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Efeito da temperatura ambiental na densidade e ponto de congelamento do leite de cabra

Effects of ambiental temperature on density and freezing point of goat's milk

Resumos

Seis cabras Pardas Alpinas com produção média de leite de 2,5kg/dia, foram distribuídas aleatoriamente em dois grupos de três cada, submetidas a termoneutralidade ou estresse térmico. Usou-se um delineamento estatístico "crossover". Um período de adaptação de 28 dias foi seguido por quatro intervalos de 14 dias cada, durante os quais os animais sob estresse foram expostos à temperatura média do ar de 33,84ºC das 8 às 17 horas, incluindo radiação solar simulada das 10 às 15 horas. Na segunda semana de cada intervalo experimental amostras de leite individuais foram coletadas diariamente pela manhã e à tarde, adicionando-se conservador. No final da semana as amostras de cada ordenha foram misturadas formando-se amostras compostas nas quais foram efetuadas determinações de pH, acidez titulável, densidade e ponto crioscópico. Os resultados indicaram que os valores obtidos para densidade e ponto crioscópico são compatíveis aos encontrados por diversos autores em diferentes países. Constatou-se valor maior para densidade no leite ordenhado pela manhã, em relação ao da tarde, sendo que o intervalo desigual entre as ordenhas deve ter influído neste resultado. Não se verificou diferença estatística significativa para esta propriedade no leite das cabras em condições de termoneutralidade e de estresse térmico. Para o ponto crioscópico não se observou diferença estatística entre o leite ordenhado pela manhã e à tarde. Houve diferença estatística significativa para esta propriedade física entre o leite das cabras em condições de termoneutralidade e estresse térmico, sendo o valor médio maior, para as condições de termoneutralidade.

leite de cabra; temperatura ambiental; densidade; ponto crioscópico


Six alpine goats with milk average yield of 2,5 kg/day, were randomly settled in two groups of three and submitted to thermoneutrality (TN) or heat stress (ST) conditions. A crossover statistical delineation was used. An adjustment period of 28 days was followed by four intervals of 14 days each one, during the which, the animals under heat stress were exposed to medium air temperature of 33,87ºC, between 8:00 and 17:00 hs including simulated solar radiation from 10:00 to 15:00 hs. On the second week of each experimental interval, individuality milk samples were collected dairy by morning and afternoon, adding preservative. In the end of the week, the samples of each milking were mixed, forming a composed samples which were effected pH, titratable acidity, density and crioscopic point. The results indicated that the obtained values for density and crioscopic point are compatible with the others authors have found it in other countries. It was verified biggers values for the density on the milk milked in the morning, in relation with the afternoon, being that the unequal interval between the milkings could influenced the results. It’s not observed significal statistic differences for this goat milk propriety in termoneutrality and heat stress conditions. To the crioscopic point it not verified statistical difference between the milk milked by morning and afternoon. There was significal statistic difference between the goat milk in termoneutrality and termic stress conditions, being the medium value bigger to the termoneutrality conditions.

goat’s milk; ambiental temperature; density; freezing point


Efeito da temperatura ambiental na densidade e ponto de congelamento do leite de cabra1 1 Recebido para publicação em 10/09/98. Aceito para publicação em 30/06/99.

L.H.A. BRASIL2 2 Aluna do Curso de Pós-Graduação em Zootecnia, Área de Concentração "Nutrição e Produção Animal", FMVZ – Campus de Botucatu – UNESP. , I.A. BONASSI3 3 Departamento de Tecnologia dos Produtos Agropecuários da Faculdade de Ciências Agronômicas – Campus de Botucatu – UNESP. ,* * A quem a correspondência deve ser enviada. , F. BACCARI JUNIOR4 4 Universidade Estadual de Londrina. , F.S. WECHSLER5 5 Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – UNESP.

RESUMO

Seis cabras Pardas Alpinas com produção média de leite de 2,5kg/dia, foram distribuídas aleatoriamente em dois grupos de três cada, submetidas a termoneutralidade ou estresse térmico. Usou-se um delineamento estatístico "crossover". Um período de adaptação de 28 dias foi seguido por quatro intervalos de 14 dias cada, durante os quais os animais sob estresse foram expostos à temperatura média do ar de 33,84ºC das 8 às 17 horas, incluindo radiação solar simulada das 10 às 15 horas. Na segunda semana de cada intervalo experimental amostras de leite individuais foram coletadas diariamente pela manhã e à tarde, adicionando-se conservador. No final da semana as amostras de cada ordenha foram misturadas formando-se amostras compostas nas quais foram efetuadas determinações de pH, acidez titulável, densidade e ponto crioscópico. Os resultados indicaram que os valores obtidos para densidade e ponto crioscópico são compatíveis aos encontrados por diversos autores em diferentes países. Constatou-se valor maior para densidade no leite ordenhado pela manhã, em relação ao da tarde, sendo que o intervalo desigual entre as ordenhas deve ter influído neste resultado. Não se verificou diferença estatística significativa para esta propriedade no leite das cabras em condições de termoneutralidade e de estresse térmico. Para o ponto crioscópico não se observou diferença estatística entre o leite ordenhado pela manhã e à tarde. Houve diferença estatística significativa para esta propriedade física entre o leite das cabras em condições de termoneutralidade e estresse térmico, sendo o valor médio maior, para as condições de termoneutralidade.

Palavras-chave: leite de cabra, temperatura ambiental, densidade, ponto crioscópico.

SUMMARY

Effects of ambiental temperature on density and freezing point of goat's milk. Six alpine goats with milk average yield of 2,5 kg/day, were randomly settled in two groups of three and submitted to thermoneutrality (TN) or heat stress (ST) conditions. A crossover statistical delineation was used. An adjustment period of 28 days was followed by four intervals of 14 days each one, during the which, the animals under heat stress were exposed to medium air temperature of 33,87ºC, between 8:00 and 17:00 hs including simulated solar radiation from 10:00 to 15:00 hs. On the second week of each experimental interval, individuality milk samples were collected dairy by morning and afternoon, adding preservative. In the end of the week, the samples of each milking were mixed, forming a composed samples which were effected pH, titratable acidity, density and crioscopic point. The results indicated that the obtained values for density and crioscopic point are compatible with the others authors have found it in other countries. It was verified biggers values for the density on the milk milked in the morning, in relation with the afternoon, being that the unequal interval between the milkings could influenced the results. It’s not observed significal statistic differences for this goat milk propriety in termoneutrality and heat stress conditions. To the crioscopic point it not verified statistical difference between the milk milked by morning and afternoon. There was significal statistic difference between the goat milk in termoneutrality and termic stress conditions, being the medium value bigger to the termoneutrality conditions.

Keywords: goat’s milk, ambiental temperature, density, freezing point.

1 – INTRODUÇÃO

A densidade e a temperatura de congelamento do leite são duas constantes físicas importantes na verificação de sua qualidade. A densidade está relacionada à riqueza do leite em sólidos totais, diminuindo portanto com a adição de água. O ponto de congelamento ou ponto crioscópico por sua vez propicia a informação da quantidade de água eventualmente adicionada [9].

A densidade depende de dois fatores principais: o teor em matéria seca e de matéria graxa do leite [18]. Para o leite de cabra, segundo MENS [18] está situada entre 1,026 a 1,042 dependendo se os resultados relacionam-se à leite individual ou leite de mistura, também em função das estações do ano, do estado fisiológico e raça do animal. PARKASH & JENESS [19], discriminam valores com médias de 1,029 a 1,036. Estes autores citam que a maioria dos trabalhos sobre densidade do leite de cabra dão pouca informação sobre o método de determinação, em alguns casos a temperatura de medição não foi especificada. Referem que a grande variabilidade de resultados encontrados deve-se à variação no conteúdo de gordura em função de diferença na técnica de determinação. No Brasil foram encontrados valores na ordem de 1031,3 (1029,0 a 1034,0)g/litro [21], 1033,1g/litro [8], 1031,05± 0,20 (1028,60 a 1033,30)g/litro [3].

O ponto de congelamento do leite é de suas características a menos variável [6], estando ligado à concentração dos componentes solúveis em água [23]. JENESS et al. [14] e SHIPE [24], referem que a lactose e os sais contribuem por cerca de 75 a 80% da diminuição do ponto de congelamento total, sendo o restante influenciado por outros constituintes hidrossolúveis como cálcio, potássio, magnésio, lactatos, fosfatos, uréia, dióxido de carbono, etc [7, 20].

A relativa constância do ponto crioscópico do leite e a sua variação proporcional de acordo com a quantidade adicionada, aliados à relativa facilidade de medição, quando comparado com as outras propriedades coligativas das soluções, fizeram com que a crioscopia do leite se tornasse o método universalmente aceito para a constatação de fraude por adição de água [6]. Entre os fatores que podem alterar o ponto de congelamento do leite de uma espécie são citados: raças, período de lactação, estação do ano, alimentação, mamite, ingestão de água pelo animal, leite ordenhado pela manhã e à tarde, clima, concentrações altas de detergentes e desinfetantes, acidez e pH do leite [7, 20].

Para o ponto de congelamento do leite de cabra MENS [18] salienta que é mais baixo que o leite de vaca, respectivamente –0,583ºC e –0,555ºC. PARKASH & JENESS [19] descrevem que o leite de cabra contém mais moles de solutos/1000g de água que o leite de vaca. Relacionam valores de –0,537 a –0,625ºC. No Brasil foram encontrados valores de –0,56 (-0,531º a –0,580ºC), BONASSI et al. [3], -0,576º, GIGANTE & ROIG [8], -0,565ºH (-0,549 a –0,596ºH) POMBO & FURTADO [21].

O presente trabalho se propõe a verificar em condições controladas a ocorrência ou não de alteração na densidade, e ponto de congelamento em leite de cabra em função da elevação da temperatura ambiental em ordenha pela manhã e à tarde.

2 – MATERIAL E MÉTODOS

Foram empregadas seis cabras Pardas Alpinas na 5ª semana de lactação, distribuídas ao acaso em dois grupos de três, com idade e peso iniciais médios de 20,5 meses e 39kg respectivamente e produção média diária de leite de 2,5kg/cabra. Os animais foram mantidos em baias individuais com piso de concreto (0,8 x 1,3m) sobre estrado ripado com acesso a cocho e bebedouro. Durante todo período experimental forneceu-se 1,0kg/animal/dia de mistura concentrada e água a vontade [5].

A temperatura e a umidade do ar foram registradas continuamente mediante dois termohigrógrafos, colocados um em cada sala da câmara. Foi anotada diariamente de hora em hora (das 8 às 17 horas) a temperatura radiante (de forma indireta) mediante dois termômetros de globo negro e dois termômetros de Botsball [4, 11] um em cada câmara. Foi também calculado o Índice de Temperatura e Umidade THI [16]. Na sala 2, os animais sofreram estresse das 8 às 17 horas com radiação solar simulada por duas lâmpadas infravermelho de 250W sobre cada animal, das 10 as 15 horas. Na sala 1, os animais permaneceram em condições de termo neutralidade.

O procedimento experimental foi o seguinte: um período de adaptação de 28 dias com todos os animais em condições de termoneutralidade, para ajustarem às condições físicas e de alimentação da câmara bioclimática. Os animais foram divididos aleatoriamente em dois grupos de três cabras, que foram submetidos a dois tratamentos, termoneutralidade (TN) e estresse térmico (ST) em quatro intervalos de 14 dias cada conforme o diagrama a seguir:

Para efeito de análise estatística foram considerados os dados coletados na segunda semana de cada intervalo. Na segunda semana de cada intervalo experimental, amostras de leite individuais (500mL pela manhã e 300mL à tarde foram coletadas diariamente e acondicionadas em recipientes de vidro limpos e secos. Para a conservação da amostra, adicionou-se solução a 40% de formaldeido na proporção de 1mL/litro da amostra [12]. No final da semana, as sete amostras de cada ordenha foram misturadas, formando-se assim amostras compostas nas quais foram efetuadas as determinações de pH e acidez titulável [12]. A densidade foi determinada por meio de lactodensímetro de Quevenne, sendo a leitura corrigida a 15ºC [12]. Para a verificação do ponto crioscópico foi utilizado um crioscópico eletrônico microprocessado, expressando-se os resultados em graus Hortvest (ºH) conforme PEREIRA et al. [20] e POMBO et al. [22]. O aparelho foi calibrado com soluções padrões de cloreto de sódio contendo as seguintes concentrações em g/L a 20ºC: 6,059; 8,640; 10,155 correspondendo respectivamente aos pontos crioscópicos –0,422ºH, -0,530ºH e –0,621ºH. Para a conversão graus Hortvest para graus Celsius utilizou-se a fórmula ºC = (620/621) x H [20].

A análise estatística foi efetuada como um delineamento estatístico "crossover", no qual cada cabra observada num período constitui uma parcela principal, e cada período de dia (manhã ou tarde) constitui uma sub parcela. A análise estatística foi efetuada por meio do programa GLM [25], considerando-se nível de 5% de significância.

3 – RESULTADOS E DISCUSSÃO

A temperatura do ar, umidade relativa do ar e os índices bioclimáticos, temperatura do globo negro (BGT), índice de temperatura e umidade (THI) e temperatura do Botsball (BT), calculados para caracterizar o ambiente térmico da Sala 1 e Sala 2 da Câmara Bioclimática durante o período experimental constam da Tabela 1.

A temperatura do ar na câmara 2 foi bem superior à de câmara 1 (durante o dia: 33,84± 0,23ºC vs. 22,82± 0,31ºC, durante a noite: 27,19± 0,24 vs. 22,25± 0,31). Durante o estresse térmico, no período das 8 às 17 horas a temperatura do ar esteve cerca de 4ºC acima da temperatura crítica superior para cabras alpinas americanas, referida por LU [17], com o THI de 86,2 índice este que representa uma condição de emergência, para os animais de produção de um modo geral [10]. A BGT e o BT no mesmo período foram 36,08± 0,24ºC e 32,18± 0,21ºC, respectivamente. Embora a câmara permanecesse desligada durante o período noturno, a temperatura ambiente da sala 2 esteve sempre superior aquela da sala 1 (27,19ºC, 22,25ºC respectivamente), com THI de 77,9 representando ainda condições de desconforto térmico.

Na Tabela 2 encontram-se os valores de pH, acidez titulável, densidade e ponto crioscópico do leite das cabras em condições de termoneutralidade (TN) e estresse térmico (ST), em ordenha pela manhã e à tarde.

O pH e a acidez titulável foram determinados apenas com o objetivo de se verificar o estado de conservação das amostras de leite armazenadas. Verificou-se que o leite apresentava-se em bom estado de conservação, não ocorrendo variações entre a ordenha da manhã e da tarde e também nos tratamentos.

Os valores encontrados para densidade (Tabela 2) estão dentro da faixa descrita pela literatura internacional [19, 27] que normalmente situa-se entre 1,029 a 1,036. Concordam também com os resultados encontrados no Brasil por POMBO & FURTADO [21] na ordem de 1031,3 (1029,0 a 1034,0) g/litro, por GIGANTE & ROIG [8] que observaram 1033,1g/litro e BONASSI et al. [3] na ordem de 1031,05± 0,20g/litro de leite integral com variação na faixa de 1028,60 a 1033,30g/L.

Observou-se valor maior para densidade no leite ordenhado pela manhã. Deve-se considerar neste particular que o intervalo entre as ordenhas foi diferente: 8 horas da manhã para a tarde do mesmo dia, e de 16 horas da tarde para a manhã do dia seguinte. Segundo JENESS & PATTON [13], JOHNSON [15] e WALSTRA & JENESS [28] o intervalo entre ordenhas influencia no teor de gordura do leite, não tendo no entanto efeito no teor dos sólidos não gordurosos. Quando os intervalos são desiguais, no intervalo maior tem-se maior produção de leite, com menor teor de gordura. Como a densidade da matéria graxa é inferior a 1,0 a densidade global do leite varia de maneira inversa ao conteúdo de gordura [1], que foi observado neste trabalho.

Não se observou no entanto, diferença estatística significativa ao nível de 5% de probabilidade, para densidade no leite das cabras Pardas Alpinas em condições de termoneutralidade (TN) e de estresse térmico (ST). BONASSI et al. [3] também não encontraram variação estatística para as estações do ano, não se observando correlação entre a densidade do leite de cabra e os parâmetros referentes às condições climáticas da região.

Encontrou-se para o ponto crioscópico valores na ordem de –0,560ºH a –0,541ºH que equivalem a –0,541ºC a –0,574ºC. estes dados estão dentro da faixa discriminada por outros autores [8, 19, 21] no exterior e no Brasil.

Não se observou para o ponto crioscópico, diferença estatística entre o leite ordenhado pela manhã e a tarde, no leite dos animais em condições de termoneutralidade (TN) e em estresse térmico (ST). A média no período foi –0,582ºH no leite pela manhã e –0,582ºH no leite da tarde, que equivale a –0,562ºC e –0,557ºC. Vários autores não observaram diferença entre o leite nestes dois períodos, enquanto outros encontraram valores divergentes [24]. TANEZINI et al. [26] encontraram diferença estatística significativa entre o leite de bovinos da bacia leiteira de Goiânia, coletado pela manhã e à tarde. JENESS & PATTON [13], JENESS et al. [14] e SHIPE [24] consideram que, quando o animal é mantido sem acesso a água durante à noite e consome grandes quantidades de água durante o dia, o leite da manhã tem menor ponto de congelamento que o leite da tarde. Neste trabalho porém, a água foi fornecida à vontade em todo período.

De outro lado (Tabela 2) verificou-se diferença estatisticamente significativa entre o leite de cabras Pardas Alpinas em condições de termoneutralidade (TN) e em estresse térmico, sendo o valor médio maior para as condições de termoneutralidade. Os resultados médios encontrados foram –0,589ºH (-0,569ºC) para o tratamento TN e –0,570ºH (-0,551ºC) para o tratamento ST.

A intensidade do estresse térmico pode limitar a ingestão de alimentos e aumentar o consumo de água pelos animais. Em trabalho prévio [5] verificou-se que o consumo de água das cabras estressadas duplicou, havendo redução no consumo de feno. BACCARI et al. [2] também mostraram que cabras mestiças Saanen-Nativas, submetidas à temperatura de 38,4ºC em câmara climática reduziram o consumo de matéria seca e aumentaram o consumo de água. De acordo com LU [17] tais respostas ao calor ambiente podem ser consideradas como mecanismo protetor a uma hipotermia ou comportamento adaptativo ante um estresse térmico.

Assim sendo, tendo em vista as ponderações de JENESS & PATTON [13], JENESS et al. [14] e SHIPE [24] o maior consumo de água dos animais submetidos às condições de temperatura mais elevada deve ter propiciado a obtenção de menor valor para o ponto crioscópico.

4 – CONCLUSÕES

Os resultados obtidos para leite de cabras Pardas Alpinas, nas condições do presente trabalho, possibilitaram as seguintes conclusões:

  • Os valores obtidos para densidade e ponto de congelamento são compatíveis aos encontrados por diversos autores em diferentes países;

  • Constatou-se valor maior para densidade no leite ordenhado pela manhã, em relação ao da tarde. O intervalo desigual entre as ordenhas deve ter tido influência neste resultado;

  • Não se verificou diferença estatisticamente significativa para densidade no leite das cabras Pardas Alpinas em condições de termoneutralidade e de estresse térmico;

  • Para o ponto crioscópico não se observou diferença estatística entre o leite ordenhado pela manhã e à tarde;

  • Houve diferença estatística significativa para o ponto crioscópico entre o leite de cabras Pardas Alpinas em condições de termoneutralidade e estresse térmico, sendo o valor médio maior para as condições de termoneutralidade.

5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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6 – AGRADECIMENTOS

Ao CNPq e à FAPESP, pelos auxílios concedidos.

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  • 1
    Recebido para publicação em 10/09/98. Aceito para publicação em 30/06/99.
  • 2
    Aluna do Curso de Pós-Graduação em Zootecnia, Área de Concentração "Nutrição e Produção Animal", FMVZ – Campus de Botucatu – UNESP.
  • 3
    Departamento de Tecnologia dos Produtos Agropecuários da Faculdade de Ciências Agronômicas – Campus de Botucatu – UNESP.
  • 4
    Universidade Estadual de Londrina.
  • 5
    Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – UNESP.
  • *
    A quem a correspondência deve ser enviada.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      21 Ago 2000
    • Data do Fascículo
      Dez 1999

    Histórico

    • Aceito
      30 Jun 1999
    • Recebido
      10 Set 1998
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