseadas em coletas feitas na parte alta de Corumbá e em algumas "baías"do Pantanal. Bicudo (1968a, 1968b, 1972) citou a ocorrência de C. rusbyana nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul sem, contudo, especificar as localidades de coleta das amostras estudadas. Bicudo (1972) citou a ocorrência de C. fibrosa var. hydropitys f. hydropitys no município de Campo Grande. Bueno et al. (1996) identificaram, descreveram e ilustraram três espécies [C. fibrosa var. hydropitys f. hydropitys, C. guairensis e C. rusbyana] a partir da análise de 80 amostras coletadas em seis diferentes sub-regiões do Pantanal de Mato Grosso do Sul, incluindo os municípios de Aquidauana, Corumbá e Miranda.

As 93 amostras ora analisadas resultaram de coletas realizadas em seis municípios localizados no Estado de Mato Grosso (Bela Vista, Cáceres, Cuiabá, Poconé, Porto Estrela e Várzea Grande) e oito no Estado de Mato Grosso do Sul (Aquidauna, Bodoquena, Bonito, Campo Grande, Corumbá, Inocência, Ladário e Porto Murtinho). Houve, portanto, uma maior abrangência da área estudada o que permitiu a verificação de novos registros de Characeae para a região. Assim, C. fibrosa var. hydropitys var. hydropitys, C. martina e C. guairensis são, presentemente, documentadas pioneiramente para o Estado de Mato Grosso; e, simultaneamente, C. kenoyeri, C. martiana e C. socotrensis para o Estado de Mato Grosso do Sul.

Das seis espécies identificadas no presente trabalho, cinco foram coletadas no município de Bonito, Estado do Mato Grosso do Sul. Apenas C. guairensis não foi registrada nesta localidade, porém, foi a espécie que apresentou a melhor distribuição geográfica (figura 1).

Estudos taxonômicos do gênero Chara efetuados para o Estado de São Paulo incluem os trabalhos de Bicudo (1972, 1974, 1979), Vieira Junior et al. (2003) e Picelli-Vicentim et al. (2004) e incluem as seis espécies seguintes: C. angolensis, C. braunii var braunii, C. braunii var. brasiliensis, C. guairensis, C. martiana e C. rusbyana. Ao comparar as espécies de Chara identificadas para os Estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo, verificou-se que C. kenoyeri e C. socotrensis são exclusivas, até o momento, do Estado de Mato Grosso do Sul; e C. angolensis, C. braunii var braunii, C. braunii var. brasiliensis do Estado de São Paulo. As demais espécies são comuns aos dois Estados brasileiros.

A variação métrica dos oósporos de Characeae está relacionada com as mudanças ambientais (Hutorowicz 2008). De acordo Boszke et al. (2008), populações de C. braunii apresentaram correlação positiva entre o comprimento e o diâmetro do oósporo, sem apresentar alteração no número de estrias. Desde que as diferentes espécies de Chara apresentam semelhanças na ornamentação da parede celular, Mandal & Ray (2004) recomendaram o estudo do tipo de parede associado às demais características do oósporo (comprimento, diâmetro, largura da fossa e número de estrias) para a identificação das espécies. Estudos da morfologia externa da parede do oósporo são, comparativamente, mais úteis na identificação de espécies de Nitella do que de Chara (John & Moore 1987, Sakayama et al. 2005), pois as espécies do primeiro gênero são menos sensíveis às mudanças ambientais. No presente estudo, C. kenoyeri, C. guairensis, C. rusbyana e C. fibrosa var. hydropitys f. hydropitys apresentaram parede celular que variou de finamente granulada, a uniformemente granulada, a irregularmente granulada. Assim, tais observações devem ser acompanhadas das variações métricas que refletem as condições ambientais.

Características como diâmetro do caulóide, comprimento de brácteas e das células espiniformes e dimensões dos gametângios tiveram seus limites métricos de variação atualmente ampliados ou reduzidos, quando comparados com os equivalentes em Bicudo (1972, 1974), Prado (2003), Vieira Junior et al. (2003) e Picelli-Vicentim et al. (2004). De acordo com Casanova (1994), as Characeae apresentaram plasticidade morfológica e reprodutiva em resposta à variação no nível da água em corpos d'água permanentes e temporários da Austrália. Vieira Junior & Necchi Júnior (2002) sugeriram que as características métricas, sobretudo das estruturas vegetativas, devem ser evitadas na identificação de Characeae, por serem influenciadas pela variação de características ambientais como velocidade de correnteza e profundidade.

(recebido: 23 de outubro de 2008; aceito: 9 de setembro de 2009)

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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      24 Fev 2010
    • Data do Fascículo
      Dez 2009

    Histórico

    • Aceito
      09 Set 2009
    • Recebido
      23 Out 2008
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