Acessibilidade / Reportar erro

Macrorrealismo fenomenológico e campos-experiência

Phenomenological macrorealism and experience-fields

Resumos

Este artigo critica a concepção predominante, representacionista-neurofisicalista sobre a percepção sensorial. Introduz a noção de "campo-experiência" na tentativa de tratamento ontológico dos dados fenomenológicos da experiência. A idéia geral é que a experiência visual, por exemplo, seria ontologicamente algo assim como um campo-experiência de intencionalidade visual, que se estende por sobre e entre o sistema nervoso central do sujeito da experiência e o objeto distai da visão. Chamo esta posição de macrorrealismo fenomenológico, em contraste com o microrrealismo científico. Qualidades da fenomenalidade não estão subjetivamente dentro do cérebro, mas objetivamente dentro de campos-experiência perceptuais extra-encefálicos, ou, como dizemos, lá fora no mundo. Algumas conseqüências específicas do macrorrealismo fenomenológico são apresentadas.

Campo-experiência; macronealismo fenomenológico; percepção sensorial; microrrealismo científico; representacionalismo; neurofisicalismo


This paper criticizes the predominant, representational-neurophysicalist conception of sensory perception. It introduces the notion of "experience-field" to give a tentative ontological account of the phenomenological data of experience. The general idea is that visual experience, for instance, would be ontologically something like an experience-field extending over and between the central nervous sistem of the subject of the experience and the distal object of vision. I call this position phenomenological macrorealism, in contrast to scientific microrealism. Phenomenal qualities are not subjectively inside the brain, but objectively inside perceptual extraencephalic experience-fields, or, as we say, out there in the world. Some specific consequences of phenomenological macrorealism are presented .

Experience-field; phenomenological macrorealism; sensory perception; scientific microrealism; representationalism; neurophysicalism


ARTIGOS ORIGINAIS

Macrorrealismo fenomenológico e campos-experiência

Phenomenological macrorealism and experience-fields

Renato Schaeffer

Docente do Departamento de Filosofia - PUC - 22453-900 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil

RESUMO

Este artigo critica a concepção predominante, representacionista-neurofisicalista sobre a percepção sensorial. Introduz a noção de "campo-experiência" na tentativa de tratamento ontológico dos dados fenomenológicos da experiência. A idéia geral é que a experiência visual, por exemplo, seria ontologicamente algo assim como um campo-experiência de intencionalidade visual, que se estende por sobre e entre o sistema nervoso central do sujeito da experiência e o objeto distai da visão. Chamo esta posição de macrorrealismo fenomenológico, em contraste com o microrrealismo científico. Qualidades da fenomenalidade não estão subjetivamente dentro do cérebro, mas objetivamente dentro de campos-experiência perceptuais extra-encefálicos, ou, como dizemos, lá fora no mundo. Algumas conseqüências específicas do macrorrealismo fenomenológico são apresentadas.

Palavras-chave: "Campo-experiência"; macronealismo fenomenológico; percepção sensorial; microrrealismo científico; representacionalismo; neurofisicalismo.

ABSTRACT

This paper criticizes the predominant, representational-neurophysicalist conception of sensory perception. It introduces the notion of "experience-field" to give a tentative ontological account of the phenomenological data of experience. The general idea is that visual experience, for instance, would be ontologically something like an experience-field extending over and between the central nervous sistem of the subject of the experience and the distal object of vision. I call this position phenomenological macrorealism, in contrast to scientific microrealism. Phenomenal qualities are not subjectively inside the brain, but objectively inside perceptual extraencephalic experience-fields, or, as we say, out there in the world. Some specific consequences of phenomenological macrorealism are presented .

Keyvvords: "Experience-field"; phenomenological macrorealism; sensory perception; scientific microrealism; representationalism; neurophysicalism.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

  • 1 BAEYER, H. C. von. Arco-íris, flocos de neve, quarks: a física e o mundo que nos rodeia. Trad. L. E. T. Frazão Filho. Rio de Janeiro: Campus, 1994.
  • 2 BROAD, C. D. The mind and its place in nature. London: Routledge & Paul, 1980.
  • 3 DESCARTES, R. Meditações. In: ______. Discurso do método; Meditações; Objeções e respostas; As paixões da alma; Cartas/René Descartes. Trad. J. Guinsburg, B. Prado Júnior. São Paulo: Abril Cultural, 1993. (Coleção Os Pensadores).
  • 4 GILSON, É. Peinture et realité. Paris: Vrin, 1972.
  • 5 JAMES, W. The principles of psychology. Encyclopaedia Britannica, 1953.
  • 6 KEATING, K. A terapia do abraço 2. Trad. Farias. São Paulo: Pensamento, 1993.
  • 7 KÖHLER, W. Psicologia. ENGELMANN, A. (Org.) Trad. J. S. de C. Pereira et al. São Paulo: Ática, 1978.
  • 8 LABAN, R. O domínio do movimento. ULMANN (Org.) Trad. A. M. B. de Vecchi, M. S. M. Netto. São Paulo: Summus, 1978.
  • 9 LANGER, S. K. Mind: an essay on human feeling. Baltimore: Hopkins, 1979, v.1.
  • 10 LINDBERG, D. C. Theories of vision from Al-Kindi do Kepler. Chicago: The University of Chicago, 1981.
  • 11 LOWENSTEIN, O. Os sentidos. Trad. M. A. C. da Suva. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal Popular, 1968.
  • 12 MARKS, L. The unity of the senses. New York: Academic, 1978.
  • 13 MORRIS, D. Você: um estudo objetivo do comportamento humano. Trad. M. P. Ferreira, Nuno. São Paulo: Círculo do Livro, s.d.
  • 14 OSBORNE, H. A apreciação da arte. Trad. A. S. dos Santos. São Paulo: Cultrix, 1978.
  • 15 PEIRCE, C. S. Semiótica. Trad. J. T. C. Netto. São Paulo: Perspectiva, 1990
  • 16 SCHELER, M. Formalism in ethics and non-formal ethics of values. Trad. M. S. Frings, R. L. Funk. Evanston: Northwestern University, 1985.
  • 17 SEARLE, J. R. Expression and meaning. Cambridge: Cambridge University, 1989.
  • 18 ______. Collective intentions and actions. In: COHEN, P.R. et al. (Orgs.) Intentions in communications. Cambridge, MA: MIT, 1990.
  • 19 SINNOTT, E. W. Matter, mind and man. New York: Atheneum, 1962.
  • 20 STRAUS, E. W. Phenomenological psychology. London: Tavistock, 1966.
  • 21 VALDÉS, J. F. La gran ilusión: III. Las ondas gravitacionales. México: FCE, 1991.
  • 22 WIENER, N. Cibernética esociedade: o uso humano de seres humanos. Trad. J. P. Paes. São Paulo: Cultrix, 1968.
  • 23 WITTGENSTEIN, L. Investigações filosóficas. Trad. J. C. Bruni. São Paulo: Abril, 1979. (Coleção Os Pensadores).

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    11 Nov 2011
  • Data do Fascículo
    Jan 1995
Universidade Estadual Paulista, Departamento de Filosofia Av.Hygino Muzzi Filho, 737, 17525-900 Marília-São Paulo/Brasil, Tel.: 55 (14) 3402-1306, Fax: 55 (14) 3402-1302 - Marília - SP - Brazil
E-mail: transformacao@marilia.unesp.br