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Bachelard e a filosofia

Bachelard and philosophy

Resumos

Neste breve artigo tento apresentar a compreensão singular de filosofia que aparece na reflexão que Gaston Bachelard dedica à arte e à literatura.

Bachelard; filosofia; ontologia; intensidade


In this short article I try to present the peculiar philosophy's understanding that turn up in the reflection that Gaston Bachelard devotes to the art and science.

Bachelard; philosophy; ontology; intensity


Bachelard e a filosofia

Bachelard and philosophy

Fábio Ferreira de Almeida1 1 Doutorando em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Rua São Francisco Xavier, 524, 20 550-013. Rio de Janeiro — Brasil.

RESUMO

Neste breve artigo tento apresentar a compreensão singular de filosofia que aparece na reflexão que Gaston Bachelard dedica à arte e à literatura.

Palavras-chave: Bachelard; filosofia; ontologia; intensidade.

ABSTRACT

In this short article I try to present the peculiar philosophy's understanding that turn up in the reflection that Gaston Bachelard devotes to the art and science.

Keywords: Bachelard; philosophy; ontology; intensity.

Nunca houve isso,

uma página em branco.

No fundo, todas gritam,

pálidas de tanto.

Paulo Leminski

Na introdução à coletânea de artigos Actualité et posterités de Gaston Bachelard, Pascal Nouvel (1997, p. 5) chama atenção para o lugar singular que a obra do filósofo ocupa na "paisagem da filosofia francesa": um lugar ao mesmo tempo marginal e central. Nouvel explica estes dois adjetivos: o primeiro se justifica pela dificuldade, ou quase impossibilidade, de situar o pensamento de Bachelard no âmbito de qualquer escola ou tradição filosófica estabelecida; o segundo, em contra partida, pela diversidade da filiação que, a partir de sua obra se estabeleceu: Georges Canguilhem, Michel Foucault, François Dagognet, Louis Althusser... Um outro aspecto, abordado com maior entusiasmo, diz respeito muito mais ao itinerário de sua produção, isto é, ao dia e à noite de um pensamento que não dorme; à epistemologia e à "filosofia literária" que dividem seu interesse e que, para empregarmos uma expressão de Gilles Deleuze, configuram a "geografia" de seu pensamento. Estes dois aspectos parecem suficientes para ressaltar o quanto a relação de Bachelard com a própria filosofia constitui um tema aberto e o quanto sua importância não pode ser menosprezada.

Seria então o caso de perguntarmos o que é a filosofia para Gaston Bachelard? Penso que esta pergunta não encontraria boa resposta, fundamentalmente porque tal suporia como que a elaboração de uma "imagem do pensamento", o decalque de uma representação da reflexão filosófica... uma representação qualquer do mesmo. Mas, roubando novamente a expressão de Deleuze, estamos agora diante de um "pensamento sem imagem". Deste modo, talvez um ponto de partida se nos apresentasse melhor se perguntássemos antes como se dá a filosofia em Bachelard. Esta mudança tem aqui efeitos decisivos: indica que não é uma metafísica que está em jogo, mas uma ontologia; a clareza e distinção cedem lugar ao trágico; ao invés de um pensamento extensivo, um pensamento intensivo. Parece ser neste sentido que Canguilhem reconhece em Bachelard um "estilo filosófico rural". Com efeito, em todos os solos por que percorre seu pensamento encontraremos sempre um pensamento "não fixado"; depararemo-nos, enfim, com o filósofo de uma "polifilosofia".

O objetivo central deste breve artigo é, então, sublinhar esta peculiaridade da reflexão de Bachelard, da qual o caráter filosófico parece surgir quase como um efeito colateral. Isto não significa, evidentemente, que a filosofia seja algo negativo, algo do que se deva fugir ou que se deva evitar; trata-se antes de reconhecer um novo estatuto à reflexão filosófica, estatuto este que se evidencia, por exemplo, pela famosa anedota segundo a qual Bachelard afirmava que, à companhia dos filósofos, preferia a dos poetas.2 2 Quem nos dá notícia desta anedota é Hilton Japiassú em seu Para ler Bachelard. Esta preferência se manifesta, de modo um pouco mais austero, também em seus escritos, como no prefácio ao livro Traité du burin, do gravador Albert Flocon:

Mas o filósofo já manifestou bastante, numa página, seu entusiasmo metafísico.Quer agora se instruir, quer seguir linha por linha o relato de um buril animado, um buril vivo, um buril criador de vida. Quer participar da consciência da ferramenta, da consciência do artesão que escolhe a matéria justa de sua ação. (Bachelard, 1994, p. 75)

A filosofia como tal, as idéias metafísicas, as intuições imediatas são uma espécie de entusiasmo, um arrebatamento de primeira aproximação que é preciso dominar pela instrução; e é preciso, antes de tudo, instruir-se para pensar. A posição do filósofo é, então, abaixo. Diante de uma gravura de A. Flocon, a razão deve ausentar-se para que o filósofo finalmente se instrua, se deixe instruir, não pelo belo, não pelo sublime, não pelo gênio, mas pela ferramenta que singra a matéria, pela força que penetra e fere a natureza. Eis o ápice do que podemos chamar de instrução literária, o devaneio, que dá vazão às imagens e que faz com que elas jorrem de uma consciência sonhadora. É nestes instantes que se revela a figura singular do leitor que, mais do que se contrapor, subverte os personagens do Theatrum Philosophicum tradicional: o sujeito, a razão, a verdade, a obra, o autor, Deus...

Não menos provocativa é a perspectiva geral de toda epistemologia bachelardiana, que se anuncia já nos primeiros parágrafos de O novo espírito científico.

Acreditamos que haveria interesse em adotar uma filosofia científica em si, julga-la sem idéias preconcebidas, mesmo à margem de todas as obrigações demasiado estritas do vocabulário filosófico. A ciência cria, com efeito, filosofia. O filósofo deve, portanto, tornar flexível sua linguagem para traduzir o pensamento contemporâneo em sua versatilidade e mobilidade. (Bachelard, 1937, p. 3)

Eis que também neste domínio a filosofia se subordina. Ela agora é como que requisitada por um pensamento mais autêntico que, no caso da epistemologia, é a ciência. Realidade, objetividade, racionalidade são idéias que surgem e continuamente se transformam na própria ciência ou, recorrendo à expressão de Bachelard, no interior da cité scientifique e da relação entre seus 'atores'. A filosofia como tal perdeu aquela clássica e presunçosa autonomia. Mais uma vez, não há pressupostos: é preciso instruir-se.

Vários momentos da obra de Bachelard, senão todos em maior ou menor medida, nos dão testemunho deste modo de ser do pensamento. Contudo, e talvez não por acaso, é particularmente nas últimas obras que isto se evidencia, e muito mais em seu último livro A chama de uma vela. Talvez não por acaso também, é neste período que o termo poética assume uma preponderância e um vigor inéditos. É diante da singularidade desta fase final da produção bachelardiana que Jean Lacroix (1973, p. 17), justamente a respeito dos livros A poética do espaço, A poética do devaneio e também do A chama de uma vela, pode afirmar:

Estes últimos livros fornecem a chave para todos os demais, incluindo os epistemológicos, e introduzem, para além de toda propedêutica, a uma verdadeira pedagogia do espírito. Desaparece toda psicanálise e o homem se revela como criador, como fonte e origem, como criador de mundos — tanto do mundo da ciência como do mundo da arte. É ele o ser que responde a todas provocações, particularmente à do instante, mediante a criação; o ser que recupera a vocação da filosofia que, desde os pré-socráticos, foi sempre uma vocação de desvelamento; o ser cuja missão é lutar sem cessar contra o sonho do mundo e seu próprio adormecimento.

Esta passagem, do belo texto Gaston Bachelard, o homem e a obra, abre caminho para respondermos à questão que neste momento se impõe como central, a saber: o que confere ao adjetivo 'poética' uma consistência deste tipo, uma coloração até certo ponto inusitada uma vez que não se deixa limitar pela perspectiva geral de uma estética? Penso que uma resposta a esta questão passa necessariamente pelo caráter ontológico que, sob o signo do poético, o pensamento assume, isto é, pelo desvelamento originário que, como atesta Lacroix, a filosofia então retoma como sua função. Este sentido ontológico da noção de poética se refere efetivamente a um "despertar das fontes".3 3 Esta é uma expressão que Lacroix utiliza no mesmo texto Bachelard, o homem e a obra. Deste modo, uma poética, como ontologia, não pretende responder à pergunta tradicional "o que é o ser?"; trata-se muito mais, no sentido heideggeriano mesmo do termo, de um desvelamento do ser. Porém onde se esconde o ser? Pergunta inevitável à qual podemos dar uma resposta lacônica: em tudo. Sabemos que o ser se diz de vários modos e que esta é sua dissimulação. Os 'acenos do ser', no entanto, podem ser percebidos, ao contrário do que pensava Heidegger, na ciência moderna e também, do mesmo modo que pensava Heidegger, na obra de arte e na poesia. São estes, portanto, os modos de ser privilegiados por Bachelard, de maneira que não se trata do ser dos filósofos; buscado na ciência moderna e na obra de arte, o ser não é uma idéia fixa.

Isto confere, num segundo momento, um caráter trágico que é decisivo nesta ontologia. Na medida em que permanece neste terreno movediço do projeto, da novidade, do inesperado; na medida em que busca sempre o arrebatamento pela surpresa, apenas o ocaso e a morte se colocam no horizonte deste desvelamento. "Somente as crises da razão instruem a razão", afirma Bachelard em O engajamento racionalista (p. 34). Também é bastante conhecida a exigência de que a razão retome sua função de turbulência e agressividade4 4 Refiro-me aqui ao texto inicial da coletânea póstuma L'engagement rationaliste intitulado "Le surrationalisme". , e ainda, no ensaio sobre Lautréamont, "poeta do músculo e do grito", lemos:

É preciso aceder ao humano para se assenhorear dos gritos dominantes. É pela via de um berro poético que os perceberemos acontecer em Os cantos de Maldoror. Aqueles que enxergam nestes cantos uma maledicência teatral se enganam. Trata-se de um universo especial, um universo ativo, um universo gritado. Neste universo a energia é uma estética. (Bachelard, 1995, p. 115)

É importante notar que este caráter trágico que a ontologia bachelardiana assume não confere, como se pode perceber tanto no texto O surracionalismo como no Lautréamont, qualquer tom sombrio e sequer vestígios de pessimismo a seu pensamento. Aliás, ao contrário: parece ser justamente para evitar esta remota, mas possível impressão, que as metamorfoses descritas nos Cantos de Maldoror são privilegiadas, por exemplo, em relação à clássica metamorfose kafkiana. "Em Kafka [diz Bachelard (1995, pp. 19-20)] o ser é deixado a sua miséria extrema". E continua: "as metamorfoses de Kafka se colocam sob um signo negativo. Elas explicam melhor por antítese a dinamogenia que um leitor atento recebe ao ler os Cantos de Maldoror". Lautréamont é dinâmico, alegre, vivaz, enfim, ascensional no sentido nietzchiano do termo, ao passo que Kafka é desesperado, atordoado, é a renúncia e o decaimento. Poderíamos então dizer, para ementar aquela "pedagogia do espírito" de que há pouco nos falava Lacroix, que enquanto Kafka se rende a seu ambiente, a seu Umwelt e a todo um estado-de-coisas5 5 Vale a pena sublinhar, em primeiro lugar, o caráter autobiográfico da obra de Franz Kafka e, em segundo lugar o quanto seus dois personagens mais marcantes — Gregor Samsa e Josef K. — corroboram este caráter deprimido de sua literatura. Tudo isto é completamente oposto ao que se vê na obra de Lautréamont, Os cantos de Maldoror, embora seja bem verdade que não se possa dizer o mesmo de Poesias I e II. , Lautréamont nos ensina a estar-no-mundo, e isso significa impor-se: estar no mundo apesar do mundo, ferir, gritar, agredir, penetrar. A ação do homem no mundo é, segundo a pedagogia ducassiana, análoga à ação do buril do gravador sobre a placa de cobre. "O homem também morre do mal de ser um homem, de realizar demasiado cedo e muito sumariamente sua imaginação, e de enfim esquecer-se de que poderia ser um espírito". (Bachelard, 1995, p. 158)

Para além, portanto, de toda estética e até mesmo da própria obra de arte, a noção de poética se firma, na obra de Bachelard, pela via de uma ontologia que não prescinde deste decisivo acento trágico. É esta poética que, por sua vez, retira do pensamento a obrigação de empreender a busca monótona de identidades perfeitas — eu/pensamento, sujeito/objeto, autor/obra, significante/significado. O pensamento intensivo se coloca em busca justamente do oposto: a diferença, e esta é sua tarefa infinita. Esta busca da diferença nos remete a um tema fundamental da pedagogia que emerge da obra bachelardiana e que se evidencia particularmente em seus trabalhos epistemológicos, embora possa ser tomado como uma espécie de valor que perpassa toda sua reflexão, a saber: o tema da "socialização".

Certamente um dos momentos em que o sentido desta idéia se explicita de modo particular, é quando são abordados os "racionalismos regionais", no capítulo VII de O racionalismo aplicado.

Desde que as consideremos um pouco mais de perto, veremos que as funções filosóficas da ciência se multiplicam. Poucos pensamentos há que sejam filosoficamente mais variados que o pensamento científico. O papel da filosofia das ciências é recensear esta variedade e mostrar o quanto os filósofos se instruiriam se quisessem meditar sobre o pensamento científico contemporâneo. (Bachelard, 1977, p. 158)

Note-se que não pode haver meditação em estado de solidão, na tranqüilidade asséptica de um aposento burguês. O método agora não permite uma volta do sujeito para si mesmo; pensar é lançar-se no fora, à exterioridade do mundo. "É na reflexão que aparecem as reais garantias de objetividade. Mas esta reflexão não pode limitar-se a um empenho do sujeito. Ela é essencialmente cultural. O homem não está sozinho diante do objeto científico".6 6 A palavra "cultural", destacada pelo próprio autor, evidentemente não deve ser tomada aqui com um sentido sociológico ou antropológico, mas num sentido estritamente epistemológico que, no pensamento de Bachelard, implica toda uma história das ciências. (Bachelard, 1977, p. 160)

Se na epistemologia este caráter "social", ou "cultural" da atividade científica é tão manifesto, poder-se-ia objetar que, pelo menos no que diz respeito à imaginação poética e ao devaneio literário, este vínculo com o exterior esmaece e ainda vigora um certo cartesianismo. Sem dúvida há aí um privilégio da solidão, do silêncio, mas há que se estar atento ao fato de que esta solidão é uma solidão de leitura. O leitor só se tornará autônomo com o poeta, quando o olho que lê se retira da página. "Ajudado pela imaginação dos outros, meu devaneio ultrapassa meus próprios sonhos", declara Bachelard. A figura de um sujeito solidamente constituído está, também neste domínio, completamente banida. Nesta solidão literária (talvez possamos dizê-lo no plural: solidões literárias) não é a certeza do eu que está em jogo, mas o acontecimento súbito da imagem poética e a aparição coriscante do leitor, do sonhador. O importante é notar-se que, mesmo este fenômeno, apesar de sua primitividade e singularidade, está submetido fundamentalmente à instrução. "A vela não ilumina um quarto vazio, ela ilumina um livro". (Bachelard, 1996, p. 54)

Em Bachelard, talvez possamos afirmá-lo agora, a filosofia se dá como estudo, ou antes, na intensidade do estudo, da leitura e, por fim, somente por fim, do pensamento, isto é, uma espécie de sensibilidade para as "funções filosóficas" que os diversos 'saberes' carregam e uma disponibilidade do espírito para atender a suas solicitações. Poderíamos assumir o risco de dizer, então, que Bachelard é um filósofo que não filosofa; um filósofo para quem este seria um hábito que acarretaria a estagnação e a imobilidade do espírito. Bachelard parece ser antes um filósofo que estuda, que lê e que quer assim a filosofia. Somente pelo estudo é dado ao espírito agir. Deste modo, a filosofia perde sua autogenia — o que significa o não-cartesianismo senão esta perda? — ela necessita que o pensamento, que a meditação, seja excitado, e os motivos para tal só vêm do fora, da pluralidade de tudo aquilo que é exterior ao próprio pensamento.

...foi-se o tempo

quando, escrevendo,

era preciso

uma folha isenta.

Estes versos de Paulo Leminski vêm ao encontro do último capítulo do livro A chama de uma vela, intitulado "ma lampe et mon papier blanc". Neste último capítulo de seu último livro, Bachelard aproveita a bela imagem de uma mesa de trabalho sob a aconchegante luminosidade de uma vela — uma redoma, na qual se experimenta tanto a retidão austera da razão como os vôos mais ousados da imaginação — para recensear todo seu trabalho intelectual. Diante de uma página em branco, sobre esta mesa e sob esta luz, e diante desta vida que é um verdadeiro álbum de idéias e imagens, afirma: "Sim, é nesta solidão que se pode escrever! Depois, talvez, poder-se-ia pensar. Primum scribere deinde, philosophari, diz um chiste de Nietzsche". Porém este entusiasmo é apenas passageiro e, súbito, o filósofo cai em si: "Mas estamos demasiado só para escrever. A página branca está branca demais, demasiado vazia de início para que comecemos a existir verdadeiramente como escritor. A página em branco impõe o silêncio. Ela contradiz a familiaridade da lâmpada". (Bachelard,1996, p. 109) Não existe, portanto, uma página em branco, mas apenas esta palidez que berra convocando para a instrução, ou enfim, para a "reconstrução do espírito". Ao filósofo cabe apenas responder a este chamado.

  • BACHELARD, G. La flamme d'une chandelle Paris: Quadrige/PUF, 1996.
  • ________. Lautréamont Paris: Librairie José Corti, 1995.
  • ________. Le nouvel esprit scientifique. Paris: Félix Alcan, 1937.
  • ________. L'engagement rationaliste Paris: PUF, 1972.
  • ________. O direito de sonhar Trad. José Américo M. Pessanha, et. al. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1994.
  • ________. O racionalismo aplicado Trad. Nathanael Caixeiro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1977.
  • JAPIASSÚ, H. Para ler Bachelard Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1976.
  • LACROIX, J. Gaston Bachelard, el hombre y la obra. In: LACROIX, J., et. al Introducción a Bachelard Buenos Aires: Ed. Caldén, 1973, pp. 15-21.
  • NOUVEL, P. Actualité et posterities de Gaston Bachelard Paris: PUF, 1997.
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    Doutorando em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Rua São Francisco Xavier, 524, 20 550-013. Rio de Janeiro — Brasil.
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    Quem nos dá notícia desta anedota é Hilton Japiassú em seu
    Para ler Bachelard.
  • 3
    Esta é uma expressão que Lacroix utiliza no mesmo texto
    Bachelard, o homem e a obra.
  • 4
    Refiro-me aqui ao texto inicial da coletânea póstuma
    L'engagement rationaliste intitulado "Le surrationalisme".
  • 5
    Vale a pena sublinhar, em primeiro lugar, o caráter autobiográfico da obra de Franz Kafka e, em segundo lugar o quanto seus dois personagens mais marcantes — Gregor Samsa e Josef K. — corroboram este caráter deprimido de sua literatura. Tudo isto é completamente oposto ao que se vê na obra de Lautréamont,
    Os cantos de Maldoror, embora seja bem verdade que não se possa dizer o mesmo de
    Poesias I e II.
  • 6
    A palavra "cultural", destacada pelo próprio autor, evidentemente não deve ser tomada aqui com um sentido sociológico ou antropológico, mas num sentido estritamente epistemológico que, no pensamento de Bachelard, implica toda uma história das ciências.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      31 Out 2007
    • Data do Fascículo
      2003
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